terça-feira, 7 de maio de 2024

Tragédia no Rio Grande do Sul: a culpa é de Deus. Será?



É fácil culpar a Deus por tudo de ruim que acontece no mundo.

Há uma guerra?

A culpa é de Deus!

Houve uma pandemia?

A culpa é de Deus!

As pessoas estão passando fome?

A culpa é de Deus!

O Rio Grande do Sul foi destruído por enchentes?

A culpa é de Deus!

É sempre Deus o culpado.

É como se Ele fosse perverso e vingativo, uma espécie de espelho do diabo.

Não, a culpa nunca é do ódio, do egoísmo, da ganância do ser humano.

Somos nós os administradores, os “jardineiros” deste mundo.

Mas nunca temos responsabilidade alguma por tanta dor e sofrimento.

Agora mesmo, nas redes sociais, profetas de Baal juram que Deus é o culpado pelas tragédias que se abatem sobre o Brasil, como essa do Rio Grande do Sul.

Dizem que é a ira de Deus que tem provocado essas enchentes, por causa de um show ou de uma saia curta.

Querem que acreditemos que Deus não passa de um lunático, cuja única preocupação é matar pessoas, por causa de meia dúzia de gays e feministas.

Quando, em verdade, todas essas tragédias são obras das mãos humanas.

São obras de grandes fazendeiros, madeireiros, donos de garimpos, industriais, e dos políticos que protegem essa gente.

São esses ricaços que destroem as nossas florestas e poluem os nossos rios.

É a ganância deles a maior responsável por essas mudanças do clima, que atingem o Brasil e o mundo: as ondas de calor e de frio e as inundações.

Mas todos também somos responsáveis por tudo isso, quando não cuidamos do meio ambiente e nada fazemos para deter toda essa destruição.

Não, Deus não tem nada a ver com esses desastres ambientais, e com toda essa miséria, guerras, violência.

O mundo está assim por causa da nossa ganância, do nosso egoísmo, da nossa falta de amor ao próximo.

É o ser humano quem odeia, persegue e mata!

É o ser humano quem está acabando com toda a vida deste Planeta!

Somos nós, com o nosso amor ao dinheiro, à fama e ao poder!

Com toda essa adoração a Mamom, que transforma até igrejas em mercados.

Com esse "Cristianismo" do ódio, que é oposto a tudo o que Jesus ensinou.

Com esse "Cristianismo" de fariseus, que só se preocupa com as aparências.

Com esse "Cristianismo" que se escandaliza diante de um gay ou de uma saia curta, mas que não se escandaliza diante da fome de uma criança.

Um "Cristianismo" que acha "normal" a destruição do mundo por meia dúzia de ricaços.

Que acha "normal" pastores espancarem e assediarem mulheres e crianças.

Que acha "normal" pastor que até beija a boca da própria filha, estimulando outros homens a fazerem o mesmo.

E, novamente, a culpa é de Deus. Porque esses pastores seriam "ungidos", que ninguém pode acusar, sob pena de sofrer a ira de Deus.

Como se Deus tivesse virado um mero guarda-costas de criminosos.

Quando será que o ser humano deixará de culpar a Deus por tudo de ruim?

Quando será que o ser humano assumirá a responsabilidade pelo seu egoísmo, ganância e crueldade?

Quando pararemos de transformar Deus em um psicopata, sedento da dor de tantos inocentes?

Quando tantos irmãos deixarão de distribuir essas mentiras, essas fake news, cujo pai é o diabo? 

Essas mentiras que machucam ainda mais quem já está tão machucado?

Quando aprenderemos realmente a amar a Deus, e a ver Nele um criador amoroso e cheio de misericórdia?

De que valeu, afinal, todo o sofrimento, todo o sacrifício de Jesus?

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