A Saída de Charles 5
Lembrei-me, hoje, de que falamos, falamos e não fizemos o básico: ouvir um dos principais interessados nas conseqüências da substituição de Charles Alcântara na Casa Civil do Governo do Estado.
No caso, o PMDB, o principal partido de sustentação do governo de Ana Júlia Carepa.
O PMDB que, com o espaço que ocupa na administração estadual e eventual parceria nas composições municipais, parece ser o pomo da discórdia da DS, a Democracia Socialista, tendência à qual pertence a governadora Ana Júlia Carepa.
E eu até peço desculpas aos leitores do blog por essa falha – imensa, por sinal.
Assim, fui conversar com o PMDB. Que, ao que me pareceu, não está lá muito preocupado: aguarda, na verdade, o desenrolar os acontecimentos, para ver o que fará – se é que já não sabe, afinal...
“Isso é um problema do governo e não temos como interferir. Desconhecemos as razões disso. Sabemos que foi uma disputa de poder - da qual não participamos. E vamos nos manter indiferentes a isso”, disse-me uma alta fonte peemedebista, acerca da saída de Charles e da ascensão de Puty à coordenação política do Governo do Estado.
Sobre a eventual mudança de postura do governo, em relação ao PMDB, a partir dessa substituição, como vem sendo especulado, a fonte afirmou:
_ O nosso relacionamento com o Charles sempre foi tranqüilo, mas, dentro da normalidade. Quem representa o PMDB somos nós. E não achamos que o Governo tenha interesse em especulações. Não conhecemos o Puty, para fazermos um juízo. E nem queremos fazer isso, porque pode ser equivocado, preconceituoso. Nossa relação é com a Ana. E, até prova em contrário, o chefe da Casa Civil é um auxiliar da governadora. Entendemos que tudo isso é um problema no âmbito do PT.
E prosseguiu: “Se isso tudo significa um racha, se eles acham que o desempenho do Charles não ficou à altura... A nossa expectativa é o juízo deles!... Não temos queixas do Charles, como não temos do Puty. Não tivemos tempo de estabelecer com ele (Puty) uma negociação. E essa história de ficar mais difícil a relação com o governo, não temos condições de aferir... É complicado... Não temos a ver com isso, temos a ver com o PMDB, que ajudou na eleição e tem procurado ajudar o Governo, na Assembléia Legislativa. Não queremos fazer um juízo precipitado. Não temos sinalização alguma de alteração nas relações com o governo. O Charles não era da cota do PMDB. Ele nos foi apresentado pela Ana, desde o início, como uma pessoa importante. E foi ele a pessoa que conversou conosco”.
Sobre as conseqüências futuras para a aliança com o PT, caso venha a se configurar, de fato, essa mudança de postura do governo em relação ao PMDB, a fonte, embora sempre cautelosa, até brincou:
_Não podemos colaborar com esse tipo de especulação. Não vemos motivo para que a relação com o governo mude. Se a Ana tivesse colocado, na chefia da Casa Civil, o Orly Bezerra, aí eu diria: acho que as coisas vão ficar... diferentes! Mas, esse Puty, eu não sei quem é... Nunca o vi fantasiado de dragão!... Então, como vou apostar que as coisas vão mudar?
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