Divagando, divagando...
I
Não há nada no mundo que me faça apoiar a reeleição de Duciomar Costa.
Não, não se trata de uma questão pessoal, ou até gramatical, em relação aquele “subi” irritante.
É uma questão humanitária, mermo.
Em relação à dona Maria e ao seu José que estão, literalmente, a morrer, devido à ação da quadrilha desse indivíduo.
Já ando nisso há anos. Mas, tenho cá pra mim, com os meus botões, que há um limite para a negociação política.
E esse senhor, Duciomar Costa, ultrapassou todos os limites.
Tornou-se, para nós, uma espécie de Odorico Paraguaçu, sempre em busca de cadáveres.
Um Herodes no tucupi, a assassinar bebezinhos.
Um monstro, nada além de um monstro.
E monstro, bicho, a gente simplesmente ignora, pois não?
Belém não merece isso. Produzimos o maior movimento social da História.
Como, então, podemos imaginar que a nossa cidade possa se tornar refém de meia dúzia de bandidos?
Para mim, Dudu não passa do agenciador dos Irmãos Metralha.
É o doente, o psicopata, a comandar toda sorte de patifaria com o dinheiro público.
Lembro do Papudinho e do Edmilson.
Nenhum foi honesto, bacana, como Belém mereceria. Mas, deixaram alguma coisa.
O Papudinho, a Doca, o 192 e as lixeiras da Ebal.
O Ed, o Jurunas todo saneado e parcialmente asfaltado, assim como a Cremação.
Mas, o que o Dudu nos deixará, além de roubar?
Ele fica se apegando ao Portal. Mas, será que milhares de janelas para o rio valem uma única vida?
Além disso, ainda não há nada dele que possamos lembrar, além do sofrimento e da morte da nossa gente.
Para mim, há duas fotografias pungentes na vida.
A primeira é a daquelas crianças correndo, desesperadas, do Napalm estadounidense no Vietnan.
A segunda, porque está bem próxima, é a daquela mãe com o filho morto nos braços, a sair de um posto de saúde de Belém.
E que importa se era a tia, a avó ou a prima, como disse, depois, o Diário.
Era uma criança que morreu num posto de saúde. E ponto.
Pode-se até argumentar que as câmeras estavam à espera de.
Mas, eu proponho o raciocínio inverso: a morte é tanta, a fedentina da latrina é tamanha, que não há mais como esconder.
Para mim, portanto, não há acordo.
Para mim, ainda é menos pior o Fernandinho Douradinho e o Viquinho.
Até porque acho que Valéria tem um pouco mais de inteligência e sensibilidade.
Já trabalhei com ela. E sei do que estou falando.
II
Sei que, estrategicamente, é bem mais fácil ao PSDB justificar o apoio ao Dudu.
O Jatene raciocinou assim (e eu sei como ele raciocina): Dudu se reelege, na capital, que detém 30% do eleitorado.
Ele, Dudu, não tem ambição, além de estar com a amante em Brasília. Não será, portanto, candidato ao Governo. Até porque é um enfermo neurológico, facilmente manobrável.
Logo, me apoiará, a mim (Jatene), ao Governo do Estado, em 2010.
Até porque já abriga a minha gente e sabe que pode confiar, porque ela não dá um pio.
E eu, se pudesse, diria ao Jatene que esse é um dos raciocínios mais simplórios que já vi na vida.
Nem parece teu, viste? Nem parece teu...
Em primeiro lugar, não contas com a corte e com os incensos, que alimentam todas as ambições.
Em segundo lugar, isso é rame-rame matemático, demasiado para a política.
E, se lá pelas tantas, mesmo sem incenso e corte, essa criatura se convencer, per si, de que é um bom administrador?
E se essa criatura – que é humana – quiser provar alguma coisa a si mesma e a outrem?
E se essa criatura considerar, simplesmente, natural, ascender mais um patamar?
Infelizmente, Barão, as pessoas, as mentes, não são tão lógicas.
Pesa nelas - em nós - muito além do número frio; uma infinidade de circunstâncias e de sentimentos.
As pessoas são assim, né mermo, Jatene? Que se há de fazer?
As gentes se compõem e recompõem de experiências, muito além do que o outro poderá entender.
Por isso, nada, em se tratando de pessoas, é certo. Nada é justo, nada é o que deveria ser.
Pessoas são como tempestades reprimidas nos céus.
Por isso, para entendê-las, é preciso sondar, conhecer, os sinais que os céus se esmeram em esconder.
Pessoas não são números, não são exatas: são sentimentos, desejos de.
Assim, não contes que conheces a quem manobras: quem sabe, não é ele a te manobrar, afinal?
III
Não quero mais pensar nisso.
Não quero mais saber de política.
Estou contando os dias para ir-me embora para Algodoal. Vou viver o mar. Ser o mar.
Até porque não preciso de nada disso.
Dinheiro, status, poder não me dizem merda alguma.
Que as pessoas morram por isso: quero mais é viver.
E viver em frente ao mar.
Encharcar os olhos e a alma de mar. E ver a vida, ser a vida, como os bichinhos que brotam aos meus pés...
Mas, gostaria de dizer a Valéria que ela, se for mermo catita, como penso que é, terá jogo de cintura para conseguir os apoios necessários a essa eleição.
A senha veio do julgamento do STF.
A hora é de negociar. De fazer-se acreditar. De olhar no olho – e conquistar.
É o toma-lá-dá-cá, mas, com uma coisinha a mais: creia, você pode confiar em mim!...
E agora quero mais é beber em paz, enquanto faço a contagem regressiva para Algodoal.
Vocês já pararam para pensar?
Vou realizar o sonho de cada um de vocês!
E há alguém mais habilitado a isso que eu, a Perereca da Vizinha?
Não, de certeza, que não!
Beijinhos!
FUUUIIIII!
2 comentários:
Concordo com tudo que dissestes a respeito do farsante do Dudú,discordo quando chamas Edmilson de desonesto,me refiro a pessoa do Edmilson,não aos assessores,pois,que eu saiba Edmilson manda as favas bens materiais,como você também manda e por último lamento sua escolha pela Valéria ou seria o Vic?
Ana Célia,
Aceito críticas de todas as formas na minha carreira política.
Só não aceito que mexam com a minha honra, que já não é mais minha, é dos meus filhos. Portanto, é sagrada.
Nem você, nem ninguém.
Ela, ninguém vai roubar.
Você tem a sua, e eu respeito. É sagrada também.
Eu tenho a minha, e também peço respeito.
Sempre tive por você respeito e admiração, e já mostrei isso, até mais do que deveria, mas não me arrependo.
Já até briguei por você pelo direito de não se misturar política com o seu lado profissional.
A Valéria, então, nem se fala. Mas isso, é um problema dela e talvez um dia chegue aos seus ouvidos o que ela passou para ter você trabalhando ao seu lado.
Quando você me desqualifica no seu blog, não posso ficar calado.
Só lhe digo uma coisa: não sou ladrão, não sou bandido e não mereço esse tipo de comentário.
De você, não espero elogios. Só justiça.
Só isso.
Um feliz Círio,
Vic Pires Franco
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