quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Na Berlinda




Mais uma vez, a entrevista do Puty






Recebi os dois e-mails abaixo, que trago para a Berlinda. Vamos ao primeiro:





"Ana Célia, vc deveria ser um pouco mais humilde e aceitar a opinião do professor Fábio que construiu, sim, bons projetos de comunicação e que, se fosse enfadonho, não teria construído tanto na prática como vc talvez não tenha chegado nem perto. Tente se informar dos projetos dele na UFPA e na SECOM.



Vc tem qualidades, mas acho que poderia lapidar ainda mais o seu talento se conseguisse ter um pouco mais de humildade e aceitasse que sua entrevista, com exceções, teve aquele ranço do PIG. Da mesma forma, algumas críticas em relação ao texto do Fábio são pertinentes, mas falar do nome do blog foi de péssimo gosto (cada um dá o nome que quer para o seu blog). da mesma forma que "Perereca da Vizinha" tem uma história, o Hupomnemata tb tem, e o professor explica a origem do nome lá no início do blog, para quem interessar possa.



Desejo td de bom para você e acredito que um dia a Ana Célia conhecerá melhor o professor (que é o que ele é, antes de ser doutor) e ele conhecerá melhor a Ana Célia (que é o que vc é antes de ser jornalista).



Assina uma admiradora de ambos.

4:51 PM"




Minha resposta:





Olhe, querida das 4:51:




Sei que fui muito incisiva em relação ao professor doutor Fábio Castro, mas, sinceramente, penso que ele foi extremamente ofensivo em relação a mim.



O professor doutor Fábio Castro praticamente me pintou como um papagaio-de-pirata da direita – e isso, definitivamente, eu não sou.



Tenho no costado toda uma história de vida, que talvez o professor doutor Fábio Castro desconheça.



E - deixando de lado a falsa modéstia – tenho, sim, um talento que me permitiria estar muito bem de vida, se me dispusesse a fazer determinadas concessões, especialmente em termos éticos.



Mas, quem me conhece sabe a dificuldade, a luta que travo pela sobrevivência; para ter um mínimo de dinheiro para sustentar a minha família.



Por isso, me reservo o direito de me indignar diante de colocações como a do professor doutor.



Mas, para além dessa questão pessoal, há uma questão mais importante a ser debatida.



Li no blog do professor doutor – o Hupo-sei-lá-o-quê – um comentário que me deixou até muito preocupada, e que colocava a nós, jornalistas, como pessoas despreparadas, tudo em função da entrevista com o chefe da Casa Civil, Cláudio Puty.



E agora você vem me falar do PIG, devido às perguntas que fiz.



Vamos lá, então, gastar um bocadinho de cuspe em torno disso.



Penso que é até senso comum que todo mundo defende liberdade de imprensa quando está fora do poder – mas reage de maneira inversa quando conquista o poder.



Essa é uma característica problemática dos países autoritários ou com parca experiência democrática, como é o caso do Brasil.



Os agentes políticos têm enorme dificuldade de lidar com a informação, porque só conseguem vê-la como positiva quando sob a ótica do beija-mão, do jornalismo chapa-branca.



É uma dificuldade que nasce de uma visão distorcida da realidade; na verdade, uma visão tatibitati e até messiânica.



A gente pega e divide o mundo em “nós” e “eles”, em “bons” e “maus”. E isso é um problema complexo porque está entranhado em nós – em todos nós; é uma questão cultural.



É preciso um esforço enorme, e cotidiano, para enxergar a diversidade; para não se deixar seduzir por essa simplificação.



Você não pode tratar como inimigo, e às vezes, nem mesmo como adversário, uma pessoa que simplesmente diverge de você em algum ponto, ou em alguns pontos, ou que simplesmente questiona o que você pensa.



Isso, em primeiro lugar, é um profundo desrespeito. É pensar que o outro não tem o mesmíssimo direito que você, de pensar e expressar opiniões.



É se colocar na posição de iluminado, ou até de um deus, e reduzir o outro a uma condição servil.



Mais ainda: você não pode simplesmente pegar o sujeito que você pensa que é adversário ou até inimigo e simplesmente despi-lo de toda a história e humanidade, para condená-lo ao fogo eterno.



Você não pode simplesmente satanizar o diferente. Mais não seja, porque, se você fizer isso, estará dando ao outro o direito de também lhe satanizar e lhe condenar ao fogo eterno.



E o que mais choca é o fato de as esquerdas brasileiras terem lutado tanto pela democratização; terem empreendido uma batalha histórica pela Democracia e, no entanto, demonstrarem uma dificuldade enorme em conviver com o mínimo da Democracia, que é a liberdade de expressão.



Para uns poucos, ainda? É verdade. Mas, já é um começo, pois não?



E veja: não estou aqui a me referir só ao PT, não!



Estou a me referir também ao PSDB, que, na época em que estava no governo, também era useiro e vezeiro nessa coisa de censura.



Quer dizer: até nisso PT e PSDB são iguais - não sabem conviver com a crítica e com a liberdade – alheia – de expressão.



Esse é o primeiro ponto.



Vamos voltar, agora, especificamente às perguntas que fiz.



Já participei de muitas entrevistas coletivas e já fiz muitos ping-pongs ao longo destes 30 anos de jornalismo, como você deve imaginar.



E devo lhe dizer, querida, que já passei por situações extremamente constrangedoras em algumas dessas entrevistas.



Lembro de pelo menos dois governadores que fizeram todos os meus colegas rirem de mim, em coletivas, simplesmente porque estavam incomodados com as perguntas que fazia.



E lembro que, apesar da intimidação e da vergonha que senti, continuei perguntando – e eles, afinal, acabaram respondendo.



Lembro de outra ocasião em que fiz um ping-pong, com um ex-governador e que ele depois até me pediu desculpas – veja só – porque se deu conta de que havia sido extremamente grosseiro ao responder uma pergunta incômoda que fiz.



Então, não “incomodei” ou “incomodo” só a DS e o Puty. Incomodo a todo e qualquer entrevistado, porque essa é a minha obrigação profissional.



Não sou grosseira – e pergunte ao Puty se, em algum momento, fui grosseira ou até agressiva com ele.



Mas, quando estou a entrevistar essas pessoas – que são figuras públicas – não estou ali apenas por mim mesma. Na verdade, represento a sociedade, todos vocês. Então, não posso perguntar só o que o cara quer, ou ficar só levantando a bola dele. Não posso, simplesmente, fazer um “chen básico” mascarado de entrevista.



Não pense que é uma coisa direcionada ao PT e a DS. Leia as entrevistas que fiz, para o blog do Vic, com o Gerson Peres e o Parsifal Pontes. Veja se não dei umas espremidas neles, até muito maiores do que no Puty.



Mas, nem o Gerson Peres, nem o Parsifal Pontes, e nem mesmo o Puty, se mostraram, pelo menos que eu saiba, incomodados com esse aperto.



Já falei com o Gerson Peres e com o Parsifal depois disso – e eles continuam sendo preciosas fontes deste blog. E até mesmo o Puty, no dia seguinte, me ligou para dizer que a entrevista tinha sido muito fiel ao que ele disse.



Quer dizer: a única pessoa incomodada com a espremida que dei no Puty parece ter sido o Fábio Castro!



Que tratou logo de construir toda uma fantasmagoria em torno dessa entrevista.



Que tratou logo de me transformar em uma mente deturpada pela ideologia direitista. Uma agente a serviço das elites dominantes.



Que coisa, né?



Lembro que já fiz umas duas entrevistas com a Ana Júlia em que ela não gostou das perguntas – tanto assim que a expressão dela até mudou e, em uma delas, ela me disse um sonoro “NÃO”, bem atrevido, e foi-se embora...



Mas, nem nessas ocasiões, fui transformada em uma coisa tão desprezível quanto um papagaio- de- pirata direitista...



Dá até pra rir, né?



Não estou zangada com o Fábio Castro e espero até que ele me perdoe se o ofendi, mas é que eu estava, realmente, muito indignada com ele.



Quando li o que ele escreveu fiquei uns dois dias pensando, para controlar a minha ira, porque a minha vontade era cair matando em cima dele.



Quando pensei em entrevistar o Puty, achei que isso seria interessante do ponto de vista jornalístico, já que ninguém ainda fizera um entrevistão com ele, apesar de o Puty ser, hoje, o principal articulador do governo.



Foi apenas esse o interesse que me moveu: o jornalismo.



E baseei minhas perguntas no que estava posto, nos blogs, nos jornais, em muita coisa que, acredito, todos os meus colegas teriam perguntado a ele e até as outras pessoas, se pudessem.



E creio, sinceramente, que essas espremidas até ajudam o debate e o próprio entrevistado, na medida em que ele tem, afinal, condições de se defender do que estão dizendo dele.



Não consigo ver uma entrevista pelo ângulo da “conspiração”, mas, pelo ângulo do debate, da Democracia, mesmo.



Lembro que numa coletiva, certa vez, o Edmilson respondeu a uma pergunta incômoda, mais ou menos nos seguintes termos: “eu te respondo quando você me entrevista como jornalista e não como assessora do Almir Gabriel”.



E lembro de uma ocasião em que o pessoal do governo armou um babafá, porque eu ainda era assessora do governo (nessa época ainda tinha a ilusão de conciliar reportagem e assessoria de imprensa, pra ter um pouco mais de dinheiro, né?) e tinha ido fazer, pela Província do Pará, uma entrevista com o Almir Gabriel. E aí - veja só - os assessores do Almir ficaram incomodados com as perguntas que fiz!...



Quer dizer: levei porrada, democraticamente, do Edmilson e do Almir, mais ou menos na mesma época, simplesmente por cumprir a minha obrigação - perguntar.



E não posso, simplesmente, deixar de perguntar. Ou, a cada pergunta, ficar me torturando se ela é ou não “politicamente correta”.



Como já disse, estou em uma entrevista não por mim, mas, como representante da sociedade. E devo à sociedade como um todo – inclusive a você – essa coisa de perguntar, independentemente se o cara vai achar bom ou não, ou se vai querer até me cobrir de porrada.



Então, não tem jeito: tenho de perguntar; é a minha obrigação profissional.



E olhe só, querida: tanto não há “maldade” nisso que nunca aconteceu de alguém que entrevistei se recusar a me dar entrevista novamente. Pelo contrário!



Então, não tenho, realmente, como aceitar a crítica do Fábio Castro. É um direito dele, né? Mas, também, é direito meu me defender no mesmo tom das acusações dele.



Obrigada pela participação.
Um abraço e volte sempre.







O segundo comentário:








"Ana Célia,



De péssimo gosto parte dos seus comentários sobre as críticas feitas pelo Fábio, muito afins, por sinal, às barbaridades contidas na reportagem (inesquecível) assinada por você em O Liberal sobre o Fórum Social Mundial, onde você descrevia - de forma quase raivosa - as pessoas que se alojavam nos acampamentos como "animais", entre outras pérolas.



Alguém que se preocupa com o coletivo não marginaliza os movimentos sociais e os indivíduos dessa forma, com visões generalistas e argumentos rasos, muitas vezes "chulos".



Sua entrevista, assim como boa parte desse seu último post foi, sim, encharcada do preconceito assinado por nossas elites mesquinhas que, como você, não aceitam ver seu discurso desconstruído e desnudado, reduzido a interesses mesquinhos, retrógrados e ao ressentimento de ver novos rostos e novas dinâmicas políticas, que por mais que não nos agradem fazem parte de um cenário democrático.



Lamentáveis e descartáveis boa parte das suas palavras voltadas para desqualificar as críticas, a figura e o blog do professor. Sorte da academia de não agregar pessoas como você, pena para as massas se de fato a possuírem como "militante" ou "intelectual", o que é muito improvável, dados os vestígios detectáveis seu trabalho por observadores que não precisam nem de perspicácia, apenas de um pouco de sobriedade.


11:45 AM"





Minha resposta:




Olhe, anônimo das 11:45, o que você diz é mentira – coisa típica de gente que não tem argumento. Uma mentira ainda mais grave porque você se esconde no anonimato, né? Quer dizer, sequer tem a coragem de assumir uma acusação dessas.



Nunca comparei o pessoal do Fórum Mundial a “animais” – isso é lári-lári.



Mas, tenho críticas, sim, ao FSM – e elas foram feitas aqui no blog e devidamente assinadas – é só procurar nos arquivos.



Gosto daquela anarquia, ela me atrai profundamente. Mas, acho que ela não nos leva a lado nenhum.



Também disse, na época, que ia me calar quanto ao uso de dinheiro público em coisas assim, para não ficar parecendo uma ave agourenta, um corvo, em relação à festa em torno do FSM. Mas, sou contra, discordo do uso de dinheiro público para isso - é direito meu, como cidadã, como contribuinte! Disse isso à época, estou dizendo agora, assino e assinei embaixo.



Mais adiante ainda vou trazer pra cá essa discussão em torno do apoio aos movimentos sociais. Acho que é preciso apoiar, sim. Mas, tem limite, né? Porque isso não pode ser usado para atrelamento dos movimentos sociais. Além disso, se ele só sobrevive à custa do Estado como é que é movimento social? Então, tem limite. Até para que ele possa realizar o trabalho a que se propõe de forma autônoma, agregando uma multiplicidade de opiniões e não se transformando em mero apêndice de partido político – qualquer que seja…



Essa é uma discussão bem interessante, porque houve um debate muito parecido, há uns 20 anos, na SPDDH, aquando de um grande racha na SPDDH, em torno da linha editorial do jornal “Resistência”.



Taí, vou me pautar essa matéria, para essa nova fase da Perereca, que devo começar a colocar no ar daqui a umas duas semanas.



Vamos gastar cuspe em torno do papel e do financiamento dos movimentos sociais.



Quanto ao restante do seu comentário é a sua opinião, o que, imagino que você saiba, não significa que seja verdade, né?



Sim, porque você parece tão arrogante que tenho de lhe perguntar se você realmente sabe a diferença entre opinião e verdade, né?



Acho que esse patrulhamento em relação à imprensa é muito complicado. As pessoas têm de parar com essa paranóia, têm de parar de ver até numa simples entrevista uma CONSPIRAÇÃO DEMONÍACA.



Égua da loucura!



E o mais engraçado, como eu disse acima, é que o Puty, no dia seguinte à publicação da entrevista, até me ligou para agradecer a fidelidade com que foi transcrita.



E eu nem disse acima, mas, vou dizer agora: o Puty até me disse “você pode me ligar quando quiser”.



Quer dizer: será que ele agiria assim se tivesse entendido as minhas perguntas da forma como você e algumas pessoas entenderam?



Parem com isso! Será que vocês não percebem o quanto há de autoritarismo nesse tipo de coisa? Quer dizer que você já nem pode perguntar alguma coisa sem se transformar num “agente da direita”? Égua, que isso é coisa de maluco, será que vocês não percebem?



Sinceramente que não consigo compreender esse tipo de visão; está além da minha capacidade.



Não, não está acima da minha tolerância democrática; se estivesse, nem publicaria seu comentário.



Mas, esse tipo de crítica está, sim, além da minha capacidade de compreensão, até porque tenho enorme apreço pela democracia e pela opinião alheia.



Essa relação rançosa com a imprensa não leva a lado nenhum; tem de acabar. A imprensa, e muito menos os jornalistas, os trabalhadores jornalistas, não podem ser vistos como meros “agentes da direita”, cada vez que fazem uma pergunta incômoda ou até uma reportagem incômoda.



Tudo isso, essa paranóia, esse patrulhamento, decorre, na verdade, daquilo de que falei no post em resposta ao professor doutor Fábio Castro: a vergonha, o medo que as esquerdas têm se mostrar.



Por isso, cada vez que você trisca, vêm cuspindo fogo.



É engraçado isso: se eu entrevistar o Gerson Peres e espremer, como espremi no ping-pong que fiz para o blog do Vic, nem por isso ele vai sair me chamando de “agente da esquerda”, de papagaio- de- pirata da esquerda.



Nem o Gerson Peres, nem o Jarbas Passarinho, que também já entrevistei, têm vergonha das posições deles.



Eles defendem claramente aquilo que pensam e não ficam furiosos ao serem questionados.



No entanto, as esquerdas têm verdadeiro horror a isso. Não querem falar de seus projetos para a sociedade, não querem defender o que pensam e ficam furiosas quando a gente simplesmente pergunta e até abre espaço para isso.



Mas, se as esquerdas não acreditarem naquilo que propõem, naquilo que projetam para a sociedade, quem é que vai acreditar?



Não tem mais ditadura, acabou a ditadura, as pessoas não precisam mais viver escondidas, gente!



E parem de ofender quem abre espaço para isso, porque se não ninguém mais abre espaço pra isso – só eu mesma, que sou uma lesa...



E querem saber do que mais? Nem ia beber, mas, vou é encher a cara, porque já estou de saco cheio dessa discussão. E, se calhar, mando a conta lá pro professor doutor Fábio Castro, que começou esse inferno.





FUUUUUIIIIIIIIIII!!!!!!!!!!




P.S: acho que vou pedir mais uma entrevista com o Puty, porque aquela ainda tá rendendo um Ibope danado (ah,ah,ah...). Se calhar, faço uma série...

8 comentários:

Anônimo disse...

Olá, Ana Célia.
Antecipadamente agradeço a publicação do que se segue.
Realmente acho que vc poderia ser mais humilde, mas... segundo Schulzy "É impossível ser humilde qdo se é brilhante" e, folgo em informar, vê-la "vaca de presépio" de nada nos serviria.
É, não serviria mesmo já que a perereca tem um q de relampeio acoriscado, entende? De não deixar pedra sobre pedra...
Por outro lado, essa coisa de perguntas incômodas... ora, incomodadas ficavam nossas avós. Essas perguntas, eu penso, tem gente que dorme com a consciência mais leve depois de encarar um ping-pong com vc, torcendo p/ que vc aponte os rombos na rede, o empeno da raquete super faturada ou mesmo o roubo da bola.
Vc Ana Célia, é unanimidade se, como diria Fequinni (BA), o lance é "Sentar-lhes a porra".

Qto a FC... perdoa! ele não sabe a que veio ou o que diz...

Edson Pantoja

Anônimo disse...

"Mais de 20 mil estudantes de todo mundo se juntam em acampamento

O Fórum Social Mundial deverá atrair a Belém cerca de 20 mil estudantes de todo o mundo, que ficarão abrigados no acampamento para a juventude, no campus da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra). É uma 'fauna' diversificada, responsável por alguns dos protestos mais criativos dos fóruns anteriores e que, até pela idade, tem um 'quê' de encanto radical. Exemplo: ao longo da semana, causou frisson o fato desses meninos e meninas terem dispensado os 'banheiros químicos' oferecidos pela Ufra.

Porque preferem 'modelos ecológicos' - leia-se buracos cavados na terra - para satisfazer as naturalíssimas necessidades fisiológicas. Talvez devido à diversificação da 'fauna' - o que, aliás, não é privilégio dos mais jovens - é que as discussões do FSM mais parecem uma barafunda temática: vão desde a apicultura, o governo eletrônico, a advocacia e as políticas públicas, passando pela amamentação, migrações, combate à violência e desmatamento, até a Capoeira e o Yoga. E talvez por isso, também, é que algumas das instalações do evento parecem derivadas do 'Arquivo X', a série televisiva sobre acontecimentos paranormais e estraterrestres. Exemplo: a 'Ecoaldeia da Paz', na UFRA, que teve origem na 'Tenda Galáctica' do acampamento da juventude (...)

Não é uma forma de chamar os participantes de animais?

http://www.orm.com.br/projetos/oliberal/interna/default.asp?modulo=247&codigo=396058

Anônimo disse...

Ana Célia, agradeço a resposta, mas discordo quando vc diz que "é até senso comum que todo mundo defende liberdade de imprensa quando está fora do poder – mas reage de maneira inversa quando conquista o poder". Conheço pessoas integras tanto dentro quanto fora do poder e ser íntegro na nossa profissão é muitas vezes ter que passar fome, é ter que até passar por doido para não se dobrar. Eu, por exemplo, jamaaaaaaais trabalharia para uma pessoa fútil, desprovida de senso coletivo etc etc e etc, como o deputado Vic Pires Franco. Você foi lá e encarou e seu afastamento para mim foi um bom sinal, pois eu já estava achando que não restava mais nada da Perereca que eu enxergo no blog. Mas essa é a realidade de tantos jornalistas que precisam encarar esse salário de miséria imposto pelos "grandes" jornais, como o Diário, que é o que pior paga.
Voltando a sua resposta, quando vc é irônica e usa expressões como "professor-doutor", e fala dos alunos do professor Fábio, me decepciono pois sei que vc sabe a importância do estudo e da leitura (títulos são consequência). E o Fábio, para quem o conhece, não tem esta arrogância. Conheço alunos do professor que também são pessoas muito inteligentes e politizadas, ótimos profissionais e pessoas humildes que tem no professor uma grande admiração. Vejo nesse tipo de "brincadeira" aquele preconceito às avessas que discrimina de qualquer forma e isso é péssimo: odeio preconceito! Se o seu posicionamento foi movido pela raiva, pelos goles a mais (normal, tb bebo), td bem, mas que passou uma péssima impressão, passou.
Sobre a entrevista, já que está dando ibope, sugiro que faça e outra e com outras pesssoas legais. Suas postagens são bacanas, ao contrário do blog do seu ex-patrão (eca!!!) E , caso o Puty aceite, faça uma nova sabatina e inclua perguntas, por exemplo, sobre os avanços deste governo em relação ao anterior (faça comparativos). Pergunte o que este PT, com todos os tropeços que possa ter tido, fez e está fazendo pela Dona Maria e pelo Seu José.
Gosto das polêmicas, como esta, gosto da blogosfera que briga, que reclama, que defende, que não se cala, porém, admiro a crítica que não é vazia, que tem fundamento. Admiro as pessoas que aceitam as diferenças, que sabem voltar atrás (coisa que eu tenho dificuldade em fazer) e, principalmente, admiro os que acreditam em um projeto coletivo que possa melhorar a miséria humana que vemos aí hoje. Seja letrado, seja lixeiro, seja qual for o profissonal, aquele que está engajado nesta luta tem meu aplauso e minha admiração.
Obrigada pela resposta tb e, como vc viu, voltarei sempre.

Ana Célia Pinheiro disse...

Olha, Edson Pantoja é sempre um enorme prazer ter você aqui. Obrigada pelos elogios, embora eu ache que não mereça tanto. E não se preocupe: já perdoei o Fábio Castro. Muito obrigada pela participação e, por favor, nunca me abandone, tá? Abs

Ana Célia Pinheiro disse...

Oi, anônimo das 10:58. Seu comentário foi para a berlinda. Abs

Ana Célia Pinheiro disse...

Oi, querida das 12:42.



Veja: quando me refiro a essa mudança comportamental, do antes e do depois da conquista do poder, não me refiro às pessoas em geral, mas, à cúpula e aos partidos. Não é uma questão com você ou comigo, que somos apenas arraias-miúdas nessa coisa toda.


Não me arrependo de ter trabalhado com o Vic – ele é, sim, um bom jornalista. Acho importante a existência de mais esse veículo de comunicação, que é o blog dele, cuja previsão inicial era de uma equipe de profissionais, inclusive jornalistas.


Além disso, não vejo qual a diferença entre trabalhar para o Vic ou para os Maiorana ou para os Barbalho. Desde quando os Maiorana ou os Barbalho têm “senso coletivo”? Desde quando o Jader Filho é menos “fútil” que o Vic?


Pelo contrário, o Vic me surpreendeu muitíssimo com a sua capacidade jornalística, que é muito superior a dos jovens donos dos jornalões locais.


Fui irônica, sim, com o professor doutor Fábio Castro, para não ser grosseira. Porque, como já disse, fiquei muito, muito, muito, muito revoltada com o que li. Penso que ele não foi sequer ético em relação a mim.


Mas, veja: essa ironia é em relação à empáfia dele, não ao conhecimento, qualificação, títulos universitários.


Tenho uma frustração enorme por ainda não ter conseguido concluir um curso superior – e espero ainda conquistar isso.


Espero ainda cursar Jornalismo e até Filosofia, nem que seja via internet.


Não desprezo isso, absolutamente.
Mas, não acho que o conhecimento ou a formação superior justifiquem um comportamento arrogante. Muito pelo contrário: penso que o conhecimento leva é à humildade, diante da compreensão dessa impossibilidade de conquistá-lo plenamente.


Não fui preconceituosa, querida, em relação ao professor doutor Fábio Castro: ele é que foi extremamente preconceituoso em relação a mim. E só não falo em deslealdade porque a gente nem se conhece, né?


E se eu não tivesse visto o que ele escreveu lá no blog dele?


Quantas pessoas estariam me vendo, agora, como um simples papagaio-de-pirata da direita, sem que eu tivesse sequer a chance de me defender?


Quer dizer, eu iria arder numa fogueira sem sequer saber o motivo; uma coisa tipo Tribunal do Santo Ofício, né? E tudo por causa de uma entrevista!...


Aí, vou te perguntar, que nem um colega nosso: por que o professor doutor não comenta a censura nos jornais, os baixos salários e as péssimas condições de trabalho dos jornais? Por que ele não comenta essa relação promíscua dos nossos jornalões com o governo – qualquer governo? Por que prefere despejar a fúria dele em cima de mim, e não em cima dos patrões da comunicação?


Quanto a uma nova entrevista com o Puty, é possível, sim, se ele topar – por que não? Tenho a minha consciência tranqüila em relação àquela entrevista com o Puty: em qualquer momento quis ofendê-lo, em qualquer momento o tratei como adversário, até porque nem o conheço. Apenas e tão somente cumpri a minha obrigação de jornalista: perguntar.


E, se fizer uma nova entrevista com ele, pode ter certeza de que levarei as suas sugestões de perguntas, ok?


Querida: tenha certeza de que estamos juntas nessa “guerra” por um mundo melhor, socialmente mais justo, sem fome, sem essas diferenças horrorosas entre as pessoas; sem essa miséria da nossa gente. Muito, mais muito obrigada pela sua participação. E não deixe de voltar, hein? Bjs e sucesso no seu trabalho.

Anônimo disse...

É muita baboseira pro blog só.
Mas, nessa polêmica toda, de um lado uma blogueira formada nas hostes do PIG, e de outro um professor, fico com o segundo.

Ana Célia Pinheiro disse...

Ao anônimo das 8:45:

Lamento que a sua decisão seja por este ou por aquele.

E não - como deveria ser - pelos argumentos de cada qual...

Ou você ignora que, para além das pessoas, existe uma coisa chamada argumento?

Postar um comentário