sábado, 4 de maio de 2024

Reflexões sobre os presos do 8 de Janeiro: até quando os chefões nazifascistas continuarão soltos?



Dá um misto de tristeza, revolta e espanto assistir aos interrogatórios dos bolsonaristas que participaram do 8 de Janeiro, a tentativa golpista de instaurar uma ditadura nazifascista no Brasil.

Tristeza porque essas pessoas destruíram não “apenas” o patrimônio público, mas as próprias vidas.

Espanto pelo grau de perturbação mental que demonstram: elas não conseguem entender a gravidade do que fizeram.

E preferem sacrificar o bem-estar de seus filhos e a própria liberdade, a acusar Jair Bolsonaro, o nazista-mor que as colocou nessa situação.

Revolta porque Bolsonaro, militares, empresários, políticos e pastores que articularam aquela tentativa golpista continuam soltos.

E talvez assim muitos deles permaneçam, devido às tenebrosas transações que sempre marcaram a política brasileira.

Além disso, também permanecem livres os operadores das redes de fake news que levaram essas pessoas a tal nível de fanatismo.

É difícil assistir a esses interrogatórios e não sentir pena delas.

Para vacinar-se contra esse sentimento tão humano, é preciso lembrar, a todo momento, que se elas tivessem alcançado o poder ditatorial que desejavam, estariam agora nas ruas a apedrejar gays, pretos e feministas.

Entre os bolsonaristas já sentenciados, com penas que chegam até a 17 anos de cadeia, há trabalhadores que ganhavam R$ 3 mil por mês, ou até menos.

E aí você se pergunta: como é possível que gente tão pobre, que ganha R$ 3 mil por mês para sustentar uma família numerosa, sacrifique a própria liberdade, em defesa dos barões do agronegócio e de um bandido como Bolsonaro?

Isso vai muito além do massacre ideológico nosso de cada dia. É um nível de lavagem cerebral muito mais profundo, só possível nestes tempos de redes sociais sem qualquer controle social.

Uma sectarização em massa que transforma donas de casa, idosos, estudantes, operários em criminosos violentos, capazes de vandalizar prédios públicos, tentar instaurar uma ditadura nazifascista e planejar até o enforcamento de magistrados, em praça pública.

E tudo entre sorrisos, selfies, cânticos, orações. E, por vezes, com o mesmo ar inocente que exibem nesses interrogatórios.

É uma perversão de valores: eles defendem a humilhação, segregação, prisão, tortura, extermínio de outros seres humanos, por causa de religião, gênero, política, “raça”, saia curta ou sabe-se lá mais o quê.

No entanto, acham que isso é que é o “Bem”.

Acham que agem “em nome de Deus”.

E no espelho distorcido em que se veem, acreditam-se, sinceramente, os “heróis” dessa fita.

É a transformação da maldade em “bem coletivo”, e até em ideal de vida.

É a criação de um exército de fanáticos dispostos a tudo, para a construção de um “paraíso” teocrático e sanguinário.

Coisa que nos habituamos a ver, nos últimos séculos, apenas em países do Oriente.

E da qual nos acreditávamos livres, com a evolução histórica que nos conduziu ao Estado laico e à Democracia.

Entre os bolsonaristas já apenados, há idosos, pastor, desempregados, pequenos empresários, portadores de diplomas de nível superior ou apenas do ensino fundamental.

Gente de todo tipo e condição social, cujo liame parece ser exclusivamente o fanatismo político-religioso.

E há jovens, de 20 e poucos anos, que você até pensa: “ela poderia ser a minha filha”...

Pessoas que poderiam ser nossos amigos, vizinhos, familiares. Algumas, de aparência frágil e doce.

Mas que essa seita maldita, que é o bolsonazismo, transformou em um perigo para a sociedade e para elas mesmas.

Há gente que largou os filhos pequenos (crianças, adolescentes, alguns até doentes), e se jogou de uma cidade distante até Brasília, para conquistar o “direito” de perseguir e matar os outros, em nome desse novo “bem comum”.

Nos rostos de juízes que presidiram esses interrogatórios, é possível identificar, às vezes, uma certa tristeza.

Especialmente, diante de jovens que tinham um futuro promissor, mas que acabaram destruindo as próprias vidas.

Ou diante de pais e mães de crianças pequenas. E que, além de destruírem as próprias vidas, destruíram as vidas delas também.

Não creio que haja alguma coisa que se possa fazer por essas pessoas, a não ser rezar.

A meu ver, nem terapias e nem os longos anos que passarão na cadeia, conseguirão trazê-las de volta à realidade.

Elas simplesmente não entendem a gravidade do que fizeram e intentaram.

Acreditam-se “injustiçadas”, “vítimas inocentes”, “mártires” da luta por esse Estado Teocrático, que, em suas mentes perturbadas, será semelhante ao Paraíso.

E, provavelmente, continuarão a alimentar-se, na prisão, dessa realidade paralela para a qual foram abduzidas.

Todos cujos interrogatórios assisti até agora, optaram por proteger Bolsonaro: preferiram arriscar-se a longas penas de prisão, a admitir que foram as sistemáticas mentiras dele que os fizeram convergir para Brasília, no 8 de Janeiro, na expectativa de um golpe militar.

Mentiras sobre “fraude” nas urnas eletrônicas. Mentiras sobre um comunismo imaginário, que ameaçaria a liberdade religiosa e o Brasil. Mentiras sobre a iminência de um golpe militar, que Bolsonaro sempre soube impossível, sem o apoio dos EUA.

Não sei se eles tinham realmente consciência de que as pesadas sentenças eram não apenas um risco, mas o resultado previsível da opção que fizeram.

Mas também não sei se essa consciência, na irrealidade em que vivem, faria alguma diferença.

Apesar do coração apertado, ficou-me a certeza de que eles e todos os que atentarem contra Democracia têm de ser exemplarmente punidos. E sem qualquer possibilidade de anistia.

Ficou-me também a certeza de que é preciso mostrar ao povo brasileiro toda a carga destrutiva dessa seita diabólica, que é o bolsonazismo.

E, sobretudo, de que é preciso “desligar” essa fábrica de abduções mentais.

É preciso que a Sociedade e o Estado estabeleçam o controle das redes sociais, com duras penas para os criminosos que espalham fake news; e para as Big Techs donas dessas redes, que fazem cara de paisagem diante de toda essa tragédia.

É urgente, ainda, colocar Bolsonaro e os chefões nazifascistas atrás das grades. Com ou sem farda, com ou sem mandato, com ou latifúndio, com ou sem Bíblia na mão.

Eles precisam pagar não apenas pelos crimes que intentaram contra o Brasil e todos nós.

Mas, também, pelos crimes irreparáveis que cometeram contra as pessoas que fanatizaram.

Eles precisam pagar pela captura de tantos brasileiros nessa alucinação coletiva, que tanta destruição já causou.

Nem o maior tragediógrafo imaginaria uma tragédia social como a que estamos a viver: filhos expulsos de casa pelos pais, pais que já não conseguem reconhecer os próprios filhos, milhares de famílias despedaçadas por causa dessa fanatização.

Espero que todos os chefões nazifascistas peguem décadas e décadas de cadeia, para que tão cedo não vejam a luz do sol.

E que, se inferno houver, que as suas almas queimem por toda a eternidade.

Que Deus me perdoe, mas não consigo sentir nem um pingo de misericórdia por gente que usa até mães de crianças pequenas e velhinhos doentes como bucha de canhão.


FUUUIIII!!!!

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