O Sindicato dos Jornalistas do
Pará enviou nota à Perereca da Vizinha, na qual responde ao diretor do
jornal Diário do Pará que falou ao blog ontem, 24 (leia a postagem aqui:
http://pererecadavizinha.blogspot.com.br/2013/09/diretor-do-diario-do-para-rebate.html).
Eis a nota do Sinjor:
“RESPOSTA
DO SINJOR-PA
O Sindicato dos Jornalistas do
Pará (Sinjor-PA), que foi citado na entrevista de um diretor do jornal Diário
do Pará, publicada na última terça-feira, 24, no blog Perereca da Vizinha, vem
a público questionar por que o entrevistado se recusou a se identificar? Do que
ele tem medo? Ou será vergonha? Ou será mesmo a velha intransigência do empresa
que é "tida" como a maior potência jornalistica do estado, mas
contraditoriamente, é o pior salário que o jornalista recebe neste estado.
O comportamento desse diretor só
reproduz a postura do Grupo RBA, que desde o início da tentativa de negociação
do acordo coletivo, em abril deste ano, insiste em esconder-se,
esquivar-se, omitir-se, evitando o diálogo com a categoria e, precisamente, a
solução dos sérios impasses que permeiam aquele ambiente de trabalho.
Uma coisa precisa ficar bem
clara: o Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão do Pará (Sertep) é uma
coisa, e Diário (leia-se, grupo RBA) é outra. A empresa e esse diretor, seja
quem for, sabem muito bem disso.
Uma coisa é o tratamento
dispensado às pequenas e microempresas, por meio do Sertep, com o qual o
Sinjor-PA assina uma Convenção Coletiva, que aliás este ano ainda não foi
assinada. Outra coisa, é o trato com empresas de grande porte, como o Grupo
RBA, com o qual o Sindicato tem um acordo próprio - o acordo coletivo, que há
muitos anos luta pelo estabelecimento de um piso salarial. E eles também sabem
muito bem disso.
Portanto, de uma vez por todas, o
Grupo RBA precisa se conter e falar somente o que é do seu interesse. Definitivamente, o Sertep não é do interesse deles.
No cenário atual, que demonstra a
resistência sim da patronal em dialogar com os trabalhadores – e não o
contrário –, o diretor manda um importante “recado” aos grevistas com os quais
não conversa: a promessa de que não serão demitidos, apesar de,
contraditoriamente, assumir que a posição da empresa é de não garantir o prazo
de estabilidade no emprego. Quem diz que não vai demitir, por coerência, não
pode resistir a nenhum prazo de estabilidade para os grevistas.
Em abril, o Sinjor protocolou a
proposta de inclusão do piso salarial no acordo coletivo junto ao Diário, no
qual recomenda a fixação do salário de R$ 1.900,00 para o repórter em início de
carreira, enquadrado na função A, bem como o escalonamento para as demais
categorias do jornalismo. No entanto, o jornal, não apresentou contraproposta.
Pedimos a mediação do Ministério Público do Trabalho e da Secretaria Regional
do Trabalho e Emprego no Pará, mas o Diário enviou representante que alegava
desconhecer as propostas do sindicato e, ainda, que não estava autorizado a
negociar em nome dos patrões, apesar de representá-los.
Como já foi dito, a inclusão do
piso no acordo não é uma luta de hoje. No entanto, constitui-se numa batalha
difícil. Só estamos conseguindo avançar junto ao Diário do Pará graças à
pressão dos trabalhadores. Somente com pleno conhecimento da greve aprovada em
assembleia, com uma semana de antecedência à deflagração, é que a empresa
dignou-se a receber o Sindicato, oferecendo o reajuste de R$ 1.000,00 brutos
para R$ 1.300,00. Porém, a proposta em nada arrefeceu os trabalhadores, que
mantiveram o indicativo de greve, deflagrada na última sexta-feira, 20.
Os jornalistas do Diário do Pará,
da TV RBA e do Diário On Line estão em greve por culpa da empresa, que se
mantém intransigente, alega que o movimento tem motivações
"politiqueiras", não reconhece que problemas trabalhistas existem e
insiste em manter salários aviltantes. Sem falar, nas condições desumanas
proporcionadas pela empresa no ambiente de trabalho, tais como a falta de água
potável, sem falar no assédio moral.
O Sinjor-PA continua aguardando
que a empresa deixe de lançar propostas em blogues ou mesmo recados por email
aos funcionários, para fazê-las numa mesa de negociação. A predisposição ao
diálogo, por parte do Sinjor e dos trabalhadores, é tão óbvia, que, desde a
deflagração da greve há cinco dias, estamos de plantão na porta da empresa,
todos os dias, os dias inteiros, enquanto os patrões mantém os portões
fechados, tomados por seguranças e, também, desde ontem, vigiados por câmeras
instaladas na parte externa do prédio com a finalidade de observar aqueles que
constituem o movimento paredista.
Se a direção da RBA ainda não
entendeu, repetimos: aguardamos uma contraproposta da empresa. O Sindicato
acredita que o diálogo é a melhor opção para chegarmos ao consenso.
Jornalista Vale Mais
SINDICATO
DOS JORNALISTAS NO ESTADO DO PARÁ”
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