quarta-feira, 13 de maio de 2020

Opinião: Se os evangélicos conseguirem reabrir as igrejas, será o fim do isolamento e do distanciamento sociais no Pará. E o coronavírus agradece.





Pensei, pensei e não encontrei um só motivo para que igrejas sejam consideradas um serviço essencial e possam reabrir as portas, apesar do isolamento e do distanciamento sociais, e até do Lockdown decretado em toda a Região Metropolitana.

No entanto, pastores e políticos evangélicos pressionam o governador para que isso aconteça, apesar do risco de contaminação pelo coronavírus, que isso trará aos seus fiéis e à toda a população do Pará.

Alguns afirmam que permanecerão com os cultos online, e que querem as igrejas declaradas serviço essencial apenas como “reconhecimento” da importância delas.

Mas não explicam como se conseguirá impedir que, após esse "reconhecimento", infinitas denominações evangélicas retomem a celebração de cultos presenciais, na periferia de Belém e em cidades interioranas. 

Se isso ocorrer, serão milhares de pontos de aglomeração, e milhares de adeptos a transitar pelas ruas, em um momento em que os nossos hospitais já se encontram lotados e que já temos cerca de 10 mil infectados e quase mil mortos por essa doença.

Será o fim das únicas medidas capazes de conter esse vírus: o isolamento e o distanciamento sociais.

Então, a quem interessa a reabertura dessas igrejas?

A Deus, que é Todo Amor e Misericórdia, certamente é que não é.

Afinal, se nem o Homem expõe os seus filhos ao perigo, por que Deus quereria algo assim?

Já vi evangélicos fazendo pouco caso do uso de máscaras e do distanciamento social, porque dizem: “ah, eu não preciso de nada disso, porque tenho a minha fé a me proteger”.

E no entanto, nem Jesus ousou tentar a Deus.

Quando satanás disse a Jesus “se és o Filho de Deus te atira deste monte, porque os anjos vão te segurar”, Jesus respondeu a satanás: “Não tentarás o Senhor teu Deus!”

O que nos leva a concluir que tais “crentes” devem se imaginar maiores do que Jesus, já que tentam a Deus ao se exporem a um vírus mortal.

Além disso, esses “crentes” parecem não dar a mínima aos seus semelhantes, já que tais comportamentos incentivam outras pessoas a fazerem o mesmo.

Então, é o caso de se perguntar a esses evangélicos: quanto sangue vocês estão dispostos a ter nas mãos, só para provar, por simples soberba, por simples orgulho, que têm fé em Deus?

Também fico me perguntando que crentes são esses que só conseguem orar, louvar e sentir a presença de Deus se estiverem em uma igreja.

Desde quando a gente precisa estar em uma igreja para isso?

Deus está em tudo. Deus está em cada maravilha que Ele criou!

Olhe para o céu, o azul, as nuvens, o negrume da noite, as estrelas: Deus está em tudo isso, meu irmão!

Olhe para o seu próximo, que assim como você foi feito à imagem e à semelhança de Deus.

Olhe para uma pedra, uma ave, uma flor; olhe para uma simples folha de uma árvore: Deus também está em tudo isso; tudo isso são maravilhas que Ele criou!

Então, qual a sua dificuldade de encontrar a Deus fora de uma igreja, se Ele está em tudo; se Ele É, em mim e em você?

Qual a sua dificuldade de enxergar a Deus a cada minuto, a cada hora, a cada dia?

Qual a sua dificuldade de enxergar a Deus agora, junto de você, aí na sua casa?

Não é você que proclama aos quatro ventos a sua fé em Deus?

No entanto, meu irmão, também preciso lhe dizer o seguinte: é preciso arrumar a “casa”, que é o seu coração, para que Deus possa nele morar.

E como é que se “arruma” o coração, meu irmão? 

Será que basta ir à igreja, gritar aleluia e andar com a Bíblia debaixo do braço?

Será que basta rezar pelas calçadas, como fariam até os fariseus?

No Evangelho de Mateus, Jesus disse que, no Juízo Final, vai separar os bodes das ovelhas.

E aí, dirá aos bodes: “Apartai-vos de mim, malditos! Para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos! Porque tive fome, e não me destes de comer. Tive sede, e não me destes de beber. Era estrangeiro, e não me recolhestes. Estava nu, e não me vestistes. Estava enfermo ou na prisão, e não me visitastes”.

E então, tais criaturas dirão a Jesus, provavelmente, muito espantadas: Peralá, Senhor! Quando foi, já, que a gente deixou de fazer tudo isso pra Ti?

E Ele, então, responderá, mais ou menos assim: Foi quando vocês deixaram de fazer qualquer uma dessas coisas, a qualquer um desses pequeninos; a qualquer uma dessas pessoas tão frágeis e necessitadas; a qualquer um dos seus semelhantes, a qualquer um dos seus irmãos.

É como se Jesus dissesse: me vejam no seu próximo! Me vejam no seu irmão! Ajudem o seu irmão, como se estivessem ajudando a Mim, a quem vocês dizem tanto amar! Provem que me amam, amando cada um dos seus irmãos! Mesmo aqueles tão rejeitados, tão abandonados! Mesmo aqueles que parecem, ao mundo inteiro, tão pequeninos!...

Não há mandamento maior do que o amor. O amor a Deus, sobre todas as coisas. O amor ao próximo, como a nós mesmos.

E no entanto, já vi postagens de “evangélicos”, aqui no Face, quase a comemorar essa doença, essa pandemia, por considerá-la "um castigo de Deus”.

Um deles até gargalhava, mesmo diante do sofrimento e da morte de tantos seres humanos.

E pensei comigo: devem ser os mesmos “crentes” que até profanaram a Casa de Deus, fazendo “arminha” com as mãos.

Os mesmos “crentes” que até idolatram um ídolo de pés de barro, como se fosse um novo “messias”.

E agora eu vejo evangélicos tentando reabrir igrejas, apesar do risco que isso representa para milhões de paraenses.

O risco de doença e sofrimento.

O risco de uma morte horrenda para pais, mães, filhos, avôs, avós.

Uma morte na qual não se tem nem mesmo o direito de receber o carinho, o adeus, daqueles a quem se ama.

Porque quem morre dessa doença, morre em isolamento, morre sozinho.

Morre, a tentar respirar, sem conseguir!

Falta-lhe não apenas o ar...

Faltam-lhe as mãos dos filhos e netos, que ensinou a andar e a falar.

Faltam-lhe as mãos da esposa ou do esposo, a quem tantas vezes consolou.

Fui evangélica, na adolescência, e até estudei a Bíblia, porque queria ser pastora.

E não me lembro de ver, nenhuma vez, o meu Senhor Jesus desejando o mal, ou fazendo o mal a quem quer que fosse.

Pelo contrário.

Mesmo naquela cruz, mesmo sentindo dores terríveis, por seu corpo tão machucado e por carregar todos os pecados do mundo; mesmo diante da zombaria de tantos por todo o seu sofrimento, o meu Senhor Jesus reuniu todas as forças que ainda tinha, não para maldizer, mas para implorar a Deus: “Pai, perdoai-os, porque eles não sabem o que fazem!”.

Nós, cristãos, somos a luz do mundo.

Uma luz capaz de iluminar mesmo a mais profunda escuridão.

Uma luz capaz de semear a esperança mesmo nestes tempos tão sombrios, para bilhões de seres humanos.

E essa luz é tão somente o reflexo em nós do exemplo de Nosso Senhor.

Ame o seu próximo, meu irmão.

Não o exponha ao sofrimento, a dor e à morte, apenas para provar que você tem fé, ou até para atender aos interesses de pastores-políticos.

Fique em casa e só saia em caso de muita necessidade: para comprar comida, remédio, ir ao médico, ao banco, ou se você trabalhar em algum serviço essencial.

A maior prova de amor a Deus e ao próximo que podemos dar, neste momento, é evitar que essa doença se espalhe; é ajudar a salvar vidas; é ajudar a derrotar esse vírus, em nome de Jesus!

Deus está aí com você, na sua casa, neste momento.

Dobre os seus joelhos, feche os seus olhos, cante um louvor, e você, certamente, sentirá a presença Dele.

Cada um de nós é a verdadeira Igreja de Cristo. Ele está em nós. Ele É em nós.

Que a Luz do Espírito Santo ilumine o seu coração, meu irmão.

Que o Senhor lhe abençoe e lhe guarde, e faça resplandecer o Seu rosto sobre você.

Que Ele tenha misericórdia de você.

Que Ele não permita que você, até sem perceber, acabe por fazer o mal ao seu irmão.

FUUUIIII!!!!!!

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