sábado, 21 de novembro de 2009

Lula



Lula, o filho do Brasil






A revista Veja se equivoca quando diz que o filme “Lula, o Filho do Brasil” irá mitificar o presidente Luís Inácio Lula da Silva.



O filme pode até reforçar essa visão mítica de Lula. Mas, em verdade, Lula se tornou um mito muito antes dessa película.



E é essa a melhor explicação para que um presidente, num resultado raríssimo em toda a história mundial, consiga chegar ao final de oito anos de mandatos consecutivos com inacreditáveis 80% de aprovação popular. E a transferir voto, em um quinto do eleitorado.



Há um livro muito interessante chamado “A Fabricação do Rei”, cujo autor, agora, me foge o nome.



O livro relata as estratégias de “marketing” utilizadas por Luís XIV, para se transformar no “Rei Sol”.



Uma delas, o custeio de obras de arte a endeusá-lo – na pintura, na arquitetura, na literatura.



No entanto, não é simplesmente nessa artificialidade que se baseia a popularidade de Lula – que, aliás, tem enfrentado a oposição cerrada da maior parte da mídia e de alguns dos mais importantes artistas brasileiros.



No caso de Lula, houve, é claro, o enorme empurrão do “mago” Duda Mendonça.
Mas, essa inserção popular só tem “sustentabilidade”, digamos assim, porque baseada em algo concreto, que não se desfaz facilmente – e a prova disso são as fogueiras que conseguiu pular, ao longo desses oito anos de mandatos.



Tal popularidade assenta sobre um conjunto de qualidades pessoais verdadeiras.



E, a principal delas, parece-me, é o domínio da linguagem popular.



Ao contrário dos intelectuais, Lula não tem medo de se emocionar; não parece ver nisso um “crime” contra a inteligência.



Isso gera proximidade, porque humaniza o político; porque quase que consegue transformá-lo no vizinho, no amigo, no sujeito com quem se conversa na mesa de bar.



Cria um laço, uma afetividade. Afinal, pensamos, ele é um sujeito igualzinho a nós.



A linguagem corporal do presidente é reforçada pela fala – que não significaria rigorosamente nada, se contraditória aquilo que o corpo expressa.



Porque, belos discursos, muitos sabemos fazer. Mas, convencer a platéia, e convencer maciçamente a platéia, é que são elas.



Talvez o mais belo exemplo dessa harmonia entre a fala, a mensagem corporal e a relação afetiva com a platéia seja o discurso de Marco Antônio sobre a morte de Júlio César.



Marco Antonio cria até um bordão extraordinário: “Mas Brutus é um homem honrado!...”



E se utiliza de elementos dramáticos impressionantes: o manto rasgado pelas punhaladas e manchado de sangue; o próprio corpo de César, o suspense acerca do testamento que deixou.



Mas, até pela própria predisposição da platéia – que estava enfurecida e considerava justíssimo o assassinato de César – talvez que passasse por um simples canastrão e tivesse o mesmíssimo destino do amigo, se a linguagem corporal não acompanhasse a fala e se ele não tivesse, com a audiência, um laço, um respeito, uma intimidade.



Séculos distante de Marco Antonio, Lula também é brilhante, ao seu modo, no aspecto da fala.



É claro, preciso, fácil de entender, mesmo que à custa da sintaxe.



Não perde tempo a coordenar, em tempo integral, sujeito e predicado. Diz, com a força da emoção e da clareza, aquilo que tem de dizer.



Em suma, não cria obstáculos ao rio que vem de dentro e que as palavras, apenas, se propõem a traduzir.



O fato de não ter medo de errar – e de até ironizar tais incorreções, como fez em relação ao tenebroso “menas” – acaba por reforçar essa humanidade e essa intimidade com a população.



E a estratégia desastrada da oposição, de tentar, ao longo de oito anos, desqualificar Lula simplesmente por seus erros de sintaxe, acabou é contribuindo para esse processo.



Afinal, para a maioria da nossa população, que possui até menos escolaridade que Lula, esse “menas”, e até aquele antológico (para nós) “subi” do Dudu, é o corrente, o cotidiano.



Essa estratégia, por arrogante e ofensiva à maioria das pessoas, também ajudou a distanciar os oposicionistas das massas populares.



E a imagem que me vem à mente é a de um Lula carregado pela multidão; um Lula “nos braços do povo”, em oposição a uma elite encastelada até mesmo em termos de linguagem.


Porque não consegue compreender o abismo que separa as duas pontas da sociedade brasileira, até mesmo na fala e no imaginário.

Lula se transformou num mito por suas extraordinárias qualidades pessoais, que, numa confluência rara, acabaram por se juntar a uma história de vida também extraordinária, devido ao “sopro da Fortuna”. Ou, mais pragmaticamente, devido ao aproveitamento de cada oportunidade que a conjuntura lhe apresentou.


Por isso, ele personifica, sim, com filme ou sem filme, o herói mitológico: o sujeito que, por uma missão divina, e auxiliado por forças divinas, atravessa um território repleto de perigos e desafios que nenhum outro pode vencer. Mas, cuja superação trará de volta o “paraíso primordial”.


Muitos políticos tentam personificar esse arquétipo, cuja importância o marketing político conhece muito bem, até por compreender a proximidade “mágica” entre política e religião.

Mas, na história recente do Brasil, e em se tratando do cenário nacional, só Lula conseguiu conquistar esse status “mítico” – e apesar dos inúmeros políticos brasileiros talentosos, que têm à disposição, igualmente, “magos poderosos” e fartas verbas de propaganda.


Talvez fosse o caso, portanto, de a oposição tentar é aprender com ele.

Em primeiro lugar, se aproximando da população – porque o povo, por incrível que pareça, não morde... – e aprendendo a gostar, de fato, dessa proximidade (sim, porque o povo “sente” o quanto de verdadeiro existe em tal aproximação).


Daí a importância de se deixar tocar, pegar, “cheirar”; de desenvolver a inteligência interpessoal e de harmonizar a fala e as expressões corporais.


Daí a importância de aprender a DIZER de forma clara e simples, sem arrogância e sem tanto “economês”, porque o esforço de comunicação tem de ser, principalmente, de quem pretende comunicar.


Mas, para isso, o PSDB tem de “calçar as sandálias da humildade”; tem de superar essa soberba, esse ar professoral que só afasta as pessoas, porque só reforça um abismo, em si mesmo nocivo.


O PSDB precisa cheirar à gente, a povo, da mesma maneira que cheiram à gente, a povo, Lula e o PT.

Precisa ir ao encontro do povo, fazer a sua “jornada mítica”.

Não, não se trata de simples “populismo”.

Mas, de se democratizar, de se abrir para a sociedade; de superar a enorme distância que o separa, lá em cima, no topo da pirâmide, da galera que está em baixo.

Aliás, os tucanos têm é de agradecer pelo fato de a adversária de José Serra ser a ministra Dilma Rousseff.

Porque Dilma, assim como Serra, ainda não conseguiu empreender a sua “jornada mítica”; ainda não conseguiu penetrar no labirinto do imaginário e da linguagem popular.

Por isso, não é na exterioridade, em Dilma, Lula e no PT, que o PSDB tem de procurar o seu principal inimigo.

O maior inimigo do PSDB é o próprio PSDB.

Que não consegue se abrir para a sociedade e crescer no conhecimento da “anima” popular.

Que não consegue perceber, afinal, que, em todo mito, o herói nunca é um mago ou em ente divino.

Mas, um simples, embora admirável, mortal.



FUUUIIIIII!!!!!!

5 comentários:

Anônimo disse...

Bem, na minha opnião o Lula e o Barack Obama são a mesma coisa. PURO POPULARISMO! As pessoas se simpatizam com eles porque eles são os "defensores dos fracos e dos oprimidos". Na realidade quando dizem que o Lula trabalhou eu não vejo trabalho dele coisa nenhuma. O Brasil anda com as próprias pernas.

Quer um exemplo? A Crise Econômica. Aqui em Marabá foram centenas de desempregados, agora eu pergunto: Por que o Lula não fez nada pelos desempregados? Por que não segurou seus empregos? Eu mesmo respondo: ELE NÃO PODE SEGURAR EMPREGO DE NINGUÉM PORQUE A ECONOMIA NÃO DEPENDE DELE E SIM DE UM CONJUNTO MUNDIAL... EUA QUEBROU, O BRASIL SOFREU IMPACTO, NÃO FOI TÃO ALARMANTE, MAS SOFREU. LULA NÃO DÁ E NEM SEGURA EMPREGO DE NINGUÉM E SIM A ECONOMIA MUNDIAL!!! MAS TEM AQUELES QUE DIZIAM QUE O LULA DESENVOLVEU A ECONOMIA DO BRASIL... FRANCAMENTE...

O Lula assumiu o Brasil, quando o mundo começou a dar passos largos ao crescimento econômico. Assim até eu governo! Quando o vento sopra a favor é muito fácil.

Outro ponto negativo. O BOLSA FAMÍLIA CRIOU UMA CAMBADA DE VAGABUNDOS! PERDÃO DA EXPRESSÃO, MAS É A PURA VERDADE. QUEM É BENEFICIADO, EM SUA GRANDE MAIORIA, NÃO POSSO GENERALIZAR, NÃO QUER SABER DE TRABALHAR!!! SÓ DE RECEBER DINHEIRO E FICAR DE PERNAS PRO AR!!! ASSIM ATÉ EU...

TEM MULHERES NO NORDESTE AUMENTANDO O NÚMERO DE FILHOS PRA RECEBER O BOLSA-FAMÍLIA!!! É UMA VERGONHA... EXPLORANDO O CÉREBRO DOS POBRES QUE SE AGARRAM A ESSAS BOLSAS.

LEMBRAM QUE ELE FAZIA NA CAMPANHA RIDICULARIZANDO GERALDO ALCKMIN? DIZIA AONDE PASSAVA QUE ESTE IA ACABAR COM O BOLSA-FAMÍLIA, PARA DEIXAR OS INCAUTOS COM MEDO DE PERDER A FONTE DE RENDA MANTIDA POR NÓS QUE DAMOS O SUOR POR ESTE PAÍS. É UMA VERGONHA...

CARO ADMINISTRADOR(A), MOSTRE QUE VOCÊ É MAIS DEMOCRÁTICO(A) QUE ESTES POLÍTICOS BRASILEIROS E POR FAVOR AUTORIZE MEUS COMENTÁRIOS A SEREM DIVULGADOS. DESDE JÁ AGRADEÇO!


Ass.: Cidadão Crítico

Anônimo disse...

Esse cidadão não tem nada de crítico. É rancoroso e preconceituoso. Não tem qualquer visão de economia e política. Quer um conselho, leia, mas leia muito, quem sabe um dia você chegue na unha do pé esquerdo do Lula.

Anônimo disse...

ESTRADAS, PORTOS, AEROPORTOS. Tudo emperrado,parado, quebrado. Cadê o desenvolvimento do Brasil? Perereca, não brinca com a inteligência da gente, Lula está aí nadando de braçada, por falta de opção e mediocridade desses politicos da oposição.
Cadê a classe média? ACABOU!
abç

Anônimo disse...

Caraca...esse anônimo das 4:00 (Em ponto)E o bem 'afortunado cuturalmente' "Cidadão Crítico" de (Marabá)são Hilários.

Veja bem Eu discordo e muito desse governo,mas dai a achar que o país não tem um Governo que planeja e que direciona o rumo das políticas Macro-ecõnomicas é ser um baita prepotente e um crítico de meia boca.
Esse camarada é um boquirroto que prega o separatismo no estado e despreza a figura dos governantes Locais,que eu concordo são muito ruins. Mas de onde ele foi expulso pela miserabilidade em que os governantes do estado que ele nasceu se encontra,ah! os de lá são muito piores. Ah! são, e muito.
Lula apesar das cagadas que fez e as que ainda estão por vir,foi e continua sendo muito melhor que todos os pustulas que governaram esse país antes dele. Morram de Inveja Tucanos. Se matem no trilho do Trem.SEPARATISTAS.

Anônimo disse...

IA ESQUECENDO AS ESTRATÉGIAS NA CAMPANHAS. SÃO DETALHES.
POR UM ACASO O "CIDADÃO CRÍTICO" LEMBRA DO QUE A REDE GLOBO E O COLLOR FIZERAM COM O LULA. VC LEMBRA...LEMBRA... LEMBRA... LEMBROU!!! NÃO Ah!! QUE PENA.

FICA PARA QUANDO VC APRENDER A LER...A CONJUNTURA.

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