quinta-feira, 19 de março de 2020
Quantos seres humanos o coronavírus matará? E se entre os mortos estiver o seu pai, mãe ou avó?
Pelo que li, a Covid-19 (que é a doença causada por esse novo coronavírus) pode provocar sintomas graves em 20% dos infectados (ou seja, os contaminados), e matar de 2% a 3% deles.
Mas quantos são os infectados? Ninguém sabe.
O número que sabemos é apenas daquelas pessoas cujos testes deram positivo.
No entanto, 80% dos infectados apresentam sintomas leves, ou até nenhum sintoma. Por isso, muitas vezes eles nem chegam a fazer esse teste.
Além disso, qual é o nosso “potencial de infectáveis”, ou seja, quantas pessoas podem, afinal, “pegar” esse vírus?
Essa é uma pergunta muito importante, já que somos 210 milhões de brasileiros.
E se todos estivermos nesse “potencial de infectáveis”, isso significa que milhões poderão morrer por causa dessa doença.
Mas por que é que estou levantando essa possibilidade, provavelmente exagerada, de milhões de mortos?
É por que quero que você entre em pânico? Não. Até porque o pânico não resolve nada e leva a atitudes burras, que podem é colocar em risco a vida dos outros e até a SUA própria vida.
O que eu quero é que você, que ainda não entendeu a gravidade dessa doença, pare de achar que não tem nada a ver com isso.
O que eu quero é que você comece a encarar a Covid-19 como um problema de saúde muito grave, que envolve milhões de seres humanos.
Não, não estamos a falar apenas de números ou de estatísticas: estamos a falar de gente de carne e osso, que pode estar bem aí ao seu lado.
É verdade: as pessoas com maior possibilidade de apresentarem sintomas graves, ou até de morrerem, são aquelas com mais de 60 anos e que já têm alguma doença ou problema de saúde complicado, tipo diabetes, sistema imunológico diminuído, doenças do pulmão e do coração, e por aí vai.
E se não lhe comove a possibilidade da morte de tanta gente, então, pense o seguinte: quem pode morrer é o seu pai, a sua mãe, o seu tio, a sua tia, o seu avô, a sua avó.
Quem pode morrer é aquela pessoa que fez tudo por você; aquela pessoa, que, muitas vezes, é o seu melhor amigo ou amiga.
Quem pode morrer é uma pessoa a quem você ama muito e que lhe ama muito também. E que, certamente, vai fazer uma falta danada, quando se for.
Então, se não adianta entrar em pânico, também não adianta de nada a sua indiferença.
Todos temos de nos comprometer com as medidas adotadas e divulgadas pelas autoridades de saúde, para evitar uma tragédia.
Veja bem: se conseguirmos reduzir a transmissão dessa doença, principalmente aos nossos pais e avós, reduziremos a quantidade de casos graves.
E se os casos graves forem chegando só aos poucos aos nossos hospitais, esses doentes poderão receber um bom tratamento, o que diminuirá o número de mortes.
Mas se tivermos uma explosão de casos graves, os nossos hospitais não conseguirão tratar todos eles.
E aí, muitos vovôs e vovós que poderiam até sobreviver a essa doença, podem é acabar morrendo, por falta de atendimento.
E não pense que “apenas” os hospitais públicos seriam afetados por uma explosão de casos graves: os hospitais particulares, que atendem o plano de saúde de seus pais ou avós, também entrariam em colapso.
Porque esse vírus (assim como qualquer vírus, e isso é muito importante que você entenda) não faz diferença entre ricos, pobres e remediados.
Então, todos temos de fazer a nossa parte.
Evite aglomerações e evite viajar ou sair de casa sem necessidade.
Ou seja, adie, por duas semanas ou até um mês, aquela sua ida a um shopping, barzinho, restaurante, praia, e por aí vai.
Aproveite para namorar o seu parceiro ou parceira, conversar com ele (ela) e com os seus filhos; ver aquele filme, série, novela, de que tanto você gosta.
Mas, se precisar sair, lave muito bem as mãos com água e sabão, durante pelo menos 20 segundos, ou desinfete as mãos com álcool em gel, assim que chegar em casa. Faça isso SEMPRE, também, antes de pegar em comida ou de tocar na sua boca, olhos ou nariz.
Aliás, tente desinfetar as mãos também quando estiver na rua, depois de apertar botões de elevadores, pegar no corrimão de escadas, carrinhos de supermercados, bancos e apoios dos ônibus, e todas as outras coisas que muitas pessoas tenham tocado.
Evite, também, ficar cumprimentando as pessoas com beijos, abraços e apertos de mão.
Evite, ainda, falar muito perto dos outros, ou tossir em cima dos outros. Quando vier a tosse, cubra a boca com o braço, se não tiver um guardanapo, que depois deve ser jogado no lixo.
De jeito nenhum, compartilhe copos, talheres ou o seu celular (ou o celular de outra pessoa).
Além disso, mantenha distância de pelo menos um metro das outras pessoas, quando estiver em locais públicos.
Sabe por que isso tudo é muito importante?
Porque o coronavírus se transmite pelo ar, mas também pelas pequenas gotas de saliva (o cuspe, mano) que saem da nossa boca, quando a gente fala, por exemplo.
E ele entra no nosso corpo através da boca, nariz e olhos (daí a necessidade de a gente NÃO coçar o nariz, ou esfregar os olhos, depois de pegar em alguma coisa que muita gente pegou. É preciso, antes, lavar ou desinfetar muito bem as mãos).
Veja: quem estiver contaminado, mesmo que não tenha sintoma nenhum, pode estar transmitindo essa doença.
E através dessa pessoa contaminada, que nem imagina que está contaminada, a Covid-19 pode chegar aos nossos vovôs e vovós, que poderão, sim, ter complicações muito graves.
Outro ponto também muito importante é SEMPRE procurar informações confiáveis, para se comprometer com essa grande Corrente do Bem.
Tais informações você encontra, por exemplo, no site da Secretaria Estadual de Saúde, a Sespa: http://www.saude.pa.gov.br/coronavirus/
Também encontra no site da Prefeitura de Belém: http://www.belem.pa.gov.br/
E, na Escola de Governo do Pará, há até aulas gratuitas, via internet, sobre essa doença: http://ead.egpa.pa.gov.br/
Em todo o mundo, já existem 191.127 casos confirmados da Covid-19, com 7.807 mortes, infelizmente.
Mas o Brasil parece estar conseguindo manter (ainda) algum controle sobre essa doença.
Segundo o Ministério da Saúde, até ontem à noite (18 de março), tínhamos 11.278 casos suspeitos, mas apenas 428 casos já confirmados e 4 mortes (http://plataforma.saude.gov.br/novocoronavirus/#COVID-19-brazil)
No entanto, já tínhamos 5 estados (Pernambuco, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina) que registravam “transmissão comunitária”, que é quando o vírus já circula em determinado lugar, e os moradores são contaminados por outros moradores, sem que qualquer deles tenha estado em algum país onde o vírus já estava presente.
Como você já deve estar imaginando, a “transmissão comunitária” leva ao aparecimento de muitos casos e já não se consegue saber quem contaminou quem, ou “monitorar” (acompanhar a saúde) de tantas pessoas possivelmente contaminadas.
(Hoje à tarde, esses números foram atualizados. O Brasil já tem 621 casos confirmados de Covid-19, com 7 mortes, e já são 6 os estados com “transmissão comunitária”. Leia aqui: https://exame.abril.com.br/brasil/numero-infectados-coronavirus-brasil/ )
Mas a situação desses 5 estados é muito diferente da situação do Pará.
Ontem (18), tivemos confirmado o primeiro caso de Covid-19, no Pará: o rapaz, de 37 anos, teve até de ser atendido em um hospital particular, por causa dos sintomas que apresentou.
(No boletim divulgado hoje, a Sespa informa que, além desse caso confirmado, há 74 “em análise”, no Pará. Leia aqui: https://www.diarioonline.com.br/noticias/para/578842/coronavirus-boletim-desta-quinta-19-informa-que-ha-um-caso-confirmado-e-74-em-analise-no-para).
Mas esse rapaz, que é de Belém, pegou a doença no Rio de Janeiro, onde foi passar o Carnaval.
Leia aqui: http://www.belem.pa.gov.br/
Aqui: https://www.diarioonline.com.br/noticias/para/578674/paraense-com-coronavirus-foi-contaminado-no-carnaval-do-rio
E aqui: https://agenciapara.com.br/noticia/18484/
Então, ainda dá para “monitorar” não apenas esse rapaz, mas também as pessoas com quem ele teve contato.
E se o Governo do Estado, a Prefeitura de Belém, as prefeituras de todos os municípios paraenses e, principalmente, cada um de nós, continuarmos a fazer a nossa parte, é possível, sim, manter essa grave doença sob controle, o que significa salvar muitas e muitas vidas.
Outro ponto importante para essa grande Corrente do Bem é NÃO acreditar em Fake News, ou seja, em notícias falsas, que muitas vezes nos chegam através de grupos do WhatsApp, ou que circulam em vídeos da internet.
NÃO, o vinagre culinário NÃO é melhor do que o álcool em gel, para desinfetar mãos e objetos;
NÃO, os 70% do álcool em gel NÃO são de água: são de álcool, mesmo!
NÃO, o gel não reduz o poder do álcool: pelo contrário, o que o gel faz é melhorar esse poder, já que o álcool permanece por mais tempo nas mãos.
E SIM, o nosso sistema de saúde pode entrar em colapso, e muita gente pode morrer por falta de atendimento, se acharmos que essa doença é um “problema menor”.
Entenda: temos, SIM, doenças muito mais mortais, mas elas, em geral, NÃO se alastram, disseminam, espalham com essa velocidade enorme da Covid-19.
Lembre que esse novo vírus foi confirmado em 31 de dezembro do ano passado, e que eram pouquíssimos casos, lá no interior da China.
Mas, já no último 11 de março (ou menos de 3 meses depois), tínhamos 118 mil casos, em 114 países, e 4.291 mortes.
Isso, aliás, levou a Organização Mundial de Saúde (OMS) a declarar que se trata de uma pandemia, ou seja, que se trata de uma nova doença que se espalhou, ao mesmo tempo, por vários continentes.
NÃO, NÃO existe remédio caseiro ou milagroso contra a Covid-19: nem óleo ou água benta, sabonete do rio Jordão, água com limão, elixir vendido na internet, vitamina, suco verde, gengibre, “meditação quântica”, auto-hipnose, Hoʻoponopono, ThetaHealing, acupuntura, e por aí vai.
Aliás, simplesmente não existe remédio para essa doença.
O que melhor funciona é a PREVENÇÃO: é seguir as medidas, as atitudes, os comportamentos, que as autoridades de saúde estão recomendando, para evitar pegar o vírus.
Veja algumas das principais Fake News sobre o novo coronavírus, inclusive o papo furado de que ele não “prospera” em lugares de temperatura mais quente.
Aqui: https://g1.globo.com/fato-ou-fake/noticia/2020/01/28/veja-o-que-e-fato-ou-fake-sobre-o-coronavirus.ghtml
E aqui: https://exame.abril.com.br/mundo/5-fake-news-sobre-coronavirus-que-estao-circulando-pelo-mundo/
Além disso, apesar do que afirmam alguns pastores, o coronavírus NÃO é uma “invenção de satanás” e NÃO vai ajudar em nada você ir à igreja rezar ou orar, ou até sair em procissão.
Pelo contrário: aglomerações podem é fazer com que esse vírus se espalhe ainda mais.
Além disso, se expor ao perigo ou a uma doença não é “prova de fé”: na verdade, isso é tentar a Deus, meu irmão!
Quando satanás disse a Jesus “Se és o Filho de Deus, te atira deste monte, porque os anjos vão te segurar”, o que foi que Jesus fez? Ele se atirou?
Não. O que Jesus fez foi responder a satanás: “Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu Deus”.
Então, se nem Jesus ousou tentar a Deus, por que é que você, um simples ser humano, um simples pecador, vai fazer algo assim?
Você quer rezar? Reze em casa!
Deus vai lhe ouvir do mesmo jeito.
E ainda vai apreciar (e muito) a sua preocupação com as outras pessoas.
Quer saber mais, e de uma fonte confiável, sobre como se prevenir contra essa doença?
Então, leia essa excelente reportagem da BBC Brasil: https://www.bbc.com/portuguese/geral-51318710
Por último, quero deixar um alerta a todos os manos paraenses: NÃO, nós NÃO possuímos um super sistema imunológico, uma super defesa corporal contra vírus e bactérias.
É apenas piada essa história que já ouvi (e da qual ri bastante, aliás), que o nosso “empreendedor” mosquito da dengue vai perguntar ao coronavírus quem é ele, afinal, na fila do pão...
O fato de sobrevivermos às doenças transmitidas pelo “laborioso” Aedes Aegypti, ou às muitas doenças causadas pelo contato com a água contaminada trazida pelas nossas enchentes, ou pelos nossos rios poluídos, não nos coloca acima dos demais seres humanos, em termos de resistência a doenças.
Na verdade, a tendência é que tudo isso nos torne até mais frágeis, já que essas doenças nos enfraquecem, em vários momentos da nossa vida.
Então, fique esperto, mano!
Não caia na besteira de acreditar que essa doença não é grave, ou que a gente é algum parente dos X-Mens ou do “Super Capitão Açaí”...
Faça a sua parte; façamos, TODOS, a nossa parte.
Vamos ficar em casa o mais possível.
Vamos sair à rua só em caso de muita necessidade, para ir trabalhar, ir ao supermercado, ir à farmácia, por exemplo, o que vale, principalmente, para quem tem mais de 60 anos e já tem alguma doença grave ou imunidade diminuída.
Assim, quem sabe, a gente consiga continuar controlando essa doença.
Para que os nossos pais e avós continuem por muitos anos juntinhos de nós, a nos dar todo esse carinho, todo esse amor, que só eles sabem nos dar.
FUUUIIIII!!!!!
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