Posto de Saúde do Paracuri |
Posto "Vapt-Vupt" |
Unidade de Saúde do Outeiro |
Unidade de Saúde do Outeiro |
É mesmo uma saúde em petição de miséria. Na noite de ontem, o programa Fantástico, da Rede Globo, exibiu reportagem sobre a situação alarmante dos postos de saúde brasileiros. Fiscais dos conselhos regionais de Medicina visitaram mais de dois mil deles. Mesmo assim, Pará e Belém mereceram destaque: quatro das oito unidades de saúde mostradas no programa são paraenses.
“Cachoeira”, pela quantidade de goteiras; “Mágico”, pelas estranhíssimas adaptações que transformaram até quintal em “consultório”; “Vapt-Vupt”, pela brevidade do horário de atendimento; e “Blindado”, pelas medidas adotadas após protestos populares decorrentes da falta de medicamentos foram os apelidos dados pelos repórteres do Fantástico a essas unidades de Saúde do Pará.
A primeira mostrada na reportagem foi a Unidade Básica de Saúde Celina Lameira do Nascimento, de Marituba, apelidada de “Posto Cachoeira”: as imagens de TV documentaram a chuva caindo em profusão em uma sala, devido às goteiras.
Segundo um funcionário, o problema é que desde que foi inaugurado, há 10 anos, o prédio não recebeu manutenção.
Em nota ao Fantástico, a Secretaria de Saúde de Marituba disse que vai reformar o telhado.
Um “S” em destaque
Mas o grande destaque foi mesmo a capital, Belém, onde ficam três dos oito postos que ilustraram a reportagem – os demais estão nos estados do Rio de Janeiro (1), Alagoas (2) e Espírito Santo (1).
A Unidade de Saúde da Família do Paracuri foi chamada de “Posto Mágico”. Lá, disse o repórter, “nada é o que parece”: a geladeira virou estante; o freezer, caixa de correio; a maca serve de mesa e a cozinha e o quintal se transformaram em consultórios.
Outra Unidade de Saúde da Família, que o programa não mencionou o endereço, mas que aparentemente fica no Outeiro, foi chamada de “Vapt-Vupt”: ela funciona apenas das 7h15 ao meio-dia, segundo informou uma funcionária.
O terceiro posto de Belém mostrado pelo Fantástico, e apelidado de “Blindado”, foi a Unidade de Saúde do Outeiro: lá, os medicamentos são entregues aos pacientes através de uma abertura bem reduzida, que não permite ver o rosto do funcionário. Tudo devido a ameaças de agressão a servidores, em decorrência da falta de remédios.
No “Blindado”, aliás, não há nem mesmo anti-inflamatórios, contou uma funcionária.
Com o filho no colo, um homem que esteve no posto acabou obrigado a comprar Nimesulida em uma farmácia próxima, já que o menino precisava do remédio, devido a uma lesão no pé. Com isso, acabou ficando sem dinheiro para pagar o transporte de volta pra casa, a três quilômetros do “Blindado”.
Em nota ao Fantástico, a Prefeitura de Belém, já no terceiro ano do mandato do prefeito Zenaldo Coutinho, afirmou que abrirá procedimentos administrativos para apurar os problemas.
Veja
a reportagem completa do Fantástico: http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2015/03/fantastico-mostra-situacao-alarmante-dos-postos-de-saude-brasileiros.html
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