Em “vacances”, onde foi surpreendido pela Perereca, o escorregadio presidente regional do PMDB, Jader Barbalho, foi logo dizendo que o partido “não tem obrigação de apoiar ninguém”, na capital.
Disse que a prioridade é a candidatura própria, onde for possível – aí incluída Belém: “Se tivermos condições, não devemos perder essa chance”.
Mas, meio cá, meio lá, observou que nada impede “conversações e coligações”.
Lembrou que o PMDB tem um pré-candidato, José Priante, que foi, inclusive, candidato ao Governo Estadual pela legenda.
E observou acerca da proposta de Mário Cardoso – virtual candidato do PT à Prefeitura de Belém - de ceder a vice ao PMDB:
_“Eu acho que ele, como candidato, é um gesto que tem obrigação de fazê-lo. Mas, cabe ao PMDB examinar a conveniência disso. Por que não o PMDB dar a cabeça da chapa?”
Jader acentuou que o processo “está apenas começando”. Daí que seja muito cedo para prognósticos.
Lembrou que o partido tem pré-candidaturas fortes, em vários municípios, como Marabá e Santarém. Mas, garantiu que não descarta “nenhuma possibilidade de conversar sobre composição”.
E disse que, se a prioridade são as candidaturas próprias, a legenda também respeitará as peculiaridades locais, para a costura das alianças.
“A minha visão é estadual. Mas, quando vou conversar com as lideranças municipais, tenho de levar em conta aquilo que pensam”, ponderou.
Ele não tem dúvidas da boa performance do PMDB, em todos os municípios paraenses:
_“Em 2004, nosso desempenho foi excelente. Abstraindo Belém, fomos o partido mais votado, com mais de 700 mil votos. Agora, mais bem estruturados, teremos um desempenho ainda melhor. Se não formos o maior, seremos um dos maiores e estaremos prontos para 2010”.
Jader lembrou isso mesmo: que a eleição deste ano é, tão somente, “uma preliminar” a 2010.
Mas não acredita que as disputas locais possam respingar na aliança estadual com o PT.
Há uma compreensão, imagina, tanto no PMDB, quanto no PT, de que haverá composições onde for possível. Mas que, onde não for possível, prevalecerá o interesse de cada legenda.
E sobre a possibilidade de recomposição da aliança com o PSDB, em 2010, o cacique peemedebista afiançou:
_Não tivemos uma aliança com o PSDB; aquilo foi circunstancial. Fizemos uma aliança desse tipo em 2002, mas, já em 2004, não foi uma aliança e muito menos em 2006. A nossa prioridade é a aliança com o PT.
Jader repisou que não terá uma postura “preconceituosa” em relação às composições destas municipais:
_Eu não trabalho com postura preconceituosa. Quem trabalha com postura preconceituosa é o PSDB. Não haverá restrições em buscar aliados, levando em conta a questão municipal.
Quer dizer: se pretende “estimular” a reprodução da aliança com o PT, o PMDB também comporá, em vários municípios, com os adversários da esfera estadual – o PSDB e o DEM.
Tranqüilo e bem-humorado, o cacique peemedebista só ativou a artilharia antiaérea em relação à Ananindeua.
A Perereca quis saber da possibilidade de aliança com os tucanos, naquele município, já que o embate entre Helder e Pioneiro poderá jogar uma pá de cal em eventual recomposição com o PSDB, em 2010.
Mas, Jader limitou-se a responder: “O candidato à reeleição deve ser o prefeito e ele é o nosso candidato”.
E, ao final da entrevista, pediu, apenas, que a repórter enfatizasse o seguinte: “Não trabalho com preconceito. A grande vítima do preconceito é o preconceituoso. Temos disso exemplos recentes no estado. E eu aprendo com os erros alheios. Até porque fica mais barato”.
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