segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Aliança: PMDB é o alvo das mexidas no núcleo do governo






Nem Senado, nem vice, nem Sespa, nem Setran. O que está emperrando a reedição da aliança entre os petistas e peemedebistas paraenses é, de fato, o relacionamento político entre o PMDB e o Governo do Estado.



A versão, que fontes do PMDB vêm repisando na imprensa, foi finalmente confirmada ao blog por um petista graúdo.


E a necessidade de recompor essa relação é, sim, um dos motivos da mexida acertada pelo PT no chamado “núcleo duro” do governo, com a ascensão à chefia da Casa Civil de um integrante da tendência Unidade na Luta – provavelmente, o médico Everaldinho Martins, irmão da prefeita Maria do Carmo e secretário de Planejamento da Prefeitura de Santarém.


A mexida no núcleo de governo foi antecipada na noite do último sábado, com exclusividade, pela Perereca. A notícia está aqui

http://pererecadavizinha.blogspot.com/2010/01/governo-do-estado-mexe-no-nucleo-duro-i.html


Se Everaldinho aceitar o convite que lhe foi feito na manhã de sábado, ele assumirá o cargo quando Cláudio Puty deixar a Casa Civil para concorrer à Câmara dos Deputados, o que está previsto para o mês de abril.


Mas dirigentes petistas cruzam os dedos para isso aconteça o quanto antes, provavelmente já no final deste mês.


“O problema não é só o Puty, mas todos os secretários que são pré-candidatos (Waldir Ganzer, Suely Oliveira e Edilson Moura). Já conversamos com a Ana (a governadora), mas ela ainda não decidiu. Isso era para ter acontecido em dezembro. Agora, a previsão é abril, mas queremos antecipar. Esperamos que isso aconteça até o final de fevereiro, para que a gente ganhe um mês aí”, disse a fonte.


O problema pode nem ser apenas Cláudio Puty, mas o fato é que ele é considerado o homem forte da Democracia Socialista (DS), a tendência da governadora – e a DS acabou trombando com meio mundo, quando abocanhou uma ampla fatia do poder estadual.


Os “encontrões” não atingiram apenas o PMDB, o maior partido do Pará e o maior aliado dos petistas, nas eleições de 2006 - o que já seria um problemão.


Na verdade, sobraram pernadas, também, nas tendências que controlam o partido, no âmbito estadual – a Unidade na Luta e o PT Pra Valer.


No caso do deputado federal Paulo Rocha, uma das principais lideranças da Unidade na Luta, foi preciso bater na mesa, como recordam alguns petistas, para que ele obtivesse, em 2009, um espaço de governo proporcional à sua representatividade.


Agora, sabe-se que também o PT Pra Valer vinha engolindo inúmeros arus, nas mãos da DS.


A gota d’água


“Não foi só isso. Isso foi a gota d’água. Vínhamos com problemas há três anos; vínhamos com tensões há muito tempo. Seria uma coisa muito limitada politicamente da minha parte se isso fosse apenas por uma nomeação”, disse ao blog, na noite de sábado, a deputada estadual Bernadete Ten Caten.


O “só isso” a que a deputada se refere foi a tentativa da DS de nomear um integrante da corrente para o comando da Superintendência do Incra em Marabá – um espaço político não apenas de Bernadete, mas do PT Pra Valer como um todo.


De quebra, a DS teria tentado, também, cooptar o ex-superintendente do Incra para uma dobradinha, nas próximas eleições – adivinhem com quem? Um doce para quem respondeu Cláudio Puty.


A manobra deixou Bernadete tiririca – tanto que ela encaminhou uma carta à DS, cujo teor explosivo foi parar nas páginas do jornal Diário do Pará.


Nela, Bernadete ameaçava reivindicar a realização de prévias no PT, para a escolha do candidato da legenda ao Governo do Estado.
Quer dizer: Ana Júlia teria de bater chapa no partido, para conquistar o direito de concorrer à reeleição.


Mas Bernadete estaria, de fato, disposta a ir tão longe?



“Na verdade, o que foi que coloquei? Que nós proporíamos a prévia. Eu sei que o nome não é o meu, para a prévia. Temos nomes fortíssimos no partido para isso. Mas, caso não aparecesse ninguém, colocaria nosso nome à disposição. Esse foi o teor da nossa carta”, explicou.


De qualquer modo, assegura que não fez, simplesmente, uma “ameaça leviana”: “Nós levaríamos isso até o fim, caso não tivéssemos tido uma receptividade”.


Na noite de sexta-feira, porém, os “bombeiros” do partido entraram em ação para apagar o que poderia se transformar num incêndio de enormes proporções.


Lideranças petistas e a própria governadora conversaram com Bernadete.


O papo prosseguiu na manhã de sábado e a paz voltou a reinar nos arraiais petistas – pelo menos na superfície.


“A governadora me chamou e, na verdade, compreendeu como justa a minha situação, que não é pessoal, mas, do grupo. Ela entendeu e ligou para o ministro e para o presidente nacional do Incra. A situação foi encaminhada, considero resolvida”, contou Bernadete.


Na entrevista, ela ressaltou, por diversas vezes, o caráter político do imbróglio: “Foi uma questão política, na verdade. Nunca tive problemas com a governadora. Tive problemas com assessores dela e chegamos numa situação de extrapolamento”.


Meio reticente, admitiu que o problema foi “também” com Puty.



Não quis exemplificar as “tensões” havidas nesses três anos: “Foram tensionamentos vários, há muito tempo. Então, precisávamos construir uma relação, assim, mais respeitosa”.


E, ao falar acerca delas, não negou, nem confirmou que Puty estivesse sempre envolvido em tais situações: “Eu diria assim, uma situação de governo e na relação com o mandato. E não só com o meu mandato – o mandato do Zé Geraldo (deputado federal), também".


Garantiu que, no embate da semana passada, teve o apoio da totalidade do partido: “Tivemos solidariedade a nossa situação, que precisava ser resolvida”.


E assinalou: “É interessante podermos ter o debate interno, o diálogo, e poder colocar as nossas divergências. Neguei-me a falar com a imprensa porque não fiz isso para ter visibilidade; fiz para resolver uma situação pendente, não resolvida e que precisava ser. E não era coisa pequena. Então, conseguimos atenção, uma audiência interessante com a governadora e, aliás, foi ela quem me chamou. E conseguimos dar um bom encaminhamento. Acredito, assim, numa unidade restabelecida”.


Um tremendo abacaxi


O problema pode ser hamletiano, político, psicanalítico, filosófico e por aí vai.


Mas o fato – o fato, mesmo – é que a DS se tornou um tremendo abacaxi para o PT paraense e para todos os seus possíveis aliados.


Primeiro, porque é a tendência de Ana Júlia, a governadora, a cidadã que tem a caneta na mão.


E Ana é uma militante da DS, cujo pensamento parece plenamente afinado com essa corrente.


É esse, aliás, o xis da questão: até que ponto Ana conseguirá separar, ainda que pressionada pelas demais tendências petistas e pela necessidade premente de alianças, o papel de militante da DS, do papel de governadora?


É uma separação que precisa ser feita rapidamente, e com sinalizações claras de que isso de fato aconteceu, sob pena de deixar escapar o arisco PMDB.


Nos bastidores políticos, fontes do PMDB e do PT relatam que as conversas do presidente regional do PMDB, Jader Barbalho, com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha – o “bombeiro” enviado ao Pará pelo presidente Lula – e o ex-ministro-chefe da Casa Civil, Zé Dirceu – que conversou com Jader durante uma hora na manhã de sábado – versaram sobre o mesmíssimo tema: o mar de queixas dos peemedebistas em relação ao Governo.


E novamente, as queixas são direcionadas especialmente à DS e ao seu homem-forte, Cláudio Puty, ainda que nem a DS, nem Puty sejam citados.


“O ministro falou do interesse do Governo Federal de estarmos juntos, PT e PMDB, e foi dito a ele que sempre propusemos uma aliança com o PMDB”, contou uma fonte vermelha ao blog, acerca da reunião entre Alexandre Padilha, Jader Barbalho, o deputado federal Paulo Rocha e o presidente regional do PT, João Batista, no domingo, 24 de janeiro.


“O que se sentiu naquela reunião” – prosseguiu a fonte – “é que há disposição do Jader para isso. Só que é preciso superar algumas dificuldades. E a principal é de relação política, não é nem de espaço de governo”.


E no que consistiriam, exatamente, essas dificuldades de “relação política”? “É preciso ter muita segurança do que se conversa, porque o que foi acertado hoje vai valer amanhã” – explica a fonte – “A relação, às vezes, não dá confiança dos compromissos realizados. O Governo entende que cumpriu e o PMDB entende que não cumpriu. É preciso passar isso a limpo”.


A fonte acredita que há compromissos que, de fato, não foram cumpridos com o PMDB. E aponta o remédio para tamanha dor de cabeça: “Tem compromisso que se faz que não pode ser cumprido. Mas aí tem que conversar e repactuar com o parceiro”.


Diz, também, que a relação de Jader e do PMDB com o PT é muito tranqüila e que, na conversa com Padilha, o cacique peemedebista “separou muito” as relações entre os partidos e o governo. Aliás, El Barbalhon teria separado das quizílias até a governadora Ana Júlia Carepa. “Ele disse que o diálogo com ela é bom, respeitoso, tranqüilo”, relata a fonte vermelhinha.


E o que é que o PT pode fazer, afinal, para desatar esse nó? “O que estamos fazendo: conversando” - resigna-se - “Não podemos decidir pelo governo, mas podemos procurar a Ana, como estamos fazendo, para tentar chegar a um entendimento. E a Ana é muito acessível ao que a gente avalia. Infelizmente, o tempo para a disputa eleitoral está passando muito rápido. O PT corre contra o tempo para tentar encontrar o melhor caminho, para melhorar a relação entre o PMDB e o Governo”.


Apesar dos pesares, a fonte acredita que há 70% de chances de PT e PMDB estarem juntos nas próximas eleições e aposta que “até o final de fevereiro deveremos ter novidades na aliança”.


As cartas já foram postas na mesa: o PT ofereceu a Jader uma vaga ao Senado – e acredita que ele e Paulo Rocha têm grande potencial de ser eleitos – e ofereceu ao PMDB, também, a vaga de Vice na chapa de Ana Júlia – coisa que Jader, segundo a fonte, propôs à governadora em novembro do ano passado.


A conversa entre Jader e Zé Dirceu, na manhã de sábado, não teria alterado em nada essa situação.



Marido infiel



Se de fato nada mudou – apesar do otimismo de Zé Dirceu, após a conversa com Jader – é de se esperar que só uma mexida radical no chamado “núcleo duro” do governo possa, talvez, reaproximar petistas e peemedebistas.


Na semana passada, após a visita de Alexandre Padilha, fonte peemedebista reconheceu que o PT nunca ofereceu tanto a Jader quanto agora: uma vaga ao Senado, a Vice-Governadoria, a Secretaria de Transportes (Setran), “e querem ver o que mais a gente quer”.


Mas, observou, o problema é que o PMDB já não confia no PT: “É como aquela história do marido que deixa a mulher por causa da amante: fica sempre uma coisa esquisita. E qualquer telefonema em que ele fale baixinho, a mulher fica logo pensando que ele está falando com a amante”.


Segundo a fonte, a interlocução com os peemedebistas está “praticamente terminada”, a nível de Pará.


“Não queremos mais conversas com Puty, Marcílio e Maurílio”, acentuou.


Na sua opinião, “o que queremos, achamos que eles (o governo) não podem dar: espaço político, para o partido, para a vice. Não achamos que a DS tenha essa capacidade de mudar tão radicalmente; é uma questão de índole da DS”.


E arrematou: “Hoje, é muito improvável o fechamento de um acordo com o PT. Não temos nada alinhavado com PSDB. Mas, é mais provável, se o PMDB for coligar, que seja com o PSDB. Não que eles sejam melhores que a Ana. Mas, pelo mesmo motivo que apoiamos a Ana: tirar quem está no poder. O PMDB, infelizmente, está assim: um pote até aqui de mágoa em todas as eleições”.


Resta saber se a mexida no núcleo de governo conseguirá reanimar os peemedebistas.


13 comentários:

Anônimo disse...

Ana Célia,
A Dama de Ferro da Tendência Articulação Socialista, Ivanise Coelho, também foi convidada a comandar a Casa Civil, mas declinou.O Chefe da Tribo, Beto Faro, não gostou muito da recusa!!!

Anônimo disse...

Nossa governadora é a rainha da Inglaterra, não manda em nada!

Anônimo disse...

Não fale em marido infiel para Ana Julia. Acontece que ao colocar as cartas na mesa as cartas que não mentem jamais indicavam: Jáder tem mais chance que Ana. Senado ? Junto com Paulo Rocha? É muito risco. Jáder já disse que no Congresso está mais "protegido". De quem cara pálida? E mais, como candidato a deputado, leva Asdrubal, leva Elcione, a ex-prefeita de Parauapebas, né, não? Faz uma bancadona. E fica bem na foto. Zé Dirceu viu os números e amarelou. Já imaginou se Barbalhão topa sair pro governo. No sul e sudeste do Pará e no oeste paraense, ele ganha da Ana Júlia. Em Belém faz buraco.

Anônimo disse...

Com a Ana Júlia ERA assim:
- Ou dá ou DS.

Anônimo disse...

Mas Ana, esse médico que vc fala que vai ocupar a Casa Civil do atual governo, não é irmão de um candidato à deputado federal lá pela região do baixo amazonas ??? Por um acaso ele não poderá fazer uma fezinho em prol do mano ??? Me responda por favor.

Anônimo disse...

Fale do Puty, por favor estou com medo. E agora José...

Anônimo disse...

Fale do Puty, por favor estou com medo. E agora José...

Anônimo disse...

O PT tá é Putyss. eheheheh

Anônimo disse...

Só quero ver quando eles vão se decidir!

Anônimo disse...

Ana Célia, este Everaldinho é um tremendo esquema.Perguntem aos Santarenos as traquinagens dele por lá. O cara é supertalentoso para esquemas. Né Geraldo Prado?

Anônimo disse...

Égua deste Governo.PQP. Só tem perigoso. Sorte do Pará se ele dançarem nas eleições.E tomara que sim, para o bem dos Paraenses.

Anônimo disse...

O que o PMDB quer é só uma maior participação...no erário!

Anônimo disse...

Perereca, onde tá tu? Volta, vem viver outra vez ao meu lado, eu não posso dormir sossegado, pois meu corpo já está acostumado a ler teu blog todos os dias.

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