Que posso desejar a vocês além da maniçoba adubada, com pimenta arretada e farinha grossa?
Quem sabe um pato no tucupi, daqueles que deixam a gente a suar...
Talvez, um “feliz doce de graviola”, de bacuri, de cupuaçu, de tapioca...
Ou a manga madurinha, com o sumo a escorrer pelos cantos da boca...
Ou um “feliz açaí grosso!”. A pupunha cozida, quentinha, graúda e vermelhinha, com manteiga e café...
Que posso desejar a vocês além da lembrança do primeiro arraial?...
Da primeira roda-gigante, do primeiro carrossel, do primeiro algodão-doce, da primeira maçã do amor...
Da primeira bola colorida, do primeiro bichinho de miriti...
Do primeiro trem-fantasma. Sim, do primeiro trem-fantasma, com as visagens arregaladas nuns olhos de espanto, que rendiam gargalhadas “prum” mês inteiro...
Quem sabe, um infinito de rios e baías, com jeito de mar...
Quem sabe a chuva, uma feliz e abençoada chuva, daquelas que “amolham” o corpo e a alma também...
O que se pode desejar de sublime a quem vive em Belém-do-Pará?
Que gosto, que cheiro, que cor, que sensação, que desejo não nos acariciou?
Ah, sim, faltou a Virgem, a Santinha!...
A Senhora que nos enseja, atiça e abençoa...
Então, só me resta desejar que a Mãe, essa Grande Mãe, “abalance” vocês em seus braços. E que aperte e aperte e aperte...E que proteja... Do jeitinho que faz a Belém.
Que cada um de vocês seja o lírio mimoso, o mais suave perfume, o céu estrelado...O amor – o grande e incondicional amor – de Nossa Senhora de Nazaré!...
Que cada um de vocês seja único, no coração dela.
E que Ela, simplesmente, sorria... Toda feliz da vida...Ao lembrar do filhinho bacana que é você!...
Um Feliz Círio, meus amores!
Este Rio é Minha Rua!
Este rio é minha rua
Minha e tua mururé
Piso no peito da lua
Deito no chão da maré
Pois é, pois é
Eu não sou de igarapé
Quem montou na cobra grande
Não se escancha em puraqué
Rio abaixo, rio acima
Minha sina cana é
Só de pensar na “mardita”
Me “alembrei” de Abaeté
Pois é, pois é
Eu não sou de igarapé
Quem montou na cobra grande
Não se escancha em puraqué
Me “arresponde” boto preto
Quem te deu esse pixé
Foi limo de maresia
Ou inhaca de mulher
Pois é, pois é
Eu não sou de igarapé
Quem montou na cobra grande
Não se escancha em puraqué
(Paulo André e Ruy Barata)
Um comentário:
Feliz Círio, amiga e família.
Beijinhos.
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