_Liberté, Egalité, Fraternité!!!!
(Deus meu, Deus meu, por que me abandonaste? Égua da sujeita enlouquecida. Agora, é o próprio Danton...)
_Cumadizinha, pare de gritar, pelo amor de Deus! São três da manhã, tá todo mundo dormindo. E você me chega aqui com esse barrete azul na cabeça, bêbada que nem o Vicente Celestino. E ainda por cima gritando um slogan de trezentos anos!... Tenha dó!...
_Ô comadre, deixe lá de ser besta! A Revolução tá nas ruas!
_ Mas que Revolução, ô alma penada?
_El Rey acaba de proclamar a República do Brejo News!
_Como é que é?
_A partir de agora, todos seremos camaradas!...
_Isso foram os sovietes...
_Companheiros!
_É o PT...
_Ora... Nós seremos...Nós seremos... O importante é que seremos, comadre!
_Pera lá!... Não sei se é o sono, mas não tá conjuminando. Como é que é isso de República proclamada por um rei?
_Pois não é, comadre? O Homem virou democrata. Até criou um partido: o ProCude!
_E o que é que isso quer dizer?
_É indizível, comadre, é indizível!...
_Ele entregou o trono, então?
_É claro que não, comadre! Mas isso é lá pergunta que se faça? Sua Majestade Reverendíssima permanece lá, bem assentada. E diz que só sai de lá mumificado!...
_Pera lá, caramba!...Mas que diabo de República é essa, então?
_Ô comadre, você parece até o Barão: quer conjuminância em tudo!...
_(É, eu é que devo ser a doida... É como a minha mãe dizia: te mete com doido!... Vais acabar na camisa-de-força e ele, na porta do hospício, rindo da tua cara...).
_Tá ruminando, comadre?
_Quem rumina é vaca, animal!
_Credo, comadre! De uns tempos pra cá você anda numa irritação só! Deus que me defenda! Vou pedir pra Sua Majestade Reverendíssima acabar com a TPM!
_Hem?!!!
_Pois não é, comadre! Se o Homem acabou com a desigualdade, pode acabar com a TPM, ué?
_Quer dizer que não tem mais desigualdade em Brejo News?
_É claro que não! Logo depois de proclamar a República, Sua Majestade Reverendíssima aboliu a desigualdade!...
_Ah, sei!... Ele acabou com a Corte, distribuiu as terras do Duzinho, socializou tudo que é meio de produção...
_É claro que não!
_Tá bom... Então, me explica aí: como é que ele acabou com a desigualdade?
_Com um decreto, ué!
_Com decreto?!!!
_Pois não é, comadre! Dizem que o Homem até se inspirou na Barbie Princesa, que distribuiu mosquiteiro pra acabar com a malária!...E deu certo, viu, comadre! Um resultado que você nem avalia: não sobrou malária no Condado de Anatejás!... Principalmente, depois que o Clean passou por lá: o “ômi” alimpa até doença, comadre!!!
_E esse negócio do decreto, como é que foi?
_Ah, comadre, nem lhe conto: foi anunciado, no palanque, pelo próprio Barão. E dessa vez, chamaram um carpinteiro profissional, viu? O Barão, com lágrimas nos olhos – o lorde Balloon é que produziu, né, comadre – disse, assim: “Cabocos, nós precisamos de vocês! Estamos aqui para realizar o sonho de um novo Brejo! Um Brejo com liberdade, igualdade e fraternidade! A partir deste decreto que estamos assinando hoje – e que é um decreto novo e extraordinário - todos os senhores se transformarão em comerciantes da própria força de trabalho! Porque, com este decreto, não estamos, apenas, extinguindo o proletariado. Mas elevando, cada um dos senhores, à condição de micro-empresários individuais!”. Não é lindo, comadre? Eu até agora estou com os olhos cheios de lágrimas! O “ômi” se superou, comadre!...
_É, e eu que pensei que já tinha visto de tudo...
_Mas tem mais, comadre?
_Quê?!!!
_Pois não é? O Barão tava inspirado: até pegou numa viola e atacou a Marselhesa!...
_Deus tenha piedade!...
_E o lorde Balloon colocou num telão, por trás do Barão, montes e montes de floresta, comadre - tuuudo verdejante! E eu que nem sabia que ainda havia tanto verde no Brejo!...Aí o Barão se pôs a explicar que Sua Majestade Reverendíssima, preocupado com o bem-estar dos novos empresários, resolveu criar, também, um novo e extraordinário programa de cestas básicas!
_Hem?!!!
_Pois não é, comadre? O preço da força de trabalho tá um horror! Assim, quem não puder se sustentar com a venda da sua forcinha, vai ter uma cestinha, pra não morrer de fominha...
_Onde foi que eu já vi isso antes?...
_Mas tem mais, comadre!
_Mais?!!!
_E não é? O Barão também explicou que os novos empresários têm necessidades demais, comadre! Querem comer todos os dias, avalie?!!! Daí que o decreto também instituiu o Ascetismo Compulsório! Disse o Barão: “Este decreto - novo e extraordinário - meus senhores, foi feito com a mão do coração! Mas, infelizmente, recebemos uma pesada herança do passado! Todos os senhores são testemunhas de que pegamos um Brejo falido. E, mesmo passados cinco milênios, ainda não conseguimos nos recompor! Por isso, os eminentes súditos deste Reino-Republicano não podem arcar, assim, com o ônus da igualdade – sob pena de acabarem, também, ‘sans-cullotes’!... Por isso, decidimos decretar uma nova e extraordinária construção coletiva: o Ascetismo Compulsório! Com ele, todos os senhores, que antes passavam fome, receberão rações cada vez mais diminutas, até que o estômago se enfastie com uma folha de alface! Será um novo e extraordinário SPA coletivo! Todos ficarão esbeltos, como a Barbie Princesa!”.
_É, só faltaram as duas túnicas e o par de sandálias...
_Mas vai ter, comadre! Vai ter até Iluminação Anímica, ué!
_Quê?
_ Pois não é, comadre? Veja só que beleza de decreto: até a iluminação da alma tornou-se compulsória!
_E desde quando isso é possível, animal?
_Mas o ‘ômi’ disse, comadre! Eu até anotei! Palavras textuais do Barão: “Também estamos proporcionando aos senhores – vejam só que coisa nova e extraordinária – o acesso compulsório à iluminação da alma. Meu dileto Duzinho e o Príncipe Clean vão limpar até os pecados dos senhores! Com isso, reduziremos, sensivelmente, a cadeia produtiva da reencarnação. E, por conseguinte, o excesso das almas viventes” .
_É, como direi, a perfeita fórmula de erradicação da pobreza...
_O problema, comadre, é só essa oposição!... Ô gentalha, comadre, ò gentalha!
_ Por que já?
_Pois não é? Logo que souberam do decreto, saíram espalhando que o Homem havia criado a República do 171! E o Homem, ali, de cara limpa, comadre, nem tremia! Mas a gentalha insistindo que é tudo enganação. E falavam do Clean, do Duzinho e até daquela empresa do lorde El Dorado. Falaram em mar de lama, comadre! Como se no Brejo tivesse lama!...
_ Ah, e não tem?
_Mas como, comadre? Com o Clean e o Duzinho, como é que pode ter?!!!
_Quer dizer que tão chamando de República do 171?
_Pra você ver, comadre, até onde vai a maldade humana!...
_Desigualdade que se acaba por decreto, ascetismo compulsório, iluminação anímica... E tudo isso, em meio à ‘limpeza’ do Clean e do Duzinho... É... sinto informar, querida correspondente, mas vou vender o blog...
_Hem?!!!
_É claro, queridinha!...Vou montar uma fábrica pra concorrer com El Rey, com o Barão, o Príncipe e o Duzinho: vou fundar a Perobal S/A!
quarta-feira, 23 de agosto de 2006
23 de agosto de 2006 Rep171
A República do 171
6 comentários:
Que coisa mais sem graça minha pererequinha querida.
Acho que vc precisa dar uma apimentada no seu texto. Do jeito que vc vai, a cada dia o seu blog tem menos visitantes. É só ver pelos comentários. A gente procura, procura e dificilmente acha pelo menos um.
Um verdadeiro velório o seu blog minha pererequinha jaderista.
Cadê o comentário minha perequitinha jaderista?
Desista minha pererequinha jaderista. Ninguém lê o seu blog.
É muito chato e sem graça. Procure mudar.
Que coisa hein pererequinha jaderista. Tô com pena de vc. Não aparece sequer um comentário no seu blog. Eu que ainda dou uma força pra vc minha querida perereca.
Afinal um dia vc já foi muito xodozenta com a gente. Lembra?
Afinal, um dia vc já foi hildegarista, almirista,jatenista,valerista,orlyrista e por último jaderista. Ô perereca fácil pra mudar de dono!!!
Ana,
Recebi o texto por e-mail e lembrei dos ratos que andam te pertubando.
Um abraço
Bruno
" Ô VÔO DO RATO
Um jovem piloto experimentava um monomotor muito frágil, uma daquelas sucatas usadas no tempo da Segunda Guerra, mas que ainda tinha condições de voar... Ao levantar vôo, ouviu um ruído vindo debaixo de seu assento. Era um rato que roia uma das mangueiras que dava sustentação para o avião permanecer nas alturas. Preocupado pensou em retornar ao aeroporto para se livrar de seu incômodo e perigoso passageiro, mas lembrou-se de que devido à altura o rato logo morreria sufocado. Então voou cada vez mais e mais alto e notou que acabaram os ruídos que estavam colocando em risco sua viagem conseguindo assim fazer uma arrojada aventura ao redor do mundo que era seu grande sonho...
MORAL DA HISTÓRIA
Se alguém lhe ameaçar, VOE CADA VEZ MAIS ALTO...
Se alguém lhe criticar, VOE CADA VEZ MAIS ALTO...
Se alguém tentar lhe destruir por inveja e fofocas, VOE CADA VEZ MAIS ALTO...
e por fim, se alguém lhe cometer alguma injustiça, VOE CADA VEZ MAIS ALTO...
Sabe por quê?
Os ameaçadores, críticos, invejosos e injustos são iguais aos "ratos", não resistem às grandes alturas. Pense nisso..."
Larga da preguiça pererequinha!!! Vai trabalhar!!
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