quinta-feira, 31 de maio de 2012

Ato público coleta assinaturas para salvar Arquivo Público do Pará de um desastre iminente. É a memória do Pará e da Amazônia que está em jogo. Todos em defesa do Arquivo Público do Pará!


Não e Não! Ninguém destrói a memória do Pará!


A Associação dos Amigos do Arquivo Público  do Estado Pará e a Associação Nacional de Historia, Seção Pará (ANPUH-PA) realizam hoje, 31, a partir das 9:30 horas, um ato público em frente a sede do Arquivo Público do Pará, para coletar assinaturas em abaixo-assinado contra as condições precárias da instituição.  

O deputado federal Zé Geraldo, em pronunciamento realizado no último dia 29, no Congresso Nacional, disse que um curto-circuito ocorrido na madrugada do último dia 18 de maio ameaçou transformar em cinzas mais de quatrocentos anos de memória do Pará e da Amazônia, conforme dados repassados por pesquisadores, colaboradores e funcionários do Arquivo Público do Estado do Pará. 
 
O ato público cobra do governo do Estado a implementação de medidas urgentes que salvaguardem o enorme e importante acervo do Arquivo, retirando-o do risco iminente de sofrer um incêndio. 

“Até porque não foi a primeira vez que o Arquivo Público do Estado do Pará correu o risco de pegar fogo. Em 2011, pelo menos dois curtos-circuitos aconteceram. Tudo foi levado ao conhecimento das autoridades e as providências ainda não foram tomadas. Vários aparelhos elétricos do Arquivo precisam ser desligados todas as noites, o que acarreta um prejuízo enorme para a documentação existente, uma vez que o ambiente necessita de uma climatização adequada, através de condicionadores e desumidificadores de ar”, disse o parlamentar.

O Arquivo Público do Estado do Pará, o mais importante espaço da memória histórica da Amazônia e um dos mais destacados do Brasil, funciona em um prédio do século XIX, de grande importância arquitetônica e guarda cerca de quatro milhões de documentos, muitos em exemplares únicos, a maior parte produzida pelas administrações do antigo Estado do Grão-Pará e Maranhão e, posteriormente, Estado do Grão-Pará e Rio Negro, passando pela Capitania do Pará e depois Província do Pará com a adesão da região ao Império Brasileiro, em 1823.

Com o risco de incêndio, diz o parlamentar, “quem não cuida de sua memória, não respeita a própria história”. São documentos de posses de terras, como as famosas Sesmarias, além de documentos pessoais, registros de escravos, correspondências de autoridades, jornais, mapas, gravuras e livros. 

“Um acervo que de tão importante levou a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) a conceder ao Arquivo o selo Memória do Mundo”, finaliza.

(Fonte: Ascom deputado Zé Geraldo, com modificações do blog)

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Pitaco básico: não é segredo que não gosto do Paulo Chaves, o atual secretário estadual de Cultura, de quem tive o desprazer de assistir algumas traumatizantes aulas, no Curso de Comunicação, na década de 80.

No entanto, ao que parece, Paulo Chaves fez o dever de casa direitinho: o que se diz na internet é que a Secult já tem até um projeto prontinho para resolver de uma vez o problema da segurança desse patrimônio extraordinário.
  
Fala-se, inclusive, que o ideal é retirar toda aquela documentação dali, já que o prédio do Arquivo Público, embora belíssimo, fica situado numa área onde o que não falta é ameaça de incêndio – o centro comercial, na zona mais antiga de Belém. Além disso, as novas instalações seriam dotadas de um moderno sistema de segurança.

O arquiteto Flávio Nassar, que foi o primeiro a dar o alarme na blogosfera sobre a situação em que se encontra o Arquivo Público – e que até sofreu, ora vejam só, o patrulhamento de alguns tucanos ensandecidos, que parecem não se importar nem com  a memória deste estado infeliz – fala sobre isso (http://blogdoflavionassar.blogspot.com.br/ ).

E aqui você lê sobre o curto circuito que quase provocou uma tragédia no último dia 18: http://www.defender.org.br/curto-circuito-poe-em-risco-arquivo-publico-do-para/

E a pergunta que fica é: quando é que o governador Simão Jatene sairá dessa impressionante inércia? 

Quando é que resolverá liberar o dinheiro necessário a que possamos salvar um patrimônio tão importante?

Um patrimônio que nem é só nosso: é dos nossos filhos, dos nossos netos, das gerações e gerações que ainda virão, em todo o Pará e em toda a Amazônia.

Um patrimônio que nos ajuda a compreender quem somos; como chegamos a ser o que somos - para o “bem” ou para o “mal”. E que nos leva a refletir, inclusive, sobre o futuro possível para o estado do Pará.

Ou será que Jatene vai esperar que aqueles documentos virem cinzas, para depois alegar, no maior perobal, que não sabia de nada?

Um incêndio no Arquivo Público do Pará, excelentíssimo senhor governador, geraria um escândalo de tão graves proporções que nem os milhões e milhões que o senhor derrama em propaganda conseguiriam ocultar.

Pense nisso, antes da próxima pescaria.

Aja, e aja rápido. Se não em respeito à memória do Pará e da Amazônia, ao menos em respeito a sua biografia.

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Aqui, o texto do abaixo assinado que será encaminhado ao Ministério Público. Está no site Petição Pública e você pode assinar eletronicamente neste link: http://www.peticaopublica.com.br/?pi=P2012N25086

Leia o texto:

“Para: Ministério Público do Estado do Pará

Esta petição publica foi criada a partir de denuncias surgidas nas redes sociais do Brasil, sobre a situação precária em que se encontra o prédio do Arquivo Público do Estado do Pará. O APEP é o guardião de cerca de 4 milhões de documentos que correm risco de serem queimados por falta de manutenção do prédio, especialmente da fiação elétrica.

Construído em 1858 para ser a sede do Banco Comercial do Pará, o local onde funciona o APEP é um importante monumento arquitetônico do estado. Sua função de guarda de documentos produzidos pelo antigo Estado do Grão-Pará e Maranhão e, posteriormente, Estado do Grão-Pará e Rio Negro, data de 1894, sendo oficializada no ano de 1901, quando foi criada a Biblioteca e Arquivo Público do Pará. Apenas em 1986, a biblioteca e o arquivo se separaram, gerando unidades autônomas. Ao longo de sua história, o APEP constituiu-se como o mais importante arquivo histórico da Amazônia e um dos mais destacados do Brasil.

O Arquivo Público do Pará é o terceiro Arquivo Estadual mais importante do país e tem no seu acervo documentos únicos como o Fundo da Secretaria da Capitania, a mais antiga documentação do acervo da instituição e que foi reconhecida pela UNESCO com o selo “Memory of the World – MoW” devido ao seu inestimável valor histórico e cultural.

O prédio do Arquivo Público, localizado no centro comercial de Belém tem mais de 150 anos e abriga o acervo do APEP há 111 anos, data da fundação do órgão. Assim como vários prédios históricos da área comercial, o Arquivo Público possui fiações elétricas antigas que não suportam a demanda dos equipamentos que preservam os documentos, como os aparelhos de ar-condicionado que precisam estar ligados ininterruptamente para manter o clima ideal de conservação.

Atualmente, o acervo documental do Arquivo Público do Estado do Pará (APEP) está correndo perigo. Segundo denuncia pública de uma funcionária do APEP, na madrugada do dia 18 de maio, ocorreu um curto circuito em virtude de sua fiação ser muito antiga e necessitar de manutenção.
Também por causa da precariedade da fiação elétrica do prédio muitas ações que a Associação dos Amigos do Arquivo Público do Pará planeja para o Arquivo Público não podem ser realizadas plenamente, como a digitalização da documentação do APEP, que é feita de forma lenta pois a rede não suporta todos os equipamentos de digitalização de uma só vez.

Além dos problemas de estrutura física, o Arquivo Público também sofre com a redução da carga horária dos funcionários, o que obriga o atendimento aos pesquisadores e ao público em geral ser feito apenas em meio período além do desrespeito dos freqüentadores do entorno, que diariamente depositam lixo e restos de comidas dos ambulantes que trabalham na esquina em que o APEP se localiza, atraindo pragas como ratos e baratas que podem comprometer os aproximadamente quatro milhões de documentos que formam o acervo do Arquivo Público.

Amparados no artigo 216, § 1° e § 4° da Constituição Federal do Brasil de 1988, redigimos esta Petição Pública, objetivando persuadir a Secretaria de Cultura do Estado do Pará a cumprir com o seu papel de zelar por este patrimônio público. Cumprindo o seu dever de proteger a documentação histórica que está encerrada no prédio do APEP, sob a guarda do estado do Pará, sendo matéria importante para a compreensão dos processos históricos pelos quais o estado do Brasil passou desde o seu surgimento.

 Os signatários”

6 comentários:

Anônimo disse...

E a pergunta que fica é: quando é que o governador Simão Jatene sairá dessa impressionante inércia?

Resposta: quando o grupo Liberal começar a tratá-lo com o mesmo rigor que tratava a Ana Júlia...

Anônimo disse...

http://www.mp.pa.gov.br/index.php?action=Menu.interna&id=1227&class=N

O que falas sobre isto, Perereca?

Mestre Chico Barão disse...

POMBALINA NELES

Célia

É com tristeza que vejo ser necessário uma mobilização popular para salvar o passado de uma parte do Brasil, será que ninguém com poder de mando nesse ou nos outros governos nomeou um secretario atuante?

Digo atuante porque acho ser o dever de um secretario ao ser nomeado checar como estão os objetivos da secretaria para qual foi designado, secretaria que dependera de suas decisões com bom ou mau humor, com ou sem responsabilidade, com ou sem inteligência, com ou sem honestidade, porem lhe rendendo um excelente salário acrescido das mordomias do cargo e das orações dos que dependem dela!

Talvez os secretários de cultura tivessem certas interrogações:

Porque eu devo me preocupar com quem foi Quintino, Cara de Cavalo, Chico Preto, Zé Buduia ou o Bando da Veraneio, afinal eles eram todos bandidos!

Eu diria que eles deveriam se preocupar porque o que eles sabem de Atila o Huno, Lampião, Bandido da Luz Vermelha, Jesse James ou Gengis Kham que também foram bandidos se deve ao que foi preservado, e o que eles não sabem sobre Bento Ferrão, o Major Oliveira ou o maior dano da lei Pombalina em no estado do Pará se deve ao que não foi!

Sobre bandidos que existiram fora de nossas fronteiras os secretários com toda certeza tem conhecimento e se realmente se interessavam por historia talvez até tenham estudado sobre eles afinal tinham bibliografias disponíveis materializadas em documentos pesquisados!

Se foi importante preservar onde pesquisar sobre BANDIDOS imagine não ter onde pesquisar sobre quem não foi!

Alguém sabe por que muitas vezes aceitamos cordeiramente que o nome de uma rua seja mudado?

Porque por ser de nossa historia recente sabemos sobre sua futura denominação e nada ou quase nada da sua denominação antiga que descera ao tumulo ao perder sua ultima lembrança!

Alguém se lembra do sururu quando quiseram mudar uma denominação indígena, se lembram saberão que isso ocorreu porque todos conheciam a historia da tribo que foi preservada através de transmissão oral, coisa de aculturado.

Contudo parecer que foi meta dos secretários de cultura no passado e é do atual expandir essa maneira de preservação, afinal se deu certo para os índios aculturados não haverá dificuldade para essa adaptação do povo paraense na era digital.

Todos os que foram secretários de cultura e estejam vivos mais o atual deveriam se mobilizar para impedir o desperdício do dinheiro usado nas escavações em Israel atrás de resgatar lixo para melhor entender sua historia!

Grana para restauração de prédios históricos existe no Ministério da Cultura, porem quando esporadicamente aqui chega é usada de fachada na fachada e as paredes que fiquem enfaixadas usando tecnologia egípcia para não evitar tombamento antes que exista tombamento!

Está na hora de dar um basta, será que não se deram por satisfeitos de mudar as lembranças dos Baratas para atualidades das traças e agora querem que tudo pegue fogo para introduzir um novo prato típico na cultura paraense denominado “Traça Moqueada”!

Secretários não fiquem desesperados sem saber onde achar quem foi o Ferrão ou o Oliveira, pois apesar de magoado com vocês não lhes negarei o direito de saberem um pouco sobre vosso “Glorioso Passado Histórico” eles foram personagens do Movimento Cabano e o confronto entre os dois foi em Porto Salvo, quanto ao maior prejuízo que a lei Pombalina causou para a memória do povo paraense foi que apesar de transformar a cidade da Vigia em paróquia secular ela não permitiu que a Igreja de Pedra fosse terminada!


Só espero que o diabo não os receba com estas palavras “ Eu sou o castigo de Deus, e se vocês não tivessem cometidos grandes pecados, Deus não teriam enviado um castigo como eu”, não porque vocês não mereçam , longe de mim tal aberração, e sim porque ele estaria usando sua cultura para plagiar Gengis Khan!

MCB

Minha formação é Engenharia Civil e não em Historia, e não acho que saiba o suficiente para não me importar com o Arquivo Publico do Estado imagine os ligados ao tema!

Anônimo disse...

Perereca, quero ver se tu não vas usar a tua metralhadora giratória contra estas trambicagens que a Ana Julia fez com o nosso dinheiro.

Anônimo disse...

POR QUE A PRESSA EM APRECIAR AS CONTAS DO DUCIOMAR ?

Não entendemos, ou melhor até nos surpreendemos com a celeridade do Tribunal de Contas dos Municipios, em colocar em pauta as prestações de contas do atual prefeito de Belém, o Sr. Duciomar Costa.
As contas anuais do Governo do Prefeito Municipal de Belém, Sr. Duciomar Costa, relativas ao exercício de 2009, que originou o processo 140012009-00, foi pautada pelo presidente José Carlos Araujo, para apreciação do Plenário no ultimo dia 31/05.
Em virtude de algumas discordâncias, imediatamente o processo foi retirado de pauta. Não com a intenção de alguma procrastinação. Mas sim por basilar irregularidade com fundamentação em vicio de origem na sua tramitação.
Explicamos as razões da retirada de pauta pelo Presidente.
José Carlos Araujo, no momento Presidente daquela Corte, antes de assumir este cargo era o relator deste processo das contas do atual Prefeito. Assim sendo, quando alçado a condição de Presidente por resolução do próprio TCM, teve que convocar um Auditor do órgão para substitui-lo na relatoria do processo.
De oficio o Sr. Presidente convocou o dr. José Alexandre Cunha Pessoa. Nada de anormal até o presente momento.
Como de praxe nas Cortes, e não poderia deixar de ser diferente existe também o Ministério Público Junto ao Tribunal de Contas dos Municipios.Desta forma e lógico, este Ministério também apresentou o parecer através de um de seus procuradores ao referido processo. Este processo foi distribuído para a procuradora MP/TCM, Dra. Marta Regina Cunha.
Até o presente momento alguma anormalidade ?
Agora sim. Notemos o que existe em comum entre os sobrenomes Cunha. Esclareço: José Alexandre Cunha e Marta Regina Cunha, simplesmente são casados.Portanto o auditor que relata o processo é o marido, enquanto Marta Regina Cunha é a esposa, que emite parecer às mesmas contas do.Prefeito Municipal de Belém, Sr. Duciomar Costa. Lembrando que antes a relatoria pertencia ao Conselheiro José Carlos Araujo, que convocou o Auditor referido acima para substitui-lo.
Tanto a parecerista como o auditor sugerem ao Plenário do TCM aprovação das Contas do Sr.Duciomar Costa no exercício de 2009.
Apenas um detalhe, nada encontrado de irregularidades nestas contas tanto pela parecerista, como pelo auditor relator.
Um pequeno defeito encontrado no capítulo Subsídios dos Agentes Públicos: a ressalva diz respeito ao subsídio do Presidente e do Primeiro Secretário da Câmara Municipal de Belém, fixados acima do limite previsto no art. 29, inc. VI, CF/88.

Anônimo disse...

Maior trambicagem foi a privatização da CELPA.O Jornal Pessoal saiu com uma edição que conta a estarrecedora relação público x privado do governo tucano.O Estado após privatizar a CELPA continuou bancando seu funcionamento sendo avalista em tres contratos de empréstimos no valor de 44 milhões de dólares cada um, que a empresa contraiu junto a União.