Se pudesse dar um golpe de Estado, Bolsonaro já o
teria feito.
Além disso, desde os primórdios de sua carreira
política, ele sempre defendeu a ditadura militar.
Logo, não há novidade alguma na presença dele em uma
manifestação pedindo “intervenção militar”.
É grave, sim; há crime, sim; é um
atentado, sim, contra a Democracia.
No entanto, é preciso não perder foco: o verdadeiro
alvo de Bolsonaro, neste momento, nem é a Democracia. Mas sim a quarentena
contra o novo coronavírus.
O xis da questão é que o Brasil e o mundo enfrentam duas
crises (uma sanitária; outra, econômica), capazes de desafiar até os melhores
administradores que este Planeta já conheceu.
Então, o que dizer de um sujeito que não possui o
mínimo preparo para o cargo que ocupa, como é o caso de Bolsonaro?
Não, o problema não é a sua baixa escolaridade:
afinal, Lula também possuía baixa escolaridade, assim como boa parte dos
prefeitos e parlamentares deste país.
O problema é o fungo da ignorância, capaz de infectar
desde o analfabeto até o sujeito que possui PhD.
Ele torna o doente incapaz de compreender a
diversidade dos seres humanos e das sociedades que criaram.
Tudo se resume a preconceitos, crendices,
magia, infalibilidade, autolatria.
Tudo é simples e exato: inexiste o aleatório e a infinita
teia de complexidades que sempre traz.
O pensamento mágico que o fungo atiça não permite enxergar
além “dos Bons e dos Maus”.
E assim, tudo o que não se amoldar a essa visão distorcida
“provém do maligno” e deve ser negado.
Daí que o doente poderá ler o que quiser; estudar o
que quiser, que, ainda assim, continuará um ignorante, a não ser, é claro, que
Deus tenha misericórdia de sua alma...
A agravar o quadro clínico de Bolsonaro, há a sua
claríssima psicopatia, decorrente de alguma má-formação ou lesão cerebral.
Qualquer ser humano com um mínimo de empatia; com um
mínimo de capacidade de “sentir” a dor do outro, jamais homenagearia um
psicopata como Brilhante Ustra, ao votar pelo impeachment da presidenta Dilma
Rousseff, torturada por aquela criatura.
Qualquer ser humano com um mínimo de empatia estremece
diante da visão de milhares de pessoas morrendo de uma doença horrível, e ainda
por cima sozinhas, e ainda por cima tendo seus corpos lançados em covas
coletivas, como ocorre em todo o mundo, em decorrência desse novo coronavírus.
Qualquer pessoa com um mínimo de empatia, sofre não
apenas com a dor daqueles que morreram em agonia, mas também diante da dor
daqueles que ficaram: seus filhos, pais, avós, maridos, esposas, que não puderam nem
mesmo se despedir daqueles a quem tanto amavam, ou ao menos lhes dar um velório
e um enterro decentes.
Mas Bolsonaro homenageou Ustra; não deu a mínima para os
traumas que até hoje Dilma deve carregar, pelas torturas que sofreu.
E agora tenta sabotar de todas as formas possíveis todo
o esforço de médicos e enfermeiros, e de governadores e de prefeitos, e do
Congresso Nacional, e do Judiciário, e de boa parte da sociedade brasileira,
para deter o avanço dessa doença e a multiplicação de cadáveres.
Ele não está nem aí se o Brasil virar uma Itália, uma
Espanha, ou até um Equador.
Ele não está nem aí nem mesmo para os integrantes de
sua seita, que estão arriscando a própria vida e de seus familiares, nessas
manifestações.
Para o duplamente doente Jair Bolsonaro tudo o que
importa é a sua vontade, as suas crenças, os seus interesses políticos, o seu
umbigo.
Não, Bolsonaro não foi a essa manifestação para
apoiar, neste momento, uma “intervenção militar”.
Em um golpe militar, nem ele, nem a sua seita, nem as
milícias que o apoiam escapariam: o governo seria exercido por um militar, ou por
militares da ativa e de alta patente – e não por um ex-capitão expulso por
indisciplina.
Ele deve ter percebido isso, aliás, durante aquela
semana em que tentou demitir Mandetta, mas foi impedido pelos militares.
Até porque há uma diferença fundamental entre
Bolsonaro e muitos dos militares que o apoiam ou apoiaram: eles também são
autoritários, mas não estão duplamente doentes.
Na verdade, o que Bolsonaro quer é intimidar o
Congresso, os governadores, o Supremo Tribunal Federal (STF) e a maioria da
sociedade brasileira, para acabar com a quarentena.
Mas a sua ida a essa manifestação, além de uma
tentativa de intimidação e de cumprir o papel de incentivar os integrantes de
sua seita, é também uma demonstração de desespero.
Bolsonaro está morrendo de medo, porque vê o poder
escapar-lhe das mãos, com a dissidência de muitos ex-aliados, e a
impossibilidade de levar governadores, prefeitos, o Congresso, o STF e a maior parte
da imprensa e da sociedade a embarcarem em sua insanidade.
É o seu sonho de poder e de glória que se esvai, em decorrência
do imprevisível, do acaso: uma epidemia causada por um vírus para o qual não há
imunidade, vacina ou remédio e que, além de matar milhares de seres humanos,
também massacra os sistemas de saúde e as economias de todo o mundo.
Bolsonaro é o sujeito errado na hora errada, já que o Planeta
precisará se reinventar, o que exige inteligência, sensibilidade, competência, criatividade,
diálogo, ou seja, um conjunto de capacidades que ele não possui e,
provavelmente, nunca possuirá.
Ele jamais compreenderá que Saúde e Economia não são
setores fechados em si mesmos ou excludentes, mas partes que se comunicam e
influenciam mutuamente, em um todo social.
Ele jamais entenderá o quanto uma enorme quantidade de
mortos e de doentes e o colapso de um sistema de saúde são nocivos para a
Economia de qualquer país.
Mesmo assim, o duplamente doente Jair Bolsonaro
persistirá em sua jornada de insanidade.
As ameaças da seita que comanda incluem até vídeos de
atiradores, com camisetas dele, em um clube de tiro, disparando armas.
Pura bravata, que só evidencia ainda mais o seu
desespero.
Boa parte dos integrantes dessa seita são empresários,
que, em geral, comparecem a essas manifestações em carrões, devidamente paramentados
com máscaras e luvas.
São pessoas que gostam de uma boa vida e que,
dificilmente, estarão dispostas a morrer por Bolsonaro.
Um punhado de seus apoiadores, talvez, se estiverem tão
doentes quanto o seu “messias”.
Mas não o grosso dos que ainda o defendem e que o
fazem muito mais por desinformação de fake news e desespero diante dessa crise, do que por
qualquer outra coisa.
E a grande pergunta é: até quando as instituições
fecharão os olhos aos crimes do bandoleiro Jair Bolsonaro?
E não “apenas” contra a Democracia, mas contra a vida
mesma de milhares de brasileiros.
O que Bolsonaro vem fazendo atenta contra a Saúde
Pública e levará à morte milhares de cidadãos, especialmente os mais pobres, os
mais vulneráveis a essa doença e ao colapso do nosso sistema de saúde.
Não, já não bastam manifestos, cartas, entrevistas, em
defesa da Democracia.
Estamos diante de um bem ainda maior, o maior de
todos: a Vida.
E as instituições precisam é agir com urgência, para
apear esse criminoso do Poder e proteger a nossa população.
FUUUIIIII!!!!!
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