segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Um desafio hercúleo


Na vistoria que realizaram, no sábado, no Hospital Abelardo Santos, o governador Simão Jatene e o secretário de Saúde, Hélio Franco, deram de cara com equipamentos novos encaixotados e serviços que nunca funcionaram devido à falta de médicos.
Em 2006, ao assumir o Governo, Ana Júlia também se deparou com um acelerador linear empacotado no Ofir Loyola e com a falta de profissionais de Saúde, para o funcionamento de serviços importantíssimos à população.
É um quadro que, entra governo, sai governo, não melhora.
Porque a Saúde paraense é uma mistura explosiva: falta dinheiro, falta gestão, falta gente qualificada - e abundam vastos interesses e as “tenebrosas transações”...
É uma tarefa hercúlea para o nosso “pequeno grande homem”, Hélio Franco, já que outros grandes técnicos também passaram pela nossa Saúde – a falecida Elisa Viana e o doutor Vitor Matheus, por exemplo – sem conseguir desatar esses nós.
Sintomaticamente, quem mais durou no cargo foi Fernando Dourado.
Sintomaticamente...
Foi um excelente sinal Jatene ter optado pessoalmente por Hélio Franco, sem ingerências político-partidárias e “otras cositas mas”.
E é muito bom, também, que percorra as unidades de Saúde e converse com a população e os servidores.
Só mesmo a conquista de um apoio social cada vez mais adubado para, ao menos, atenuar um quadro tão complexo.
Porque apoio social significa pressão por mais verbas para o Pará, fiscalização pela população e pelas instituições, conquista de cada servidor público como um aliado essencial.
A Saúde já nocauteou petistas e tucanos - aí incluídos o próprio Jatene, em seu primeiro governo, e o grande médico e gestor público, Almir Gabriel.
Mas é preciso que melhore. E muito. E com “urgência urgentíssima”.
Até porque o que está em jogo não é nem "o sonho" e a esperança – é a vida mesma das pessoas.

7 comentários:

Anônimo disse...

Parereca eu já vi esse filme.

Anônimo disse...

E pensar que a SESPA no final da década de 70 e inicio da de 80 era a terceira melhor secretaria de saúde do Brasil. Perdia para São Paulo e Rio Grande do Sul. O desmonte começou com a ida do Dr. Almir para a prefeitura e sua substituição pelo Dr. Carneiro. Saudades

Anônimo disse...

Perecera esperemos que não seja esta a única visita. Dr. Hélio foi uma excelente escolha mas o problema acho que são os escolhidos para os níveis inferiores de execução como coordenadorias. Investigue os nomes para a coordencao de avaliação e controle dos hospitais regionais...aí da medo.
Selenio

MARCIO VASCONCELOS disse...

A burocracia para funcionar um aparelho desse é tamanha, pois, precisa de autorização de tudo que é lugar.
Portanto, nem que o GOVERNADOR seja JESUS CRISTO, consegue fazer funcionar estes aparelhos de forma urgente.

Ana Célia Pinheiro disse...

Olha, Márcio:

Penso que dá para mexer, sim, em algumas coisas de forma rápida - especialmente, aquelas que dependem basicamente de gestão. E acho que o doutor Hélio já até começou a fazer isso.
Penso, também, que é possível agilizar contratações essenciais e dentro da legalidade - a 8666 contempla isso e, na verdade, é bem mais flexível do que a maioria das pessoas imagina.
Por isso, creio que os dois nós mais complicados daquela secretaria são os interesses e transações existentes lá dentro - e não é de hoje, nem apenas de há quatro anos - assim como a falta de verbas.
Tenho impressão que o Flexa Ribeiro até conseguiu fazer aprovar um aumento de verbas para o Pará.
Mas não sei se isso será suficiente.
O mais urgente,que é a reorganização da atenção básica em todo o estado - porque isso permitiria resolver a maioria dos casos e criar barreiras no atendimento hospitalar - penso que isso dá para fazer com uma boa gestão.
Até porque o doutor Hélio tem cacife (capacidade técnica, respeito, trânsito) para chamar os prefeitos, os secretários de Saúde, e tentar discutir, negociar e concretizar essa reorganização.
Além disso, o modelo dessas UPAs - que, infelizmente, a Ana praticamente não tirou do papel - é muito interessante.
Casadas com os hospitais regionais, elas podem ter um resultado sensacional.
E se você investir em campanhas de educação sanitária e até em campanhas que estimulem a população a fiscalizar, e denunciar, e dar sugestões sobre o funcionamento dos serviços, é possível que você obtenha boas melhorias no atendimento, a partir de pequenas coisas.
Sinceramente, tenho esperança que a gestão do doutor Hélio seja muito boa e que comece a produzir resultados rapidamente, sim.
Um abraço, Ana Célia

Ana Célia Pinheiro disse...

Obrigada pela sugestão, Selênio. Vou dar uma olhada.
Abs,
Ana Célia

. disse...

Eu tenho muita esperança no Hélio Franco. Acho que a seriedade que guia seu trabalho vai ajudar a desatar muitos nós. Provalmente nem todos. Mas muitos.

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