Por
Fernando Alves (Assessoria de Comunicação Social MPPA)
A promotora de Justiça Sintia Bibas Maradei, atual
responsável pela 5ª Promotoria de Justiça Criminal de Icoaraci, ofereceu
denúncia à Justiça contra Márcio Cruz da Conceição, que está preso sob a acusação
de torturar, ameaçar e obrigar a ex-namorada a comer fezes de animal.
A vítima
foi mantida em cárcere privado e submetida a cinco horas de agressão. O caso
gerou ampla repercussão pela crueldade do suposto agressor.
Na denúncia encaminhada nesta quinta-feira (11) à vara
criminal de Icoaraci, o Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) pede à
Justiça que Márcio Cruz da Conceição seja condenado pela prática dos crimes de
tortura, lesão corporal e perigo à vida, com vários agravantes, como causar
deformidade permanente, se enquadrar como violência doméstica, ter provocado
lesão grave, ter ocorrido mediante sequestro e com característica de estupro e
ter como vítima uma mulher.
A somatória das penas pelos crimes cometidos pode
resultar em condenação à prisão por período próximo a 30 anos.
De acordo com a promotora Sintia Bibas Maradei, o
suposto agressor não foi denunciado por tentativa de feminicídio pois, a
princípio, a violência não foi motivada pelo fato de a vítima ser mulher. “Mas
se obtivermos outras provas, podemos fazer o aditamento da denúncia”, explica.
Além de pedir a condenação de Márcio Cruz pelos crimes
citados, a promotora também requereu que a Justiça fixe um valor mínimo para
que o suposto agressor indenize a vítima a título de reparação dos danos
causados.
Relembre
o caso
Márcio Cruz, de 19 anos, está preso preventivamente em
cadeia pública, a pedido do MPPA, desde o último dia 2 de julho. Ele foi detido
por uma equipe da Polícia Civil no bairro do Paar, em Ananindeua, acusado de
torturar e ameaçar a ex-namorada.
O pedido de prisão foi feito pelo promotor de Justiça
Mauro Mendes, titular da Promotoria de Justiça de Icoaraci, local onde ocorreu
o crime. A motivação da agressão, segundo denúncia feita pela vítima, foi a
insatisfação com o término do relacionamento.
No pedido de prisão, o promotor Mauro Mendes detalhou
que no último dia 23 de junho, Márcio Cruz convidou a vítima para almoçar em
sua residência. Chegando lá, o homem estava sozinho e mandou a vítima entrar.
Na entrada, ele disse, textuais: “eu te avisei que o fim era triste”. Na
sequência, começou a agredir a ex-namorada com uma barra de ferro, provocando
vários hematomas pelo corpo.
Em seguida, segurando uma faca para que não fugisse,
raspou sua cabeça com uma navalha, cortando a região supraciliar esquerda e
ocasionando múltiplos ferimentos na região do couro cabeludo.
Ainda com a faca, Márcio cortou superficialmente o
rosto da vítima no formato da letra “M” em sua testa, jogou sabão em seus
olhos, urinou em sua boca, fez a referida comer fezes de cachorro, jogou água
sanitária em seu rosto e gravou um vídeo após realizar as lesões. O vídeo foi enviado
aos familiares da mulher agredida.
O acusado também gravou mensagens de áudio ameaçando a
ex-namorada. Em alguns trechos, Márcio diz que “eu só não te matei mesmo,
vagabund*, porque tua vida vale menos que merd* e minha liberdade, sua rata”.
Informações contidas no inquérito policial registram
que a tortura durou cerca de cinco horas, cessando somente após a vítima ter
conseguido escapar por uma janela da residência.
Márcio Cruz é suspeito de ter envolvimento com o
tráfico de drogas e de ser integrante da organização criminosa Comando
Vermelho.
Nenhum comentário:
Postar um comentário