segunda-feira, 15 de março de 2010

Instituto Teotônio Vilela realiza reunião em Belém


O Pará precisa promover uma tripla revolução se quiser superar o desafio de reduzir a pobreza e a desigualdade diante das grandes restrições ambientais que se colocam no mundo moderno. “É preciso revolucionar o conhecimento, a produção e as formas de governança”, afirmou o ex-governador Simão Jatene durante o primeiro encontro do projeto “O Pará que Queremos”, em Belém.



Segundo o ex-governador Simão Jatene, a superação dos desafios que envolvem o desenvolvimento do Pará pressupõe a formação de um pacto que leve a sociedade a trabalhar em conjunto para a resolução dos problemas. “É preciso ganhar musculatura para a negociação de aspectos importantes para o nosso futuro, como por exemplo: se a Amazônia é fundamental para as questões climáticas do planeta, a preservação da floresta deve ser considerada uma forma de produção que precisa ser remunerada”, disse o ex-governador.



Jatene lembrou, ainda, durante a palestra, que o orçamento do Estado é hoje próximo a R$ 11 bilhões anuais. “Esse valor parece muito, mas quando é dividido pelo número de habitantes do Pará, temos algo em torno de R$ 1,5 mil por ano por habitante, o que nos torna o antepenúltimo orçamento per capita da Federação”, acrescentou o ex-governador.



Para resolver o problema do orçamento, afirmou, não adianta ampliar a carga tributária, uma vez que ela hoje já atinge 40%, estando entre as mais altas do mundo. Do total da carga tributária, a União fica com 70%, os estados com 24% e os municípios com 6%. Depois das transferências, o bolo fica distribuído em 60% para a União, 24% para os Estados e 16% para os municípios.



“Para vencer o dilema que representa ter um orçamento pequeno e ter a necessidade de investir para vencer a pobreza e a desigualdade, é fundamental investir com seriedade os poucos recursos disponíveis”, afirmou Jatene.



Durante a palestra, o ex-governador mostrou números oficiais que demonstram que a participação do Pará no Produto Interno Bruto (PIB ) brasileiro vinha crescendo até 2006, mas depois começou a cair. “A gente vinha fazendo um esforço brutal para crescer aos mesmos níveis do Brasil e depois começamos a crescer mais do que o Brasil. Em 2006, atingimos o ponto máximo e, em 2007, o Brasil passa a se aproximar novamente”, explicou Jatene.



Os números apresentados pelo ex-governador também demonstraram que a receita transferida do Pará até 2003 era maior que a receita própria. A partir de 2004, a receita própria começou a superar a transferida. Em 2007, a receita transferida volta a ser superior à própria. “E eu faço questão de acrescentar que, nos meus quatro anos de governo, o governo federal deixou de transferir R$ 1,2 bilhão em recursos legais. O equivalente a doze centros de convenções semelhantes ao Hangar”.




(Fonte: Ascom/Simão Jatene)

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