quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Dudu 1

O Prefeito Metralha



Há muito tempo que Duciomar Costa já deveria estar preso, ao invés de continuar a administrar (?) a maior cidade do Pará e da Amazônia.

É difícil acreditar, porém, que esse Prefeito Metralha, tenha, enfim, o destino que merece, a partir do pedido de prisão do MP.

Não é segredo para ninguém que a Justiça, em nosso país, e mais ainda em nosso estado, deixa muito a desejar.

Infelizmente, enquanto a Nação passa a limpo o Executivo e o Legislativo, o Judiciário tem escapado praticamente incólume dessa tácita “operação mãos limpas”.

Não porque é merecedor de um atestado de idoneidade. Mas, simplesmente, porque o corporativismo e o poder dos Meritíssimos permitem que seja assim.

Raros são os juízes que vêem o sol nascer quadrado. Raros são os que têm, ao menos, de explicar a incompatibilidade entre os ganhos que possuem e o patrimônio de que dispõem.

E os poucos que têm de prestar contas à Justiça, porque flagrados em atos de puro banditismo, acabam postergando infinitamente a devida punição – ou até “premiados” com a belíssima aposentadoria que seria negada a um servidor público comum.

Como se juízes, desembargadores, ministros dos tribunais superiores não fossem apenas e tão somente servidores públicos.

Que, quando flagrados se locupletando, “peculatando”, digamos assim, não devessem responder da mesmíssima maneira por tais atos.

Pena de juiz, desembargador, ministro contraventor deveria ser exemplar.

Não apenas pela remuneração que recebem: afinal, quanto é que isso representa em relação ao salário mínimo, que é a mísera remuneração da maioria esmagadora dos trabalhadores brasileiros?

Mas, principalmente, porque a dignidade do cargo que lhes foi concedido – o poder de julgar, de dirimir, de intermediar conflitos – deveria pressupor o compromisso com a sociedade que os pariu.

Talvez o cerne da questão seja a origem dos Meritíssimos, em geral provenientes, especialmente na Região Norte, da oligarquia.

Dessas “famiglias” escravistas que ainda acreditam no “Direito Divino”.

E que não conseguem perceber a impossibilidade de deter a radicalização democrática, devido, principalmente, ao avanço das tecnologias de informação.

Não quero meter todos os juízes, desembargadores e ministros no mesmo saco, até porque sei que não é assim.

Já conheci alguns bem bacanas, extraordinários.

Mas, enquanto os Meritíssimos não se dispuserem a fazer a necessária faxina, todos acabarão parecendo exatamente iguais.

II

Mas, voltemos ao nosso “Prefeito Metralha”, que motivou este post.

Não é primeira vez que se pede a prisão dele e de outros integrantes da quadrilha dele.

Aliás, há que se dar a César o que é de César: Belém nunca viu quadrilha como essa. E eu me pergunto se haverá cidade brasileira que tenha visto, nos últimos tempos, algo assim.

Duciomar Costa parece nascido da imaginação do finado Dias Gomes, com o antológico personagem Odorico Paraguaçu – que, se não me engano, era até escrito com dois esses...

Não apenas ofende a gramática e a moralidade pública; ofende até a lógica mais rasteira, que perpassa os atos de qualquer ser humano.

A quadrilha que Dudu chefia não tem qualquer compromisso, além do enriquecimento dela mesma. E demonstra isso, todo santo dia, de modo insofismável.

Não é como as quadrilhas que, eventualmente, se apropriaram de bens públicos, em Belém ou no Pará, por motivos pessoais ou coletivos/partidários.

Essas, ao menos, procuravam se justificar, faziam alguma coisa: desentupiam um cano aqui e ali; construíam uma praça, uma escola; colocavam uma lixeira, combatiam endemias, epidemias, ou sei mais que “ias”, mesmo que mandando que os coitados dos guardas sanitários se virassem nos trinta...Faziam campanhas “benevolentes” pelos pobres, distribuindo direitos como se fossem favores...

O problema da quadrilha de Duciomar é que não se trata, exatamente, de uma quadrilha. É um bando, uma cepa virótica.

Quadrilhas, por exemplo, não destroem, o sistema bancário – pelo contrário, querem que os bancos continuem a existir, para que possam continuar a roubar.

Bandos, não estão nem aí. Chegam, assaltam, queimam, destroem e pronto. Porque não conhecem outra existência que não seja a parasitária.

Duciomar e o seu bando rendem até tese de doutorado.

Estão todos ricos e maravilhosos – e assim continuarão.

São a cara do eleitorado, que acha isso normalíssimo. Do cidadão da periferia, que considera “benesse” uma certidão de nascimento; que não tem nem idéia do que seja Cidadania. E que se o “pulítico” não “concede”, não ajuda, ainda acredita, piamente, naquele perobal...

Ainda levará uns 50, cem anos, para que o Pará e Belém se ajustem aos trilhos democráticos.

Sempre foi assim; sempre experimentamos todas as conquistas sociais com décadas de atraso.

Mas, sinceramente, não acredito, prefiro não acreditar, que ainda nos encontremos num tempo que “reacolhe” o bando, o vírus, representado por um Duciomar.

III

Em post anterior falei da minha opção por Valéria, nas próximas eleições. E gostaria de esclarecer isso.

Não gosto do DEM, embora respeite e goste – e muito - de vários Democratas. Minha “mãe espiritual” é do PFL/DEM. E tenho por ela um amor imenso, de alma, mermo.

Por causa dela e de outras pessoas fantásticas que conheci, dou graças a Deus por apreciar as pessoas bem mais que as siglas...

Mas, não poderei, jamais, concordar com o ideário do DEM. E espero em Deus que seja sempre assim. É questão ideológica. E ponto.

Mas, sou forçada a reconhecer que Valéria é a única candidata em condições de enfrentar o bando de Duciomar.

Meu candidato do coração – a prefeito, governador e até presidente do Brasil – se chama Mário Cardoso. E que petista extraordinário ele é!...

O professor Mário respeita, ouve as pessoas, mesmo que tenham opção política diferente da dele.

É de um espírito democrático tão radical, que conseguiu deixar até a Perereca de queixo caído...

Nunca o vi ofendido ou descontente com eventuais divergências. Pelo contrário: ele parecia apreciar isso...

Não bastasse isso é um soldado, que sabe se curvar, democraticamente, às decisões coletivas.

E é honesto – vejam só!

E é um intelectual que sabe a importância da participação popular.

Que não se isola, se encafua na estratosfera. Mas que quer saber, sinceramente, o que pensa a dona Maria lá da Vila da Barca. Porque sabe que só assim o “sonho” terá chance de se concretizar, afinal...

Sou tucana e jamais abrirei mão dessa condição, mesmo que proscrita.

Até porque não miro o hoje, mas, o amanhã.

Para mim, dominar um estado por doze anos é loucura, porque isso, em primeiro lugar, vicia as instituições.

E o fato de ser tucana me faz acreditar, visceralmente, na democracia. E um dos pilares da democracia é, justamente, o livre funcionamento das instituições...

Por isso, quadros como Mário Cardoso me fazem invejar o PT – porque nós, tucanos, com a nossa opção preferencial pelo personalismo, nunca conseguimos cultivar quadros assim, tão desapegamos, como direi, da própria voz, e imbuídos, de fato, de representar o grupo que lhes transferiu o poder de coordenação.

Nunca conseguimos enveredar pelo caminho da radicalização democrática; nem sombra disso. Que pena, não é mermo?

O problema é que Mário não tem condições de derrotar o bando do Dudu.

Mário precisa de tempo – precisa ser devidamente trabalhado, para enfrentar esse amplo domínio do jogo de cena, das câmeras de Tv. E isso demandará, certamente, uns dois ou três anos de intensivão no pé do “fessor”. Para que aprenda até a se vestir e a falar...

De Suely, então, nem se fala. E do tal do Edílson, também. Isso é loucura da DS, que está a ficar igualzinha ao Gueiros...

O poder sobe a cabeça, manos. E vocês resolveram, agora, que podem eleger um poste. E vão perder com poste e tudo, infelizmente...

O “xis” da questão nas eleições do ano que vem é que está todo mundo de olho em 2010.

O Jatene e a Ana temem a Valéria como prefeita de Belém.

Quer dizer: ninguém está mirando o hoje, mas o amanhã.

Para ambos, portanto, assim como para o PMDB, é mais tranqüilo um “imbecil” como o Duciomar.

É engraçado: todas essas pessoas, que se acham tão inteligentes, resolveram embarcar na crença de que Dudu só quer é trepar. E trepar bem longe, lá em Brasília.

Todos, em suma, arresolveram contar com o ovo no fiofó da galinha

Contam com a história de que esse bando, essa horda, depois de destruir Belém, não vai querer “flagelar” o estado também.

Sou tentada a dizer: Deus queira, Deus queira...

Mas, pelo sim, pelo não, eu, cidadã fumada, sujeita à dengue e a todos os desmandos dessas criaturas, prefiro me prevenir.

Até porque não quero ser, simplesmente, “rifada”, eu, moradora de Belém, junto com 1,6 milhão de pessoas...Não é justo, pois não?

Por isso, vou de Valéria. E para mim, se Deus ajudar, há de ser Valéria na cabeça!

9 comentários:

Anônimo disse...

Dá-lhe Ana Célia !!!

Anônimo disse...

Ué!? E o mano Edmilson?

Anônimo disse...

Ana,
Que tal uma matéria mais específica sobre o Duciomar, como você já fes com o sobrinho do Jatene, lá por Castanhal e Inhangapi?
Dizer que é ladrão, todo mundo já sabe.

Anônimo disse...

No seu relato você citou dois ex-prefeitos que roubaram à beça, embora tentam a todo custo fazê-los de santos. Não estou defendendo o inescrupuloso Duciomar, mas só queria fazer este pequeno adendo. Até porque essa história de que rouba, mas faz ou quem rouba um centavo do erário público são tão marginais quanto.

Anônimo disse...

que é isso, é um post ou um manifesto?

Anônimo disse...

Porra Ana,
Reproduz aqui na tua perereca, com todo o respeito, os trechos das reportagens que assinastes no Diário do Pará, contando as estrepulias da Valéria, Vic, Fernando Dourado et caterva.
Das duas uma, era tudo verdade e tu mudaste de lado ou era tudo mentira e mesmo assim tu tens a cara de tacho de que se bandear para o lado do VIC, O MAIS HONESTO DOS DEPUTADOS FEDERAIS DO PARÁ.

Anônimo disse...

És tucana, vais votar na Valéria, mas o candidato de teu coração é o Mário Cardoso. Isso é que se chama unificar a diversidade!

Anônimo disse...

Ei Ana , vamos mandar esse anônimo das 7:37 pra que lugar ?
Que tal pra PQP ?
O problema é ele não saber quem é a mãe dele.

Anônimo disse...

Não entendi essa minha cara jornalista Ana Célia Pinheiro. Como pode você, uma pesssoa esclarecida, que vem aocmpanhando o dia-a-dia da política paraense se bandear assim para o lado do deputado Vic? Você sabe melhor do que ninguém que onde está a Valéria está também o Vic por tráS. E ele representa o que de pior se tem na política desse Estado.É espertalhão, não tem ética, é falso e enganador. Sacaneia com duas pessoas: Deus e o mundo. Sinceramente não esperava por essa sua atitude, até porque acompanhei pela imprensa e por aqui mesmo no seu blog tudo que você escreveu a respeito dessa família Pires Franco e as falcatruas que eles aprotarram no governo passado. Imagine-se então eles com a chave do cofre da Prefeitura de Belém. Vai ser um Deus nos acuda, vão roubar mais do que esse tal de Dudu.

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