quinta-feira, 22 de abril de 2010
Cada macaco no seu galho
Jornalistas são jornalistas. Historiadores, historiadores.
Cada um tem o seu território, no arranjo multidisciplinar da sociedade.
Nunca me arvorei a fazer análise histórica, até porque não possuo instrumental teórico para isso.
Capto o momento, a conjuntura, as “verdades” de determinadas situações.
Porque é este, afinal, o papel do jornalista: “congelar”, em forma de notícia, um conjunto efêmero, factual.
Ou, às vezes, até fazer análise conjuntural, como fazem vários comentaristas do Sul e Sudeste, sem que isso pareça uma “afronta” às demais profissões.
Em qualquer caso, o bom jornalismo implica ir às fontes, à caça da informação.
Não é tititi, não é simples especulação: é ouvir e ouvir e ouvir; apurar e apurar e apurar. Até para que se possa “construir” uma notícia digna do leitor.
Por isso, ao saber do encontro da governadora Ana Júlia Carepa com o deputado federal Jader Barbalho, fiz o que todo jornalista tem de fazer: fui às fontes.
Até por perceber, como repórter de política, a importância desse fato, que pode resultar numa reviravolta do quadro eleitoral.
Sim, porque jornalismo também é isto: a devida valoração dos fatos.
A Perereca da Vizinha é um blog jornalístico.
E foi, talvez, um dos primeiros blogs paraenses especializado em jornalismo político e investigativo, escrito por uma mulher.
Não disputa território com profissionais de outras especialidades.
Porque cada macaco tem seu galho – e todos os galhos, ao fim e ao cabo, são importantíssimos para a sociedade.
Além do que, a polifonia social é fundamental à Democracia.
Por isso, a entrevista de Jader Barbalho foi feita sob este ângulo: o jornalístico, o factual.
Sem pretender “chatear” os profissionais que o entrevistarão sob o prisma de suas especialidades.
Desde o começo, este blog incomoda muita gente – em geral, aqueles que adorariam submeter a sociedade a uma simples parcela dos acontecimentos.
Mas, foi para a multiplicidade que nasceu a Perereca.
E é assim, quer gostem ou não, que vai continuar.
5 comentários:
Não entendi o que vc quis dizer.
Só jornalistas podem ser blogueiros ?
Acho que o STF não concorda com vc...
ANA SE DESESPERA E "BEIJA A MÃO" DO CORONEL BARBALHO, nada de novo nas eleições 2010 do Pará.
Nunca vi uma eleição tão catimbada, onde os principais personagens dialogam, arquitetam, conchavam, tramam e decidem seus passos, estratégias e táticas a portas fechadas e sem comentários a mídia que, de tão dócil que está nada cobra, nada vê de errado neste deserto de informações numa postura que realmente dista muitíssimo daquela dos manuais do bom jornalismo investigativo e independente. Onde estão os tais formadores de opiniões que nada opinam? Ou talvez por nada saberem dos fatos ou estarem numa intimidade tão grande com os “graúdos” da política que sucumbiram aos seus “encantos” e “desejos”?
Um desses indícios ou vestígios é a forma como a mídia alternativa e oficiosa tratou o “beija a mão” acima mencionado como uma ação de “grandes estadistas“, de um lado Ana Júlia como a “grande líder” e Jáder o “grande chefe dos chefes”. O que deveria ser visto como piada pronta tomou um “banho de loja (ou marketing)” e foi apresentado como algo “digno e natural“ de líderes civilizados e republicanos. Uma farsa! Um engodo! Uma brincadeira de mau gosto, caso não fosse tomado por sério pela mídia paraense, lamentável!
O evento está, na opinião singela de um leitor de inteligência mediana, como este que vos escreve, certamente está circunscrito na velha prática da “república dos coronéis”, onde os líderes mais jovens e inexperientes ou com menos poder de “fogo e votos” vai ao mais forte, experiente e poderoso pedir sua permissão e apóio para essa ou aquela disputa eleitoral.
Talvez o mérito dela, Ana Júlia, tenha sido o de resistir por mais tempo e resignação a enveredar por este lamentável caminho da velha política oligarca, logo ela que se dizia socialista e “guerreira”, acabou no lugar comum onde todos aqueles que desejam prolongar sua passagem pelo poder terminam por freqüentar, ou seja, os acordos espúrios e inescrupulosos com as velhas oligarquias.
É realmente lamentável aonde a representante do PT chegou, daí pra frente não há limite para “ousar” para se manter no poder, ela e seu pequeno grupo de aproveitadores e saltimbancos.
Mais estranho que isto só mesmo a postura da Professora Edilza Fontes, que dizem ser petista de carteirinha e é ex-DS, ex-PTP, ex-Escola de Governo, ex-candidata a dep federal e ex-expoente do governo petista, que foi também “beijar a mão” do Jáder para ajudar seu maninho reitor do IFPA e, principalmente, a sua propria candaidatura a deputada estadual.
Logo ela que se diz petista com história (será por ser historiadora?), vai ao Jáder podendo solicitar apóio dos seus companheiros petistas Zé Geraldo ou mesmo Paulo Rocha que é o "cara" do Lula no Pará.
A "baixinha" (como ela trata a todas e todos) parece mesmo é que fará uma campanha para muito além do PT, da esquerda e dos ideais socialistas que diz defender...
Já ia esquecendo, o mais estranho neste episódio é ver uma petista, pedindo apoio a um pemedebista para interceder junto a um governo petista (Lula).
Será que ela está tão desprestigiada no PT que ninguém lhe daria uma mãozinha? Será que o "beija mão" ela estaria é querendo alguns votinhos do PMDB abençoados pelo "coronel Barbalho"? Ou ela tá querendo mudar de partido numa possível vitória do pmdb em 2010?
Quem puder responda!
Abraço e sucesso
PS: Talvez a resposta ajude a responder o por quê da sangria desatada da professora Edilza em noticiar por primeiro o encontro supra e poder “informar” as opiniões e “visões” políticas de Jáder.
Prezada Ana Célia.
Permita-me discordar de uma boa parte do que está escrito nesta postagem.
Das vinte e uma frases que a compõe, discordo da maioria delas.
Para meu comentário não ficar muito longo, farei minhas críticas a somente três das vinte e uma frases.
Primeira frase da postagem: "Jornalistas são jornalistas. Historiadores são historiadores".
Minha opinião:Os jornalistas são os historiadores do dia a dia e, portanto, são também historiadores, assim como os engenheiros podem ser, se acreditarem em Karl Marx quando disse que "a História é a maior de todas as Ciências, pois é indispensavel para o desenvolvimento das mesmas".
Terceira frase da postagem: "Nunca me arvorei a fazer análise histórica, até porque não possuo instrumental teórico para isso".
Minha opinião: Fazes análise histórica sempre que comentas qualquer fato e podes achar que não tens "instrumental teórico", o que discordo, pois fazes análises de muito boa qualidade que seriam impossíveis de serem apresentadas, caso não tivessem um forte referencial histórico por trás delas.
Décima terceira frase da postagem:
"Não disputo território com profissionais de outra especialidades".
Minha opinião: Ao citares fatos acontecidos no passado, dentro de tuas postagens, não estás disputando espaço com historiadores, mas estás fazendo história. pois analisando acontecimentos que terão algun significado no futuro, estás contribuindo para a história ser feita.
Para não ficar uma "postagem" em vez de um "comentário", encerro por aqui, recomendamdo a leitura da postagem denominada "Às Fontes", junto com um comentário meu feito à mesma, que está na edição da segunda semana de setembro de 2009 do "Jornal Pessoal" de Lúcio Flávio Pinto, pois está bastante ligada ao tema tratado.
Ana Célia, vou enviar para teu email a postagem do Lúcio e meu comentário, para divulgares caso queiras.
Um abraço do Tito Klautau.
Prezada Ana Célia.
Uma pergunta: Não recebeste o meu comentário feito para esta postagem no dia 23/04/2010?
Outra pergunta: Será que teus compromissos particulares exigem de ti tanto tempo que façam com que não divulgues um comentário à uma postagem tua, sujeita à muita críticas?
Espero respostas.
Um abraço do Tito Klautau
Prezada Ana Célia.
Uma pergunta:
Porque não publicaste a crítica que fiz à esta postagem.em 23/04/2019?
Outra pergunta:
Qual o motivo que originou esta postagem, que tem as características de uma resposta?
Aguardo tuas respostas.
Um abraço do Tito Klautau.
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