sexta-feira, 6 de junho de 2008

verequete

Salve, Augusto Gomes Rodrigues!



Depois de 23 dias internado, Verequete deixou, finalmente, o Hospital Barros Barreto.


Já era esperado: Deus não seria doido de deixar o Mestre morrer assim...


É certo que já tem quase um século – 91 anos, leio no portal das ORM.


Mas, Deus haja a semear poesia naquele coração...


Tantos versos quanto as areias do mar, na própria expressão desse monumento da cultura paraense.


Um monumento tão maltratado que precisa de ajuda... para sobreviver!


O Pará tem dessas coisas.


Prefere as homenagens post mortem, nas quais sempre dá para fixar a plaquinha com o nome do mandatário de plantão...


Tem show para ajudar Verequete, na próxima quinta-feira, dia 12, no Teatro Estação Gasômetro, às 20h. Com o Arraial do Pavulagem, Ivan Cardoso, Márcio Macedo, Curimbó de Bolso, Quaderna, Pedrinho Calado e Trio Manari. Informações 3266-8407 / 8876-6961 / 8120-6634.


Mas, cá entre nós, se era para alguém da estatura do Verequete estar precisando de ajuda assim, né?


Que falta de respeito, né mermo?


Cadê o Governo do Estado, a Assembléia Legislativa, as prefeituras e as câmaras municipais?


Por que é que se tem ajuda, pensão, pra tudo que é “ex” disso e daquilo, por vezes, até de mais de R$ 30 mil, e não se tem uma pensão, uma ajuda decente para um “monstro” da cultura popular, como é o nosso Verequete?


É o caso de se dizer, de modo bem paraense: égua da bacanagem!



Chama Verequete



Chama Verequete, ê ê ê ê
Chama Verequete, ô ô ô ô
Chama Verequete, ruuuum



Chama Verequete, oh! Verê
Oi chama Verequete, oh! Verê



Ogum balailê



Ogum balailê, pelejar, pelejar



Ogum, Ogum, tatára com Deus
Guerreiro Ogum, tatára com Deus
Mamãe Ogum, tatára com Deus



Aruanda



Aruanda, aruanda, aruandaê



Mandei fazer meu terreiro
Bem na beirinha do mar
Mandei fazer meu terreiro
Só pra mim brincar.



Sereia do Mar



Eu sou a sereia do mar
Eu tô deitada na areia
Tô ouvindo teu cantar



O carimbó é muito quente
Da cintura prá baixo eu sou peixe
Da cintura pra cima eu sou gente



No meu barco à vela
Viajo a noite inteira
Com o poderio da sereia
Enfrento a cachoeira.




Pescador



Eu tava pescando, morena
Com a linha na mão
Errei uma pescada, morena
Puxei um tubarão



Ah! Como é bom pescar
Na beira mar
Em noite de luar!



(Todas as letras foram retiradas do disco “Verequete”, editado pelo projeto “Uirapuru – o Canto da Amazônia”, da Secult, em 1995)

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