segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Para o deputado Vic Pires Franco II


Desde a semana passada era pra ter voltado aqui. Aliás, era para ter voltado aqui no dia seguinte ao meu último post, tão logo comecei a receber os comentários que só agora liberei.



Creio que devo ao deputado federal Vic Pires Franco - e até a mim mesma - uns quantos esclarecimentos acerca do que escrevi.



É verdade que temos nos estressado muito, um com o outro, desde que começamos a fazer o blog do Vic.



Imagino que ele já tenha tido vontade de pular no meu pescoço – porque eu já tive vontade, sim, de pular no pescoço dele.



Mas creio que isso é natural: estamos, apenas, começando a nos conhecer. E temos inúmeras diferenças, provenientes da origem, da forma de encarar a vida e até do ritmo biológico.
Penso, porém, que temos algumas coisas importantes em comum. A enorme tolerância às diferenças é uma delas. Além do amor à informação, à notícia.



Em todo esse tempo do blog, Vic jamais me censurou.



Pode até deixar de publicar alguma notícia que eu escolha de algum jornal nacional. Mas isso é uma questão simplesmente editorial. Afinal, o blog é dele, tem até o nome dele; é natural, portanto, que a última palavra em relação a isso seja dele.
Mas, nas matérias que escrevi, ele jamais suprimiu alguma coisa.



E quando quis mudar alguma coisa – um título, por exemplo - teve a delicadeza de me telefonar e sugerir.



E eu concordei porque, afinal, ele estava certo – era para puxar o título para o estado do Pará e não para a Região Norte, como eu havia feito.



Se não tivesse achado que estava certo, obviamente que discutiria. Mas, a verdade é que ele tinha razão.



Assim, fiz o que ele sugeriu e creio que até agradeci.



Atitudes como as deles são extremamente significativas e importantes para qualquer repórter. E mais ainda para mim, que já tive até matérias arrancadas da página pouco antes da impressão do jornal.



Daí que tenho andado preocupada com o que as pessoas poderão pensar dele pelo que escrevi.



Não preciso dele, nem ele de mim. Vic faz um show à parte no blog dele, da mesma forma que eu faço aqui, na Perereca.



Ele tem dinheiro, eu tenho trabalho.



Não, não precisamos, rigorosamente, um do outro.



Mas creio que conseguimos fazer rolar uma química no blog do Vic que é difícil de conseguir.



Até por essa característica comum a ambos, que é a enorme tolerância ao diferente de que falei.



Pouco depois da minha última postagem, Vic me telefonou.



De forma extremamente educada, explicou-me que não teve a intenção de me chamar a atenção publicamente.



Fez, conforme disse, uma brincadeira quase que com ele mesmo – e o seu “cansei de esperar” teria esse sentido; apenas e tão somente uma descontração.



Aceitei-lhe a explicação, até pela forma como foi feita.
Sei que ele me respeita – afinal, me convidou para ajudar a fazer o blog dele. E é – e eu até lhe agradeço por isso – leitor fiel da Perereca.



E, em uma ocasião, teve até a atenção de me corrigir uma informação incorreta que estava dando.



Não me esqueci disso, até porque aprecio imensamente isso...



Não sei se continuaremos juntos; creio que não.



Penso que aquele blog, o blog do Vic é fenomenal; é o tipo de espaço pelo qual todos nós sempre ansiamos.



É um espaço realmente livre, no qual se dá porrada em todo mundo: petistas, tucanos, peemedebistas. E, ao mesmo tempo, em que se elogia tucano, petista, peemedebista. E, sobretudo, se dá destaque à contestação do que se publica – o que é muitíssimo importante.



Creio que o blog do Vic conseguiu aquele equilíbrio tão buscado pelos veículos de comunicação, e não apenas nesses termos.



Mas, também, na capacidade de mesclar a brincadeira e a seriedade.



Lembro de uns dois comentários que vieram nesse sentido. “Cara”, dizia o anônimo, “esse teu blog é uma mistura de Veja, de Caras, de Bíblia, de tudo”...



E o mais engraçado é que muita gente pensa que isso é feito apenas por mim. Quando, na verdade, o Vic escreve muitíssimo bem.



É um extraordinário jornalista. Tanto que dia desses até brinquei com um amigo: o dia em que tiver um jornal convido essa “praga” para fazer a principal coluna do meu jornal. Vai ser um sucesso. E eu vou rir à beça...



Ele consegue ter, em suas notinhas, o tempero exato; aquela pimenta que deixa interessante até um fato aparentemente prosaico.



E eu até agradeço que seja deputado: se fosse repórter de política, não haveria ninguém para fazer-lhe frente.



O sujeito é bom. Definitivamente, é muito bom.



Furão, com excelentes fontes e malicioso na medida certa.



Mas, sinceramente, não quero continuar com isso.



Porque é um estresse permanente.



Como já disse no post anterior, Vic não consegue perceber que nem todo mundo tem a condição material que teve e tem.



E essa é uma das coisas que mais embatuca, porque, bem vistas as coisas, eu também tive tudo, mas, caramba, consigo ver a situação dos outros, que não tiveram isso. E consigo pesar isso.



Talvez eu esteja sendo intolerante, sei lá.



Outro problema é que o Vic é como o vento e até já disse isso à minha filha: a gente olha, está aqui. Olha de novo e está acolá...


Muda como o vento, como a lua, o que nos enche de insegurança.


E a gente fica sem saber o que fazer, já que não pode gritar: pára, vento! Pára quieto um momento, para que eu possa, ao menos, saber o que se passa em tua cabeça, o que queres, afinal...



Mas, se tivesse de condená-lo por isso, teria de condenar, antes, a mim mesma: afinal, inconstante também sou; também sou essa coisa fugidia, a correr pelos porões da minha infância. Os porões que só eu via. E que eram, a um só tempo, maldição e redenção...



De forma que vim hoje aqui para esclarecer isso.
Acho que devia isso ao Vic – e, como já disse, até a mim mesma.



Para não ser injusta. E para considerar alguém que, eu sei, me tem enorme consideração.



Nesse tempo todo tenho pensado em recuar, em ir-me embora.



Tenho sonhado com o interior do Pará. Alíás, desde que vim de lá não tenho parado de sonhar.



Sabem, acho que idade está finalmente me alcançando.



E eu me vejo com uma vida mais ou menos organizada: acordando e dormindo na hora certa, trabalhando na hora certa, comendo na hora certa.



E, aos finais de semana, correndo ao encontro do mar.



E podendo, finalmente, ter tempo para escrever para mim, para terminar umas quantas coisas que comecei e que preciso acabar antes que a morte me alcance.



Estou com quase 100 quilos, pesada como nunca estive.
E o meu joelho aleijado não me ajuda: em outros tempos, perder essa banha toda seria facílimo. Hoje, tenho de perder peso sem fazer nada que sobrecarregue as articulações, o que implica deixar de lado praticamente todos os exercícios aeróbicos.



É uma luta titânica, com essa minha conformação física de gorda - até o meu esqueleto é largo – e a necessidade de emagrecer até para poder continuar a me locomover com a velocidade que o meu trabalho exige.



Ademais, além de tempo para isso, quero ter tempo para muitas outras que me significam muito.



Ler, andar por aí e, sobretudo, num domingo, pegar a minha filha nos braços e cheirá-la como o animal cheira a vida.



A querer reter aquele perfume, único, por toda a eternidade.



Amo isto; sentar à noite com a minha filha em frente à TV e assistir a um filme. Só nós duas. A rir e a esbravejar...
Uma amiga me disse, certa vez, que quando formos embora ninguém vai sentir falta; ninguém, afinal, dará pela falta de nós.



Sei não. Acho que vocês, pelos menos, meus amados e fiéis leitores, sentirão falta dessas análises políticas, meio que enlouquecidas e trêbadas da Perereca.



Penso, porém, que já dei a minha contribuição a tudo isso.



E que talvez, finalmente, tenha chegado a hora de cuidar simplesmente de mim.




FUUUUUIIIIII!!!!!

7 comentários:

Ananindeuadebates disse...

Pelo menos o puxão de valeu para alguma coisa.
abraços

Anônimo disse...

É Perereca, csa logo com ele, vai e depois me conta o resultado.

Anônimo disse...

Perereca, sempre me disseram que eras maluca, mas te confesso que nunca pensei que chegasse a tanto. Lamentável. FUIIIIIIIIIIIIIIIIII

Anônimo disse...

Oi Perereca, faça o que o teu coração mandar.Tem muita gente maliciosa querendo ver o circo pegar fogo, mas que não pagam nossas contas.Você tem capacidade suficiente para decidir os rumos da tua vida. Sucesso e boa sorte.

Anônimo disse...

Triste fim.

Anônimo disse...

Menina, tu és o protótipo da ingenuidade, ficas procurando sempre desculpar e justificar os atos dos maus, como se eles não soubessem o que fazem.

Abre o olho, ainda és nova, aprende, deixa de ser trouxa!

Anônimo disse...

acho que tens pouco trabalho, deverias procurar se ocupar mais, assim deixaria esse tititi pra lá .