terça-feira, 3 de setembro de 2013
MST cobra punição dos assassinos de Caribé. Acusado de ser mandante do crime é filho do deputado federal Josué Bengtson. Processo já tem 3 anos e ainda está na fase de instrução. Terras teriam sido griladas da União pela família Bengtson.
No face da Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SPDDH):
“MST pede justiça por agricultor morto a mando do filho do deputado Josué Bengtson.
Um ato público realizado por militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), com apoio de outros movimentos sociais e da Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SDDH), cobra justiça pela morte da liderança agrária José Valmeristo Soares, o "Caribé", assassinado há três anos no município de Santa Luzia do Pará.
Caribé foi morto quando era liderança do acampamento na fazenda Cambará, a 28km da sede do município de Santa Luzia.
Nas primeiras horas do dia 3 de setembro de 2010, Caribé e outro trabalhador chamado João Batista Galdino foram abordados por dois pistoleiros, sequestrados para um ramal onde seriam executados.
Galdino conseguiu fugir e ouviu sete disparos que tiraram a vida de Caribé.
Os dois pistoleiros e o acusado de ser mandante do crime, Marcos Bengtson, filho do pastor evangélico e deputado federal Josué Bengtson (PTB), chegaram a ser presos, mas foram colocados em liberdade pela justiça e aguardam o andamento do processo.
O ato público realizado hoje pede agilidade da justiça no andamento do processo, que ainda está na fase de instrução, mesmo já tendo se passado três anos do crime.
"É de praxe que os processos que envolvem essas elites políticas locais sejam tratados assim, nessa morosidade", diz a advogada Anna Lins, coordenadora do Programa Cidadania e Acesso à Justiça da SDDH.
"Já são três anos da morte do Caribé e até agora o processo não andou", diz o militante Ulisses Manaças, coordenador do MST no Pará.
"É importante que esse caso seja acompanhado de perto porque se trata do que nós chamamos de uma violação exemplar de direitos humanos. É um trabalhador rural assassinado a mando de pessoas ligadas a uma estrutura de poder", afirma Anna Lins.
Além do andamento do processo que apura a morte do agricultor, o ato público pede também celeridade no processo de desapropriação da fazenda Cambará para que a acampamento no local seja transformado em assentamento de reforma agrária.
"Já existe um parecer favorável do Incra para a criação do assentamento. Foi confirmado que essas terras pertencem à União e não eram propriedade dos Bengtson. Falta apenas o decreto de desapropriação", diz Manaças”.
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