segunda-feira, 28 de maio de 2012

Opinião: A “chantagem” de Lula e as “miçanguinhas” no caminho da CPMI de Carlinhos Cachoeira.



Estranhíssima essa história da suposta chantagem do ex-presidente Lula ao ministro do STF Gilmar Mendes, não é?

Gilmar afirma, Lula nega e nega, também, o ex-ministro do STF, Nelson Jobim, anfitrião do encontro e indisfarçável tucano.

A grande imprensa põe lenha na fogueira ateada por Gilmar, entrevistando uns e outros acerca da suposta chantagem, ao mesmo tempo em que esconde o desmentido de Jobim, única testemunha do episódio.

E o que sobra, até que surjam fatos novos, é disse me disse. Mas disse me disse que, de tão repisado pela grande imprensa, acaba por catalisar a atenção do distinto público. Embora, e apesar de envolver eminentes personagens, vá do nada para lugar nenhum.

E o julgamento do Mensalão, que a essa altura mais parece boi de piranha, volta com toda a força aos holofotes, enquanto a CPMI que apura a rede de corrupção de Carlinhos Cachoeira vai ficando cada vez mais esquálida.

É preciso, sim, julgar o quanto antes o Mensalão, até para se condenem de uma vez os culpados e se absolvam os inocentes, se os houver.

Mas não dá para comparar o Mensalão com a CPMI de Cachoeira.

Pagamento e troca de favores entre o Executivo e o Legislativo é coisa que ocorre há séculos e todo santo dia em cada município, em cada estado e, também, no Congresso Nacional, envolvendo valores e extensão certamente bem maiores do que aqueles que teriam sido detectados no escândalo do Mensalão.

Já a teia de corrupção e malfeitos de Carlinhos Cachoeira é algo, de fato, nunca dantes visto na História do Brasil. Pelo menos eviscerado, em plena luz do dia.

O escândalo de Cachoeira envolve os maiores partidos políticos brasileiros – PT, PSDB, PMDB e por aí vai – mas não só.

Envolve infiltração nos órgãos de segurança pública – polícias federal, civil e militar – nos órgãos de controle (há informações de que Cachoeira teria “gente” também na CGU), Magistratura, Ministério Público, nos maiores veículos da grande imprensa e até entre grandes nomes do Jornalismo nacional.

E infiltração para o impensável: não “apenas” a proteção à jogatina de um contraventor, mas a injeção de bilhões e bilhões de recursos públicos numa organização criminosa.

Um impressionante aporte de recursos públicos numa quadrilha, especialmente, em se tratando de um país diz que democrático e republicano. E que  teria sido consumado não só através da Delta Construções, mas, também, de outras empresas do grupo. 

Uma sangria em todos os sentidos criminosa, de Norte a Sul do País, tendo em vista tanto a destinação, quanto a metodologia: pagamento de propina, troca de favores, falsificação de documentos, fraudes em licitações, financiamento de campanha, lavagem de dinheiro e por aí vai.

É por isso que a CPMI de Cachoeira, se levada adiante “doa a quem doer”, pode abalar a República desde Itanhaém, no interior paulista, até o STF, a Presidência e o Congresso Nacional.

E pode representar um marco, o virar de uma página na longa luta da sociedade brasileira contra a corrupção, eis que a exposição ao distinto público das profundezas de tais fatos obrigará, certamente, a leis mais duras.

Contra os ladrões do erário. Contra a promiscuidade entre políticos, jornalistas e empresários. Contra a desídia – para dizer o de menos – do Judiciário, Ministério Público e órgãos de controle. Contra as tenebrosas transações da grande imprensa.

Assim, o “anel” do Mensalão que se oferece aos cidadãos é bijuteria paraguaia, frente aos vistosos “dedos” expostos pelo escândalo de Cachoeira.

E o que se espera é que a sociedade brasileira tenha maturidade e inteligência para perceber as “miçanguinhas” espalhadas pelo caminho.

8 comentários:

Luiz Mário de Melo e Silva disse...

Já dizia Nietzsche: "o que não me mata, me fortalece". Há dúvida sobre a "chantagem" de Lula. Para entender o contexto é necessário outro aforismo do mesmo autor: "um exemplo de força é mais força" - como o PT e o lulismo estão aplicando em todos os quadrantes e situações para tentar superar mais de 500 anos que estavam à espreita do poder. Na luta pelo poder vale tudo e por isso "a luta continua, companheiro".

TRABALHADORES DA PAZ disse...

Meus Irmãos. Saúde!

Os valores Morais Individuais estão em tamanha decadência no Brasil que dificilmente se ouve alguém dizer: SOU HONESTO! E os que ousam em dizer são taxados de babacas, idiotas, etc. Nosso Pai - que Deus o tenha - serviu à Pátria e foi à guerra para defender nossa Soberania. Em sua honradez e de opinião forte, sempre nos dizia: Meu filho não se iluda, só há dois partidos políticos - O que está no poder e roubando; e, O que quer entrar para roubar também.
Percebe-se hoje que o partido mais "honesto do Brasil" o foi até antes de pegar as chaves dos cofres.
No dia em que no Brasil forem desencadeadas apurações sérias e severas sobre o enriquecimento ilícito, poucos são os que sobrarão, a começar pelo filho do ex-presidente, que ficou rico da noite para o dia e ninguém apura isso.
SALVE A LIBERDADE DE EXPRESSÃO! FORA OS POLÍTICOS LADRÕES E CORRUPTOS!
Nesta e em outras eleições, vamos trocar um político ladrão por um cidadão!
BRASILEIRO LIVRE E INDEPENDENTE!
Mário Pinheiro e Silva

Anônimo disse...

Hummm... Vejo que a Perereca é Lula até o último fio de cabelo, hem?
O problema, dona Perereca, é que, apesar de muitos como vc insistirem em não enxergar, o escândalo Delta/Cachoeira vai cair também no colo dos petralhas e seus aliados. Ou seja: o grosso de tudo tem as digitais da mesma turma do mensalão.
Quanto ao desmentido de Jobim, a qual deles vc se refere? Ele já deu pelo menos três versões diferentes para a história, desde o último sábado. E todas as três diferentes. E vc quer que a imprensa empreste credibilidade a esse cara? Que, por sinal, é o mesmo que faz parte daquela turma que roubou o sino da sua faculdade de Direito e todos os anos comemora o feito, como se um roubo não fosse. Esse é o Jobim, que a D. Dilma fez bem em se livrar dele.

Anônimo disse...

essa historia de CPMI so serve para enricar a imprensa, e os advogados que defendem os bandidos, nunca da em alguma coisa

Guerreiro disse...

A entrevista ao Jornal Zero Hora, dada pelo "indisfarcável tucano" Nelson Jobim:

"Não houve conversa nenhuma" - Nelson Jobim, ex-ministro da Defesa
por Fábio Schaffner(Zero Hora), via Aposentado Invocado
Anfitrião do encontro entre o ex-presidente Lula e o ministro Gilmar Mendes, o ex-ministro da Defesa Nelson Jobim negou a Zero Hora que em algum momento o petista tenha pedido o adiamento do julgamento do mensalão. Segundo Jobim, a conversa entre eles durou cerca de uma hora, na manhã do dia 26 de abril, em seu escritório em Brasília. O ex-ministro foi enfático ao afirmar que o ex-presidente jamais fez qualquer proposta a Mendes envolvendo o mensalão e disse que negou à revista Veja que esse tenha sido o teor da conversa. Jobim falou com ZH ontem à tarde, por telefone, enquanto se dirigia ao aeroporto, no Rio, de onde regressaria a Brasília.
ZH – Lula pediu ao ministro Gilmar Mendes o adiamento do julgamento do mensalão?
Nelson Jobim – Não. Não houve nenhuma conversa nesse sentido. Eu estava junto, foi no meu escritório, e não houve nenhum diálogo nesse sentido.
ZH – Sobre o que foi a conversa?
Jobim – Foi uma conversa institucional. Lula queria me visitar porque eu havia saído do governo e ele queria conversar comigo. Ele também tem muita consideração com o Gilmar, pelo desempenho dele no Supremo. Foi uma conversa institucional, não teve nada nesses termos que a Veja está se referindo.
ZH – Por quanto tempo vocês conversaram?
Jobim – Em torno de uma hora. Ele (Lula) foi ao meu escritório, que fica perto do aeroporto.
ZH – Em algum momento, Lula e Mendes ficaram a sós?
Jobim – Não, não, não. Foi na minha sala, no meu escritório. Gilmar chegou antes, depois chegou Lula. Aí, saiu Lula e Gilmar continuou. Ficamos discutindo sobre uma pesquisa que está sendo feita pelo Instituto de Direito Público, do Gilmar. Foi isso.
ZH – Depois que Lula saiu, o ministro fez algum comentário com o senhor sobre o teor da conversa?
Jobim – Não. Não disse nada. Só conversamos sobre a pesquisa, para marcar as datas de uma pesquisa sobre a Constituinte.
ZH – Lula pediu para o senhor marcar um encontro com Mendes?
Jobim – Sim. Ele queria me visitar há muito tempo. E aí pediu que eu chamasse o Gilmar, porque gostava muito dele e porque o ministro sempre o havia tratado muito bem. Queria agradecer a gentileza do Gilmar. Aí, virou essa celeuma toda.
ZH – Há quanto tempo o encontro estava marcado?
Jobim - Foi Clara Ant, secretária do Lula, quem marcou. Lula tinha me dito que queria me visitar há um tempo atrás. Um dia me liga a secretária, dizendo que ele iria a Brasília numa quarta-feira (25 de abril) e que, na quinta, queria me visitar e ao ministro Gilmar. Ele apareceu lá por volta das 9h30min, 10h. Foi isso.
ZH – Se não houve esse pedido de Lula ao ministro, como se criou toda essa história?
Jobim – Isso você tem de perguntar a ele (Gilmar), e não a mim.
ZH – O senhor acha que Mendes pode estar mentindo?
Jobim – Não. Não tenho nenhum juízo sobre o assunto. Estou fora disso. Estou te dizendo o que eu assisti.
ZH – Veja disse que o senhor não negou o teor da suposta conversa. Por que o senhor não negou antes?

Jobim – Como não neguei? Me ligaram e eu disse que não. Eu disse para a Veja que não houve conversa nenhuma."

Anônimo disse...

Quer dizer que Portugal faz aniversario e o rico e desenvolvido estado do Pará traz uma cantora portuguesa para se aprsentar aqui, isso é uma palhaçada e desperdício com dinheiro público.

Anônimo disse...

Esse Gilmar Mendes é o mesmo que concedeu o habeas corpus ao banqueiro Daniel Dantas, preso durante a Operação Satiagraha, da Polícia Federal.Tá explicado.

Anônimo disse...

Essa não é a primeira vez que o ministro Gilmar Mendes envergonha o país. O também ministro do STF, Joaquim Barbosa, após a concessão de Habeas Corpus ao Daniel Dantas pelo GM, deu-lhe um corretivo em que foi transmitido pela TV Justiça, e depois retransmitidas várias emissoras de Tv aberta. O Joaquim Barbosa disse para seu colega Gilmar Mendes: "Você é motivo de vergonha para o STF". Depois disso, Joaquim Barbosa, por onde passava era cumprimentado por populares, e até aplaudido ele foi.
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