A Perereca vai dar um tempo no blog. Tenho duas pilhas de documentos para cruzar e analisar. E não possuo fonte de rendimento que não seja o meu trabalho. Daí a dificuldade de conciliação.
Mas não é apenas a falta de tempo que me leva a esse interregno. São fatores vários.
O primeiro é o desvirtuamento da proposta do blog. Se você, leitor, acessar minhas postagens iniciais, verá que esta página era bem despretensiosa: uma informação de bastidores, um artigo meio desconjuntado, uma incursão poética. E muita bebedeira, que essa é fundamental. Era um diário, uma coisa íntima que só metia a cara na política porque, infelizmente, nunca consegui me livrar desse gosto tremendo pela política.
De repente, no entanto, este blog foi se tornando cada vez mais sisudo e factual. Levando-me a colocar de lado o lirismo, e por vezes, até o humor. O intimismo foi perdendo espaço para as notinhas e até para as reportagens. E reportagens e notinhas eu já faço, para sobreviver.
É claro que o blog traz satisfação ao ego. Principalmente, quando encontro alguém que indaga: “não é você que tem aquele blog...”. Mas, sinceramente, não é isso o que quero da vida. Nem sei direito o que quero. Mas, certamente, não é isso.
Desenvolvi, ao longo dos anos, uma profunda consciência acerca da fugacidade da existência. É uma constatação dolorosa. E, no entanto, essencial, para pensarmos, de fato, aquilo que somos e que buscamos ser.
Não quero prender-me ao imediato, ao hoje, ao agora. Consumir dias e dias nesse vício chamado Internet, em busca de uma atualidade inexistente. Quero o conhecimento – e não, apenas, a informação do cotidiano. Quero o Logos, que está muito além desse devir perpétuo dos sentidos, como bem definiu Heráclito. Quero a Plenitude, nestes parcos anos em que julgo ser.
Nesses dois últimos dias em que deveria atualizar a Perereca – e eu confesso, leitor, me perdoe a desconsideração – meti a cara nos livros e em alguns filmes. Não li jornal, não vi tv, não ouvi rádio, não acessei nenhum blog. Deletei o cotidiano, como de há muito não fazia. Vi o mundo do ponto de vista do processo histórico. Para muito além do aparente.
Não, não estou em mais uma de minhas crises existenciais. Ao contrário: tendo, justamente, recuperar as rédeas de quem sou. Tenho por você, leitor, a maior das considerações. E tenho consciência da qualidade do público deste blog, os formadores de opinião. Além de saber que ele conseguiu ocupar um espaço interessante, num momento pré-eleitoral.
Mas, sinceramente, não sei se quero formar a opinião de quem forma opinião. Nem creio que tenha condições intelectuais para tal. Não quero esse poder, nem poder de qualquer tipo, a não ser o poder de tentar conduzir a minha existência o mais de acordo possível com aquilo que considero justo, certo, íntegro.
A vida é tênue e limitada demais, para se querer mais do que isso. É um alumbramento, não mais que um alumbramento, diante da eternidade.
Assim, agradeço a todos os que me leram, nesses meses em que passamos juntos (foi bom pra você?). Mas, quando retornar, em 4 de julho, será retomando a proposta inicial deste blog: uma conversa de pé de ouvido com o mundo, num sábado bêbado ou num domingo de ressaca.
FUUUUUUUUIIIIIIIIII!!!!!!!!!!!!!!
terça-feira, 13 de junho de 2006
De volta ao começo
Até 4 de Julho!
5 comentários:
Quantas vc tomou antes desse post? Parece ser da boa... quem sabe é de Inhangapi... enfim, até a volta.
Boas ferias e ate 4.jul !!!
Continua companheira de LUTA e AMIGA ANA CELIA. Um abraco.
ATT. OSMA
Ate a volta companheira e amiga ANA CELIA. Parabens e vai em frente que esse seu trabalho esta legal mesmo.
Att. Osmarino
Copulatum:
Que bom te ter aqui, novamente. Quanto à cachaça, é capaz que tenho sido, mesmo, de Inhangapi...Bjs, Ana Célia
Grande Osmarino: obrigadão pela força. Você, como sempre, um amigão. Bjs, Ana Célia
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