quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Mais e Menos

Os mais e os menos desvalidos



Ministério Público, Polícia Federal e Justiça Eleitoral resolveram realizar uma grande cruzada contra o caixa dois.




Em suma, para moralizar o país, para impedir que o abuso econômico comprometa a escolha democrática dos futuros prefeitos.




Para botar alguma ordem, nessa grande promiscuidade em que se transformou o financiamento de campanha.




A intenção, como sempre, é pra lá de louvável. Afinal, que cidadão, que contribuinte, não quer a moralização desse grande Bataclan em que se transformaram as campanhas eleitorais, né mermo?




Trata-se, portanto, indiscutivelmente, de uma ação justíssima e louvável.




Por conta dela, a quase totalidade dos candidatos e partidos políticos está numa pindaíba só.




Não consegue empresário nem pra financiar meia dúzia de “praguinhas” – quanto mais os caríssimos programas eleitorais televisivos.




Daí que campanhas “ricas”, digamos assim, com melhor capacidade de caixa, só estejam sendo realizadas por candidatos que podem financiar, no todo ou em parte, a própria campanha.




E, estranhamente, pelos prefeitos que concorrem à reeleição...




No entanto, muitos desses prefeitos não possuem um patrimônio pessoal significativo. Aliás, alguns, como diria a minha mãe, não têm no rabo o que periquito possa roer.




Alguns, até diploma falsificaram, para conseguir alguma coisa na vida.




No entanto, a campanha que fazem e o programa de Tv que apresentam, são coisas, assim, de Primeiro Mundo.




E eu, cidadã, contribuinte, fico pensando, cá com os meus botões: égua, quantas camisetas e feijoadas eles tiverem de vender, para arranjar tanto dinheiro, né mermo?




Quer dizer: tá certo que a Justiça é cega... Mas, será que, de repente, também ficou meio bilé?...




Exemplo do que estou dizendo (e assinando): a campanha de Duciomar Costa.




Eu, cidadã de Belém – cidadã da gema, aqui nascida e criada – quereria saber de onde vem o dinheiro da campanha do Dudu.




Afinal, Dudu, até onde a gente sabe, nunca foi um sujeito rico. Sempre foi um humilde e fumado oculista – e mais fumado ainda, se, como ele mermo diz por aí, fez muito trabalho assistencial.




Além disso, até onde a gente sabe, o Dudu também não realizou nenhuma grande movimentação para arrecadar fundos de campanha.




Nem ele, nem o seu partido promoveram um showzinho básico com o Chitãozinho e o Xororô; não venderam feijoada, camiseta, não abriram um livro de ouro - e são uns fumados, como todos nós.




Quer dizer, matematicamente, é grande a probabilidade de que estivessem na mesma pindaíba de todos os partidos e candidatos, à exceção dos que possuem patrimônio suficiente para bancar, ao menos, os gastos iniciais de campanha.




No entanto, Duciomar Costa contratou um dos marqueteiros mais caros do país – se não o mais caro – o Duda Mendonça. O mesmo que, por alguns milhões, também defendeu o Maluf e rinhas de galo... (daí que a gente nem pode dizer, né maninhos?, até onde o Duda desceu!...).




E eu, cidadã, contribuinte, fico embatucada.




Ora, segundo se diz, só uma vinda do Duda aqui, para “olhar” umas pesquisas, custou a “babugem” de R$ 100 mil – fora hotel, comida, transporte, etc...




Quer dizer: será que também fiquei meio bilé? Ou será que cabe a pergunta, aos senhores promotores, aos senhores juízes: mas, de onde é que vem tanta grana?




Ou será que só vale vigiar quem está fora do poder, quem não tem “favores” a distribuir, né mermo?




Quer dizer: pelo visto, no Brasil, criamos dois tipos de candidatos. Uns são os mais desvalidos. Outros, os menos, né mermo?




Uns, além de terem uma merreca de tempo de rádio e TV, agora, também, não têm nem dinheiro para fazer um programa decente, para mostrar o que pretendem para a urbe.





Outros, sentados na grana farta dos cofres públicos – no dinheiro que é de estrada, de hospital, de escola – podem fazer a maior farra, sem que ninguém, nem mesmo os vetustos senhores togados, ouse, ao menos, indagar o lógico: de onde vem a bufunfa? Qual a fonte que estão a utilizar para o financiamento de suas campanhas?...




Cinicamente, poderemos até dizer: pronto! Eis aí o financiamento público de campanha!...




E, cinicamente, também poderemos pensar: que coisa linda que é a democracia!...




FUUUIIII!!!!!

Um comentário:

Anônimo disse...

Se fosse só p Dudú a coisa ficaria fácil de combater. O que dizes da campanha da candidata Valéria e o Priante?
Até o Professor Mário eo o PT deixaram de fazer as festinhas e coletas para campanha. A militância agora é paga, recebe para bandeirar e até para comparecer nas caminhadas.
Portanto todo mundo é da mesma panela, assim diz o Priante.
Prtanto, vamos anular o voto!

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