sábado, 3 de outubro de 2009

Para sempre Almir II



Anônimo deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Para sempre Almir":

Mas Almir não quer ser candidato. Ele quer apenas bagunçar. SACANEAR... Ele quer atrapalhar o Jatene, dane-se o projeto para o Pará, como vc mesmo, Ana Célia, captou em post logo após a entrevista do Almir ao Diário. Mas agora vc confunde as coisas, ou esquece... Aliás, em outro post seu Mario Couto era nefasto, bandido mesmo, e Almir simplesmente por birra, e ódio ao Jaatene, o adotara como candidato. Essa era a visão correta - do seu post prévio, e não mudou,minha carqa metamorfose ambulante...

Recebi o comentário acima, sobre a minha postagem “Para sempre Almir”. Vamos lá gastar um bocadinho de cuspe.



I




Em primeiro lugar gostaria de agradecer ao anônimo por me comparar ao companheiro Lula.



É verdade que podemos discordar muitíssimo do Lula. Mas, penso, jamais poderemos deixar de reconhecer o cidadão extraordinário que é. Talvez por ser, como ele mesmo já disse, uma “metamorfose ambulante”...



O próprio Raul Seixas era uma “metamorfose ambulante”, um artista extraordinário - como muitos que existem na nossa política, aliás...



Mas, a verdade é que, no post anterior, não mudei, absolutamente, a minha opinião em relação a Mário Couto, nem em relação a Almir.



No caso de Mário Couto continuo a não aceitá-lo, de jeito nem qualidade, como possível governador do meu estado.



E é por isso que irei, democraticamente, fazer-lhe oposição, caso consiga ser o candidato do PSDB. Já estou, aliás, até a preparar a minha baladeira - que pode nem ser grande coisa, mas é certeira...



No caso do Almir, não discuti as razões que o levam a apoiar Mário Couto, contra um cidadão da estatura de um Simão Jatene.



Não, em qualquer momento, no post anterior, discuti as motivações de Almir, das quais posso, aliás, discordar.



Apenas constatei que ele está, simplesmente, a apoiar, com unhas e dentes o seu candidato. E defendi o direito democrático de ele agir assim.



E acho que a primeira coisa que as pessoas têm de fazer é aprender a diferenciar CONSTATAÇÃO e DEFESA.



Ou talvez até que o saibam. Mas prefiram usar as palavras para confundir.



Não mudo uma vírgula do que já disse acerca de Mário Couto, nem me sinto menos desolada pelo posicionamento de Almir.



Mas, não posso deixar de reconhecer que eles têm todo o direito do mundo de jogar, de participar do jogo, a defender suas idéias e interesses.



E que isso, o fato de defenderem suas idéias e interesses, não torna nem Almir, nem Mário Couto “um grande satanás”.



Aliás, abomino essa coisa de “satanização”. Não agrega, não educa, é tatibitati antropológico, simples manipulação. Coisa de cabecinha mal esclarecida que não sabe conviver com a Democracia.



E já que é para aprofundar o debate, vamos lá.



Penso, companheiros, que não se pode é simplesmente culpar Almir e Mário Couto pelos erros e defeitos de Jatene.



Quando a gente entra em campo, pode até torcer para que os adversários joguem pior que a gente. Mas, não se pode CONTAR simplesmente com isso para vencer.



Temos é de ter capacidade de jogar melhor.



E se o Jatene fica nesse estica-encolhe; não tem, simplesmente, capacidade de “ir pra cima”, que culpa têm Almir e Mário Couto?



Até onde eu sei, os dois não amarraram o Jatene: ele está “amarrado” é por si mesmo, por sua cabeça, por suas entranhas.



Ele está, em suma, “enrolado” em si mesmo...



E culpar Almir e Mário Couto por isso me parece absurdo.



E o episódio ocorrido na última terça-feira é cristalino quanto a isso.



Se os jatenistas cometem a burrice que cometeram e o Mário Couto se aproveitou disso, por que é que vou “culpar” o Mário Couto?



O Mário Couto fez, apenas, o que qualquer um de nós faria.



Botaram a bola no pé dele. E ele, pimba!, fez o gol. E muito burro seria ele se não agisse assim.



Mário Couto e Almir estão, apenas, jogando e exercendo o direito sagrado de divergir.



E, repito, não estou aqui a discutir ou a “apoiar” as razões de um e de outro.



Esse é o primeiro ponto. Vamos a outro.




II




O mundo, a realidade, não é feita das ilusões e “querências” da minha cabeça.



Acho que até já disse aqui: muitas vezes sonho que sou a Gisele Bündchen. Uma mulher jovem e gostosona, com tudo que é macho a andar atrás de mim (e eu podendo até fazer um verdadeiro “festival gastronômico”, eh,eh,eh).



Mas, quando eu olho no espelho percebo que não sou a Gisele Bündchen – nem perto disso!



E essa é uma das minhas “circunstâncias”, digamos assim. Apenas, uma delas.



Ora, a realidade que está posta ao PSDB é a de uma disputa interna – e FEROZ!



Então, não adianta ficar se descabelando, chorando pelos cantos: “ah, esses desgraçados!... Ah, esses bandidos!...”



Porque isso não muda UM MILÍMETRO a realidade que está aí.



Posso me sentir triste por não ver o meu partido unido, marchando junto para reconquistar o Governo do Estado.



Posso ficar desolada por ver o doutor Almir, a quem devemos tanto, a apoiar um sujeito como o Mário Couto, com o “currículo” do Mário Couto.



Mas, não posso me deixar dominar por isso: tenho é de agir sobre a realidade que está aí.



E isso talvez é que precise ser compreendido: o PSDB nunca mais será um partido de um líder só.



E eu, sinceramente, não vejo isso como um “desastre”, não; muito pelo contrário.



O fato de o partido não estar mais preso à figura de um líder só, nessa coisa muito personalista e até ditatorial que havia na época de Almir, significa que o PSDB está é a amadurecer – e a amadurecer no caminho da democratização interna.



Significa que o PSDB está a se transformar, verdadeiramente, num partido, nessa reunião de convergências, e também divergências táticas que é um partido democrático.



A gente fala muito do PT, porque tem um monte de líderes: Ana, Paulo, Ganzer, Mário Cardoso.



Porque se estapeiam, quebram o pau, gastam cuspe em discussões pra lá de acaloradas.



Mas, partido democrático é isso mesmo. O resto é feudo!



Então, eu vejo isso com muita felicidade, com emoção até.



Porque, finalmente, o PSDB está conseguindo se desgarrar deste modelo autoritário de partido que temos aqui no estado do Pará, no qual um só sujeito chega lá e diz “façam isso!”, “façam aquilo!” - e os demais só escrevinham a ata.



É claro que é preciso negociar, resolver tais divergências, a fim de que o partido possa caminhar na mesma direção, no próximo pleito.



Mas, esse debate interno não é ruim, não. E pode até ensejar um patamar superior de discussão, que nos levará a questionar, finalmente, até a qualidade das lideranças que queremos e os caminhos aceitáveis à conquista e manutenção do poder.



Então, ficar chorando por causa disso, além de significar falta de compreensão do processo de democratização que o PSDB está a viver, não resolve rigorosamente nada.



É preciso, então, agir, negociar. E, se for o caso, até ir pro embate numa prévia, numa convenção – por que não?



Qual o problema de a sociedade acompanhar o debate partidário?



Ora, não é da sociedade que nascem os partidos e não são os partidos que se propõem a conduzir a sociedade?



Então, qual o problema de a sociedade acompanhar esse embate, se ela e os interesses dela estão presentes em cada célula, em cada poro de um partido político?



Taí o PT, todo dividido, fracionado, 50 mil facções...



E nem por isso a sociedade deixou de entregar-lhe o poder.



A gente fica pensando que a sociedade lê as divergências, as porradas partidárias, apenas como coisa censurável, ruim.



E isso, penso, é sobretudo uma enorme falta de fé na sociedade, na inteligência da sociedade.



Afinal, todos sabemos que divergências existem até na vizinhança, até dentro de casa.



E nem por isso a gente deixa de conviver, de se gostar e de caminhar, quando é preciso, na mesma direção.



Por isso, nem vejo aquele arranca-pluma público de terça-feira como coisa ruim.



Ruim, na verdade, foi a estratégia dos jatenistas, ou talvez, a forma como ela foi executada, uma vez que, além de desnecessariamente deselegante e até injusta com um quadro como o Flexa Ribeiro, propiciou ao Mário Couto um verdadeiro gol de placa.



Mas, briga, discussão, todo mundo sabe que existe até dentro de casa.



E o inusitado talvez tenha sido a constatação de que tucano também diverge, sai do muro – graças a Deus!...



Também não vejo com temor a possibilidade de um embate numa prévia ou até numa convenção.



Afinal, penso, o candidato que não conseguir convencer sequer o partido de que é o melhor candidato para o estado do Pará, não pode esperar convencer disso a totalidade da população.



Então, para concluir este ponto, quero dizer o seguinte: quem tem de resolver isso, porque tem tudo para resolver isso, para unir o partido, se chama Simão Jatene.



Desde que, é claro, consiga, antes, se “desenrolar” de si mesmo.




III




Vou deixar aqui um conselho ao companheiro Simão Jatene.



Ele não me pediu. Mas, vou dar-lhe assim mesmo.



Se eu estivesse no lugar de Jatene já teria ido bater lá em Bertioga. E, quem sabe, não seja mesmo esse tipo de atitude que Almir está esperando dele.



Porque Jatene é capaz disso, sim, se quiser. Todos somos capazes de ir pra cima, quando queremos.



Porque isso é muito diferente de criar cabelo na careca ou virar a Gisele Bündchen.



Depende, exclusivamente, de querer, de acreditar em si mesmo.



Primeiro, telefonaria para o Almir. Afinal, o máximo que Almir poderia fazer era o bater o telefone na minha cara.



Ou, quem sabe, até me dar uma esculhambação.



Mas, não vejo que mais pudesse fazer.



E se eu ficasse muito triste com isso, aproveitaria o mote para tomar umas quantas grades de cerveja. E até chorar, por que não?



Mas, no dia seguinte, faria a minha viagem a Canossa, iria bater lá em Bertioga, levando até um fogareirozinho e uma lata de sardinha, para acampar lá na frente se fosse preciso. E mesmo que nem compreendesse direito porque o Papa resolveu me obrigar a uma viagem a Canossa...



E tenho a impressão de que Jatene nem precisaria abrir a lata de sardinha e acampar em frente à “fortaleza” de Bertioga.



Tenho a impressão de que o Almir o receberia, nem que fosse para colocar aquele olhar que muitos conhecemos em cima do “tímido” Jatene e dar umas três baforadas...



E, se eu fosse o Jatene, diria apenas: “Eu estou aqui, caboco, para a gente se resolver. Para a gente resolver isso de uma vez por todas, olho no olho!... Não vim aqui para recuperar a amizade que tivemos um dia, porque ambos sabemos que essas coisas, tão belas e frágeis, não se recompõem... Ainda não inventaram força capaz de juntar os caquinhos de uma amizade, de um sentimento, que se partiu... E o que eu quero é que a gente possa, ao menos, olhar com saudade - possa sentir saudade!... - de todos os momentos maravilhosos que tivemos juntos...”



Sabe, companheiro Jatene, o mal é que as pessoas às vezes se esquecem de que política é feita não por bichos, nem por deuses, mas, por seres humanos.



E, às vezes, deixar fluir a emoção vale mais do que toda a razão deste mundo.





FUUUIIIIII!!!!!!


7 comentários:

Anônimo disse...

Muito bonito.

Mas o Jatene iria la a troco de que??? Apenas explicar o que o Almir não quer entender???
Isso acalmaria o Almir em relação ao Jatene??? E a repercussão? Positiva ou negativa?
Até entrevista pro Diário o Almir ja deu! Ele não quer saber se o Jatene ta com Deus ou o Diabo. Ele só não quer ver o Jatene governador e ainda com a possibilidade de ser o primeiro a governar 3 vezes o estado.
Acredito que a solução estaja mesmo entre Couto e Simão. O Almir que aceite caso Couto resolva sair fora.

Gallo Marketeiro

Anônimo disse...

Dá-lhe Ana Célia! Senti firmeza nessa ótima aula de democracia com açaí embora não tenha a menor afeição por qualquer uma das personagens citadas. Realmente está fazendo muita falta esse tipo de debate na nossa sociedade, onde role todo tipo de emoção, negociação, enfim, o verdadeiro exercício da democracia, que como sabemos, continua sendo o menos pior dos regimes políticos.
Vou aproveitar a boa lembrança e reler a Apologia de Sócrates. Valeu.
Fernando

ANA CÉLIA 2010!!!!!

Anônimo disse...

Dá-lhe Ana Célia! Senti firmeza nessa ótima aula de democracia com açaí embora não tenha a menor afeição por qualquer uma das personagens citadas. Realmente está fazendo muita falta esse tipo de debate na nossa sociedade, onde role todo tipo de emoção, negociação, enfim, o verdadeiro exercício da democracia, que como sabemos, continua sendo o menos pior dos regimes políticos.
Vou aproveitar a boa lembrança e reler a Apologia de Sócrates. Valeu.
Fernando

ANA CÉLIA 2010!!!!!

Anônimo disse...

Olá, novamente!

Ana, vc foi responsável por uma das coisas mais bonitas que já li num blog... Essa coisa de Jatene se acertar com Almir, a maneira como vc colocou foi fantástica.
Conjunturalmente isso talvez seja impossível, mas... Dr. Gerson Perez só ainda não viu "boi avuá" o resto pode.
E sabes tu, cara anfíbia, que num futuro próximo ou, sempre que necessário for, estarão todos lá: Jatene, Almir, Jader e até outros menos notáveis, mas não menos incomodáveis principalmente depois que as urnas passam e é chegada a hora de acertar os apoios.

Vamos de maniçoba? a que fazes é cantada em proza e verso e, certamente capaz de unir na mesma voracidade o Jatene e o Almir.
Êta Porra!
Inventei a maniça da paz!


Edson Pantoja!

Anônimo disse...

Parabéns, Ana, pelo comentário!!!

Vamos torcer para que o PSDB, uma vez aparadas as arestas, possa seguir unido para as eleições de 2010!!!

Anônimo disse...

Resumo da obra: A perereca quer transformar o Rato em Papa para o qual Jatene deve beijar a mão. Francamente.

Anônimo disse...

Ana sabe o que vai acontecer quem vier como dentro do PSDB não tem nimguem com a experiencia de apara as arestas como tem no PT. Vai ser presa facil para a governadora e seu partido conclusão quem vier fatal mente vai perder por culpa de bastidores. Como PTista que sou torso que venha o Jatene politico sem prestigio criado em gabinete e sem voto seu mesmo, a eleição que ganhou tinha a maquina do governo e o Almir ao lado e hojé o que tem Jatene ah ele foi governador um governo fraco que não consegui cumpli nem com seu papel de fazer o minimo pra garanti a volta de Almir.

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