segunda-feira, 30 de março de 2009

As Almas I



A tua alma
É o sangue em minhas veias.
A lua que no céu murmura:
_Para sempre, sempre tua!...
É o vento que me traz
O cheiro das terras
Que jamais terei.
É o Verbo a recriar o mundo!...
E se nas ruas passam as gentes
Por meus olhos, mares, estrelas,
Vendavais, torrentes...
E os abismos... Os silêncios...
Que nos perderam de nós!...
E o dia só é dia
Porque à vida
É preciso suceder...
Como todo hoje,
Todo ontem,
Todo amanhã
Como coisa que tem de ser!...
Como raiz que se agarra
Nas profundezas de um deserto
A todo sopro de florescer...
Mas... A cada esquina, a cada rua,
A minha alma
- que é a mesma alma tua! –
É sombra a vagar pelo mundo!...
Sempre de volta ao mesmo verso,
Sempre de volta à mesma lua:
_Para sempre, sempre tua!...


Belém, 29 de março de 2009

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