segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Feliz 2009


Feliz Ano Novo, Caruanas!



A todos vocês, queridinhos, meus companheiros, meus camaradas, que 2009 seja o prenúncio de um novo tempo!...


Um tempo sem ódios, sem perseguições!...


Mas, sobretudo, um tempo de melhoria de vida – de verdade! ...– para o nosso povo, para a nossa gente!...


A todos vocês, meus irmãos, que Deus permita – apesar de todas as dificuldades que estamos enfrentando - que vejamos em cada pedra o sorriso futuro de uma criança...



Em cada deserto, o porvir de uma flor!...


Em cada tempestade, um radiante amanhã!...


Que Deus permita, enfim, que a gente nunca se esqueça de quem é!...


Aquilo pelo que tanto lutamos, ao longo de toda uma vida!...


Por um Brasil mais justo, por um Pará mais justo!...


Por um universo de felicidade, em cada baixada desta Belém!...


Em cada pedacinho deste continente que é o Pará!...



Para vocês, meus amores, vão as minhas preces e a minha esperança!...


Feliz Ano Novo, queridinhos!...


Feliz 2009, Caruanas!


E um memorável, um inesquecível 2010!...




O Mundo Místico Dos Caruanas
Nas Águas do Patu-anu




(Obrigado, bateria!... Valeu, grande mestre!... Alô, Nilópolis! Alô, Baixada Fluminense!... Vamos lá, minha comunidade!...Unida, com muita força, em busca desse título tão sonhado!... É isso aí, mundo do samba!... A família Beija-Flor te ama!... Obrigado, Belém do Pará!...Vamos lá, meu povo!...Olha a Beija-Flor, aí, gente!... UMBOOOORAAAA CARUAAANNNAAASSS!...)



Beija-flor
E o mundo místico dos Caruanas
Nas águas do Patu-Anu
Mostra a força do teu samba



Contam que no início do mundo
Somente água existia aqui
Assim surgiu o girador, ser criador
Das sete cidades governadas por Auí
Em sua curiosidade, aliada à coragem
Com seu povo ao fundo foi tragado
O que lá existia aflorou, o criador semeou
Surgindo os seres viventes em geral
E de Auí se deu a flora, fauna e mineral


Sou Caruana eu sou
Patu-Anu nasceu do girador, obá
Eu trago a paz, sabedoria e proteção
Curar o mundo é minha missão


Sou Caruana eu sou
Patu-Anu nasceu do girador, obá
Eu trago a paz, sabedoria e proteção
Curar o mundo é minha missão


(Pajé!...)
Pajé, a pajelança está formada
Eu vou na barca encantada
Anhanga representa o mal
Evoque a energia de Auí
Pra vida sempre existir
Oferenda ao mar pra isentar a dor
Com a proteção dos caruanas Beija-flor
A pajelança hoje é cabocla
Na Ilha de Marajó, vou dançar o carimbó
Lundu e siriá, marujada e vaquejada
Minha escola vem mostrar
O folclore que encanta
O estado do Pará



PS: Não quero destruir o PT - e creio que nenhum de vocês quer isso...
Mais não seja, porque isso nos privaria do nosso principal aliado, nas mais importantes conquistas da sociedade brasileira...

Quer dizer, já nem falo da convivência que temos com muitos petistas, eis que todos temos a mesma origem – a luta pela democracia.
Mas, de coisas mais objetivas, mais comezinhas, mais concretas, como a aprovação de uma reforma, por exemplo, contra a qual essa gentalha que há 500 anos domina o país se insurge, porque significa – e nem é acabar!... – mas, reduzir a dominação, a escravização do nosso povo...

Vencer o PT, portanto, irmãos Caruanas, requererá uma intervenção cirúrgica!...

Mas, agora não!...

Pensemos nisso no ano que vem!...

À minha Senhora, tão longe que estou do mar!...

FUUUUUIIIII!!!!!!!


Contos de Areia



(Epa hei, Iansã!)


Bahia é um encanto a mais
Visão de aquarela
E no ABC dos Orixás
Oraniah é Paulo da Portela
Um mundo azul e branco
O deus negro fez nascer
Paulo Benjamim de Oliveira
Fez esse mundo crescer (okê-okê)

Okê-okê, Oxossi
Faz nossa gente sambar
Okê-okê, Natal
Portela é canto no ar

(Okê-okê)
Okê-okê, Oxossi
Faz nossa gente sambar
Okê-okê, Natal
Portela é canto no ar

Jogo feito, banca forte
Qual foi o bicho que deu?
Deu águia, símbolo da sorte
Pois vintes vezes venceu

É cheiro de mato
É terra molhada
É Clara Guerreira
Lá vem trovoada

É cheiro de mato
É terra molhada
É Clara Guerreira
Lá vem trovoada

(Epa hei!...)
Epa hei, Iansã! Epa hei!
Epa hei, Iansã! Epa hei!

(E na ginga!)
Na ginga do estandarte
Portela derrama arte
Neste enredo sem igual
Faz da vida poesia
E canta sua alegria
Em tempo de carnaval

(Ê Bahia...)


(Portela - Samba Enredo 1984)

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

força estranha



Feliz Natal!



Como sempre, estou atrasada...




Mas, de qualquer forma, espero que todos vocês tenham tido um Natal maravilhoso, junto daquelas pessoas que vocês mais amam!




Desculpem a longa ausência que, depois, explico.




Graças a Deus, voltei a criar – e eu até começava a pensar, meio que desesperada, que isso havia morrido em mim...




Creio que começo a me adaptar a O Liberal; creio que, finalmente, começo a superar o Diário...




Curtam, portanto, esse musicão abaixo, enquanto termino o primeiro capítulo de “Orgia no Rangão”.




Tá ficando bem bacana, acreditem!...




Beijinhos mil a todos vocês, queridinhos!...




Rapidinho a gente se vê!...




FUUUIIIII!!!!!!







Força estranha



Eu vi um menino correndo
Eu vi o tempo
Brincando ao redor
Do caminho daquele menino
Eu pus os meus pés no riacho
E acho que nunca os tirei
O sol ainda brilha na estrada
Que eu nunca passei


Eu vi a mulher preparando
Outra pessoa
O tempo parou pra eu olhar
Para aquela barriga
A vida é amiga da arte
É a parte que o sol me ensinou
O sol que atravessa essa estrada
Que nunca passou


Por isso uma força
Me leva a cantar
Por isso essa força estranha no ar
Por isso é que eu canto,
Não posso parar
Por isso essa voz tamanha


Eu vi muitos cabelos brancos
Na fronte do artista
O tempo não pára
E no entanto
Ele nunca envelhece
Aquele que conhece o jogo
Do fogo das coisas que são
É o sol, é o tempo, é a estrada
É o pé e é o chão


Eu vi muitos homens brigando
Ouvi seus gritos
Estive no fundo
De cada vontade encoberta
E a coisa mais certa
De todas as coisas
Não vale um caminho sob o sol
E o sol sobre a estrada
É o sol sobre a estrada, é o sol


Por isso a força
Me leva a cantar
Por isso essa força estranha no ar
Por isso é que eu canto,
Não posso parar
Por isso essa voz,
Essa voz tamanha


Por isso uma força
Me leva a cantar
Por isso essa força estranha no ar
Por isso é que eu canto,
Não posso parar
Por isso essa voz tamanha

(Caetano Veloso)

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

LSD

Um Tempo Psicodélico!...




Para estes tempos estranhos, em que o Vic – quem diria!...- defende as práticas do PT. E eu – quem diria!... – as ataco...



Gracias a la vida



Gracias a la vida que me ha dado tanto,
Me dio dos luceros que cuando los abro,
Perfecto distingo lo negro del blanco,
Y en el alto cielo su fondo estrellado,
Y en la multitudes el hombre que yo amo.



Gracias a la vida que me ha dado tanto,
Me ha dado el oído que en todo su ancho,
Graba noche y día grillos y canarios,
Martillos, turbinas, ladridos, chubascos,
Y la voz tan tierna de mi bien amado.


Gracias a la vida que me ha dado tanto,
Me ha dado el sonido y el abecedario,
Y con el las palabras que pienso y declaro,
Madre, amigo, hermano y luz alumbrando,
La ruta del alma del que estoy amando.


Gracias a la vida que me ha dado tanto.
Me dio el corazón que agita su marco
Cuando miro el fruto del cerebro humano,
Cuando miro el bueno tan lejos del malo,
Cuando miro el fondo de tus ojos claros.


Gracias a la vida que me ha dado tanto,
Me ha dado la marcha de mis pies cansados,
Con ellos anduve ciudades y charcos,
Playas y desiertos, montañas y llanos,
Y la casa tuya, tu calle y tu patio.



Gracias a la vida que me ha dado tanto,
Me ha dado la risa, y me ha dado el llanto,
Así yo distingo dicha de quebranto,
Los dos materiales que forman mi canto,
Y el canto de ustedes que es el mismo canto.
Y el canto de todos que es mi propio canto.


!Gracias a la vida!
!Gracias a la vida!
!Gracias a la vida!
!Gracias a la vida!



(Violeta Parra)




Los Hermanos



Yo tengo tantos hermanos
Que no los puedo contar
En el vale en la montaña
En la pampa y en el mar
Cada cual con sus trabajos
Con sus sueños cada cual
Con la esperanza adelante
Con los recuerdos de trás
Yo tengo tantos hermanos
Que no los puedo contar



Gente de mano caliente
Por eso de la amistad
Con um lloro para llorarlo
Con un rezo para rezar
Con un horizonte abierto
Que siempre esta más allá
Y esa fuerza pa buscarlo
Con tezón y voluntad
Cuando parece más cerca
Es cuando se aleja más
Yo tengo tantos hermanos
Que no los puedo contar



Y asi seguimos andando
Curtidos de soledad
Nos perdemos por el mundo
Nos volvemos a encontrar
Y asi nos reconocemos
Por el lejano mirar
Por las coplas que mordemos
Semillas de imensidad


E asi seguimos andando
Curtidos de soledad
Y en nosotros nuestros muertos
Pa que nadie quede atrás
Yo tengo tantos hermanos
Que no los puedo contar
Y una hermana muy hermosa
Que se llama libertad


( Atahualpa Yupanqui)



(canta, Vic!... Vai, canta!...)

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Prestando Contas II


Hoje, dia 11, protocolei pedido de investigação ao Tribunal de Contas do Estado (TCE), acerca dos indícios de irregularidades que detectei no Hangar – Centro de Convenções (leia as postagens abaixo).


Estou à procura de um advogado para a Ação Popular que vou protocolar contra a entrega da gestão do Hangar à Organização Social Via Amazônia. Em último caso, recorrerei a OAB.


Na próxima semana, espero ter em mãos as cópias dos extratos bancários e dos cheques de Joana Pessoa, que foram examinados pela CPI da Biopirataria, a partir da quebra de seu sigilo bancário, fiscal e telefônico.
Tão logo receba tais cópias, entrarei com um pedido de investigação também na Receita Federal.


Além disso, já na semana que vem começarei a cobrar as respostas das instituições aos pedidos de investigação que protocolei. Para informar todos vocês acerca do andamento de tudo isso.


Hoje, também decidi não publicar comentários ofensivos a mim – alguns até ameaçadores.


Portanto, quem quiser me criticar que o faça com um mínimo de educação, porque este cafofo, sem trocadilho, não é casa de mãe Joana.


E, em hipótese alguma, publicarei ameaças, principalmente aquelas que envolvam O Liberal e o Diário do Pará.


Quem quiser me ameaçar, “por rebate”, a partir desses dois jornalões, que tenha “aquilo roxo” para encaminhar tais ameaças a quem de direito: os Maiorana e os Barbalho.




FUUUUUIIIIIII!!!!!

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

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Prestando Contas ao Leitor




Apresentei, hoje, quatro pedidos de investigação dos indícios de irregularidades que detectei no Hangar Centro de Convenções e na Associação Via Amazônia, a Organização Social que o administra.


Os pedidos foram protocolados nos Ministérios Públicos Federal e Estadual, na Assembléia Legislativa e na Controladoria Geral da União (CGU).


Ao Ministério Público Federal e à Controladoria solicitei que investiguem possíveis irregularidades, entre as quais superfaturamento de preços e fraudes licitatórias, nos contratos da Via Amazônia com o Governo do Estado, alguns deles, talvez, até com verbas da União – e eu, agora à noite, já encontrei dinheiro federal que foi parar nessa entidade.


Justifiquei meu pedido apontando os fortes indícios de crimes que detectei, que podem até configurar improbidade administrativa.


Pedi, ainda, uma investigação paralela, de ambas as instituições, CGU e MPF, acerca de um possível esquema de financiamento irregular de campanhas eleitorais (Caixa Dois), através do Hangar e da Via Amazônia.


Reproduzi, no requerimento, a reportagem que publiquei neste blog, bem como a nota de esclarecimento do Hangar.


Além disso, apontei as investigações realizadas pela CPI da Biopirataria, que detectaram enorme movimentação financeira em contas bancárias pertencentes à Maria Joana da Rocha Pessoa, à época, assessora da então senadora Ana Júlia Carepa.


Joana Pessoa, como todos vocês sabem, é a presidente da OS Via Amazônia.


E, pelo que li nas notas taquigráficas e no relatório daquela CPI, a movimentação nas contas bancárias de Joana, conforme constataram os deputados, foi, em 2004, várias vezes superior aos seus ganhos salariais – e tanto mais intensa, quanto mais se aproximavam as eleições daquele ano.


E o presidente da CPI, deputado federal Sarney Filho, queria solicitar, inclusive, que a Receita Federal investigasse essas movimentações.


Só não o fez, conforme alegou, para evitar que o fato ensejasse recurso ao Supremo Tribunal Federal (STF), uma vez que isso extrapolaria o objeto de análise da CPI.


Até porque não foram encontrados depósitos de empresas madeireiras nas contas de Joana Pessoa.


Mesmo assim, tendo em vista aquela movimentação e as suspeitas levantadas na época, e o fato de a Via Amazônia ter movimentado, também no pleito deste ano, grande quantidade de recursos financeiros, solicitei que as duas instituições investiguem a possibilidade de um esquema de Caixa Dois, através do Hangar e dessa entidade.


Encaminhei idênticos pedidos ao Ministério Público Estadual e à Assembléia Legislativa.


No caso dessa última, solicitei que ela requeira, ao Governo do Estado, com prazo de resposta de 30 dias, sob pena de crime de responsabilidade, informações sobre os contratos com a Via Amazônia.


Tanto no caso da Assembléia Legislativa, quanto no caso do Ministério Público Estadual, pedi que as investigações se estendam à própria contratação dessa OS, para a administração do Hangar.


Ainda nesta semana encaminho pedidos de investigação, também, ao Tribunal de Contas do Estado e à Receita Federal – só aguardo o recebimento das cópias dos cheques e extratos bancários de Joana Pessoa, que foram examinados pela CPI da Biopirataria, a partir da quebra de seus sigilos bancário, fiscal e telefônico.


Nos próximos dias, também estarei protocolando Ação Popular contra a contratação da Via Amazônia pelo Governo do Estado, para a gestão do Hangar.


Também estou estudando outras providências, como, por exemplo, um pedido de acompanhamento dessas investigações pelos conselhos nacionais da Magistratura e do Ministério Público, bem como pela Ordem dos Advogados do Brasil.


Ou, se for o caso, até um pedido ao Congresso Nacional, para que investigue a possível existência de esquemas ilegais de financiamento de campanha, em outros estados brasileiros.


Creio que essa é uma chance ímpar para que a doutora Joana Pessoa, se for o caso, se livre de todas as suspeitas que pesam sobre ela desde os tempos da CPI da Biopirataria.


E para que comprove que sou, de fato, “sem ética e sem escrúpulos”, como afirmou naquela página que fez publicar em um jornalão de Belém.


Mas, caso fique provado que tudo o que escrevi é a cristalina verdade e que há, sim, fortes indícios de irregularidades em tudo o que descobri, então, me desculpe, doutora Joana Pessoa, mas, dessa vez, tenha certeza, a senhora não ficará impune.


Porque, doutora Joana, o que será investigado por essas instituições são, tão somente, os fatos.


Sem a possibilidade, portanto, dessas falácias do “argumento contra o homem” e do “apelo à piedade”, tão caras à senhora e ao seu partido, quando se trata de tentar justificar o injustificável, perante o cidadão comum.


Além disso, vou, sim, acionar todos os recursos que os cidadãos dispomos, no Estado Democrático de Direito.


Como já disse neste blog, doutora Joana, não vou persegui-la. Tampouco vou processá-la, como já até me aconselharam alguns, devido àquela página que a senhora fez publicar.


Vou, simplesmente, lhe entregar nas mãos das instituições que nós, Sociedade, criamos, para nos defendermos de toda a arrogância e o autoritarismo daqueles que não sabem respeitar, porque a índole não suporta, os limites da Democracia.


Vou, em suma, lhe entregar nas mãos da Justiça.


Dos homens e de Deus.


FUUUIIIIIII!!!!!



É



É!
A gente quer valer o nosso amor
A gente quer valer nosso suor
A gente quer valer o nosso humor
A gente quer do bom e do melhor...


A gente quer carinho e atenção
A gente quer calor no coração
A gente quer suar, mas de prazer
A gente quer é ter muita saúde
A gente quer viver a liberdade
A gente quer viver felicidade...



É!
A gente não tem cara de panaca
A gente não tem jeito de babaca
A gente não está
Com a bunda exposta na janela
Prá passar a mão nela...



É!
A gente quer viver pleno direito
A gente quer viver todo respeito
A gente quer viver uma nação
A gente quer é ser um cidadão
A gente quer viver uma nação...


É! É! É! É! É! É! É!...



É!
A gente quer valer o nosso amor
A gente quer valer nosso suor
A gente quer valer o nosso humor
A gente quer do bom e do melhor...



A gente quer carinho e atenção
A gente quer calor no coração
A gente quer suar, mas de prazer
A gente quer é ter muita saúde
A gente quer viver a liberdade
A gente quer viver felicidade...



É!
A gente não tem cara de panaca
A gente não tem jeito de babaca
A gente não está
Com a bunda exposta na janela
Prá passar a mão nela...


É!
A gente quer viver pleno direito
A gente quer viver todo respeito
A gente quer viver uma nação
A gente quer é ser um cidadão
A gente quer viver uma nação
A gente quer é ser um cidadão
A gente quer viver uma nação
A gente quer é ser um cidadão
A gente quer viver uma nação...



(Gonzaguinha)

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

lambança3

Carta Aberta à Joana Pessoa



Em primeiro lugar gostaria de lhe dizer, doutora Joana Pessoa, que sem ética e inescrupulosa é a senhora, que tem a coragem de usar (sabe-se lá a que custo, né mermo?), uma página de um jornalão só pra me atacar.



Sem ética e inescrupulosa é a senhora que preside uma entidade que, apenas três meses depois de criada, assumiu a administração desse “filé” de dinheiro público que é o Hangar, sem licitação e no Governo da sua amiga, comadre e ex-patroa, Ana Júlia Carepa.



Sem ética e inescrupulosa é a senhora, que já foi até investigada por uma Comissão Parlamentar de Inquérito, sob a suspeita de integrar uma quadrilha, um bando, que afanava os cofres públicos.



Não, me perdoe, pois, na verdade, que me equivoco: a senhora não é apenas sem ética e inescrupulosa. A senhora é, também, uma grandessíssima COVARDE, porque investe contra mim e não contra aqueles que detêm, de fato, o poder editorial dos jornalões.



Ou a senhora, “ingenuamente”, vai dizer que desconhece o fato de que eu, repórter, jornalista, “operária da informação”, não possuo qualquer possibilidade de ingerência naquilo que é publicado nos jornalões?



O que a senhora possui de paixão pelo dinheiro, pelo poder e pelos convescotes da alta sociedade, doutora Joana Pessoa, falta-lhe em compostura, dignidade e caráter.



A senhora me ataca dessa forma pusilânime, poucas vezes vista na imprensa brasileira, porque, simplesmente, não consegue desmentir uma vírgula sequer daquilo que publiquei neste blog.



Vamos, lá, doutora Joana Pessoa: desminta que a Sema alugou uma sala “equipada” no Hangar por R$ 35 mil por mês.



Desminta que a Seduc pagou à Via Amazônia, sem licitação, quase R$ 2 milhões pela realização de um evento de uns poucos dias para os nossos fumados professores.



Desminta que a Seduc pagou à Via Amazônia, também sem licitação, mais de meio milhão de reais pela confecção de 40 mil impressos de divulgação.



Desminta que a Via Amazônia já recebeu, em apenas um ano e seis meses, pelo menos R$ 25 milhões do Governo do Estado, boa parte disso sem licitação.



Desminta que o endereço da Via Amazônia, quando foi criada, ou seja, mesmo antes de assinar o contrato de gestão do Hangar, já era o mesmíssimo endereço desse centro de convenções.



Desminta que a Via Amazônia foi qualificada como OS apenas seis dias antes de assumir a gestão do Hangar.



Por que é que a senhora não desmente todos esses fatos?



Eu respondo: a senhora não desmente porque sabe muitíssimo bem que todos eles estão DOCUMENTADOS.



A senhora sabe muito que, se tentar desmentir, eu, simplesmente, lhe “esfrego na cara”, como se diz, as cópias dos diários oficiais e dos documentos da Receita Federal e da Auditoria Geral do Estado (AGE), nos quais tudo isso está PROVADO.



É por isso que a senhora recorre a essa falácia tão conhecida do “argumento contra o homem”.



A senhora me ataca para tentar desviar o foco de fatos tão graves, que podem, sim, configurar crime.



A senhora me ataca porque, simplesmente, não tem como atacar a informação.



A senhora me ataca porque, nesse seu raciocínio rude, tortuoso, a senhora imagina que pode desqualificar o fato, desqualificando quem o levou ao conhecimento dos cidadãos.



A senhora me ataca, enfim, para ocultar a LAMBANÇA que acontece no Hangar.



Tal comportamento, na minha sagrada opinião, doutora Joana Pessoa, revela a sua arrogância, a sua crença na impunidade (talvez até decorrente do resultado daquela CPI, né mermo?); o seu menosprezo, enfim, pelos contribuintes – os contribuintes que pagamos, aliás, o caviar que a senhora, diz-que socialista, gosta de “saborear” entre todos os poderosos de plantão...



A senhora reclama que não foi ouvida por mim. Mas, foi sim.



Todos os leitores deste blog são testemunhas de que publiquei, na íntegra, a nota de esclarecimento que me foi enviada pelo Hangar.



E o fiz na madrugada do dia seguinte em que a recebi, mesmo tendo chegado em casa mais de meia noite, morta de sebosa e de cansada.



E, como a senhora bem sabe, porque deve ter lido neste blog, não fiz qualquer comentário sobre os seus “esclarecimentos” – embora me pareçam que não esclarecem coisíssima alguma.



Ou seja: garanti-lhe o sagrado direito de resposta, de defesa, coisa que a senhora, doutora Joana Pessoa, ao atacar-me, covardemente, através de um jornalão, sobre o qual a senhora tem mais ingerência que eu, dados os tubos de dinheiro que controla, não teve a dignidade de me garantir...



E a senhora, doutora Joana Pessoa, é que a “revolucionária”, a “socialista”, né mermo?



É fato, também, que a senhora me ligou, na terça-feira passada, para que eu fosse até o Hangar.



Mas, não fui por dois motivos.



Primeiro porque, doutora Joana Pessoa, ao contrário da senhora, eu tenho de suar a camisa para sobreviver.



Não tenho tempo para salamaleques aos donos de jornais. Nem para convescotes com a alta sociedade – e olhe que nem sou socialista, ou “revolucionária”, né mermo?...



Devido à necessidade de sobrevivência (e aqui até peço desculpas aos leitores) tenho de confessar que já havia até desistido de investigar, mais profundamente, essa história toda; ia deixar que tudo ficasse pela reportagem publicada neste blog e pelos “esclarecimentos” do Hangar.



No entanto, não posso, agora, deixar de manifestar a minha estranheza pela sua indignação, doutora Joana Pessoa, ante ao fato de eu não ter comparecido a esse seu “tour fantástico” no centro de convenções.



E peço-lhe desculpas, doutora Joana Pessoa, se, afinal, frustrei a sua expectativa de me oferecer os maravilhosos acepipes, que, pelo visto, a senhora gostaria de ter me oferecido – como está acostumada a oferecer a muita gente, aliás...



Em segundo lugar, doutora Joana Pessoa, já havia desistido de investigar essa história do Hangar em respeito ao sofrimento que isso, certamente, trará a muitos e bons amigos petistas, que, ao contrário da senhora, acreditam, sinceramente, no ideário do PT.



Da última vez em que investiguei, profundamente, casos tão escabrosos como o do Hangar, muita gente sofreu.



E, como tenho acompanhado tal sofrimento, de gente honesta que nunca pegou, indignamente, um dedal de mel coado do Estado, mas que sofre “por rebate”, hoje penso duas, três vezes antes de ir fundo em matérias assim...



No entanto, doutora Joana Pessoa, o seu comportamento, sem ética, inescrupuloso, covarde, abjeto, não me deixa alternativa: agora, vou, sim, investigar, profundamente, o Hangar.



Vou passar um pente finíssimo.



E tenha certeza de que, se existirem, os piolhos cairão em profusão...



E “transbordarão” para além da blogosfera - tenha certeza disso, também...



A senhora colocou em dúvida o meu caráter e a minha competência profissional.



E o fez de uma forma tão nojenta, tão covarde, tão acanalhada, como nunca vi em 28 anos de profissão.



Nem no tempo da ditadura da direita, doutora Joana Pessoa, vi algo assim.. E olhe que os militares nem eram “socialistas”, né mermo?



Me respeite!...Não pertenci, não pertenço e nem jamais pertencerei a sua “confraria”!...



E é por isso que tenho a CREDIBILIDADE que a senhora quer, a todo custo, destruir, né mermo? Para continuar a “operar” em paz...



Portanto, agora, vou atrás de todos os documentos - recibos, notas fiscais, CNPJs, endereços - pertinentes ao dinheiro público que a senhora está a administrar.



Vou, aliás, até seguir o conselho de um promotor de Justiça meu amigo: vou, eu mesma, denunciar esses fatos ao Ministério Público.



Para ser parte no processo e poder acompanhar todas as investigações bem de pertinho...



Creio que, depois de tudo isso, a senhora e todos os cidadãos, todos os contribuintes, merecemos uma resposta à altura daquela página covarde, doentiamente covarde, que a senhora mandou produzir.



E devo lhe avisar, doutora Joana Pessoa: não perca tempo com intimidações, mesmo as veladas (como nós duas bem sabemos que a senhora já fez, né mermo?), nem com ameaças explícitas ou com tentativas de me oferecer uns “acepipes”...



Há dez anos, quando eu investigativa as tenebrosas transações entre o Ipasep e a Medserve, tentaram me intimidar, me acusar de tudo que é sorte de coisa, exatamente como a senhora fez.



E tudo o que conseguiram foi o inverso do esperado: botei o pé no acelerador e revirei cada palmo daquela transação.



E, passados dez anos, veio a operação Rêmora, da Polícia Federal, a demonstrar quem, afinal, tinha razão...



Dinheiro deixa rastro, doutora Joana. Passe o tempo que passar...



Já esperava que a senhora agisse assim, que a senhora me atacasse dessa forma.



Numa resposta a um anônimo que me ameaçava, há uns dois ou três dias, disse isto mesmo, doutora Joana Pessoa: não temo ameaças; não temo poderes, nem da Terra, nem do inferno.



Temo, somente, a Deus...



Também não se dê ao trabalho de tentar ocultar documentos: vou encontrá-los, doutora Joana Pessoa; se estiverem na face da Terra, pode ter certeza de que os encontrarei.



Não, não vou persegui-la, que isso seria demasiado fácil; seria transformá-la de algoz em vítima.



Também não estou lhe ameaçando: estou lhe avisando, o que é bem diferente.



Estou lhe dando duas quadras de avanço, apesar dos tubos de dinheiro que a senhora controla.



E apenas para que, depois, os membros da sua “confraria” não me acusem de ser tão covarde, tão pusilânime, quanto a senhora.



Fique certa de que não vou investigar a sua vida pessoal – não me interessa!



Mas, como cidadã e jornalista, vou esquadrinhar cada palmo de dinheiro público que já passou pelas suas mãos – inclusive a documentação daquela CPI...



Vou, em suma, fazer o que deveria ter feito desde o começo dessa história toda: vou deixar de lado o sentimento e a minha necessidade de sobrevivência e agir como servidora pública que sou – ou seja, bem ao contrário da senhora, doutora Joana Pessoa.



Porque eu, sim, sirvo ao público – AO CONTRÁRIO DE ME SERVIR DO PÚBLICO, como fazem tantos por aí...



Vou, em suma, lhe dizer aquilo que diziam os espanhóis aos fascistas: não, não nos moverão!... NÃO!... NA, NA NI, NA, NÃO!... NÃO PASSARÃO!...



Os fascistas, enfim, aparentemente triunfaram, é?



Foi só temporariamente, doutora Joana Pessoa, foi só temporariamente...



Para desgosto de gente da sua marca, quem venceu, no final das contas, foi a Decência, foi a Sociedade, foi a Democracia.



Portanto, é pra se dizer, como naquele gesto emblemático do grande Ulysses Guimarães: QUE VENHA O “CORREDOR POLONÊS!”...




FUUUUIIIIIIII!!!!!!!!!

excelência


Vossa Excelência

Estão nas mangas
Dos Senhores Ministros
Nas capas
Dos Senhores Magistrados
Nas golas
Dos Senhores Deputados
Nos fundilhos
Dos Senhores Vereadores
Nas perucas
Dos Senhores Senadores...


Senhores! Senhores! Senhores!
Minha Senhora!
Senhores! Senhores!
Filha da Puta! Bandido!
Corrupto! Ladrão! (Senhores!)
Filha da Puta! Bandido!
(Senhores!) Corrupto! Ladrão!...

Sorrindo para a câmera
Sem saber que estamos vendo
Chorando que dá pena
Quando sabem que estão em cena
Sorrindo para as câmeras
Sem saber que são filmados
Um dia o sol ainda vai nascer
Quadrado!...

Estão nas mangas
Dos Senhores Ministros
Nas capas
Dos Senhores Magistrados
Nas golas
Dos Senhores Deputados
Nos fundilhos
Dos Senhores Vereadores
Nas perucas
Dos Senhores Senadores...

Senhores! Senhores! Senhores!
Minha Senhora!
Bandido! Corrupto!
(Senhores! Senhores!)
Filha da Puta! Bandido!
Corrupto! Ladrão! (Senhores!)
Filha da Puta! Bandido!
Corrupto! Ladrão!...

-"Isso não prova nada
Sob a pressão da opinião pública
É que não haveremos
De tomar nenhuma decisão
Vamos esperar que tudo caia
No esquecimento
Aí então!
Faça-se a justiça!"

Sorrindo para a câmera
Sem saber que estamos vendo
Chorando que dá pena
Quando sabem que estão em cena
Sorrindo para as câmeras
Sem saber que são filmados
Um dia o sol ainda vai nascer
Quadrado!...

-"Estamos preparando
Vossas acomodações,
Excelência!"

Filha da Puta!
Bandido!(Senhores!)
Corrupto! Ladrão!
Filha da Puta!
Bandido! Corrupto! Ladrão!
Filha da Puta!
Bandido! Corrupto! Ladrão!
Filha da Puta!
Bandido! Corrupto! Ladrão!...

(P. Miklos/ T. Bellotto/ C.Gavin)

domingo, 30 de novembro de 2008

tacacá

Uma pausa para o tacacá



Há uma imagem que nunca me esqueci, daqueles tempos bicudos da ditadura militar.


E que vi apenas em fotografia (pois, que não sou tão velhinha assim, visse?)


É a imagem daquele gigante que era Ulysses Guimarães, a romper, sozinho, um verdadeiro “corredor polonês” de soldados do Exército, quando se encaminhava ao palanque de um comício.


Ele, tão franzino... Mas, imenso, enorme naquilo que representava...


Pois, que naquele momento o nosso Ulisses, muito, mas muito maior que o de Tróia, era a própria Cidadania, a própria Democracia.


A Cidadania e a Democracia que faziam com que aquele “corredor polonês”, aparentemente inexpugnável, se reduzisse à pequenez do Estado diante da Sociedade.


Nunca me esquecerei dessa imagem. Que é, também, a de Antígona.


O cidadão que não se rende, a clamar pelo Direito, diante desse monstro, dessa coisa sombria em que se transforma o Estado, quando gerido, apenas, no interesse de alguns.


Quando não respeita, democraticamente, o Direito à contestação.


Quando não é, de fato, de todos e para todos.


Por isso, vou dedicar a música abaixo aqueles que lutam por um Brasil melhor - de verdade!


Por um Brasil e um Pará com um mínimo de Decência.


Com um mínimo de Justiça Social.


Com um mínimo de Democracia.


Com um mínimo de Felicidade, para o seu José e a dona Maria.


A todos aqueles cujos cabelos já até branquearam, de tanto que já viram, de tanto que lutaram, de tanto que sonharam, de tanto que esperaram...


Com vocês, o grande “companheiro” Chico Buarque...




Vai Passar



Vai passar
Nessa avenida um samba popular
Cada paralelepípedo da velha cidade
Essa noite vai se arrepiar
Ao lembrar
Que aqui passaram sambas imortais
Que aqui sangraram pelos nossos pés
Que aqui sambaram nossos ancestrais


Num tempo,
Página infeliz da nossa história,
Passagem desbotada na memória
Das nossas novas gerações
Dormia
A nossa pátria mãe tão distraída
Sem perceber que era subtraída
Em tenebrosas transações


Seus filhos
Erravam cegos pelo continente,
Levavam pedras
Feito penitentes
Erguendo estranhas catedrais
E um dia, afinal,
Tinham o direito a uma alegria fugaz
Uma ofegante epidemia
Que se chamava carnaval,
O carnaval, o carnaval


(Vai passar)
Palmas pra ala dos barões famintos
O bloco dos napoleões retintos
E os pigmeus do boulevard
Meu Deus, vem olhar,
Vem ver de perto uma cidade a cantar
A evolução da liberdade
Até o dia clarear


Ai que vida boa, ô lerê,
Ai que vida boa, ô lará
O estandarte do sanatório geral
Vai passar
Ai que vida boa, ô lerê,
Ai que vida boa, ô lará
O estandarte do sanatório geral...
Vai passar


(Chico Buarque/ Francis Hime)

terça-feira, 25 de novembro de 2008

juvêncio


Para Juvêncio Arruda



Caríssimo general Juvêncio de Arruda, El Rey das paragens da Quinta Emenda, blogueiro-mor desta belíssima Blogosfera, em que se plantando tudo dá...


Não apenas aceite a minha solidariedade: conte com o estilingue e os canhões desta Perereca, enfim desperta pelos tambores da guerra...


E aceite, também, a música abaixo, que é o retrato deste mavioso Universo: a minha e a vossa Blogosfera!



Festa



Festa no gueto
Pode vir, pode chegar
Misturando o mundo inteiro
Vamo vê no que é que dá...


Hoje tem
Festa no gueto
Pode vir, pode chegar
Misturando o mundo inteiro
Vamo vê no que é que dá...


Tem gente de toda cor
Tem raça de toda fé
Guitarras de rock'n roll
Batuque de candomblé
Vai lá, prá ver...


A tribo se balançar
E o chão da terra tremer
Mãe Preta de lá mandou chamar
Avisou! Avisou! Avisou! Avisou!...


Que vai rolar a festa
Vai rolar!
O povo do gueto
Mandou avisar...(2x)


Festa no gueto
Pode vir, pode chegar
Misturando mundo inteiro
Vamo vê no que Oh! Oh!...


Hoje tem
Festa no gueto
Pode vir, pode chegar
Misturando o mundo inteiro
Vamo vê no que é que dá...


Tem gente de toda cor
Tem raça de toda fé
Guitarras de rock'n roll
Batuque de candomblé
Vai lá, prá ver...


A tribo se balançar
E o chão da terra tremer
Mãe Preta de lá mandou chamar
Avisou! Avisou! Avisou! Avisou!...


Que vai rolar a festa
Vai rolar!
O povo do gueto
Mandou avisar...(2x)


Vem! Vem! Vem!
Na Na Na Na Na
Tá bonito, tá bonito
Tá beleza
Na Na Na Na Na
Na Na Na Na Na
Na Na Na Na Na
Simbora! Simbora! Simbora!...


Tem gente de toda cor
Tem raça de toda fé
Guitarras de rock'n roll
Batuque de candomblé
Vai lá, prá ver...


A tribo se balançar
O chão da terra tremer
Mãe Preta de lá mandou chamar
Avisou! Avisou! Avisou! Avisou!...


Que vai rolar a festa
Vai rolar!
O povo do gueto
Mandou avisar...(3x)


Que vai
Que vai rolar a festa
Vai rolar!
O povo do gueto
Mandou avisar...


(Anderson Cunha)

sábado, 22 de novembro de 2008

lambança2

Hangar esclarece contratos




Recebi, com pedido de publicação, nota de esclarecimento do Hangar, acerca do post que publiquei mostrando os R$ 25 milhões recebidos do Governo Estadual, pela Via Amazônia, a OS que administra aquele espaço.


Obviamente que publico o esclarecimento na íntegra.


E agradeço, sinceramente, a atenção dos que o produziram: é magnífico para a democracia o contraditório; é sempre bom, para toda a sociedade, que o debate possa ser enriquecimento por mais e mais informações e pontos de vista divergentes.


Mas, também democraticamente, mantenho cada vírgula do post que produzi.


Primeiro porque rigorosamente calcado em documentos públicos.


Segundo porque as opiniões que externei no editorial são justíssimo direito de cidadã e contribuinte.


Volto ao assunto mais tarde, para comentar a nota de esclarecimento que segue abaixo – agora, estou, realmente, muito cansada...


Mais uma vez, agradeço a atenção da direção do Hangar, em relação a este cafofo. Voltem sempre!



NOTA DE ESCLARECIMENTO


Em relação ao post publicado nesta quinta-feira, 20, o Hangar Centro de Convenções e Feiras da Amazônia esclarece que:



1- O aluguel do centro de convenções segue uma tabela de combinações, levando em consideração fatores como quantidade de espaços alugados, quantidade de dias reservados (incluindo dia para montagem e desmontagem de evento) e tipos de serviços inclusos, já que, segundo a assessoria jurídica do Hangar, o centro de convenções tem prerrogativa para atuar desde a locação do espaço até a viabilização da infra-estrutura necessária para realização do evento. Isto mostra que, mesmo trabalhando com uma tabela única, o aluguel do Hangar, portanto, varia de evento para evento dependendo da combinação de espaços, tempo de uso e serviços escolhidos pelo próprio cliente.



2- A assessoria jurídica do Hangar informa também que a Lei 9648/98 acrescentou ao artigo 24 da Lei 8666/93 disposição que permite à Administração pública a dispensa de licitação para a celebração de contratos de prestação de serviços com as organizações sociais, qualificadas nas respectivas esferas de governo, para atividades contempladas no contrato de gestão. Sendo assim, por todo o exposto, a contratação do Hangar Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, enquanto organização social, pode ser realizada na modalidade dispensa de licitação para toda atividade relacionada com a realização de eventos, à cultura e ao lazer.



3- O fluxo administrativo do Hangar é acompanhado constantemente por uma auditoria e pelo Tribunal de Contas do Estado, e ao final de cada ano é apresentado ao Governo do Estado do Pará um relatório com detalhada prestação de contas (a de 2007 foi tornada pública através da imprensa, e a de 2008 já está em fase de conclusão). Exatamente por trabalhar com transparência em seus atos, e por entender que uma OS precisa de autonomia financeira, o Hangar não faz diferenciação entre clientes de origem pública ou privada, trabalhando com uma tabela única de serviços.


4- Graças a isso, no início de 2008, portanto com apenas oito meses de funcionamento e com a pauta de eventos trabalhando ainda longe do ideal, o Hangar pôde solicitar a diminuição do repasse estatal previsto Contrato de Gestão que repassou à Organização Social Via Amazônia a responsabilidade pelo gerenciamento do centro de convenções paraense. Ainda assim, a capacidade de gerar recursos próprios resultou em um saldo além das expectativas: R$ 10 milhões, bem acima dos R$ 2 milhões previstos no início do contrato e também bastante superior aos R$ 3,5 milhões repassados no ano passado via secretaria de Estado de Cultura (Secult), a qual o Hangar está vinculado. Seguindo nessa perspectiva de depender cada vez menos de repasses diretos, ao completar um ano de funcionamento em maio de 2008, a administração do Hangar Centro de Convenções e Feiras da Amazônia anunciou nova redução de parte do repasse governamental e um terceiro cálculo deverá ser aplicado já no início de 2009. A iniciativa que beneficia os cofres públicos só foi possível graças à administração aplicada ao Hangar, que permitiu a geração de recursos próprios em um curto espaço de tempo.


5- O post não esclarece que, por se tratar de uma entidade sem fins lucrativos, todo saldo obtido no centro de convenções obrigatoriamente deve ser investido no próprio Hangar ou devolvido para os cofres públicos estaduais. É graças a essa prerrogativa que o Hangar vem diminuindo o repasse governamental e sendo constantemente melhorado e equipado. Os recursos próprios foram investidos desde a aquisição de mesas e cadeiras para a praça de alimentação, auditórios e salas, até 101 paredes móveis com estrutura em aço para divisórias – nas quais foram aplicados mais de R$ 600 mil - que permitem o auditório ser subdividido em oito módulos e praça de alimentação ser dividida em espaços isolados, conseqüentemente possibilitando que o HANGAR sedie diversos eventos simultâneos, otimizando o espaço e aumentando os resultados financeiros positivos obtidos. É com recursos próprios também que a administração do HANGAR construiu um novo auditório com capacidade para 400 pessoas no local onde antes era um depósito, e que passa a ser o primeiro auditório dotado de toda infra-estrutura de sonorização e iluminação cênica, possibilitando que o cliente não precise contratar terceiros para tal serviço. Graças aos recursos próprios também o Hangar está viabilizando a construção da cozinha industrial, que terá capacidade de produzir até 2 mil refeições/hora, e que será utilizada como cozinha-escola para formação de mão-de-obra qualificada no Estado, mais uma ação de responsabilidade social do centro de convenções.




Lamentamos o fato do Hangar não ter sido convidado a esclarecer os fatos e nos disponibilizamos para mais informações.



Atenciosamente


Gerência de Comunicação do Hangar Centro de Convenções e Feiras da Amazônia

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

lambança

Extra! Extra!

Governo do Estado paga mais de
R$ 25 milhões a OS do Hangar

Transações envolvem fabulosas dispensas de licitações e até o aluguel de uma sala a R$ 35 mil por mês



Há algo de muito esquisito nas relações entre o Governo do Estado e a Associação Via Amazônia, a Organização Social que administra o Hangar – Centro de Convenções.


Do ano passado para cá, a entidade já recebeu cerca de R$ 25 milhões de vários organismos estaduais, boa parte com dispensa de licitação.


Pior: tais dispensas licitatórias envolvem transações, no mínimo, complicadas.



Recentemente, por exemplo, a Secretaria de Meio Ambiente (Sema) fechou com a Via Amazônia um contrato que é o sonho de qualquer senhorio: alugou uma sala “equipada”, no Hangar, pela bagatela de R$ 141.750,00, para quatro meses.



Quer dizer, por mais de R$ 35 mil por mês – o equivalente ao preço de uma boa casa no Mosqueiro, ou a um carro zerado.



Dias antes, a Secretaria de Educação (Seduc) fechara outro negócio fabuloso com a mesma Via Amazônia: contratou a OS para a organizar o evento “Mova Pará Alfabetizado” por inacreditáveis R$ 1,977 milhão. E, o que é pior, com dispensa de licitação.



Mais recentemente, outra transação espantosa: a contratação da Via Amazônia, pela Seduc, para a confecção de 40 mil exemplares de “material impresso de divulgação”, incluindo “diagramação e arte final”, conforme consta no extrato contratual, por mais de meio milhão de reais. E, novamente, mediante dispensa de licitação.



Tudo isso – as extraordinárias quantias carreadas para a OS, as dispensas de licitação até para a confecção de impressos e um aluguel impensável até para o mais turbinado mercado imobiliário – já mereceria uma profunda investigação do Ministério Público.



Mas, há outro detalhe a tornar toda essa história ainda mais intrigante: pelo contrato de gestão, assinado em 15 de maio do ano passado, o Governo do Estado ficou de repassar mais de R$ 7,383 milhões, em dois anos, à Via Amazônia, além de ceder-lhe móveis e equipamentos públicos, para a administração do Hangar.



E mesmo assim, o Governo paga – e paga caro – cada vez que precisa usar aquela estrutura, para a realização de eventos.



Pior: como se sabe o Hangar – Centro de Convenções custou aos cofres públicos mais de R$ 105 milhões.



O “negócio da China” que se estabeleceu em torno dele, portanto, só o Ministério Público ou uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) poderão desvendar.






Uma história nebulosa



A Via Amazônia, como, aliás, quase todas as OS, tem uma história nebulosa.



Consta no site da Receita Federal que a entidade foi aberta em 21 de março de 2007, quer dizer, menos de dois meses antes da assinatura do contrato de gestão do Hangar – Centro de Convenções.



O próprio leitor, aliás, pode verificar isso. Basta acessar a página da Receita Federal e consultar a situação cadastral do CNPJ da Via Amazônia, que é o 08.746.928/0001-21.



Consta, na Receita, que o endereço da entidade é o mesmíssimo do Hangar: avenida Dr Freitas, S/N, H2 – embora, no contrato de gestão, ela estivesse sediada à avenida Alcindo Cacela, 1264 (o contrato, querido leitor, foi publicado no Diário Oficial do Estado número 30941, de 06 de junho de 2007, e também pode ser consultado via internet, no site da Imprensa Oficial).



Consta, ainda na Receita, que a Via Amazônia se dedica, principalmente, às “atividades de organizações associativas ligadas à cultura e à arte”. Além de outras, sempre de caráter associativo.



Estranho, porém, nem é o objeto societário dessa entidade, que hoje até confecciona “material impresso de divulgação”, como se vê no contrato com a Seduc.



Mas, a data da situação cadastral dela (21/03/2007), na Receita Federal, em que aparece com o mesmo endereço do Hangar.



Isso porque, no contrato de gestão, assinado em 15/05/ 2007, a sede dela ficaria na Alcindo Cacela, número 1264.



E o contrato não faz referência a qualquer complemento – sala, andar, por exemplo - apesar de esse endereço (Alcindo Cacela, 1264) corresponder ao do edifício de escritórios “Empire Center” (que fica entre Governador José Malcher e João Balbi).



Daí a dúvida: onde é mesmo que ficava a Associação Via Amazônia? Ela já ocupava o Hangar antes mesmo da contratação?



Além disso, a sucessão de eventos induz a crer que essa OS foi criada com o objetivo, mesmo, de assumir a administração do Hangar: ela nasceu em 21/03/2007, foi qualificada como OS pelo decreto 173, de 09/05/2007 e, em 15/05/2007, ou seja, apenas seis dias depois dessa qualificação, assinou o contrato de gestão.



No mínimo, trata-se de celeridade impressionante, para os descaminhos burocráticos do Estado.



Tão ou mais intrigante, porém, é que a sua primeira CND (Certidão Negativa de Débito) do INSS, um documento essencial para qualquer contratação com o Poder Público, só foi emitida em 18/07/2007.



Quer dizer, dois meses após a assinatura do contrato de gestão do Hangar - Centro de Convenções.






Mais de R$ 25 milhões





A montanha de dinheiro carreada para a Associação Via Amazônia pode ser verificada no link “Transparência Pará”, através do site da Auditoria Geral do Estado (AGE).



Lá, se pode constatar que o Governo do Estado repassou à Associação Via Amazônia, ao longo do ano passado, exatos R$ 10.565.847,10, através de várias secretarias e outros organismos estaduais.



Neste ano, 2008, foram repassados àquela OS mais R$ 13.486.593,60.
Mas, no caso de deste ano, 2008, não se sabe à qual data-limite esses repasses se referem, na página da AGE.



Daí a possibilidade de que essa conta já esteja em bem mais do que esses R$ 13,486 milhões referidos.



Em outras palavras: é possível que a contabilidade deste biênio, em favor da OS Via Amazônia, atinja uns R$ 30 milhões, dada a profusão de contratos mais recentes.






Repasses milionários





Apesar dos mais de R$ 7,3 milhões que recebe do Governo do Estado para a gestão do Hangar, a Via Amazônia também ganha – e muito – com o dinheiro dos organismos estaduais que realizam eventos naquele local.



Hoje, a Perereca deu-se ao trabalho de consultar um por um dos registros do Diário Oficial online que traziam referência ao termo “hangar”.



Eis aqui, ao leitor, o resultado de tal pesquisa:






No ano de 2007





DOE 19/06/2007 – Dispensa de Licitação 007/2007, da Secretaria de Agricultura (Sagri), para a locação de espaço no Hangar, destinado à realização do II Frutal Amazônia e VI Flor Pará. Valor: R$ 178.611,75.



DOE 21/06/2007 – Inexigibilidade de Licitação 026/2007, da Sespa, em benefício da Via Amazônia, para a contratação de empresa para a realização do 8 Congresso Internacional de Odontologia da Amazônia, de 28 de junho a 1 de julho, no Hangar. Valor: R$ 71.148,00.



DOE 10/10/2007 – Dispensa de Licitação 022/07, da Seduc, para a contratação de espaços do Hangar “com infra-estrutura”, destinados às “oficinas pedagógicas sobre as áreas de conhecimento do currículo do Ensino Médio, acompanhado do fornecimento de material didático e para publicidade do evento”. Valor: R$ 160.790,00.



DOE 19/10/2007 – Dispensa de Licitação 024/07, da Seduc, para a locação de espaço do Hangar, destinado ao evento “Seminário sobre o SPE – Saúde e Prevenção nas escolas de 18 a 20 de outubro”. Valor: 98.480,00.



DOE 23/10/2007 - Dispensa de Licitação 025/07, da Seduc, com a Via Amazônia, para a “prestação de serviços sobre as áreas de conhecimento do currículo do Ensino Médio”. Valor: 209.790,00.



DOE 08/11/2007 - Dispensa de Licitação, da Sedurb, para a contratação de infra-estrutura do Hangar, para 400 pessoas, para o I Workshop de Desenvolvimento Urbano. Valor: R$ 52.899,00.



DOE 04/12/2007 – Dispensa de Licitação, da Seduc, para a locação de espaço no Hangar, para o IV Forpex (Fórum de Pesquisa, Ensino, Extensão e Pós-Graduação) da Uepa. Valor: R$ 39.060,00.



DOE 10/12/2007 – Dispensa de Licitação, da Seduc, para a locação de espaço, para a “Caravana da Educação: gestão democrática, avaliação e currículo”. Valor: R$ 817.149,59



DOE 12/12/2007 – Dispensa de Licitação, da Seduc, para a locação de espaços do Hangar, para o seminário de reestruturação do Ensino Modulado. Valor: R$ 307.140,15.



DOE 12/12/2007 – Dispensa de Licitação, da Seduc, para a locação de espaço, no Hangar, para o Fórum Estadual de Ensino Médio e Educação Profissional. Valor: R$ 693.241,50.



DOE 12/12/2007 – Dispensa de Licitação, da Cohab, para a realização do seminário regional do Plano Nacional de Habitação, no Hangar. Valor: R$ 36.470,50





No ano de 2008




DOE 12/03/2008 – Dispensa de Licitação, da Seduc, para a realização, no Hangar, do Fórum de Secretários de Educação do Pará, de 11 a 13 de março. Valor: R$ 241.269,15.



DOE 18/03/2008 – Extrato de Convênio, da Seop, em benefício do Hangar, para o repasse de recursos, para a realização de eventos de interesse social, incluindo o Fórum Social Mundial, no primeiro semestre (não riam, é isso mesmo o que está escrito...). Valor: R$ 117.600,00.



DOE 04/04/2008 – Dispensa de Licitação, da Sema, em benefício do Hangar, para a locação de espaço para a II Conferência Estadual de Meio Ambiente. Valor: R$ 889.615,17.



DOE 11/04/2008 – Dispensa de Licitação, da Casa Civil do Governo do Estado, em benefício do Hangar, para o evento “Com os Poderes do Estado”. Valor: R$ 58.800,00.



DOE 14/05/2008 – Dispensa de Licitação, da Sespa, para a locação de espaço, no Hangar, para o XI Congresso Brasileiro de Biomedicina, de 05 a 08 de junho. Valor: R$ 148.175,00.



DOE 28/05/2008 – Dispensa de Licitação, da Seduc, com a contratação da Via Amazônia, para a realização do I Seminário de Educação Escolar Indígena. Valor: R$ 176. 771,59.



DOE 09/06/2008 – Dispensa de Licitação 012/2008, da Casa Civil do Governo do Estado, para a locação de espaço no Hangar. Valor: R$ 272.895,00.



DOE 10/06/2008 – Dispensa de Licitação 026/2008, da Casa Civil do Governo do Estado, para a locação de espaço no Hangar. Valor: 259.900,00.



DOE 20/06/2008 – primeiro Termo Aditivo ao contrato da Sema, com Dispensa de Licitação, para a locação do Hangar, para a realização do evento “Eliminação de Passivos Processuais Ambientais”. Valor do contrato original: R$ 124.425,00. Valor do aditivo (que é também de prazo): R$ 124.425,00.



DOE 20/08/2005 - Dispensa de Licitação, da Seduc, para a contratação da Via Amazônia, para a realização da I Feira de Orientação Profissional do Ensino Médio. Valor: R$ 143.440,50.



DOE 22/08/2008 – Dispensa de Licitação 055/08, da Seduc, para a contratação da Via Amazônia/Hangar, para fornecimento de lanches, som, impressos e imagens e fotografias para 1.200 pessoas – não riam; tá assim mermo...). Valor: R$ 192. 264,77.



DOE 22/08/2008 – Dispensa de Licitação 056/08, da Seduc, para a contratação do Hangar, para a realização do projeto de formação inicial dos educadores do MOVA (Movimentação de Alfabetização de Jovens e Adultos). Valor: R$ 397.665,50.



DOE 22/08/2008 – Dispensa de Licitação 057/08, da Seduc, para a contratação do Hangar para a realização do projeto de formação inicial dos educadores do MOVA (Movimentação de Alfabetização de Jovens e Adultos). Valor: R$ 151.922,60



DOE 04/09/2008 – Dispensa de Licitação, da Sespa, para a a realização, no Hangar, da IX Jornada de Saúde Bucal. Valor: R$ 57.750,00.



DOE 19/09/2008 – Dispensa de Licitação, da Secretaria de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia, em favor da Via Amazônia, para a organização e execução da infra-estrutura de estandes e 15 ilhas de computadores, para a divulgação do “Navega Pará”, na Feira Pan Amazônica do Livro, de 19 a 28 de setembro. Valor: R$ 150.000,00. (Nota da redatora: veja que este valor dava para comprar 30 computadores zerados, entre otras cositas mas...)



DOE 19/09/2008 – Segundo Termo Aditivo (TA 010-2/2008) ao contrato 010/2008, entre a SEMA (Secretaria de Meio Ambiente) e a Via Amazônia, para a realização do projeto “Eliminação de Passivos Processuais Ambientais). Valor desse segundo TA: R$ 124. 425,00.



DOE 19/09/2008 – Dispensa de Licitação, da Sema, com a Via Amazônia, para o contrato 047/2008, para a locação de espaço, objetivando a divulgação do programa “Um Bilhão de Árvores para a Amazônia”, na Feira Pan Amazônica do livro. Valor: R$ 50.000,00.



DOE – 29/09/2008 – Dispensa de Licitação 070/08, da Seduc, para a contratação da Via Amazônia, para a realização da Feira Pan Amazônica do Livro, de 19 a 28 de setembro, no Hangar, com patrocínio da Seduc. Valor: R$ 330.000,00.



DOE 02/10/2008 – Dispensa de Licitação, da Sespa, para a contratação do Hangar, para a realização do III Encontro de Vigilância Sanitária do Estado do Pará. Valor: R$ 253. 407,00.



DOE 10/10/2008 – Contrato 067/2008, entre a Uepa e a Via Amazônia (o contrato, na verdade teria sido assinado em 19 de maio deste ano), para a locação do Hangar, para o evento “Formação de Docentes e Técnicos do Projeto Pró-Saúde”, de 19 a 20 e de 26 a 27 de maio de 2008. Valor: R$ 12.306,00.



DOE 14/10/2008 – Dispensa de Licitação, da Seduc, para a contratação da Via Amazônia, para a realização do evento “Formação Continuada de Educadores da Educação do Campo”, para “230 pessoas, incluindo hospedagem e alimentação”. Valor: R$ 90.875,40.



DOE 14/10/2008 – Dispensa de Licitação 078/08, da Seduc, para a contratação da Via Amazônia, para a a realização do evento “Movimento de Alfabetização de Jovens e Adultos/MOVA, para 600 pessoas, incluindo passagem, hospedagem, alimentação e impressão de 5.000 livros Mova/Pará”. Valor: R$ 224.470,05.



DOE 17/10/2008 - Dispensa de Licitação, da Sespa, para a contratação do Hangar, para o V Fórum de Pesquisa, Ensino, Extensão e Pós-Graduação. Valor: R$ 91.192,50



DOE 24/10/2008 – Dispensa de Licitação 080/08, da Seduc, para a realização, no Hangar, do evento “Acolhimento de Novos Professores da Rede Pública de Ensino”, incluindo infra-estrutura. Valor: R$ 56.400,00.



DOE 24/10/2008 – Dispensa de Licitação 081/08, da Seduc, para a contratação da Via Amazônia, para a realização do evento “Projeto de Formação Inicial de Educadores do MOVA”, para várias cidades (atenção: notem a disparidade de preços entre os municípios listados). Valor: R$ 487.872,10.



DOE 24/10/2008 – Dispensa de Licitação, da Seduc, para a contratação da Via Amazônia, para a realização do evento “Educadores do Campo – Soure”, com infra-estrutura, hospedagem e organização do evento. Valor: R$ 32.025,00



DOE 31/10/2008 – Dispensa de Licitação, da Seduc, para a contratação da Via Amazônia, para a realização do evento “MOVA Pará Alfabetizado”, incluindo passagens, alimentação, infra-estrutura, recepcionista e material de consumo. Valor: R$ 1.977.375,00. (É isso mesmo: R$ 1,977 milhão!)



DOE 11/11/2008 – Contrato entre a Uepa e a Via Amazônia, com Dispensa de Licitação, para a locação de espaço para a realização do V Fórum de Pesquisa, Ensino, Extensão e Pós-Graduação, de 21 a 23 de outubro. Valor: R$ 118. 597,50.



DOE 12/11/2008 – Dispensa de Licitação, entre a Sema e a Via Amazônia, para a locação de uma sala “equipada”, no Hangar. Vigência: de 16/09/2008 a 16/01/2009. Valor: R$ 141.750,00 (é esse o contrato sonhado por qualquer senhorio...).



DOE 13/11/2008 – Dispensa de Licitação 090/08, da Seduc, para a contratação da Via Amazônia para a confecção de material impresso de divulgação – 40 mil exemplares – incluindo diagramação e arte final. Valor: R$ 506. 665,05.





Total de dispensas de licitação, em favor da Via Amazônia, em menos de dois anos: mais ou menos R$ 10 milhões.








Editorial






A vida é de fato bem bacana quando a gente fecha os olhos a todo o resto do mundo.


Ou melhor: quando a gente cria um mundo de faz-de-conta, no qual tudo o que importa é esta mesa, este emprego, este status, este dinheiro, este pedaço de pão.


O mundo, assim, parece simples: é nascer, crescer, reproduzir e morrer.


O problema são as esquinas que esta vida, absurdamente real, absurdamente dependente de milhões de outras vidas, nos reserva.


E aí, essa coisa do “meu mundo”, da “minha vida”, essa coisa tão mesquinha, acaba reduzida a somenos importância que, de fato, tem.


Vivemos num mundo que causa permanente estranheza a este animal pensante que somos.


A este animal político, ou simbólico, como já quiseram tantos filósofos e cientistas políticos.


É que temos acesso a uma gama absurda de informações, em tempo real.


O que nos leva a esquadrinhar o mundo, este mundo, este universo, de uma forma que nunca poderiam fazer os nossos antepassados, por mais extraordinariamente inteligentes que eles, hoje, nos possam parecer.


Daí que virou senso comum identificar, de pronto, a cara de pau, o perobal, daqueles que buscam enganar todo mundo, o tempo inteiro.


Vivemos a Era da Informação – nós, os cidadãos; nós, os contribuintes.


E já não nos bastam as “maravilhosas” intenções daqueles que dizem querer transformar, melhorar, este mundo, este universo em que vivemos.


Para além das meras palavras e dos gestos teatrais – que assistimos, todo santo dia, de poltrona, em novelas, filmes, telejornais – queremos ações concretas e responsáveis.


Não apenas a idealização que nunca se realiza ou que, quando se realiza, é manifesto desastre.


Mas, talvez, um mínimo de decência em relação a esta vida fumada que levamos - e até à inteligência que sabemos ter.


O que acontece, hoje, no Hangar – Centro de Convenções é uma LAMBANÇA – e não há como classificar tal fenômeno de outro jeito – que, de tão desabrida, agride, fere, estes miseráveis e compulsórios contribuintes que todos somos.


O que se realiza no Hangar é a demonstração, ao vivo e em cores, da crença na impunidade, que tantos políticos brasileiros cultivam.


Porque a nossa moral e a nossa História permitem que seja assim.


E porque eles possuem uma cara de pau, um perobal, que é, simplesmente, extraordinário.


Como explicar que o Estado, ou qualquer ente do Estado, que é sustentado pelos nossos impostos, pague, impunemente, mais de R$ 35 mil por mês pelo aluguel de uma saleta? – “equipada”, alega-se.


E eu, contribuinte, fico só imaginando que diabo de equipamento é que deve de haver em tal saleta... Talvez que uma máquina do tempo. Ou, quem sabe, do Juízo Final...


Como explicar uma dispensa de licitação de quase R$ 2 milhões?



Mas, será que não existe Lei neste país e que vivemos, sem saber, espécie de barbárie financeira?



Como explicar que gastemos mais de R$ 100 milhões numa estrutura – num espaço PÚBLICO – e que essa estrutura seja cedida, com tudo dentro, a uma entidade, diz-que sem fins lucrativos?



E que ainda paguemos por isso?



E que ainda tenhamos de pagar à dita cuja, cada vez que queiramos usar tal espaço?



Mas, será que o Pará virou um pesadelo surrealista?



É engraçado...



Eu, à semelhança de todos vocês que me lêem, faço um esforço danado para pagar o aluguel do apartamento em que moro.



E a minha ginástica é tão grande ou até maior, para pagar comida, escola da minha filha, plano de saúde.



Mas, o Estado e os agentes do Estado, os agentes que deveriam ser públicos, porque sustentados com o meu dinheiro, eu só vejo com um magnífico sorriso no rosto, sem nem sombra de preocupação.



Todos muito bacanas, verdadeiras locomotivas da alta sociedade e das colunas sociais...



Enquanto eu aqui, a cidadã fumada que os sustento, tenho, muitas vezes, de recolher um monte de moedas, para comprar comida no supermercado...



Enquanto eles, esses ditos “agentes públicos” estão por aí farreando, na base do whisky, do champagne e da lagosta, eu, cidadã, que os sustento, muitas vezes tenho de me virar para traçar uma simples cabeça de gurijuba.



Para roer uma pupunha, digamos assim, nesse linguajar que é tão nosso...



É engraçado isso...



Não deixa de ser engraçada a cara de pau dessas pessoas.



Mais ainda, quando tentam despejar nas cabeças de todos nós esse manjadíssimo discurso do Socialismo.



Mas, Socialismo para quem, cara pálida?



Para vocês e a confraria, o clube de vocês, é?



O pior, no entanto, é que não aparece uma sem-vergonha de uma instituiçãozinha que seja, também sustentada pelos nossos impostos, para dizer: “Já chega! Vamos acabar com essa lambança!”.



Assembléia Legislativa, Imprensa, Ministério Público, Justiça, parecem ter simplesmente se habituado àquela “paz romana”, àquele silêncio dos cemitérios e da mordaça, de 12 anos de tucanato.



Vem o PT – e que extraordinária esperança nos trouxe, não é mermo?...



E repete o mesmíssimo figurino.



E ninguém diz nada, como a esperar uma lambança de igual magnitude.



Como a esperar que o Hangar repita, impunemente, a tristíssima história da dupla Marcelo Gabriel/ Chico Ferreira.



É o caso de dizer: valha-nos quem?

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

batente

Acabou o recreio



Voltei, hoje, a trabalhar em O Liberal, no qual, aliás, praticamente iniciei minha carreira, na década de 80.


Assim, estou pra lá de enrolada com uma matéria especial para o domingo.


Por isso, este blog só voltará a ser atualizado na segunda-feira.


Agradeço a compreensão dos leitores.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

café







Uma pausa para o café










Égua do partido complicado que é o PT!


Sem sacanagem: o PT é uma colisão de crises existenciais. Espécie de fotografia animada do caos primordial...


Lembro que a minha origem política foi o PT – melhor dizendo, o PRC, Partido Revolucionário Comunista, na época, abrigado no PT.


E penso que a minha sorte, naquela doidice toda, é que Deus me havia concedido uma experiência anterior: a participação em uma igreja evangélica.


Isso me permitiu trabalhar, na cabeça, tanto o comunismo, quanto o PT.


Permitiu-me enxergar a religiosidade encoberta pelas tintas da Ideologia.


E descobrir, afinal, que o mundo, o Humano, transcende, em muito, essa dicotomia de “Bem” e “Mal”.


A vida também me levou aos Pré-Socráticos, a Heráclito.


À raiz dessa dualidade. E à interdependência de ambos.


De sorte que, hoje, ao olhar os companheiros do PT, não consigo acreditar, é verdade, na viabilidade, na objetividade daquilo que pregam.


Mas, não consigo, também, deixar de sentir enorme simpatia, carinho, ternura, por todos eles.


Afinal, tem de ser bem bacana, de fato, alguém que pensa, em primeiro lugar, nos outros e na sociedade...


Alguns dos meus melhores amigos são petistas. Mas, tão petistas que chegam às raias do PSOL...


Petistas daqueles que quase chego a estapear...


E eu, sinceramente, que admiro a raça, a força, a honestidade dessas pessoas.


São os seres, os “gatos” e “gatas”, com os quais eu realmente gosto de sair pela rua, como naquela canção que publiquei aqui, a gritar a liberdade de Ser...


São os meus irmãos - de sangue e de “lataria”...


Embora que amarelíssima e assumidíssima tucana...


Por isso, é verdade, já tivemos discussões inesquecíveis.


Eles, como mais ninguém no mundo, a adorar um debate...


Eu, tucanísticamente, a ouvir tais divagações com toda a paciência do mundo...


E vocês sabem que já até cheguei, nessa história toda, à via mais perfeita de convivência entre tucanos e petistas?


Pois é!...


Basta nós, tucanos, assumirmos o governo, o Executivo.


E aí a gente cria a SDE - a Secretaria de Debates Especiais.


E entrega, “porteira fechada”, adivinhem a quem?


Pronto! Viveremos, para sempre, em paz!


Mas, é certo que nós, os tucanos, jamais resistiremos à tentação de espiar essa “gastação de cuspe”.


E até de meter o bedelho, vez por outra.


É que a gente tem essa urgência de ação; essa consciência de que é preciso executar, e rapidamente, para “não perder o bonde”; para que não se percam mais vidas, enfim...


Mas, a gente nunca vai deixar de admirar essa atração pelo debate.


Vamos ter, sempre, aquela coceirinha de olhar e de intervir...


Porque, afinal, temos o mesmíssimo propósito: o avanço da sociedade brasileira.


E, o que é mais importante: o mesmíssimo amor pela Democracia.


Mas, a Democracia real, que é de todos – e não, apenas, espécie de “privilégio” de alguns...


Que isso, como todos sabemos, tucanos e petistas, não é e nem jamais será Democracia!...


Mas, por que é mermo que estamos em lados opostos?


Ô sumanu, desce mais uma aí!!!



FUUUIIIIII!!!!!!





Repetindo, repetindo... Mas, agora, apenas para os “fodões”, os “intelectuais”, de tucanos e petistas...









História de Uma Gata


Me alimentaram
Me acariciaram
Me aliciaram
Me acostumaram!
(Miaaaauuuuuu!)


O meu mundo era o apartamento
Detefon, almofada e trato
Todo dia filé-mignon
Ou mesmo um bom filé... de gato


Me diziam todo momento
Fique em casa, não tome vento
Mas é duro ficar na sua
Quando à luz da lua
Tantos gatos pela rua
Toda noite vão cantando assim


Nós, gatos, já nascemos pobres
Porém, já nascemos livres!
Senhor, senhora, senhorio
Felino, não reconhecerás!


De manhã eu voltei pra casa
Fui barrada na portaria
Sem filé e sem almofada
Por causa da cantoria


Mas agora o meu dia-a-dia
É no meio da gataria
Pela rua, virando lata
Eu sou mais eu, mais gata
Numa louca serenata
Que de noite sai cantando assim


Nós, gatos, já nascemos pobres
Porém, já nascemos livres!
Senhor, senhora, senhorio
Felino, não reconhecerás !


Nós, gatos, já nascemos pobres
Porém, já nascemos livres!
Senhor, senhora, senhorio
Felino, não reconhecerás!


O meu mundo era o apartamento
Detefon, almofada e trato
Todo dia filé-mignon
Ou mesmo um bom filé... de gato


Me diziam todo momento
Fique em casa, não tome vento
Mas é duro ficar na sua
Quando à luz da lua
Tantos gatos pela rua
Toda noite vão cantando assim


Nós, gatos, já nascemos pobres
Porém, já nascemos livres!
Senhor, senhora, senhorio
Felino, não reconhecerás!


Nós, gatos, já nascemos pobres
Porém, já nascemos livres!
Senhor, senhora, senhorio
Felino, não reconhecerás!

(Miaaauuuuuuu!)


(Enriquez/Bardotti - versão: Chico Buarque)


P.S.




Esta é a última vez que a gente fica peruando o jogo, ajudando vocês, visse?

E não pensem que o “Zé Gotinha” vai ajudar...

É claro que ele tem um perfil mais democraticamente tucano...

Mas, maninhos, guerra é guerra!...

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

tabuleiro VI


O Tabuleiro de 2010 – VI


O Império contra-ataca




“O PSDB sai desta eleição com um potencial que o credencia a ter a expectativa real de voltar ao Governo do Estado, em 2010” – diz o senador Fernando Flexa Ribeiro, presidente regional da legenda.
Flexa é outro que aponta a necessidade de uma análise qualitativa das eleições municipais.


“Você não pode avaliar uma eleição, apenas, pelo número de eleitos e pelos votos alcançados. É claro que você não pode deixar de fazer essa contabilidade, mas, há muitas variáveis políticas a considerar”, observa.
E uma dessas variáveis, acrescenta, é o “quem é quem”, a trajetória política de muitos dos prefeitos eleitos ou reeleitos.


“Há muitos aliados que estiveram conosco, nos 12 anos em que o PSDB comandou o estado e que, devido à conjuntura, abandonaram essa aliança. Mas, nada impede que retornem, em 2010”, comenta.


O senador evita, no entanto, apontar os prefeitos eleitos ou reeleitos que podem ser contabilizados entre aqueles que, possivelmente, estarão com os tucanos, em 2010.


Prefere citar, apenas, os maiores municípios oficialmente conquistados pelo partido: Abaetetuba, Altamira, Paragominas, três prefeituras de forte influência regional.


E salienta que, em muitos municípios nos quais o PSDB não conseguiu eleger o prefeito, a disputa cindiu ao meio o eleitorado.


“Isso aconteceu, por exemplo, em Ipixuna, onde tínhamos a expectativa de ganhar. Mas, a máquina do PT jogou dinheiro, fez um estrago danado, e nós perdemos por 75 votos”, relata.


“Mas, em 2010, as eleições deverão ter resultados bem diferentes daqueles que vimos agora”, acrescenta.


Isso porque, apesar da falta de recursos que os tucanos enfrentam, hoje, para um pleito dessa envergadura, e de o PT possuir as máquinas da União e do Estado, haverá forte impacto do quadro nacional – leia-se a eleição do novo presidente da República - sobre os cenários estaduais:


_É evidente que temos uma dificuldade maior, mas, há algo tão ou mais poderoso que é a expectativa do poder. E a tendência do PSDB, nacionalmente, é a de fazer o presidente da República. Inclusive, se a eleição fosse hoje, o José Serra seria o eleito, como apontam os analistas. E isso alcança todo o resto e leva à geração de novas alianças. O candidato do PSDB à Presidência da República será um grande puxador de votos e, certamente, apoiará todos os candidatos do partido aos governos estaduais.





Perdas e ganhos




Outro emplumadíssimo tucano, que prefere não se identificar, também enfatiza a impossibilidade de analisar os resultados eleitorais apenas do ponto de vista quantitativo.


“É preciso esperar a água passar debaixo da ponte, para que se possa avaliar, realmente, o resultado deste pleito”, observa.


Ele admite que o PSDB saiu enfraquecido destas eleições, uma vez que os resultados têm de ser analisados, também, em termos comparativos – os seja, em função daquilo que se alcançou no passado:


_É evidente que já contabilizávamos a diminuição do número de prefeituras do partido, até porque, antes mesmo das eleições, já estávamos, apenas, com pouco mais de 30 municípios. Então, o PSDB enfraqueceu de fato, quanto ao número de prefeituras, o que já estava previsto, embora que nem tanto... Porque, tirando Altamira, Paragominas e Abaetetuba, os demais municípios são ‘nanicos’, quer dizer, não têm capilaridade dentro de um processo eleitoral.


Ele acentua que, desde 1995, quando o ex-governador Almir Gabriel deu início a 12 anos ininterruptos de governos tucanos, o PSDB cresceu bastante.


Mas, também cresceram os partidos da base aliada: PP, PTB e PDT emplacaram grandes e importantes municípios.


“E quando a gente somava o resultado dessas quatro legendas” – recorda – “tínhamos mais de 100 prefeituras”.


No entanto, assinala, é preciso levar em conta que essa “base aliada” não existia, apenas, na hora de contabilizar os municípios conquistados: ela funcionava de verdade, tanto em termos de participação administrativa, quanto na hora de costurar as alianças, para as eleições municipais.


“Por isso, quando o PT vem, hoje, querer fazer comparações, a conta é diferente. Hoje, o que se vê são partidos que, em tese, integram a mesma base, mas que disputam eleições nos municípios, como aconteceu em vários locais, com o PT e o PMDB. E você viu o que houve em Belém: o PT anunciou apoio ao PMDB, mas, a governadora se disse ‘neutra’. Então, isso não é uma coligação. E as vitórias do PMDB não são vitórias da coligação”, sustenta.


Ele enfatiza que o PT acabou ficando abaixo do PMDB, “que não tem a máquina na mão”, em termos de prefeituras conquistadas - o que fortaleceu ainda mais o deputado federal Jader Barbalho, presidente regional do partido.


E que o PMDB possui grande expressão eleitoral e organização de base – daí ter sempre arrebatado municípios importantes (Altamira, Santarém, Ananindeua, Tucuruí), mesmo quando se encontrava fora do poder.


Além disso, acentua, é preciso analisar outro ponto: o fato de “o grande trunfo” do PT, nestas eleições, ser a manutenção das duas grandes prefeituras que já possuía – Parauapebas e Santarém.


“Eles (os petistas) não ganharam nenhum novo município grande. Pelo contrário: até perderam Abaetetuba” - observa – “Eles não pegaram nem Castanhal, nem Altamira, nem Marabá, nem Tucuruí. Quer dizer: apesar de toda a estrutura que possui, o PT não conseguiu crescer”.


Segundo ele, é preciso ter em mente que as eleições deste ano foram a base do grande jogo de 2010.


E, assim como Flexa Ribeiro, esse outro tucano, também de alta patente, enfatiza a necessidade de considerar os impactos da eleição nacional sobre o quadro estadual.


E raciocina:


_Por que é que o PMDB é forte? Porque tem o Jader e eles (os peemedebistas) sempre têm a expectativa de alguma coisa; o Jader sempre tem alguma coisa a oferecer, algo a dar aos seus aliados, para que permaneçam ali. Partido é poder, não é questão ideológica. Até o PT, hoje, é assim: não tem mais aquela paixão doutrinária que já existiu. E o PSDB é quem tem maior expectativa de poder, nacionalmente. Temos dois candidatos fortes, Serra e Aécio, ambos vitoriosos nas municipais deste ano. É essa possibilidade, essa expectativa em relação aos nossos candidatos à Presidência da República, que também dará um certo ‘comando’, em 2010, na linha sucessória dos estados.


Ele evita, porém, confirmar a candidatura do ex-governador Simão Jatene, ao Governo do Estado, em 2010 – um “segredo”, aliás, que até as pedras já comentam...


E diz:


_Não podemos lançar uma candidatura, assim, com tanta antecedência...Vamos pensar, por exemplo, num cenário em que a governadora Ana Júlia esteja bem: você acha que o Jatene vai entrar nisso? Nesse caso, o PSDB terá, sim, um candidato, mas, apenas, para marcar presença. Então, a candidatura do Jatene, em 2010, é possível. Mas, tudo vai depender da questão nacional e do desempenho da Ana Júlia.


Mas, se a governadora não melhorar a sua administração e o cenário nacional continuar amplamente favorável aos tucanos, aí a composição municipal gerada nestas eleições se tornará até aflitiva para o PT:


_Quem você acha que os prefeitos vão apoiar? Certamente que não será um governo que vai perder... Além disso, as eleições, em vários municípios, foram muito disputadas. Isso aconteceu, por exemplo, em Ananindeua, Parauapebas, Santarém... Então, repito, é preciso deixar a água rolar debaixo da ponte...






Entre tapas e beijos




Para um deputado do PMDB, que prefere não se identificar, é preciso aguardar pelo “realinhamento” das prefeituras paraenses, que acontecerá a partir do ano que vem, e que, em muitos casos, não coincidirá com as legendas às quais pertencem, hoje, os novos prefeitos.


Nesse “realinhamento”, acredita, o PMDB levará vantagem, “porque não tem rejeição”, e o PSDB também pode ser beneficiado.


Já para o PT a situação é problemática, observa, devido à dificuldade do partido em estabelecer e cumprir acordos.


“Você pode esperar que, a partir do ano que vem, o novo quadro de alianças vai começar a se desenhar. Não tem ninguém satisfeito com o governo - nem o próprio PT. Então, se não houver uma mudança de atitude, com certeza que esse realinhamento será em prejuízo do governo. Pode até beneficiar os tucanos”, prevê.


Segundo ele, há, sim, possibilidade de uma aliança entre PMDB e PSDB, em 2010. “Mas, isso não pode ser colocado como uma expectativa”, sapateia.


E acrescenta: “Nós não rejeitamos ninguém; não conversamos com ninguém de costas. No mínimo, convidamos para sentar e tomar um cafezinho”.


O deputado também avalia que os tucanos e seus aliados não se saíram tão mal, nestas eleições, em termos qualitativos. Mas, observa: “Na verdade, o PT é que poderia ter se saído melhor...”


E diz, ainda, que as relações entre os petistas e os peemedebistas, que nunca foram exatamente boas, nunca estiveram tão ruins como agora:


_A nossa aliança com o PT sempre caminhou entre ‘tapas e beijos’. Mas, nesta eleição, só veio de lá tapa, pontapé, canelada... Mas, continuamos a morar sob o mesmo teto... Não trabalhamos para a ruptura, não queremos o divórcio, mas, o relacionamento está esgarçado. Esse relacionamento já foi melhor e o momento atual é bem delicado, realmente...