Você já parou pra pensar sobre o significado dos
direitos e garantias constitucionais?
Você sabia que esses direitos e garantias não foram
feitos “apenas para os poderosos”, mas para proteger a mim e a você?
São eles que permitem, por exemplo, que você esteja
me lendo agora, enquanto expresso livremente as minhas opiniões. E que permitem
a você rebater livremente tudo o que escrevo, caso não concorde comigo.
É por causa deles que você pode usar a roupa que
quiser, o sapato que quiser, o corte de cabelo que quiser. E que ninguém pode
lhe agredir, impunemente, por isso.
São eles que impedem que algum policial lhe arraste pra
prisão e lhe deixe lá mofando, só porque não foi com a sua cara.
É por causa deles que outros cidadãos, policiais ou
não, não podem espancar, torturar e até matar você e seus amigos, só porque
vocês decidiram se reunir pra tomar um chopinho, dar uma festinha, debater ideias,
organizar uma passeata pra melhorar a sua rua - ou, simplesmente, rezar.
São eles que lhe permitem processar, na Justiça, alguém
que pegue uma foto íntima sua e se utilize dela, pra lhe ofender, humilhar, nos
veículos de comunicação e nas redes sociais.
É por causa deles que você pode publicar um poema,
um livro, cantar uma música, encenar uma peça de teatro sem que alguém possa
lhe dizer: “Não, você não vai fazer isso, porque eu não quero, porque eu não gosto,
porque vai contra os meus interesses ou a minha sagrada opinião”.
Isso vale, também, para aquele filminho bacana que
você tanto gostou, aquele que você considera o melhor que já viu na vida: sem os
direitos e garantias constitucionais, talvez esse filme nem existisse. Ou, se
existisse, talvez você não pudesse assisti-lo, porque estaria proibido.
São esses direitos e garantias que permitem um homem
amar outro homem, uma mulher amar outra mulher, ou um homem amar uma mulher sem
que sejam punidos por causa disso.
É por causa deles que todos nós – brancos, negros,
pardos – podemos usar as mesmas calçadas e elevadores, frequentar as mesmas
escolas, festas, hospitais, já que todos nós – brancos, negros, pardos – temos de
ser tratados da mesma maneira, pelo Governo e pela sociedade.
São tais direitos e garantias que permitem que você
se defenda, tenha um advogado, apresente provas e até conteste a
decisão de um juiz, caso você seja acusado de alguma infração, irregularidade
ou até de um crime (e a gente nunca sabe o dia de amanhã, não é?)
São eles que lhe permitem exigir uma ordem judicial
quando a polícia quer entrar na sua casa e bisbilhotar seus emails. Sem tais direitos
e garantias, qualquer maluco, policial ou não, poderia fazer tudo isso com
você, a qualquer momento, só porque lhe deu na telha.
O problema é que esses direitos e garantias estão
tão presentes no dia a dia de uma Democracia que, muitas vezes, nem percebemos a
importância e a dimensão que possuem.
Daí o silêncio de tanta gente enquanto o
Brasil caminha para um golpe de Estado, e até para uma ditadura.
Quer saber como é viver em uma ditadura?
É fácil: feche os olhos por uns cinco minutos e
imagine a sua vida sem os direitos e garantias de que falei.
Imagine não poder reunir com seus amigos, pintar o
cabelo de vermelho ou até navegar livremente na internet.
Imagine um governo que possa determinar tudo o que
quiser, sobre a vida de todo mundo.
Imagine uma polícia que possa fazer o que bem entender
– inclusive, humilhar, bater e prender pessoas, só por causa de uma simples camisa
ou de uma saia curta.
Imagine.
E veja se não vale a pena lutar pela Democracia.
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Ato em defesa da Democracia, contra o golpe, em
Belém. Amanhã (18/03), às 17 horas, na Praça da República.
3 comentários:
ja tivemos outro impeachment e nao houve ditadura, mas agora que é com o pt todo mundo fala em ditadura...esquece isso! vamo só btar uns vagabundos pra fora e o barco segue
Ótimo texto! Didático e fácil de ler! Parabéns!
Nem se perde tempo pra responder por gente preconceituosa que se pensa rico e é pobre de idéias. Coitadinhos deles que servem de massa de manobra. Se estudaram história não conseguiram aprender nada.
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