Caros leitores da Perereca:
Sigo a escrever. E espero concluir, nos próximos dias, o encruado X capítulo da Festa do Apê e o III capítulo do ET de Inhangapi. Na verdade, já estão praticamente prontos, há algum tempo. Mas, precisam de ajustes aqui e ali.
Não esperem deste blog, nos próximos meses, portanto, além dessa minha produção independente.
Só voltarei com informação no final do ano, quando tiver, novamente, alguma independência financeira.
Vou atualizá-lo, como prometi, mas, dessa forma.
Porque, na província do Grão Pará, mesmo para a ficção, a independência é problemática; mais ainda, em se tratando de informação...
Pensei, pensei e concluí que não seria justo, para com os leitores deste blog – e nem para com a autora - produzir informação que não seja, rigorosamente, independente.
Seria enganação. E isso não é bacana...
Sigo a serpentear entre os grupos políticos e os veículos de comunicação.
Como naquela música bacana, é viver e aprender a jogar...
Espero, sinceramente, que esta seja a minha última campanha.
Não quero voltar a trabalhar nisso, até porque já conheço a “receita” de cor e salteado...
Todas as campanhas exigem da gente um custo altíssimo, em termos ideológicos.
E eu, apesar de tudo, continuo com este meu projeto enlouquecido de servir à sociedade que me pariu.
Tomo um champanhe aqui e ali; gozo de uma fama aqui e acolá... Almoço com um, janto com outro...
Mas, permaneço com este desejo profundo de ser, apenas, um instrumento da História... E da História que se escreve na ótica do dominado – e não do dominador...
Como esta é a última vez em que falamos seriamente uns aos outros, até o final do ano, deixo a vocês algumas dicas importantes.
Tenham muito, muito cuidado com todas as reportagens, matérias regionalizadas. Porque todas estarão carregadas de intuito eleitoral.
Tenham em mente que o jogo objetiva 2010.
E que este jogo municipal de 2008 será muito mais cruel do que todos os anteriores, justamente pela aparente indefinição de 2010.
Ora, passados dois anos de administração, o PT, infelizmente, ainda não conseguiu dizer a que veio.
Não vou discutir o porquê disso, porque esse é um debate para noitadas e noitadas, que terá como cerne, certamente, a noção de democracia.
Seria como se dissesse, de um tucano para os petistas: o problema, talvez, seja a impossibilidade que tivemos de unir socialismo e democracia, em todas as experiências revolucionárias que engendramos, dada a resistência feroz do capitalismo, para a qual, aparentemente, não estávamos preparados...
Talvez que tenhamos pensado que tudo seria bem mais fácil, como foi a tomada da Bastilha. Talvez que NÂO tenhamos pensado que essa proposta, da igualdade, fere, muito mais profundamente, o animal humano. Mas, não vou discutir isso, como já disse...
Vou, apenas, relatar o fato da indefinição de 2010.
E a necessidade que todos os partidos sentem de clarificar esse quadro, em função de 2010.
Todas as lideranças regionais serão atingidas; especialmente, nas regiões de maior densidade eleitoral.
Pensem: de repente – e não mais que de repente – se “descobriram” os podres municipais...
Vimos isso em relação ao Luís Cunha – um parlamentar muito bacana, por sinal – e estamos a ver com a Simone Morgado, que só aparece nessa história pela relação que tem (ou teve) com o Barbalho-mor.
Não por acaso, em ambos os casos, há gravações.
Ora, num estado de analfabetos (mais de 70% do nosso eleitorado, em estrito ou largo senso!) a “fala” assumirá um papel preponderante.
Até porque o “desanalfabetismo” dos 30% restantes está concentrado, especialmente, nos maiores núcleos urbanos, onde a “modernidade”como que “dilui” a maioria das complexidades comportamentais...
Neste mesmo balaio de 2010 está a “crise” do PSB – pois, que o PT só pode crescer à esquerda...
E as pressões que sofrerão partidos como o PDT – pois, que o PMDB só pode crescer no centro-esquerda...
Mais não digo – o silêncio, nesta campanha, será pago a peso de ouro.
E eu, que sou apenas humana, preciso amealhar umas moedinhas...
Mas, não poderia deixar de alertar os leitores. Mesmo que isso signifique uns cobres a menos.
Vejam, leiam, mas, com dois pés atrás.
Esta será uma campanha irascível. Cruel. Simplesmente, cruel...
Tchau! FUUUIIIIII!!!!