A Unifex será desmembrada da Universidade Federal do Pará (UFPa) e terá por objetivo ministrar ensino superior, desenvolver pesquisa nas diversas áreas do conhecimento e promover a extensão universitária, caracterizando sua inserção regional mediante atuação multicampi.
Além do campus de Altamira da UFPa, passariam a integrar a Unifex os campi de Uruará, Medicilândia, Porto de Moz e Anapu.
Com isso, haveria transferência automática dos cursos de todos os níveis, independente de qualquer formalidade; dos alunos regularmente matriculados nos cursos transferidos, que passam a integrar o corpo discente da Unifex, independente de qualquer outra exigência; e dos cargos ocupados e vagos do Quadro de Pessoal da UFPa, disponibilizados para funcionamento do campus de Altamira.
Os recursos financeiros da Unifex – de acordo com a proposição – serão provenientes de dotações consignadas no Orçamento Geral da União; auxílios e subvenções concedidos por entidades públicas e particulares; receitas eventuais, a título de remuneração por serviços prestados, compatíveis com a finalidade da UNIFEX, nos termos do estatuto e do regimento geral; convênios, acordos e contratos celebrados com entidades e organismos nacionais e internacionais; entre outras receitas.
Para Wandenkolk, a Universidade do Xingu representa a expansão da rede de ensino superior e a ampliação do investimento federal em ciência e tecnologia, promovendo a inclusão social.
“Tenho certeza que a nossa proposta será aceita e a Unifex será pautada por princípios orientadores que visam à integração da região e o desenvolvimento dos municípios que perfazem a microrregião de Altamira e seu entorno”, declarou Wandenkolk.
Dentre esses princípios, destacam-se, dentre outros, o desenvolvimento regional integrado, condição essencial para a permanência dos cidadãos na região e o acesso ao ensino superior como fator decisivo para o desenvolvimento das capacidades econômicas e sociais da região.
Wandenkolk comenta que, mesmo sendo o maior município brasileiro, Altamira permanece desassistida, especialmente no que se refere à educação.
“Apesar de ser um município centenário e com uma rica história, Altamira foi negligenciada pelos sucessivos governos federais. E mesmo sem investimentos que garantissem o bem-estar de sua população, a cidade consolidou-se como pólo do sudeste do Pará”, observou.
“O abandono crônico tem resultado em pequeno crescimento econômico e social, como mostram os dados de 2010, em que a quantidade de desempregados na cidade situava-se entre 15 a 20 mil pessoas”, afirma o deputado.
Ele aponta como um dos principais problemas relativos à educação o fato de que Altamira possuía, em 2010, um índice de analfabetismo de 20%. Outro dado relevante: naquele ano, somente 1% da população tinha nível superior.
“Com isso, torna-se absolutamente essencial a implantação de uma universidade neste município”, afirma.
“A educação – inclusiva, ampla, esclarecedora – terá papel fundamental para conscientizar as novas gerações sobre o valor da preservação ambiental, essencial para Altamira, que possui uma Floresta Nacional, uma complexa e rica rede hidrográfica, além de ser cercada por aldeias indígenas. A proximidade dessa natureza exuberante indica o quanto Altamira precisa de uma universidade federal, que traga para aquela região, junto com a educação formal, a noção do valor que possui tal patrimônio ambiental”, argumentou o parlamentar.
Na opinião dele, a região deve se consolidar como centro de educação superior que atenda às demandas por mão de obra qualificada que possam trabalhar na futura hidrelétrica ou em outras obras e empresas que certamente chegarão à região.
O parlamentar acredita que as universidades federais e estaduais já em funcionamento no Pará não conseguem atender à enorme demanda e vencer as imensas distâncias que separam os municípios paraenses.
“Para que em Altamira haja profissionais nativos que sirvam, com qualidade e eficiência, nas instituições que oferecem serviços de saúde, educação, segurança e meio ambiente, necessita-se criar uma nova universidade no sudoeste do Pará”.
Dados importantes sobre Altamira
Maior município do Brasil e o segundo maior do mundo em extensão territorial. Se fosse um país, seria o 91º país mais extenso do mundo, maior que vários países europeus.
A população, em 2010, era de 105.030 habitantes. Entretanto, com o início da construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, a estimativa é que a população local aumente consideravelmente, com possibilidade de quadruplicar nos próximos anos.
A rodovia Transamazônica atravessa Altamira no sentido leste-oeste, numa extensão de 60 km, ligando o município à capital do Pará, Belém, situada a 800 quilômetros. Também estabelece ligações com importantes municípios como Marabá, Itaituba e Santarém.
O município ainda se ressente de acessos pavimentados, uma vez que a única rodovia utilizada para chegar a Altamira é a Transamazônica (BR-230), que teve sua pavimentação interrompida na década passada. Com isso, permanece incomunicável por via rodoviária durante vários meses do rigoroso inverno amazônico.
Com superfície de 689.012 hectares, a Flona de Altamira é uma das portas de entrada para a Terra do Meio, situada entre os rios Xingu e Tapajós, no Pará. Cercada por terras indígenas, a região possui uma das maiores áreas de floresta relativamente preservadas na Amazônia Oriental. Ali, a biodiversidade amazônica está ainda conservada e, por isso, toda a região é de extrema importância para a vida selvagem, uma vez que abriga numerosas espécies animais ameaçadas. Na Terra do Meio e nas terras indígenas localizadas dos arredores também remanescem as maiores concentrações de mogno do Brasil.
A Flona de Altamira é de grande importância para a proteção de comunidades indígenas situadas em suas proximidades, funcionando com zona-tampão para as terras indígenas Baú, Xipaia e Curuá.
(Fonte: Ascom/Deputado Wandenkolk, com modificações do blog)
Nenhum comentário:
Postar um comentário