segunda-feira, 18 de abril de 2011

Uma história sem pé nem cabeça


Gosto muito do deputado Parsifal Pontes, tanto que votei nele,  nas duas últimas eleições à Assembléia Legislativa – e pretendo continuar a votar.

Mas, sinceramente, essa “explicação” do deputado acerca da aquisição da TV Tapajós pelo Barbalhão não tem pé nem cabeça  (aqui:  http://pjpontes.blogspot.com/2011/04/de-como-jader-barbalho-se-tornou-dono.html#comments).

É claro que é preciso louvar a lealdade de Parsifal ao líder maior do PMDB. E até a coragem dele ao cometer tal defesa diante da massa crítica da blogosfera...

Tudo bem: tudo de ruim cola em Jader.

Se amanhã alguém disser que afanou um bibelô, mesmo que não haja qualquer lógica nisso e que ele morra dizendo que não, ainda assim as pessoas acreditarão que ele afanou um bibelô -  ou, pelo menos,  ficarão em dúvida.

É verdade que Jader sofreu um processo de satanização raras vezes visto, no Brasil e, talvez, até no mundo.

Sem qualquer pudor, até mesmo a aparência dele foi demonizada, transformada num “anhanga”.

E tornou-se, portanto, quase que uma “jornada heróica” destruí-lo.

Jader virou o “Judas em Sábado de Aleluia” por excelência. Aquele em que todos batem porque têm de bater – e até porque “faz bem” bater...

E, no entanto, Jader é apenas o que é.

Um político brilhante, que seria brilhante em qualquer tempo ou lugar deste planeta.

Um sujeito com uma inteligência extraordinária, uma antevisão rara, uma cultura admirável, um domínio da palavra de fazer qualquer um babar.

Mas que, infelizmente, dolorosamente, decidiu usar tudo isso apenas em benefício próprio – e não da coletividade.
Um sujeito que misturou o público e o privado, para se beneficiar, privadamente, daquilo que é público.

Se Jader tivesse realmente percebido apenas por um segundo, num insight, numa iluminação ou sei lá o quê, as qualidades que possui e a importância delas para esse fumado povo do Pará, talvez que a história dele fosse outra. E, certamente, também a história do Pará.

Mas Jader, infelizmente, é o que é.

Tem qualidades além das acima citadas?

É claro que tem.

É leal até o tutano – um sujeito que, se estivesse num campo de batalha, correria para salvar um dos seus, ainda que debaixo de bala.

Um sujeito com uma coragem impressionante e com um conhecimento simplesmente genial da alma humana.

Mas também é fato – infelizmente! - que poucas vezes se viu um sujeito tão enrolado, neste ou em qualquer país.

Assim, não é crível – simplesmente, não é crível – que tenha adquirido a TV Tapajós apenas porque sentiu “peninha” de um herdeiro do finado Jair Bernadino.

E que, pra mais, nunca tenha recebido nada por um gesto tão “estóico”.

Penso que Jader precisa explicar essa história sem partir do suposto de que somos todos imbecis.

Mas também penso que Marinor Brito se “equivoca” – para dizer a coisa de maneira bem suave – ao imaginar que a derrocada de Jader conseguirá legitimar o “seu” mandato.

Em primeiro lugar, tal mandato nunca pertenceu a Marinor.
Ela apenas USURPA um lugar que o povo do Pará nunca lhe concedeu.

O povo do Pará, em verdade, votou em Flexa Ribeiro, Jader Barbalho e Paulo Rocha.

Cada um deles teve o dobro, ou até o triplo, dos votos da “senadora” Marinor.

É esse o fato, que nenhum tapetão, que nenhum estupro constitucional, poderá mudar.

Quanto ao jornal O Liberal&afins, posso falar de cátedra: além de ter sido repórter de O Liberal em seus tempos áureos, também sou assinante desse jornal.

E posso dizer que já não agüento mais os seus “editoriais antibarbalhônicos”.

Enojam-me; dão-me vontade de vomitar.

Ao contrário do que imagina quem os escreve, quase que colocam o Barbalhão na condição de mártir.

É o tipo de campanha amarga, rancorosa, e, por isso mesmo, burra.

Romulo Maiorana, o pai, deve estar se revirando no túmulo.
Ele, que era um grande jornalista e empresário, jamais cometeria tamanha imbecilidade.

O Liberal e o Diário do Pará prestarão um grande serviço a eles mesmos – e à coletividade – se restringirem tal disputa ao melhor Jornalismo.

A nenhum de nós interessa o calo do Rominho, do Ronaldo, ou do Jader, ou do Jaderzinho.

Que vocês se matem ou se comam vivos pra lá.

O que nos interessa é uma reportagem como a deste jornal de domingo, desse repórter extraordinário que é o Dilson Pimentel.

Ou a cobertura dessa grande repórter que é a Rita Soares, acerca do falecimento do Hélio Gueiros.

De resto, manos – Rominho, Ronaldo, Jader e Jaderzinho – se matem.

Mas, por favor, não o façam nas páginas de O Liberal e do Diário do Pará.

Porque aí a fedentina vai ser tamanha, que o que vocês produzem não vai servir nem pra papel higiênico.

FUUUUUUUIIIIIIIIIIII!!!!!!!!!  

Um comentário:

Anônimo disse...

entendi ! os votos comprados, devido a extrema pobreza e falta de acesso à educação da maioria do povo do pará, por jader e paulo rocha os legitimam ao poder. Como eu sou burro, achava que o processo eleitoral deveria ser democratico com igualdade de condições para que nós pudessemos escolher livremente e com canditatos com condutas honestas.