Gastos de publicidade e propaganda
do Governo do Pará explodem em 2009
Per capita do Governo paraense é maior que a de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraná e supera até o custo por habitante da Presidência da República.
É incrível, mas, verdadeiro: o Governo do Estado planeja torrar mais de R$ 207 milhões em propaganda e publicidade, entre 2009 e 2011, o que dá, em média, quase R$ 70 milhões anuais.
É o maior volume de gastos de um governo paraense, em publicidade e propaganda, nos últimos 14 anos – pelo menos.
E também representa um incremento superior a 100% em relação a 2007, quando tais despesas rondaram os R$ 30 milhões.
Pior: por conta desse aumento, a per capita dos gastos de propaganda e publicidade do Governo do Pará vai superar, em 2009, até a per capita da Presidência da República e dos ministérios, além de deixar para trás estados bem maiores como São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná.
Em outras palavras: o Pará vai gastar em propaganda e publicidade, agora em 2009, mais do que estados brasileiros de economia muito mais pujante e sem a metade das mazelas sociais paraenses.
A previsão de gastos consta do suplemento que circulou, ontem, 10 de março, no Diário Oficial do Estado.
O Suplemento traz a revisão do Plano Plurianual de 2008 a 2011.
Nele, o Governo do Estado prevê gastar R$ 207.115.718,00 no programa “Gestão da Comunicação Governamental”, com o objetivo de “publicizar as políticas públicas, os programas e atos governamentais”.
A estratégia de implementação, consta ainda no documento, será a de “estabelecer parcerias intra-secretarias, estabelecer política de comunicação social democrática e apoiar a democratização dos meios de comunicação”.
A maior fatia desses mais de R$ 207 milhões irá para a “implementação de ações de publicidade”. Serão nada menos que R$ 192.225.687,00, para “publicizar as ações do governo”. A maioria (R$ 192.183.737,00), na Região Metropolitana de Belém.
Veja, a seguir, as demais ações em que serão gastos esses mais de R$ 207 milhões:
1-Democratização do acesso à informação, para “melhorar o acesso da população paraense aos meios de informação e comunicação, objetivando consolidar a democracia, formar agentes comunitários de comunicação e melhorar os índices de inclusão social do estado”. Valor da conta para o contribuinte: R$ 645.573,00.
2- Publicação de editais: R$ 3.231.869,00.
3 – Implantação do Observatório de Comunicação e Mídia, para “constituir um programa de pesquisa no campo da comunicação e dos estudos midiáticos: R$ 645.573,00.
4 – Implementação de ações de comunicação institucional, para “apoiar a efetivação da imagem pública do governo”: R$ 1.291.147,00
5 – Implementação de ações jornalísticas, para “divulgar os eventos governamentais”: R$ 1.129.753,00.
6 – Implementação do Parque Gráfico, Editorial e Tecnológico, para “oferecer produtos gráficos e editoriais”: R$ 7.946.116,00.
Sem controle
Dos mais de R$ 192 milhões que serão usados para “publicizar” as ações do governo, R$ 61.427.644,00 serão gastos agora em 2009 e R$ 63.903.340,00 no ano eleitoral de 2010.
O enquadramento de toda essa dinheirama como “publicidade” – e não como propaganda – ajuda a aliviar o choque do contribuinte, diante de gastos tão extraordinários.
Afinal, como “publicidade” podem ser enquadradas campanhas de amplo interesse social, como é o caso da vacinação infantil ou da redução dos acidentes de trânsito.
Mas, como separar o joio do trigo? Em outras palavras: como garantir que boa parte desse dinheiro não será carreada, em verdade, para a pura e simples propaganda?
No Balanço de 2007, consta que a despesa realizada pela totalidade do Governo (Executivo, Legislativo e Judiciário) atingiu pouco mais de R$ 24,9 milhões, havendo, ainda, R$ 8,5 milhões em créditos autorizados, para propaganda e publicidade.
A quase totalidade desse dinheiro foi gasta pelo Executivo: R$ 23.775.480,31 de despesas realizadas e R$ 7,569 milhões de créditos autorizados.
Isso leva a crer que a maior parte desses R$ 207 milhões também será torrada pelo Executivo.
Além disso, o descompasso entre os gastos de 2007 e aqueles previstos para os próximos anos leva a perguntar: o que pode justificar um aumento tão espetacular, diante de uma inflação de 10% ao ano?
Outro problema é que a quase totalidade desses R$ 207 milhões será aplicada na Região Metropolitana de Belém; apenas uns R$ 40 mil irão para o interior do estado.
Ou seja, esse aumento extraordinário não pode nem ser justificado pela eventual “interiorização” das ações de comunicação.
Per capita supera a de Lula
De acordo com as informações que recolhi na internet, os gastos da Presidência da República e ministérios, com publicidade, sofreram um incremento de 35% em relação a 2008 e devem atingir, agora, R$ 547.400.000,00.
O problema é quando se divide essa montanha de dinheiro pela população brasileira (estimada em uns 190 milhões de habitantes): o custo per capita dessa gastança fica em R$ 2,88.
No caso do Pará, no entanto, quando se dividem esses R$ 70 milhões anuais pelos sete milhões de paraenses, a per capita fica em R$ 10,00 – ou três vezes a da Presidência da República e ministérios.
O mesmo resultado espantoso acontece quando se calcula a per capita de gigantes como São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Minas Gerais, com base na estimativa de gastos em publicidade e propaganda para este ano. Veja você mesmo:
São Paulo – há duas estimativas de gastos, uma divulgada pela Valor Econômico, outra pelo blog do Favre. Na primeira, tais gastos atingirão R$ 227 milhões; na segunda, R$ 313 milhões. Mas, mesmo dividindo a mais alta pela população daquele estado (39.827.570 habitantes), a per capita fica em R$ 7,85, ainda abaixo do Pará.
Rio de Janeiro – estimativa de gastos de R$ 100 milhões, para 15.420.375 habitantes. Per capita: R$ 6,48.
Minas Gerais – estimativa de R$ 70 milhões, para 19.273.506 habitantes. Per capita: R$ 3,63.
Paraná – estimativa de gastos de R$ 53 milhões, para 10.284.503 habitantes. Per capita: R$ 5,15.
Dinheiro que não acaba mais
Para se ter idéia do que significam esses mais de R$ 207 milhões que o Governo do Pará pretende torrar em propaganda e publicidade, nos próximos três anos, é preciso ter em mente o seguinte: em 2008, as transferências de ICMS para Belém, cidade de 1,4 milhão de habitantes, atingiram R$ 175.271.007,25, conforme o site da Sefa.
Isso quer dizer que o Governo vai gastar, em publicidade e propaganda, entre 2009 e 2011, mais do que o ICMS de um ano inteirinho de uma cidade do tamanho de Belém – e o ICMS é uma das principais receitas orçamentárias do município.
Esses R$ 207 milhões também equivalem a quatro anos de ICMS de uma cidade como Marabá (196 mil habitantes).
E equivalem, ainda, a quatro anos de orçamento total de uma cidade como Capanema, com 61 mil habitantes.
O pior, no entanto, é quando se comparam esses gastos em publicidade e propaganda com outros de maior alcance social, previstos no mesmíssimo Plano Plurianual.
Esses R$ 207 milhões superam, por exemplo, os R$ 177,6 milhões que o Governo do Estado pretende gastar com a distribuição de 266 mil bolsas-trabalho, no mesmo período; o que será investido na “perenização” de estradas vicinais (R$ 191.092,255,00); ou no Programa “Pará Viver”, que pretende reduzir a mortalidade por câncer e aumentar a sobrevida dos pacientes (R$ 67.066.484,00).
Esse dinheiro também supera o que será aplicado na geração de trabalho e renda à população rural que vive abaixo da linha da pobreza: a previsão de investimentos no “Pará Rural” é de R$ 153.385.666,00, para os próximos três anos.
Os R$ 207 milhões da propaganda e publicidade deixam para trás, ainda, o programa de promoção e proteção de direitos humanos, que investirá R$ 42.874.893,00, em três anos, para atender mulheres vítimas de violência, através dos centros “Maria do Pará”.
Também representa quase três vezes os R$ 74,5 milhões que serão investidos em “proteção social básica”, para atender, entre outros, idosos e portadores de deficiência.
Representam o triplo dos R$ 68,8 milhões que serão investidos em “proteção social especial”, para atender adolescentes que cometeram atos infracionais.
Na verdade, esses R$ 207 milhões representam quase três vezes os R$ 70 milhões previstos para o novo prédio do Hospital da Santa Casa.
Ou, ainda, quatro vezes os R$ 53,5 milhões que serão investidos para a implantação de “postos de serviço” que objetivam prevenir e reduzir os índices de criminalidade na grande Belém.
Ou, ainda, os R$ 69,4 milhões que serão aplicados no programa “Sentinela Saúde”, para diminuir, entre outros problemas, a taxa de infestação predial por aedes aegipty, no estado do Pará.
Quer dizer: esses gastos de R$ 207 milhões em propaganda podem até estar dentro dos limites legais.
Mas, do ponto de vista moral, serão aceitáveis?
23 comentários:
Gastam rios de dinheiro pra divulgar o que não fazem.
Mais um escândalo. Ou governo bom de notícia.
porque vc nao faz o comparativo do que foi gasto nos 12 anos anteriores no estado do Pará, ha nao esqueça de incluir o que foi repassado indevidamente para o grupo orm.
Eu sempre fui atenta as suas denuncias, agora dizer tudo isso e muita leviandade! A verba do Estado de propaganda é apovada na Alepa, esta muitooo mais baixa que os governos tucanos,...isso e mentira!!!
Eh petralha das 2:30; é "ah"... não esqueça...
Vai aprender primeiro a escrever, semi-letrado
Porque um petista corrupto é pior que um ..........(complete com o partido que quizer) corrupto ?
Porque o primeiro era esperança do outro ja esperavamos isso mesmo.
Fôda-se , Amem !
Aos anônimos das 2:30 e 4:34:
Não vou nem discutir com vocês: peguem o Diário Oficial citado – pode ser comprado na Imprensa Oficial ou consultado em qualquer biblioteca pública - e vejam se eu menti ou me equivoquei em alguma informação. Está tudo lá: o programa e as ações.
Depois, peguem os balanços gerais do estado, no site da Sefa – está tudo lá.
Depois, é pegar a população do estado, ano a ano, e calcular a per capita. Não é nada complicado; numa tarde de domingo vocês matam isso.
E vamos ficar só pelo que está no papel, sem escavacar o resto – como escavaquei na época dos tucanos – porque, se não, vamos ter de incluir nas contas de 2009 os R$ 50 milhões dos kits escolares, uma vez que a própria Seduc diz considerar isso como ação publicitária...
Infelizmente, não tive tempo de estabelecer essa per capita ano a ano: tinha pressa em divulgar o material, para evitar que vazasse - como vazou o caso dos kits escolares, que eu andava a investigar.
Posso até tentar fazer essa per capita no domingo: a prova dos nove.
Mas, se o fizer, será apenas com o que está escrito nos balanços: não vou revirar, novamente, os gastos de propaganda dos tucanos, como revirei em 2006, porque teria de consultar dezenas de documentos – e, como já disse, incluir os kits na conta de 2009, o que elevaria essa expectativa de gastos a quase R$ 257 milhões.
A bem da verdade, os tucanos também gastaram mais que Minas e São Paulo em propaganda, eis que a per capita paraense era maior que a desses estados.
Mas, se na época critiquei esse fato, numa série de matérias para o Diário do Pará, como é que poderia, agora, achar isso bacana? Só por que é o PT?...
Posso até estar equivocada, mas, não consigo encontrar justificativa lógica, racional, para que um estado miserável como o Pará gaste tanto em propaganda – mesmo que sob a “vestimenta” de publicidade.
Não entendo, nunca entendi e espero jamais entender como é que um estado que tem cerca de três milhões de cidadãos vivendo com até um salário mínimo por mês, pode gastar em propaganda mais que gigantes como São Paulo, Minas Gerais e Paraná.
Não entra na minha cabeça que a gente diminua investimentos em saneamento básico, por exemplo, num estado em que boa parte das nossas crianças ainda morre de doenças de veiculação hídrica, porque boa parte da nossa gente vive que nem bicho!... Apenas, para carrear mais recursos para a propaganda.
Perdoem-me se fico indignada com isso. Mas, sinceramente, gosto de manter essa minha capacidade de indignação, seja em que governo for...
A mesmíssima indignação que expressei através de matérias e matérias em relação a isso, ainda na época dos tucanos.
Penso que nós, cidadãos, temos de discutir essas coisas.
Temos de assumir, de fato, essa condição de Cidadania e participar, efetivamente, da gestão do nosso suado dinheirinho, do Estado que andamos a sustentar.
Não podemos abrir mão disso, seja em nome de que partido for.
Até porque essa condição de Cidadania é anterior a qualquer partido.
A gente tem de fiscalizar, cobrar e dizer: não, vocês não podem fazer isso com o nosso dinheiro, não!...
Porque esse dinheirinho suado é para ir parar lá na porta da casa da dona Maria e do seu José, na forma de esgoto, água encanada, asfalto, limpeza urbana. É para ficar na esquina da rua deles, na forma de um posto de saúde ou de uma escola. É para se concretizar em benefícios reais para as pessoas – para a totalidade das pessoas – e não, simplesmente, para encher o bolso de alguns...
Tenho – temos! - todo o direito de cobrar o bom uso do dinheiro de imposto que é descontado do nosso salário e que nos faz uma falta desgraçada!
Não aceito – e nenhum de nós pode aceitar - o uso do nosso dinheiro em gastos tão extraordinários de propaganda, apenas para tentar manipular a sociedade, a vender uma ilha da fantasia, um paraíso inexistente.
E se o PT não tivesse feito tanta trapalhada com a compra desses kits escolares, agora eu estaria até a usá-los como exemplo de bom uso do dinheiro público.
E ainda mais se não dessem, apenas, camisas, agendas e mochilas, mas, também, sapatos, calções, porque esses meninos e meninas não podem deixar de freqüentar a escola – um dia que seja! - por se sentirem diminuídos por não terem um uniforme ou por terem de andar por aí de sapato furado – quando têm um sapato, né mermo?...
Para mim, todo apoio à Educação será sempre pouco; porque é a Educação que, de fato, transforma...
Até por isso, ainda não consegui entender o porquê de toda essa trapalhada do PT para a compra desses kits.
Mas, como conheço de longa data os “nossos irmãos”, até arrisco um palpite: a realização disso deve ter consumido tantas reuniões que o tempo foi passando, passando e passando – até não haver mais tempo para uma licitação...
Aí, uma “cabeça iluminada” do PT – como as há em profusão, infelizmente, também no PSDB – pensou: “por que não unimos o útil ao agradável, fazendo uma dispensa bacana de licitação e aproveitando para turbinar bacana o nosso caixa eleitoral, além de fazer um marketing bacana do nosso governo?”.
E pronto: estava consumada, com licença da expressão, mais uma “grande cagada”, como aquela dos tais mapas do Novo Pará, distribuídos na gestão do doutor Almir...
É uma pena que nós, todos nós, que queremos, de fato, transformar esta sociedade cometamos erros tão absurdos, especialmente quando está em jogo o uso do dinheiro público.
É uma pena, enfim, que o poder faça tão mal a alguns de nós...
FUUUIIIIIII!!!!!!!
Ana Célia
Taí, seria bom mesmo comparar com os gastos do governo tucano. E seria bom comparar ano-a-ano. Basta pegar o balanço do Estado pra saber que foi realmente gasto em propaganda. Vocês vão ver que o governo petista tá fazendo tudo diferente do que disse que iria fazer.
Ana Célia, bom dia!
Primeiramente gostaria de lhe parabenizar por mais esse "furo" e por mais uma vez vc prestar um excelente serviço à sociedade com a boa informação... Parabéns!
Mas me diga uma coisa, esse seu furo não pode ser publicado em nenhum de nossos jornais locais? Vc sabe que nem todo mundo, nem todo nosso povo tem acesso a internet e quando tem o acesso a maioria não acessa os blogs por falta de informação mesmo e aí esse tipo de esclarecimento não chega a eles. Tenta emplacar essa matéria no Liberal, de preferência no de domingo pra ver se o seu José ou a dona Maria que votaram no PT acreditando numa mudança e não tem saneamento básico em seu bairro, por exemplo, ficam sabendo o porque dessa carência.
Uma coisa é certa, Ana Célia, tu também faz propaganda. Só que do PSDB. Mas existem propagandas e propagandas, né mermo? O pior cego é aquele que não quer ver, diz o ditado, e eu acrescento: e que ainda convece os outros de que está enxergando melhor do que eles. É o caso dos tucanos. A crer na propaganda deles só eles prestam e ninguém mais. O certo é que o PT acabou com o monopólio das comunicações, cortou privilégios e mamatas e acabou deixando muita gente descontente. E mais, o PT diminuiu sim os gastos com propaganda, comparado com os governos passados recentes, ao contrário do que afirmas. Eles sim, é que viviam num mundo fantástico em que tudo era uma beleza e a sujeira toda foi sendo jogada para debaixo do tapete. Taí a segurança pública que foi relegada a segundo plano nos governos tucanos. Só agora os investimentos (concursos, equipamentos) estão sendo feitos e a questão está sendo enfrentada com responsabilidade.
O certo é que tu mesma listaste aí nesta tua postagem um monte de programas que mostram como as coisas estão se dando neste governo, de maneira democrática, com ênfase nas pessoas, na população, todas as ações voltadas para o bem estar da população, para a melhoria de vida, o aumento de oportunidades para todos, que pelo que lutamos a vida inteira, inclusive tu, né mermo.
Querida Jornalista. Não sei quem lhe ensinou cálculos, mas a leitura do D.O. se dá seguinte forma: o valor referente a Reserva de Contigência não pode ser usado como base para o cálculo do RECURSO LIBERADO para as despesas da Secretaria de Comunicação, bem como para qualquer outra despesa de qualquer órgão público estadual. Em função disso, cabe informar que o RECURSO LIBERADO é aquele listado na Pg. 06, suplemento 12, do D.O. de 31/12/08, quadro "Programa de Trabalho", onde estão incluídas todas as despesas da referida secretaria, inclusive pessoal, transporte, material de consumo, programas e até publicidade.
Grata.
Veja bem, levar energia elétrica para um povoado de cinco casas ou para uma cidade de 200 mil habitantes custa a mesmíssima coisa, pois essa conta per capita está furada. Tenho certeza que o seu José e a Dona Maria vão continuar votando na Ana.
Ora, meio mundo mora em São Paulo, então é covardia esse cálculo per capita. Isso é mais uma pegadinha.
Acho que a maior parte desse dinheiro é para conscientizar o seu José e a Dona Maria não deixar água parada, a vestir camisinha e outras coisas úteis. Mas ainda vai sobrer um pouco para sustentar o Liberal.
Querida Perereca,
já lhe passou pela cabeça que você pode ter caído numa esparrela. Esses números são altos demais! Não é possível que um governo gaste isso tudo só com publicidade. O PPA é uma coisa meio complexa. Abriga valores que não podem ser analisados assim, tão secamente. "São 207 milhões para o governo fazer propaganda e ponto". Os deputados nem teriam aprovado coisa tão estapafúrdia. Acho até que a esparrela foi armada por quem sabe que a coisa não funciona assim, só para desacreditar seu blog. Penso até que é coisa da Joaona.
Eu até ia comentar o seu post, visando a entabulação de um debate.
Mas depois de ver que você mencionou que os kits escolares remontam a ordem de 50 milhões, valor que representa mais de 80% da verba de publicidade deste ano (o que não seria crível), e de perceber que você somou a verba de publicidade com a verba para reserva técnica prevista para o quadriênio, eu desisti.
Respeitosas saudações,
O Vigiador.
Cara Ana,
Vamos acabar com o governo e contratar uma agência de propaganda para administrar o Estado. É tudo legal, a Seduc ja revogou as Leis e tudo é possível na terra de Esquerdos.
Aos anônimos que estão criticando os “cálculos” que fiz:
1 – A única coisa que calculei foi a per capita – quer dizer, dividi o total de gastos previstos pela população de cada estado. E, sinceramente, creio que essa, sim, é uma comparação válida. Injusto seria comparar valores absolutos – e quem é razoavelmente inteligente sabe disso muitíssimo bem.
2 – Por conseguinte, não “calculei” nada em relação aos gastos em propaganda e publicidade, previstos para o período 2009-2011, pelo Governo do Estado: apenas e tão somente reproduzi, fielmente, o que está escrito no PPA. E o que diz lá é que o previsto para o programa “Gestão da Comunicação Social” são R$ 207.115.718,00. O detalhamento dessa verba está na coluna “financeiro”, ano a ano, também exatamente da forma que reproduzi – ou seja, sem somar, diminuir, multiplicar ou dividir o que quer que seja.
3 – Passei a tarde inteira ouvindo algumas pessoas falarem “economês”, quando tentaram rebater o que escrevi. Usou-se e abusou-se, na tarde de hoje,do termo “contingenciamento”, como se pudesse, enfim, transformar-se em espécie de “dragão da maldade contra o santo guerreiro”... Mas, quem já trabalhou no Estado há de convir que “contingenciamento” não é nenhum bicho-de-sete-cabeças. Significa, apenas e tão somente, que um determinado valor “contingenciado” irá sendo executado, irá virando realidade, na medida em que existir PROVISÃO financeira (dinheiro, money, tutu, bufunfa) para tal. Porque o principal, que é a AUTORIZAÇÃO, a PREVISÃO de gasto, já existe. Geralmente, “contingencio” aqui; ou seja, seguro o dinheiro que previ gastar, colocar aqui; para ter dinheiro, money,bufunfa, RESERVA para colocar, gastar acolá, numa coisa mais urgente e, de fato, OBRIGATÓRIA do ponto de vista legal. Nada assim tão diferente do que faz uma dona de casa, para usar a imagética predileta do PT: tenho uma determinada previsão de dinheiro, um determinado orçamento “do lar” que me permite orçar, com boa margem de segurança, a compra de um carro bacana. Mas, se lá pelas tantas minhas contas titubeiam ou se, por qualquer motivo, eu começo a imaginar que o mar não está pra peixe, eu “congelo” a compra do carro, para abastecer a despensa. Mas, a previsão do carro continua ali - e ela poderá acontecer, por exemplo, com a entrada do dinheiro do décimo terceiro. Ou, simplesmente, a qualquer momento, se eu, de fato, “bamburrar”, como havia inicialmente previsto.
4 – Disso decorre uma dúvida atroz, que me ficou quando li os comentários de alguns anônimos, aparentemente versados em “economês”: se o governo do estado, como eles alegam, não pretendia gastar tanto dinheiro assim em PROPAGANDA – eis que esse é o tipo de gasto do qual, sem trocadilho, não dá nem para fazer propaganda... – por que, então, PREVIU tais gastos? Em outras palavras, por que obteve AUTORIZAÇÃO para tal? Será que consultou algum babalorixá que, de repente, previu uma conjunção de desastres, epidemias, cataclismos, a exigir montanhas de dinheiro para campanhas publicitárias, a fim de evitar a extinção da espécie humana? Será que os economistas do PT andaram a beber, ou ficaram porres com o que eu bebi? Será que os economistas do Governo, de tanto “economês” acabaram bilés? Ou será que estão é a imaginar que, afinal, os bilés somos nós?
5 – Como uma anônima citou, fui tentar encontrar, no site da Imprensa Oficial, o Diário Oficial que, “magicamente”, transformaria, da água para o vinho, tudo aquilo que escrevi. Infelizmente, não consegui acessar tal publicação. E isso, aliás, já se tornou rotina neste governo que prima tanto pelo “republicanismo”: sempre que eclode um escândalo, o Diário Oficial e o link Transparência Pará saem do ar, se escafedem. O que, afinal, é uma lástima para nós, pobres cidadãos, os “sem-república”, que, afinal, não podemos “constatar” os nossos “lamentáveis equívocos”...
6 – Infelizmente, sou uma fumada e uma uga-buga consumada – do contrário, bastaria escanear e postar aqui a cópia do Diário Oficial que referi, na matéria que vocês estão a contestar, para acabar de vez com toda essa polêmica. Mas, recomendo vivamente que vocês procurem o Diário Oficial citado em qualquer biblioteca pública. Mas, façam isso rapidinho. Afinal, em tempos tão bicudos nunca se sabe o que poderá acontecer mesmo com os impressos, né mermo?
7 – Estranhei o tom emocionado de um anônimo, quase me “acusando” por publicar tal matéria, como se, afinal, ela fosse uma contradição em relação a tudo aquilo pelo que tenho lutado ao longo da minha vida. Sinceramente, até entendo a mágoa dos petistas; é a mesmíssima que sentiram os tucanos... Mas, bem vistas as coisas, essa mágoa deveria voltar-se não contra mim – mas, contra aqueles que cometem as insanidades relatadas nas matérias que escrevo. São essas pessoas – não eu! – que contrariam todo um projeto de Brasil e de Pará pelo qual lutamos. São essas pessoas – que mentem, enganam, dissimulam que devem ser “cobradas”, ao fim e ao cabo. São elas que têm de explicar, afinal, o porquê de agirem dessa maneira... Se também faço propaganda? Bem, quem freqüenta este blog não encontrará, aqui, nenhuma tentativa de enganar quem quer que seja... Minhas opções políticas estão aqui colocadas de forma clara, transparente. Os poucos posts que apaguei fiz questão de avisar aos leitores, inclusive alertando o porquê de terem sido deletados – em geral, pelo excesso de álcool. Da mesma forma, também fiz enormes elogios aos tucanos – está tudo aí, nos arquivos; basta pesquisar... Mas, eu quero que alguém aqui me prove que já escrevi alguma mentira; ou que, de caso pensado, busquei enganar quem quer que fosse, a partir de invencionices. Pelo contrário: já até aliviei, neste espaço que é meu – não nos jornais, mas, aqui, que me pertence – a barra dos petistas. E houve até quem me acusasse, por causa disso, dizendo que, se eu trabalhasse na Folha de São Paulo, seria demitida, sem nem poder sair pela porta de frente... Se faço propaganda das minhas idéias? Faço sim. Sempre que posso e à custa do meu suado dinheirinho. Mas, jamais, em reportagens, fiz algo assim – e vocês, todos, sabem disso muitíssimo bem!... Tanto assim que se angustiam com o que lêem aqui – porque sabem, bem lá no fundo, que é tudo verdade...
8 - Agradeço ao anônimo que expressou a preocupação de que tudo isso não passasse de uma armação da Joana Pessoa para me ferrar. Mas, infelizmente, anônimo, não dá para acreditar em algo assim – só ela já anda até a falsificar Diário Oficial.
Por fim, agradeço a todos os que postaram comentários aqui. Até agora não censurei nenhum – nem mesmo um mais pesado, contra outro anônimo. Espero que o debate continue neste nível bacana. Tenham certeza de que vou seguir publicando tudo o que vocês me mandarem. Creio que o mais bacana em tudo isso é a gente poder debater livremente, ao menos neste cafofo.
FUUUIIIII!!!!!
Ei, Vigiador, estás vigiando de maneira errada. Quem disse que os kits custaram 50 milhões de reais foi o próprio governo do Estado, a partird e duas notas da Seduc: 28,8 milhões para compra de agendas e mochilas e 20 milhões para camiasas. Tudo direto, sem escala e sem licitação. A Double M agradece. E, pelo jeito, o Vigiador também.
Quem dera neófito das 8:53, quem dera! Se fosse verdade, nem viria aqui na "perereca" ouvir asneiras de um "pimbudo".
Agora se tu achas que realmente foi gasto R$50 milhões, na ação, eu disse ação, publicidade, informe-me melhor.
Saudações cordiais,
O Vigiador.
Cara Ana,
Está claro que este governo por falta de capacidade criativa para novos projetos e total imcompetência para dar seguimento aos do governo passado, está utilizando a Secom para alavancar a campanha. O deprimente é que são na maioria ou imcompetentes ou sem nenhum caráter. Estão jogando o governo pra lama da improbidade administrativa.
A Governadora deve urgentemente se pronunciar sobre esta lambança dos Kits sem licitação. Os servidores públicos não merecem conviver com esta gente.
Querida Ana Célia,
Conhecê-la foi uma das coisas boas que me aconteceram recentemente. És uma pessoa intensa, espontânea, imprevisível, íntegra, verdadeira e muito - e ponha muito nisso - competente. E eu gosto, admiro e respeito pessoas assim.
Orgulho-me de tê-la como amiga.
Conte comigo!
Abs,
Charles Alcantara
Ei Ana,
Cadê a liberdade de expressão
Perguntei a você porque não ensina o teu amigo do Quinta a publicar os comentários que são contrários a ele,mas vc também não publica.É o corporativismo dos blogs é? Deus me livre dessa classe de recalcados,arrogantes e donos da verdade.To perdendo meu tempo.Já vi que só entra aqui o grupinho de voces.Vou ver se pelo menos o Barata publica.Tchau Perereca covarde.
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