segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Empresário quer construir shopping center no Feliz Lusitânia e contrata Paulo Chaves para elaborar projeto. “Shopping de Charme” revolta internautas, que veem agressão ao patrimônio histórico de Belém. Filho de Paulo Chaves seria diretor da Seurb e responsável pela liberação de projetos desse tipo. É mais um rolo do secretário de Cultura do Pará, cuja cabeça já foi pedida pelos artistas locais.


O secretário de Cultura, Paulo Chaves Fernandes, e o seu projeto...
...do "Shopping de Charme" para o centro histórico de Belém: tudo a ver...


O secretário de Cultura do Pará, Paulo Roberto Chaves Fernandes, está novamente encrencado.

E o rolo da vez é o “Shopping de Charme” (seja lá o que isso signifique) chamado Bechara Mattar Diamond.

Com 5 mil metros quadrados de área construída e 5 ou 6 andares, será um luxo só: terá até praça suspensa e restaurante panorâmico, com vista para a baía do Guajará.

Tudo muito bom, tudo muito bem, não fosse por um detalhe: o Diamond está sendo erguido juntinho do Complexo Feliz Lusitânia, área histórica do centro de Belém.

Ocupará o lugar do tradicional comércio dos Bechara Mattar, na confluência da rua Tomásia Perdigão com a praça Frei Caetano Brandão (a Praça da Sé).

E, por incrível que pareça, o autor do projeto arquitetônico do Diamond é o próprio secretário de Cultura do Pará.

O “Shopping de Charme”, como você mesmo pode constatar pelas imagens digitais abaixo, destoa completamente dos prédios históricos do entorno.

Além disso, o distinto público, que não foi nem ouvido nem cheirado, desconhece os impactos dessa obra no caótico trânsito da Cidade Velha. 

Daí o zum-zum-zum na blogosfera e nas redes sociais, apesar de toda a propaganda do “charmoso” empreendimento.

O alvoroço é tamanho que já corre no Facebook um babado ainda mais forte: ao que se diz, um filho de Paulo Chaves é diretor da Secretaria Municipal de Urbanismo (Seurb), a responsável pela liberação de projetos desse tipo.

A Perereca conseguiu apurar que o diretor do Departamento de Análise de Projetos e Fiscalização da Seurb é um cidadão chamado Pablo Chermont Fernandes.

E que o secretário estadual de Cultura, Paulo Chaves Fernandes, tem um filho de nome Pablo, que também é arquiteto.

Além disso, segundo colunistas sociais da terrinha, um certo Pablo Chermont Fernandes se casou no ano passado.

E adivinhem o nome do pai desse Pablo casadoiro? Isto mesmo: Paulo Chaves Fernandes.

A mãe do noivo é uma senhora chamada Ana Júlia Chermont – que, por sinal, tem o mesmíssimo nome de uma diretora ou ex-diretora da Secretaria Estadual de Esportes (SEEL).

Quer dizer: é bem possível que seja verdadeiro esse parentesco entre Paulo Chaves e o diretor de Análise de Projetos e Fiscalização da Seurb.

O Diamond foi “apresentado” aos paraenses em reportagem de capa do Caderno Negócios, do jornal Diário do Pará, edição do último 15 de setembro.

Segundo a matéria, o “Shopping de Charme” integra as comemorações do 75º aniversário do grupo Bechara Mattar e é um “presente” dessa família de empresários aos paraenses.

Consta na matéria, também, que o projeto já foi aprovado pelo Iphan, o Instituto do Patrimônio Histórico, e pela Fumbel.

Hoje, escreveu um internauta, no Facebook:“Quais os impactos que esse tal "shopping de charme" que vai ser construído onde era a Bechara Mattar, trará para a Cidade Velha? Apesar da agressão à paisagem urbana do Centro Histórico o projeto foi aprovado, também não poderia ser diferente o empresário contratou o Paulo Chaves para fazer o projeto, ele mesmo Secretário Estadual de Cultura, e por "coincidência" pai de um dos diretores da SEURB, órgão da Prefeitura também responsável pela análise e liberação de projetos. Se quem deveria proteger são os primeiro à destruir em troca do vil metal, à quem recorrer?”

“Tiraram as lojas Bechara Mattar, pra" matar" com o nosso centro histórico, q. horror!!!”, comentou um internauta.

“Meu Deus, matando a Cidade Velha definitivamente!!!”, escreveu outro. 

Veja a nota do colunista Adenirson Lage, em março de 2009, sobre o noivado de Pablo Chermont Fernandes. Repare no nome do pai dele. Clique aqui: http://www.orm.com.br/amazoniajornal/interna/default.asp?modulo=222&codigo=406266 

Ou clique no quadrinho abaixo:


E aqui, no Grand Monde, do Pierre, a nota sobre o casamento de Pablo. Clique neste link: http://www.orm.com.br/plantao/imprimir.asp?id_noticia=488411 

Ou clique no quadrinho abaixo:


Aqui, a nomeação de Pablo Chermont Fernandes como diretor do Departamento de Análise de Projetos e Fiscalização da Seurb. Ela foi publicada no Diário Oficial do Município de Belém de 14 de janeiro de 2013, página 6:


Aqui, a remuneração de Pablo Chermont Fernandes, no portal da Transparência da Prefeitura, como diretor da Seurb agora em julho:


Confira abaixo a matéria do Diário do Pará (http://digital.diariodopara.com.br/pc/edicao/15092013/negocios) e as fotos da construção do Bechara Mattar Diamond, retiradas do Skycrapercity (http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=1660122):













E leia a postagem  Para quem se interessa da defesa do nosso patrimônio” do blog Cidade Velha-Cidade Viva sobre a construção do Bechara Mattar Diamond. Eis um trecho:

“Daí, uma bela manhã de domingo, descobrimos a proposta de ‘shopping charme’ aprovada por parentes e aderentes, ignorando, não somente a nossa luta em defesa da Cidade Velha e os problemas do bairro, mas, esnobando todas as intenções de salvaguarda que as leis, desde a Constituição, estabelecem para áreas consideradas históricas.

O Poder Público não é aquele que deve  valorizar o Patrimônio Cultural do Município de Belém? Não  é aquele que deve promover , garantir e incentivar a preservação, conservação e proteção do nosso  Patrimônio?  Perguntamos então:

- a lei de '94 permite remembramento ou desmembramento no Centro Histórico?
- algum orgão pediu o Estudo de Impacto de Vizinhança?
Os moradores não encontram estacionamento para seus carros: onde os clientes 'charmosos' vão arranjar?

OK: entendemos que, para esse Poder Público, a Associação de Moradores da Cidade Velha não serve para nada, mas, se existe um Conselho do Patrimônio Cultural, para que serve? Ambos, segundo as leis vigentes, não deveriam ser ouvidos para assim auxiliarem os governantes a fazerem seu dever? Será que esse Conselho aprovou essa “modernidade” dentro da Cidade Velha sem nem ao menos exigir um estacionamento???”



E leia as postagens da Perereca sobre outros rolos do secretário Paulo Chaves, cuja cabeça tem sido pedida pelos artistas paraenses.


9 comentários:

Anônimo disse...

O Pablo é filho do Paulo Chaves com a Ana Júlia Chermont, a não ser que um teste de DNA diga o contrário!

Mestre Chico Barão disse...

Puta que pariu!!!!!

((((MCB))))

Na Ilharga disse...

Ana Júlia Chermont era a rainha das rainhas do carnaval paraense, pelo Pará Clube, ou Iate Clube, no início dos anos 70, quando frequentavam juntos, ela e Paulo 'Lenço Branco', um curso de cinema da APCC, ministrado por Pedro Veriano, Isidoro Alves e J.J. Paes Loureiro. Devem ter casado e desse matrimônio nascido esse rebento, que veio a tornar-se um bondoso e compreensivo técnico com 'cartões postais'. Credo!

Anônimo disse...

A propriedade é privada e vocês querem mandar no patrimônio do cara?
E ali não tem tanta coisa a se preservar, é um prédio como qualquer outro. Até a Assembléia Legislativa já recebeu modificações prediais nem por isso teve essa revolta.

Anônimo disse...

A loja de fogos vai ser no térreo? ...Bechara Mattar e Brinquedolândia vão fazer deste Natal um Natal mais feliz, com brinquedos de todas as marcas, com brinquedos que você sempre quis...

Anônimo disse...

E o promotor público que foi condenado pelo tje nesta quarta dia 02, o que tinha um rei na barriga. Ninguém soube disso? Não está sob sigilo.

Unknown disse...

O problema do paraense é não conseguir ver o progresso com bons olhos! Um espaço vazio que só agride a paisagem pode ganhar um novo espaço, que traz mais uma opção de lazer pros cidadãos (vamos combinar que Belém necessita de opções!!!), além de promover empregos e aquecer a economia, mas não o povo tem que encrencar com tudo! Quer viver de passado? vai pro museu!

Sr. Trinidad disse...

Mesmo eu, sendo arquiteto, sou super a favor do projeto, o prédio bechara mattar não é histórico,não haverá perdas ao patrimônio da cidade, ele sofrerá um "retrofit". Isso é comum na Europa, onde vemos o contraste entre o antigo e o moderno. Lado a lado.
A atual situação do prédio que é deplorável, abandonado há anos, é certo que não só aquela esquina mas a região de entorno ficará mais frequentada e concomitantemente menos perigosa, uma vez que haverá um maior número de pessoas no local, que atualmente é perigoso e vazio.

Carlinhos disse...

Vocês são uns chatos mesmo, preferem aquela porcaria que está lá ?? Seria um projeto muito bacana como todos feitos pelo Senhor Paulo Chaves.Conselho ?? DEIXEM DE SER CHATOS, FALOU !

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