sábado, 10 de julho de 2021

E quando acabarem as balas, generais?


 

Quatro bolsominions fardados (os três comandantes da Forças Armadas e o ministro da Defesa) resolveram aloprar, o que, aliás, é o “estado normal” dos minions, na realidade paralela em que vivem.

Nesta semana, eles cometeram um documento, reforçado em entrevista pelo minion da Aeronáutica, com ameaças à CPI do Genocídio e, por extensão, à Democracia e à toda a sociedade brasileira.

Sim, porque a Democracia, arduamente conquistada, é um direito, um pertence, de cada um de nós.

E é nela que reside o poder de investigação da CPI, para que possamos punir os responsáveis por esse genocídio, que já nos custou mais de meio milhão de vidas.

Tal ameaça, despertou-me a curiosidade de saber quantos, afinal, são os nossos militares.

E pasmem, leitores: são menos de 400 mil soldados da ativa, e menos de 1,4 milhão da reserva.

Somados, não representam nem 1% da população brasileira, que é estimada em mais de 211 milhões de pessoas, segundo o IBGE.

Quero crer que a maioria dos nossos soldados esteja realmente em condições para o combate, ao contrário de muitos de seus pançudos comandantes, que abusam da picanha e do leite condensado.

No entanto, é enorme a disparidade numérica.

Além disso, eles nem mesmo estão armados até os dentes.

Em novembro do ano passado, quando Bolsonaro ameaçou usar “a pólvora” contra os Estados Unidos (e sabe-se lá se não foi literalmente...), as redes sociais resgataram uma reportagem do G1, de 2012, realizada com base em informações de militares, da ativa e da reserva.

Segundo um deles, a quantidade de munição de que dispunham sempre foi “ínfima”.

Outro chegou a afirmar que o Exército, a maior das três Forças, possuía munição para apenas 1 HORA de guerra.

Não bastasse isso, boa parte de seus armamentos tinham décadas de uso.

Há quem desminta essas informações, tratando-as como “sensacionalismo” da imprensa.

Mas o fato é que elas vieram dos próprios militares.

De lá para cá, não houve nada a indicar grandes alterações nesse quadro, até porque o Exército consome quase todo o seu orçamento com o pagamento dos próprios salários e com as pensões da sua parentela.

Daí que fiquei a pensar: mas o que é que esses gatos pingados pretendem fazer quando as balas acabarem?

Vão atirar paus e pedras, na esperança de nos empurrar até a borda da Terra plana?

Brincadeiras à parte, creio, no entanto, que as nossas Forças Armadas não são formadas majoritariamente por minions sem-noção (e desculpem o pleonasmo vicioso).

Acredito, sim, que a maioria dos nossos militares não embarcará em uma aventura golpista, sangrenta e fadada ao fracasso, que poderá até resultar em condenações penais, em um tribunal internacional, tendo em vista o isolamento mundial do bolsonarismo.

Penso que somente os minions, com as suas cabeças de camarão(outro pleonasmo), é que realmente acreditam no êxito de uma empreitada dessas, em um país-continente tão populoso, repleto de riquezas capazes de impactar até o futuro da espécie humana.

Só mesmo os minions, com o seu juízo de galinha, é que não conseguem perceber, também, a abissal diferença entre o Brasil de 1964 e o Brasil deste Século 21.

Em 1964, aquando do golpe militar, tínhamos um país agrário, com baixíssima Educação e quase sem acesso a direitos de Cidadania, além de uma informação controlável, que não chegava à maioria da população.

Hoje, temos um Brasil principalmente urbano, melhores níveis educacionais e direitos de Cidadania, que vão chegando mesmo às localidades mais distantes, com toda a consciência que isso traz.

Mas, sobretudo, temos infinitamente mais e incontrolável informação, como acontece, aliás, em grande parte do mundo.

Isso significa que se tornou impossível manter “em segredo” torturas, sequestros, prisões, “desaparecimentos” e assassinatos de oposicionistas, como aconteceu na ditadura militar.

Nesta Era da internet, blogs, portais de notícias e redes sociais, um caso de tortura e assassinato corre o mundo em minutos, gerando uma onda de indignação e obrigando à ação dos governos, ainda mais em se tratando de um país estratégico, como é o nosso.

Não, generais: em um eventual golpe militar, os senhores não conseguiriam se manter no poder, mesmo que resolvessem atirar nas multidões, à semelhança de alguns dos piores tiranos da História.

E para os senhores não haveria “cavalaria”.

Pelo contrário: para nós, o povo brasileiro, é que haveria “cavalaria”, e até o “aiô, Rin-tin!”...

Livrem-se, enquanto há tempo, dos minions golpistas que estão a destruir a imagem das Forças Armadas.

Todos sabemos dos relevantes serviços do Exército, Marinha e Aeronáutica ao nosso povo.

Os senhores são linha de frente não apenas na defesa do nosso território, mas até na ajuda humanitária e cotidiana a comunidades isoladas.

Respeito os senhores, da mesma forma que respeito os nossos policiais, que, todos os dias, arriscam as próprias vidas nas ruas, para garantir a nossa segurança.

No entanto, não abusem da nossa paciência, permitindo que minions fardados ameacem a Democracia e a República.

Nosso povo não quer guerra, muito menos entre irmãos: quer é empregos, vacinas, comida na mesa.

Nosso povo não quer um país servil às potências estrangeiras: quer é uma pátria soberana, social e economicamente desenvolvida, que proporcione melhor qualidade de vida e um futuro promissor, à cada família deste país.

Nosso povo é verdadeiramente cristão e sabe que Deus não perdoa aqueles que derramam o sangue do próprio irmão.

Somos uma ampla frente de cidadãos, com opções políticas da esquerda à direita.

O que nos une é a certeza de que a Democracia é a única via possível para o futuro que almejamos para esta Nação, tão múltipla em suas colorações.

Tenho certeza de que esse sonho de uma país soberano, justo, desenvolvido, sem ódios e muito mais feliz, também habita o coração da maior parte dos senhores.

Mas, como já dito, não abusem da nossa paciência.

É verdade, como insinuou o minion que hoje comanda a Aeronáutica, que um homem armado não ameaça: avisa.

No entanto, somos a maioria esmagadora desta Nação, temos a Lei a nosso lado e contamos com o apoio de todas as nações democráticas do Planeta.

Este país também é nosso, dos 70% à esquerda e à direita que rejeitamos Bolsonaro, o fascismo e todas as quarteladas.

E não haverá balas suficientes para nos assustar ou deter, nessa tentativa dos senhores de roubar o Brasil de nós.

FUUUIIIII!!!!!!  

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