quinta-feira, 2 de maio de 2019

O lári-lári de Simão Jatene e o desafio da Perereca da Vizinha ao ex-governador






Impressionantes os níveis de manipulação, vitimismo e paranoia do ex-governador Simão Jatene. 

Em um vídeo que circula nas redes sociais, Jatene ataca ferozmente a Auditoria Geral do Estado (AGE), que pediu a prisão preventiva dele, através de uma Representação Criminal ao Ministério Público e à Polícia Civil. Leia aqui:  
http://pererecadavizinha.blogspot.com/2019/04/auditoria-geral-do-estado-pede-prisao.html 

A meu ver, é claríssima a tentativa de intimidação contra a AGE, de forma, talvez, a barrar as investigações, o que é extremamente grave. 

O ex-governador sabe muitíssimo bem que, para a AGE, não é “opcional” fiscalizar o uso do dinheiro público: ela é obrigada, por lei, a fazer isso. E se não o fizer, os seus dirigentes é que podem até acabar atrás das grades. 

Além disso, as declarações de Jatene, um amontoado de palavras vazias, aparecem como uma demonstração de medo, de pavor, de quem sabe que se aproxima a hora de prestar contas à Justiça. 

E aí é o caso de se dizer, como naqueles filmes de terror: tenha medo, tenha muito medo, porque, até onde se sabe, alguns dos envolvidos no escândalo do Asfalto na Cidade já começaram a abrir o bico. 

E pelo andar da carruagem, não demora muito para que gente graúda também comece a falar. 

Mas não tenho motivos e nem procuração para defender o atual governo e a AGE. 

E o que me leva a responder ao ex-governador é que ele também me atacou, e de forma acanalhada - como, aliás, é de seu feitio. 

O ex-governador, em seu discurso paranoico, delirante, diz que há uma “tentativa sensacionalista” de envolvê-lo no escândalo do Asfalto na Cidade. 

Ora, quem investigou, em primeiro lugar, o Asfalto na Cidade e veiculou, em primeira mão, o pedido de prisão preventiva de Jatene fui eu, através do jornal Diário do Pará e deste blog. 

E devo confessar que me sinto até constrangida diante do comportamento de um homem tão poderoso e com idade quase de ser meu avô, mas que demonstra de forma cabal que não passa é de um covarde. 

Não é a primeira vez que Jatene e o seu bando atacam a mim e ao meu blog, e ao Diário do Pará, que também publica as minhas reportagens, tentando colar em nós a pecha de “sensacionalistas”. 

E tais ataques, como é usual aos covardes, são sempre sem citar o meu nome ou o meu blog, a fim de evitar que possa responder à altura e desmascará-los. 

E é por isso que hoje decidi lançar um desafio público ao ex-governador - se é que ele é capaz de honrar, ao menos uma vez na vida, as calças que usa. 

Desafio Jatene a provar onde está o “sensacionalismo” nas reportagens que publiquei, na Perereca da Vizinha e no Diário do Pará, acerca das inúmeras maracutaias do governo dele – elas, sim, sensacionais! 

E creio que podemos começar pelas reportagens sobre os R$ 200 milhões que o governo dele tentou entregar a uma quadrilha. 

Vou refrescar a careca do ex-governador: em 2015, a Secretaria de Educação (Seduc) fez um contrato de R$ 200 milhões com a empresa BR7, para que ela ministrasse cursos de inglês a 110 mil estudantes. 

Ocorre que eu e o Diário do Pará descobrimos que aquela empresa pertencia a um sujeito acusado, na Justiça, de integrar uma quadrilha de fraudadores do DPVAT, o seguro de acidentes de trânsito. O sujeito tinha sido até preso, em 2008, por causa disso. 

Também descobrimos vários indícios de fraude na licitação que gerou a contratação daquela empresa. 

Descobrimos, ainda, que a BR7 nem estrutura tinha para um contrato desse tamanho. 

E que ela, também, vinha firmando contratos sem licitação com várias prefeituras do interior, para os tais cursos de inglês. 

Devido ao escândalo, o Governo Jatene teve de anular aquele contrato milionário. 

No ano seguinte (2016), o dono da BR7 e seus companheiros foram detidos pela Polícia Federal, durante a Operação Lessons, que investigava o desvio de recursos do FUNDEB, por prefeituras paraenses, para aquela empresa. 

Em abril do ano passado, durante a Operação New Lessons, todos voltaram a ser presos – e acho que estão presos até hoje. 

Então, pergunto ao ex-governador: onde é que está o “sensacionalismo”? Em impedir a entrega de R$ 200 milhões de dinheiro público a uma quadrilha? 

Leia tudo sobre esse caso espantoso. 
Aqui: http://pererecadavizinha.blogspot.com/2016/05/pf-detem-dono-da-br7-que-chegou-ganhar.html 
E aqui: http://pererecadavizinha.blogspot.com/2018/04/suposta-quadrilha-qual-jatene-tentou.html 

Outra reportagem na qual desafio Jatene a mostrar o “sensacionalismo”: o BRT Metropolitano, que ele não conseguiu nem mesmo começar a construir, nos seus 8 anos de administração. 

Em abril de 2017, o Diário do Pará e a Perereca da Vizinha mostraram que os R$ 530 milhões previstos pelo Governo Jatene para a construção do BRT Metropolitano resultariam em impressionantes R$ 50 milhões por quilômetro, o que faria dele um dos BRTs mais caros do Brasil e do mundo. 

Leia aqui: http://pererecadavizinha.blogspot.com.br/2017/04/brt-de-jatene-custara-o-dobro-de-manaus.html 

Mas por incrível que pareça, na primeira licitação INTERNACIONAL daquela obra, ainda em 2017, só apareceu uma empresa: a Paulitec, justamente a queridinha dos tucanos paraenses. 

Ou seja: em todo o planeta, e apesar da crise econômica mundial, só a Paulitec se interessou por um contrato de R$ 530 milhões. 

O problema é que eu e o Diário do Pará continuamos a investigar o caso e mandamos e-mails até pra Jica, a financiadora da obra, questionando esse fato inacreditável. 

Resultado: o Governo Jatene deu uma desculpa e anulou a licitação. 

E aí, na segunda licitação, realizada no ano passado, sob o olhar vigilante da Jica, choveu gente: apareceram logo quase 10 consórcios e empresas, algumas até mesmo lá da China. 

No entanto, o mais impressionante foi o valor com o qual a Odebrecht venceu essa segunda licitação: R$ 384,6 milhões. 

Ou R$ 145 milhões A MENOS do que os R$ 530 milhões orçados pelo Governo Jatene, na primeira licitação, e que eram também a proposta da Paulitec (R$ 532 milhões), para o BRT Metropolitano. 

R$ 145 milhões A MENOS! O equivalente a uma ponte do Moju.

Então, pergunto a Jatene: onde é que está o “sensacionalismo”? Em impedir a entrega de R$ 145 milhões A MAIS de dinheiro público por essa obra? 

Poderia, caro leitor, ficar aqui semanas e semanas citando exemplos semelhantes. 

Como é o caso do projeto Alvorada, sobre o qual fiz sei-lá-quantas reportagens para o Diário do Pará – e, no ano passado, o ex-secretário de Obras do primeiro governo Jatene e dez construtoras do Alvorada já estavam condenados, pelo Tribunal de Contas da União (TCU), a devolver R$ 117 milhões aos cofres públicos. 

Veja aqui, no Diário do Pará de 24/06/2018, página 6: http://digital.diariodopara.com.br/web/?state=zoom&data=24/06/2018&pagina=6 

Só os três casos acima somam quase meio bilhão de reais, em irregularidades e mau uso do dinheiro público. 

Ou seja, já nem vou falar do Hangar-Centro de Convenções, Parque do Utinga, prolongamento da João Paulo II (que custou R$ 86 milhões por km, ou 11 vezes o custo/km de uma ferrovia: http://digital.diariodopara.com.br/web/?state=zoom&data=30/09/2018&pagina=14) e por aí vai. 

Mas há um último caso que não posso deixar de citar. É que me lembrei dele porque o Jatene desafiou o Helder a explicar “origem patrimonial”. 

E pensei comigo: é, realmente é muito fácil falar da origem patrimonial dos outros, quando se tem milhões e milhões registrados em nome de terceiros. 

Em meados de 2017, o Beto Jatene, filho do Jatene, pagou R$ 13 milhões, em menos de um mês, a uma seguradora, a BB Corretora de Seguros e Administradora de Bens S.A. 

Ora, esse rapaz e a esposa dele, com quem ele está casado há uns 15 anos, ganhavam, até o ano passado, R$ 431.991,17 líquidos por ano, já incluído o décimo terceiro. 

Isso significa que o casal teria de trabalhar 31 anos para juntar esses R$ 13 milhões – e sem gastar um tostão em comida, casa, remédio, o que quer que seja. 

E veja bem: quem diz que o Beto pagou esses R$ 13 milhões à BB Corretora de Seguros é um documento do COAF, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras, do Ministério da Fazenda. 

Mas há outra coisa que chama atenção: esses R$ 13 milhões eram apenas o que o Beto Jatene tinha LIVRES para tais pagamentos. 

Ou seja, isso não inclui os outros bens dele: carros e imóveis de luxo, postos de gasolina, casas noturnas. 

Então, há pelo menos duas perguntas necessárias aqui. 

A primeira é: qual, afinal, o tamanho da fortuna do milionário Beto Jatene? 

Segunda: de onde é que veio tanto dinheiro? 

Leia aqui a reportagem sobre esses R$ 13 milhões e a fortuna de Beto: http://pererecadavizinha.blogspot.com/2018/05/filho-de-jatene-paga-r-13-milhoes-uma.html 

Então, desafio Jatene a mostrar onde é que está o “sensacionalismo” dessa reportagem sobre os R$ 13 milhões que o filho dele pagou à BB Seguradora. 

E o desafio, também, a explicar a origem de tanto dinheiro. 

E a origem, ainda, da fortuna do sobrinho dele, o Eduardo Salles, lá em Castanhal, que muitos dizem ser o testa de ferro dele. 

Só um BMW do Eduardo Salles, que descobri em 2016, tinha o valor de mercado, declarado por ele mesmo, de quase R$ 500 mil. 

Só um carro! Fora, portanto, os demais veículos, as enormes fazendas, as milhares de cabeças de gado, os empreendimentos imobiliários, e por aí vai. 

Leia aqui sobre o último levantamento que fiz sobre a fortuna da família Jatene, e que hoje vejo que está muitíssimo subestimado: http://pererecadavizinha.blogspot.com/2014/10/fortuna-da-familia-do-governador-simao.html 

Então, desafio Jatene a mostrar onde está o “sensacionalismo”. 

Além disso, aproveito para deixar um apelo público ao ex-governador, esse nosso Midas Tupiniquim: pelo amor de Deus, me ensine essa fórmula mágica de fazer dinheiro! 

Porque eu, que vivo na maior pindaíba, tô mais do que necessitada desse milagre da multiplicação. 

FUUUIIIIII!!!!!!

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