segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Ô mala! Apesar das milionárias verbas de propaganda e do último Plebiscito, aprovação de Jatene em Belém é de apenas 43%. Com um ano e meio de governo, em plena lua de mel com eleitorado, 40% dos entrevistados pelo Ibope já consideram Jatene apenas “regular”.


 
A barra tá pesada para o governador do Pará, Simão Jatene.
 
Em 2010, Jatene foi eleito “nos braços do povo” e obteve, em Belém, mais de 55% dos votos válidos.

Como nem concluiu o segundo ano de Governo, ainda deveria estar em “lua de mel” com a população.

No entanto, segundo a pesquisa Ibope divulgada pelo jornal O Liberal deste domingo (12), apenas 43% dos eleitores entrevistados na capital paraense consideram o Governo de Jatene bom ou ótimo – quer dizer, o aprovam de verdade.

15% o consideram um governador ruim ou até péssimo.

E para 40% dos entrevistados Jatene faz um governo apenas “regular”.

Traduzindo: nem fede nem cheira; nem é bom nem é mau - é apenas médio. Por isso, tanto pode estar aí, como poderia não estar.

É um resultado tísico, tendo em vista não apenas o pouco tempo de administração tucana (um ano, sete meses e treze dias), mas, também, outros fatores importantes.

O primeiro é a impressionante tentativa de lavagem cerebral a que vem sendo submetida a população paraense, através do derrame de milhões e milhões de reais em  propaganda.

O segundo é o atrelamento das instituições, através da distribuição a rodo de assessorias especiais.

O terceiro é a posição que Jatene assumiu no último Plebiscito: ele foi contra a divisão do Pará, da mesma forma que a maioria esmagadora dos eleitores de Belém.

Quer dizer: nem jogando praticamente sozinho e fazendo “de um tudo” pra agradar a plateia, Jatene consegue ser aprovado, ao menos, pela metade do eleitorado da capital, o maior do estado.

E se é assim em Belém, que dizer, então, do Baixo Amazonas e do Sul e Sudeste do Pará, depois de seu posicionamento contra a divisão?

A acreditar na pesquisa do Ibope, é possível que, se as eleições para o Governo do Estado fossem hoje, Jatene tivesse de rebolar para se reeleger ou para fazer seu sucessor.

Sim, porque ninguém vota em um governo apenas “regular”.

Eu pelo menos, em mais de 30 anos de jornalismo e de política, nunca ouvi falar de alguém que tivesse votado em um governo apenas porque ele era “regular”...

Hoje, a Doxa, empresa do santareno Dornélio Silva, divulgou pesquisa de intenção de voto à Prefeitura de Belém, na qual os entrevistados também avaliaram o desempenho de Jatene.

Pois bem: na pesquisa das Doxa, a soma dos conceitos “ótimo” e “bom” obtidos por Jatene se manteve estável entre julho e agosto, alcançando pouco mais de 36,5% , em cada mês.

Já os conceitos “ruim” e “péssimo” cresceram de 15,6% para 22,8%, lipoaspirando o grupo de eleitores que consideram o governo estadual como “regular”.

O problema é que a Doxa separa o conceito “regular” em "positivo" e “negativo”.

Daí que, na pesquisa dela, Jatene teria agora em agosto 61,9% de aprovação em Belém.

Mas, ainda assim, os tucanos não podem comemorar coisa alguma: em julho, também segundo a Doxa, a aprovação de Jatene seria de 70,9%, também com base nessa segregação do regular em “positivo” e “negativo”.

Quer dizer: a aprovação de Jatene teria caído 9% em apenas um mês.

Vale salientar, ainda, que a soma de “bons” e “ótimos” de Jatene na pesquisa da Doxa é muito menor do que na pesquisa do Ibope: 36,5% na Doxa; 43% no Ibope.

Veja os números nos quadrinhos abaixo (os do Ibope foram retirados do portal G1).

Primeiro a Doxa:


Aqui, o Ibope:


Descompasso entre a propaganda e a História

São vários os fatores que podem estar por trás dessa raquítica aprovação.

O primeiro é a própria realidade, que os cidadãos enxergam todos os dias, todas as horas, dentro ou fora de casa, apesar da tintura cor de rosa da propaganda governista.

A propaganda jura que a violência caiu, mas não é isso o que as pessoas veem em cada esquina, ou até nas páginas dos jornais, obrigados a noticiar o assunto, já que “noticiário de polícia vende jornal”.

A propaganda jura que a saúde melhorou, mas os cidadãos não encontram melhoria alguma nos postos e hospitais públicos.

Além disso, há o noticiário televisivo, que fura o bloqueio da imprensa local, a desconstruir a “ilha da fantasia” governista e escancarar a miséria assustadora da maioria da população deste estado.

E há, ainda, a informação dos blogs e redes sociais, especialmente, na capital paraense, onde é maior o acesso à internet, em casa ou no trabalho.

Tudo isso demonstra o descompasso entre o avanço da História e as táticas de propaganda nazista, nas quais insistem os tucanos paraenses.

E, como definiu belamente o compositor Pablo Milanes (em tradução de Milton Nascimento ou de Chico Buarque, já não me recordo) a História é “um carro alegre/cheio de um povo contente/que atropela indiferente/todo aquele que a negue”.

Em outras palavras: o receituário nazista da propaganda pode ter funcionado na década passada e até no primeiro governo de Jatene.

Mas já não tem como se sustentar diante do avanço acelerado da transparência e da democratização das informações – dois fenômenos absolutamente irreprimíveis.


Falta dinheiro para investimentos

Outro problema é o marasmo que toma conta do governo, pela falta de dinheiro para investimentos - e até pelas próprias opções de Jatene.

O Governo tergiversa, faz publicar matérias enganosas com dinheiro público, para ludibriar o contribuinte, mas não consegue esconder o fato: vai ter de contrair pelo menos R$ 1,8 bilhão em empréstimos, apenas para manter o nível de investimentos nos mesmos patamares da última década (leia aqui: http://pererecadavizinha.blogspot.com.br/2012/08/incrivel-jatene-quer-contrair-quase-r-2.html ). 

No domingo, 12, por exemplo, o jornal O Liberal publicou, na capa do caderno Poder, matéria que é cuspida e escarrada um release da Agência Pará, a central de notícias do Governo do Estado.

Lá, diz-se que os investimentos do Governo chegarão a mais de R$ 5 bilhões até 2014.

Ocorre que, desse total, quase R$ 2 bilhões virão desses empréstimos referidos aí em cima.

E nos R$ 3,5 bilhões restantes o Governo misturou, “candidamente”, recursos destinados ao custeio da máquina – a matéria não quantifica esse volume de dinheiro de custeio, mas, presume-se, ele deve ser alto, já que se trata de verba de saúde.

Ora, custeio é custeio; investimento é investimento.

Uma coisa é eu comprar gaze e esparadrapo pra colocar no hospital – isso é custeio, material para o dia a dia daquele hospital.

Outra coisa é eu construir e equipar uma UPA lá em Jacareacanga – isso, sim, é investimento.

Além disso, é bem possível que nesses R$ 3,5 bilhões também estejam encafuados os R$ 800 milhões daquela enroladíssima taxa de mineração, que ninguém sabe se e quando sairá.

Resumo da ópera: o Governo pode tentar maquiar a realidade o quanto quiser com a verba da propaganda. Mas a verdade é que não há dinheiro para investimentos.

E queda dos investimentos o cidadão sente na porta de casa, na esquina da rua. Especialmente, num estado com os fluxos migratórios do Pará.

E, especialmente, no caso de um governador que assumiu o cargo em meio a tantas expectativas.

Daí que é possível que esse nível raquítico de aprovação de Jatene tenha a ver com esse sentimento – apesar de toda a propaganda – de que o Pará parou.

Menos, é claro, em termos de irregularidades assombrosas.

Pior: mesmo que consiga botar a mão nessa impressionante bufunfa de quase R$ 2 bilhões, nada garante que a aprovação de Jatene irá melhorar. Isso devido às opções do próprio Jatene.

Exemplo: ele anuncia que vai construir mais dois hospitais regionais. E, no entanto, não consegue botar pra funcionar direito nem os hospitais existentes.

O que Jatene e os tucanos paraenses não parecem entender é que os tempos mudaram. 

As tecnologias (especialmente as de comunicação) avançam com uma rapidez nunca vista na história da humanidade.

Milhões de brasileiros vão melhorando de vida, com a ajuda de programas como Bolsa Família, Bolsa Trabalho, crédito produtivo.

Milhões de brasileiros vão sendo incluídos no sistema de ensino e conseguem até mesmo chegar a uma universidade.

As leis vão se transformando, para obrigar a transparência na gestão da coisa pública.

Tudo isso eleva o nível das aspirações dos cidadãos – como sabe, aliás, qualquer pessoa que estudou o básico de Administração.

E isso significa que, nestes novos tempos, já não basta apenas erguer “elefantes brancos” em véspera de eleição.

Aliás, o “elefante branco” já nem pode ser “elefante branco”, já que tem de funcionar.

Nestes novos tempos, a melhor receita para acertar o passo com os cidadãos é fazer as coisas como deve de ser: com transparência, honestidade, participação social.

Isso sim dá resultado. 

Além de sair muito mais barato do que a propaganda milionária, mentirosa e abusiva.

FUUUUUIIIIIIII!!!!!!!

12 comentários:

Anônimo disse...

E sem falar no nepotismo bandido e sem-vergonha, um dos carros chefes desse governo.

Anônimo disse...

Excelente análise.Desnudando os números. Parabéns!

Anônimo disse...

Olhando a remuneracao dos servidores do estado, chega-se a alguma conclusoes.

O Policial Militar ganha uma miséria para colocar em risco sua vida e dar seguranca a populacao! Ganham em media 2,5 mil reais ou 4 salarios minimos.

Os Fiscais e Auditores Fiscais sao os mais ricos! E nao estou falando da propina! Maiores salarios, beirando os 25 mil reais! Devem ficar 10 anos sem reajuste salarial?

Os servidores da Sema ganham mal, mas os carroes dos servidores na frente da secretaria denuncia que ha algo de errado por lá.

Os professores nao ganham tao mal quanto pensei, ainda mais pela qualidade do servico que eles prestam em sala de aula.

Em todas as secretarias, muitos comissionados, assessores especiais I, II, III etc, mandando essa cambada embora daria para enxugar a folha salarial e dar um reajuste digno aos policiais e aos servidores da area da saude!

Da para ajustar o sistema remuneratorio do estado, deixando mais equanime os salarios dos servidores, para isso, basta ter vontade!

Anônimo disse...

Ahhhh o nepotismo bem ao estilo paraense: parente incompetente sempre tem uma vaguinha para afundar o erário e o resto dos sonhos do povão. Pobres cabanos devem estar se remoendo no fundo do buraco.

Anônimo disse...

Esse des governo já está de ladeira a baixo..

Anônimo disse...

É o governo Jatene vai mau mesmo. Olha essa noticia.

A nota do ensino médio em nove Estados diminuiu de 2009 para 2011. É o que mostram os dados do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) 2011, divulgados pelo MEC (Ministério da Educação) nesta terça-feira (14).

São eles: Acre, Maranhão, Espírito Santo, Pará, Alagoas, Paraná, Paraíba, Bahia e Rio Grande do Sul. 

Dá-lhe Jatene, esse governo está conseguindo ser pior que a Ana Julia.. Aff!

Anônimo disse...

É isso aí Perereca, não vamos dar tréguas a esses canalhas ladrões do nosso dinheiro. Seja quem for, partido, religião, enfim, LADRÕES, PERERECA NELES.

guilherme de Marabá disse...

Oh!deu um resultado assustador no governo dos PTralhas paraenses,que inclusive são farinha da mesma mandioca,a elite da casa grande chamada Belem do pequeno pará.CARAJÁS em vcs.

Anônimo disse...

ATENÇÃO GOVERNADOR ,ESTAMOS DE OLHO!

Anônimo disse...

Educação , saúde e segurança -tenha vergonha Jatene!

Anônimo disse...

Transparência e honestidade é tudo que falta a esse pescador. E lealdade ,que isso é padrão moral que falta nas quadrilhas.

gimar_maraba@hotmail.com disse...

Boa Tarde a Todos:
Sou Paraense do Sul com 44 anos nesta terra, mais precisamente de Marabá, filho de desbravadores desta área, pessoas do Piaui e Maranhão que chagaram aqui no inicio da década de 60. Somos de uma comunidade arabe que aqui se instalou naquela epoca.
Sou engenheiro que presta assessoria em todos os ramos de engenharia as cidades do Sul do Pará, seja prefeituras ou empresarios.
O que tenho a dizer aqui, pela primeira vez postando, já publiquei no facebook. Tem a ver com a divisao do estado do Pará, não para alimentar políticos, pois na verdade é o povo que paga o preço, mas sim por uma questão de sobrevivência e desenvolvimento de nossa região, as três: Carajas, Tapajos e Pará.
O funcionario publico, Simao Jatene, foi obtuso em sua analise sobre esta divisao. Se tivesse bem assessorado e com visão dos problemas futuros, tais como a crise mundial, que vai afetar significativamente os estados mineradores extrativistas ou melhor dizendo já está afetando a sua economia.
Caso a divisao territorial tivesse ocorrido estariamos blindados da crise mundial ou na pior das hipoteses passariamos por ela sem senti-la, pois a melhor das expectativas é de que ela dure até 2018.
Passariamos por ela, pois empresas do Brasil e do mundo iriam investir nestas novas regioes, incluindo o Pará remanescente, onde a capital fica no litoral e seu PIB é mal distribuido por este sr governador Simao Jatene.
Outra situação foi a do governador de uma regiao como nosso estado "desrespeitar", em uma eleição democratica, a decisao da minoria ameaçando com intimidações das mais diversas prefeitos e politicos que se manifestaram pelo SIM, empresarios e nop frigir dos ovos toda a população e a cadeia produtiva de um modo geral.
O ódio do povo das regioes separatistas é tão grande, que os candidatos apoiados por Simao Jatene estão tendo dificuldades nas eleições municipais.
Recentemente em Marabá e Santarem as manifestações foram grandes, durante a presença do governador do Pará, a ponto dele ter que antecipar sua agenda.
O povo estava com ovo e tomate nas mãos para jogar nele e dizer NAO aos seus candidatos a prefeito.
Agradeço a Belem por ter me recebido durante meu curso de engenharia pela UFPA, aos Paraenses do Norte, em especial aos belenenses, mas confesso a vocês que desde antes do comício não fui a Belem e não tenho mais vontade de ir.