domingo, 26 de agosto de 2007

Mensaleiros I

Sobre os “Mensaleiros” I



Leitores, os posts abaixo são, apenas, racionalização. Porque, amanhã, quando estiver sóbria, pretendo como que “cometer” (?) um post, em favor dos chamados “mensaleiros”.

E mais uma vez vão cair de pau em cima de mim.

Que se há de fazer, não é mermo?

Mas, é preciso ousar.

Senão, este país de escravocratas nunca mais que anda.

É preciso, sim, meter a mãozinha límpida e delicada na merda, de vez em quando, para acabar com essa guerra civil, que só tende a se agravar.

Escreverei a favor dos que foram antecipadamente linchados, pelos vetustos senhores do STF – aliás, deveria haver um único cidadão com a capacidade de investigar a compatibilidade entre os ganhos de tais senhores e os bens que possuem, pois não?

Afinal, não há quem tenha a coragem de investigar os senhores da Justiça, com os seus contratos de aluguéis, empréstimos a perder de vista e toda sorte de situações absurdas de “cala aqui ou abre a boca acolá”, não é mermo?

Mas, quem se espantaria?

Afinal, tais senhores não passam de fidedignos representantes dos áureos tempos da Casa Grande e Senzala, não é mermo?

Têm as grandes empresas e os grandes latifundiários a defendê-los, bem como esse arremedo de Justiça que existe no Brasil.

Que pune, com sei lá quantos anos de prisão, quem subtrai um shampoo vagabundo a algum comerciante. Mas, que deixa à solta quem rouba milhões em dinheiro público, como se dinheiro público fosse coisa de menor importância.

Neste país safado que os nossos avós, pais e nós mesmos produzimos, em que, para combater a bandidagem, é preciso descer ao nível da bandidagem...

Porque, quem vive nas baixadas das nossas cidades, nem mesmo tem dinheiro para comer, quanto mais para contribuir com um projeto político.

E sem dinheiro, pragmaticamente, não se concretiza projeto algum.

Mas, vou deixar isso para amanhã. Porém, com certeza, não vou deixar sozinho quem ousou fazer o que é preciso.

Já apresentei a minha admiração, uma vez, ao Zé Dirceu. Vou apresentá-la, também, ao Paulo Rocha, que, até onde eu sei, não possui rigorosamente nada em bens materiais – e todos os políticos paraenses sabem muito bem disso.

Até porque muitos ajudaram, quando ele teve necessidade de se operar e nem dinheiro para isso tinha, não é mermo?

Vou deixar isso para amanhã.

Mas, com certeza, vou pra cima.

Porque é preciso combater a patifaria dos senhores do STF, que, contra tudo o que ensina até o básico do Direito, somente para fazer bonito diante da imprensa de rapina ou, talvez, para fazer jus ao que receberam, resolveram condenar a priori, como que a ressuscitar os tribunais do Santo Ofício...

Juiz não tem que se manifestar sobre processo, principalmente quando não o conhece, mesmo que assim o exijam a Veja e a Rede Globo.

Juiz tem de ter um mínimo de compostura. Não divaga e diz “preciosidades” mancheteiras. Escreve, sentencia, a partir de um convencimento inarredável que as provas proporcionam.

Juiz não “acha” nada. Porque, simplesmente, não tem de “achar” nada. Cumpre a Lei e faz cumprir a Lei.

Juiz algum - e muito menos um desembargador ou um ministro - pode se pretender um astro a la George Clooney.

Tem de saber manter a dignidade, a compostura, o compromisso com a Justiça, apesar da galera na arquibancada, que fica lá com o polegar pra baixo, porque o Imperador apontou o polegar pra baixo.

Tem de respeitar, ao menos, a toga que lhe foi dada a usar.

Como cidadã, senti nojo, quando li acerca daquela condenação antecipada dos senhores ministros do STF.

Pareceram-me um aglomerado de Torquemadas.

E eu senti vontade, sinceramente, de mandá-los de volta ao Mobral.

3 comentários:

Anônimo disse...

Vc só não tem coragem de falar do seu patrão,esse sim o maior ladrão de dinheiro público do Brasil.
A cada dia vc perde a credibilidade jornalistica e vai colocando a culpa no seu estado etílico,aliás sempre o mesmo.
Vc é a nossa vergonha jornalistica.

Ana Célia Pinheiro disse...

Anônimo:

Essa é a sua opinião - e eu tanto respeito que publiquei.
Gostaria, apenas, que você tivesse a capacidade de respeitar a minha.
E mais que isso, que tivesse a coragem de assumir as próprias opiniões, como faço neste blog, que, aliás, é assinado.
Quanto ao meu patrão, a defesa dele é lá com ele, que é suficientemente adulto e tem suficiente poder para se defender no jornal em que trabalho.
Mas, já que é para lembrar, porque você também não recorda do antológico Marcelo Gabriel e de seu sócio-preso, Chico Ferreira?
Ou, quem sabe, do Douradinho-bens-bloqueados?
Por que não tomamos, todos, farta dose de Memoriol, né mermo? Medicamento sempre à venda nas melhores farmácias...

Anônimo disse...

Liga não, Ana, para esses teleguiados da Rede Globo e da Veja. Não tem cérebros para refletir nada, apenas repetem o que ouvem.
Li três posts do Blog e já o incluí entre os meus favoritos.
Sensibilidade apurada, conhecimento do mundo e coragem, muita coragem!
Parabéns!