quarta-feira, 30 de maio de 2007

Dura Lex...

Se a moda pega, vai faltar
paredon e Manoel Pinto da Silva...


Corrupto é condenado à morte...(Na China, na China...)


Da Agência Estado - Um ex-diretor da Agência Reguladora de Drogas e Alimentos da China foi sentenciado à morte, ontem, por ter recebido subornos e aprovado medicamentos abaixo dos padrões de qualidade aceitos, inclusive um antibiótico responsável pela morte de dez pessoas. (...)

A Primeira Corte Popular Intermediária de Pequim condenou Zheng Xiaoyu pelo recebimento de dinheiro e de presentes em forma de suborno no montante de quase 6,5 milhões de yauns (equivalente a mais de 1,65 milhão de reais) na época em que dirigia a Agência Reguladora de Drogas e Alimentos da China, informou a agência de notícias Nova China.

Os subornos recebidos por Zheng resultaram na aprovação de medicamentos com baixo padrão de qualidade submetidos à agência por oito diferentes laboratórios, prosseguiu a Nova China.

As ações de Zheng 'minaram amplamente a eficácia do monitoramento e da supervisão de medicamentos, colocaram em risco a vida e a saúde pública e tiveram um impacto social negativo', publicou a agência de notícias.

A punição é considerada adequada pelas autoridades locais por causa 'do volume de propina envolvido e da extensão dos danos causados ao público e ao país', concluiu a Nova China.


Corrupto se suicida...(No Japão, no Japão..).


Um ex-executivo saltou pela janela de seu apartamento, nesta terça-feira, no Japão, por causa de um esquema de corrupção com o qual também teria ligação o ministro da Agricultura que se suicidou anteontem, alimentando ainda mais um escândalo que ameaça o já abalado governo do primeiro-ministro Shinzo Abe.

O ex-executivo Shinichi Yamazaki, de 76 anos, saltou pela janela de seu apartamento em Yokohama, ao sul de Tóquio, informou Masamichi Ito, um oficial da polícia local.

A morte ocorre um dia depois de o ministro da Agricultura Toshikatsu Matsuoka ter se enforcado em seu apartamento horas antes de depor no Parlamento por causa de uma série de escândalos que o perseguiam desde quando foi empossado.

Os bichos

Bota Abaixo!!!!!


Bichos Escrotos


Bichos,
saiam dos lixos
Baratas,
me deixem ver suas patas
Ratos,
entrem nos sapatos
Dos cidadãos civilizados
Pulgas,
que habitam minhas rugas

Oncinha pintada,
Zebrinha listrada,
Coelhinho peludo,
Vão se foder!
Porque aqui na face da terra
Só bicho escroto é que vai ter!

Bichos escrotos, saiam dos esgotos
Bichos escrotos, venham enfeitar

Meu lar,
Meu jantar,
Meu nobre paladar

( Nando Reis / Arnaldo Antunes / Sérgio Britto)



Toda Forma De Poder


Eu presto atenção no que eles dizem, mas eles não dizem nada
Fidel e Pinochet tiram sarro de você que não faz nada
E eu começo a achar normal que algum boçal atire bombas na embaixada

Se tudo passa, talvez você passe por aqui
E me faça esquecer tudo que eu vi

Toda forma de poder é uma forma de morrer por nada
Toda forma de conduta se transforma numa luta armada
A história se repete, mas a força deixa a história mal contada

Se tudo passa, talvez você passe por aqui
E me faça esquecer tudo que eu vi

O fascismo é fascinante deixa a gente ignorante e fascinada
É tão fácil ir adiante e esquecer que a coisa toda tá errada
Eu presto atenção no que eles dizem, mas eles não dizem nada

Se tudo passa, talvez você passe por aqui
E me faça esquecer tudo que eu vi

(Engenheiros do Hawaii/Gessinger)



Pero no mucho...



Alagados


Todo dia o sol da manhã
Vem e lhes desafia
Traz do sonho pro mundo
Quem já não o queria
Palafitas, trapiches, farrapos
Filhos da mesma agonia
E a cidade que tem braços abertos
Num cartão postal
Com os punhos fechados na vida real
Lhes nega oportunidades
Mostra a face dura do mal

Alagados, Trenchtown, Favela da Maré
A esperança não vem do mar
Vem das antenas de TV
A arte de viver da fé
Só não se sabe fé em quê
A arte de viver da fé
Só não se sabe fé em quê

Todo dia o sol da manhã
Vem e lhes desafia
Traz do sonho pro mundo
Quem já não o queria
Palafitas, trapiches, farrapos
Filhos da mesma agonia
E a cidade que tem braços abertos
Num cartão postal
Com os punhos fechados na vida real
Lhes nega oportunidades
Mostra a face dura do mal

Alagados, Trenchtown, Favela da Maré
A esperança não vem do mar
Vem das antenas de TV
A arte de viver da fé
Só não se sabe fé em quê
A arte de viver da fé
Só não se sabe fé em quê

Alagados, Trenchtown, Favela da Maré
A esperança não vem do mar
Vem das antenas de TV
A arte de viver da fé
Só não se sabe fé em quê
A arte de viver da fé
Mas a arte de viver da fé
Só não se sabe fé em quê
A arte de viver da fé
Só não se sabe fé em quê
A arte de viver da fé

(Herbert Viana/ Bi Ribeiro)

terça-feira, 29 de maio de 2007

DS II

Os reparos petistas ao post
“A DS e a crise no governo”


Integrante petista do primeiro escalão – que vive entrando na Perereca, como ele mesmo confessa – telefona para fazer algumas correções ao post “A DS e a crise do governo”.

Segundo ele, não há grupos estruturados na tendência. E, se existissem, o chefe da Casa Civil, Charles Alcântara, e o secretário de Governo, Cláudio Puty, fariam parte, certamente, do mesmo grupo, tamanha a identidade que possuem.

O mesmo informante garante que não procede a informação de que Charles e Puty não queriam o Orçamento Participativo.

“O que havia era o entendimento de que era preciso um salto de qualidade na participação popular. A lógica não poderia ser só a da demanda. Aquela do ‘toma o orçamento e joga na arena para o povo brigar’. Era preciso inovar. Até porque o Charles e o Puty conheceram a experiência do Orçamento Participativo, na Prefeitura de Belém, e tinham críticas ao processo. Naquela época, o OP se degenerou muito: o governo acabou cooptando entidades e lideranças e impondo a própria agenda” – observa.

Daí a idéia de reestruturar e até rebatizar esse processo, que acabou se transformando no Planejamento Territorial Participativo (PTP). “O Puty chegou a produzir um texto interno sobre o assunto, enquanto que o Guedes queria que o instrumento fosse o OP. Ou seja, o PTP existe, nessa configuração, porque foi defendido pelo Charles e pelo Puty”, explica.

E acrescenta: “O que se queria era um mecanismo verdadeiramente democrático, em que o governo tivesse o menor controle possível”.

Outro reparo da fonte é quanto ao “segredo” existente na DS, em relação às divergências internas.

“Isso nada tem a ver com uma coisa fechada, mas, com uma postura ética. As pessoas têm dificuldade em separar as declarações de alguém do cargo que ocupa. E essa ética democrática não é da DS, mas do PT, que assume uma posição pública e sepulta as propostas vencidas. A diferença é que uns são mais ou menos disciplinados. E essas regras existem em várias organizações da sociedade. É uma ética de convivência que mantém a organização viva”, argumenta.

À noite, se der, a Perereca comenta tais observações.


II

Outra fonte, do MPE, liga com informação inusitada. Diz que tem de um tudo nas prestações de contas do Grupo Fraternal Miliciano (GFM), que era dirigido pela mulher do comandante da PM, coronel João Paulo Vieira, na administração de Jatene.

Semana passada, o promotor Gilberto Valente denunciou a esposa de Vieira e o ex-chefe do serviço social da PM, por conta de um convênio com o GFM. Segundo Valente, a transação, feita de forma irregular, objetivou, apenas, o desvio de recursos públicos - num rombo estimado em cerca de R$ 350 mil.

Nas prestações de contas do convênio, diz a fonte, consta até bebida alcoólica, à base de cachaça – as conhecidas “bujudinhas” - como item da cesta básica.

A Perereca e a APA – Associação dos Pinguços Assumidos – aplaudem a inebriante iniciativa da mulher do coronel...

DS

A DS e a crise do Governo


I

Fonte do blog envia informações sobre os pólos em que se divide, hoje, a Democracia Socialista (DS), a tendência petista a que pertence a governadora Ana Júlia e um quarto do primeiro escalão.

Segundo a fonte, a crescente disputa de poder na DS envolve três grupos bem definidos.

No primeiro figuram o chefe da Casa Civil, Charles Alcântara, e a titular da Sedurb, Suely Oliveira – ex-Força Socialista.

No segundo, o quase-exonerado Carlos Guedes, o secretário André Farias, a chefe de gabinete da governadora, Helena Nahum, e o marqueteiro Paulo Heineck, que coordenou a campanha de Ana Júlia.

No terceiro e último – que é o maior deles – estão o secretário de Governo, Claúdio Puty, os irmãos Maurílio e Marcílio Monteiro, o secretário da Fazenda, José Raimundo Trindade, o coordenador de Comunicação, Fábio Castro e a diretora da Escola de Governo, Edilza Fontes.

Já Vera Tavares, da Segup, e Edílson Moura, da Secult, jogam no time dos independentes, apesar de também integrarem a DS.

Bem próximos de Ana, há dois auxiliares nos quais ela confia muitíssimo: Carlos Botelho, consultor geral do Estado, e Márcia Freitas, chefe do Cerimonial.

A fonte do blog lembra que ambos são ex-petistas, que também integraram os governos tucanos.

Na verdade, corrige a Perereca, os laços entre Ana, Botelho e Márcia são bem antigos.

Botelho acompanha Ana há muitos anos, com fidelidade canina, por sinal. Coisa que também aconteceu com Zé Carlos Lima, hoje no PV. São, portanto, sólidas relações de amizade, respeito e cooperação.

Já Márcia Freitas foi ligada ao Comitê Democrático Operário e Popular (CDOP), que era o braço legal do Partido Revolucionário Comunista (PRC), nos tempos da ditadura militar.

Ana Júlia também integrou o PRC. Acredito que venha daí o conhecimento entre as duas.

II

Sobre o imbróglio que envolve Carlos Guedes que, há uma semana, não sabe se permanece ou não na Sepof, a fonte revela que o secretário ficou muito chateado “com duas situações”.

A primeira foi o fato de adversários dele, na DS, tentarem espalhar que foi demitido, “o que não foi o caso, porque foi ele que pediu demissão, o que não foi aceito pela governadora”.

A segunda foi a retirada de duas diretorias da Sepof – a Contabilidade e o Tesouro – o que ele só veio a saber “depois de já ter sido decidido pelo birô da governadora com o Puty e o Charles”.

Já Ana Júlia teria ficado chateada com Guedes porque “recebeu, mesmo, o pedido de demissão do Guedes, mas pediu um tempo. Acontece que o Guedes vazou a notícia. Mas, o Guedes afirma que foi o contrário”.

A fonte também cita dois exemplos, para demonstrar que as divergências na DS, que culminaram com a crise da semana passada, já têm algum tempo.

Segundo ela, ainda no começo do governo, Guedes queria a adoção do planejamento participativo – apesar da oposição de Charles e Puty, que acabaram perdendo a batalha.

Outro episódio envolveu a ressurreição do Idesp – que era defendida por Charles e Puty, apesar da oposição de Guedes. Como se sabe, Charles e Puty ganharam a parada.


III

Outra fonte revela que, ontem, segunda-feira, Puty apareceu, pela primeira vez, na reunião do Comitê Gestor do Planejamento Participativo, que começou às 16 horas. “Deve ter lido o seu post”, brinca o informante...

IV

Também ontem, segunda-feira, a Ascom da Sepof divulgou nota de esclarecimento sobre a imbróglio. A nota, porém, não diz com todas as letras, como deveria, que Guedes permanecerá na Sepof.

Afirma que ele “está cumprindo normalmente suas funções”. E remete aos esclarecimentos que teriam sido dados pela Coordenadoria de Comunicação Social (CCS), “quando da veiculação de notícias de uma suposta exoneração ou pedido de demissão”, por parte de Guedes.

E o que foi que disse a CCS, se bem se recorda a Perereca?

Bom, ela disse que Guedes continuava secretário e que Ana desconhecia pedido de exoneração dele.

É verdade: Guedes continua secretário. E Ana pode dizer, tranqüilamente, que desconhece pedido de exoneração dele, uma vez que não foi formalizado – foi feito, apenas, de boca, na terça-feira.

Ou seja: nem a CCS, nem a Ascom da Sepof acrescentam rigorosamente nada ao que o DIÀRIO do Pará divulgou.

E passam ao largo do principal - se Guedes continuará ou não na Sepof.

A nota reforça – como aponta um integrante do governo – o controle de Ana Júlia sobre a administração, ao informar que a Sepof já designou técnicos para trabalharem, junto com a Sefa, a proposta de reorganização da gestão financeira e contábil do Estado, “conforme determinação da governadora e prontamente acatada pelos secretários. Essa reformulação, que inclui, ainda, a recriação do Idesp, tem por objetivo reforçar o sistema estadual de planejamento”.

O último parágrafo da nota diz que “ainda conforme determinação da governadora, a Sepof dará continuidade ao acompanhamento do projeto de lei que tramita na Assembléia Legislativa do Pará, da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), bem como está preparando as próximas ações do Planejamento Territorial Participativo, que culminará no encaminhamento dos projetos de leis do Plano Plurianual (PPA) e da Lei Orçamentária Anual (LOA)”.

A se acreditar que tudo não passou de mera especulação, causa estranheza, em primeiro lugar, a letargia do governo. Afinal, se Guedes nunca esteve demissionário, por que não se desmentiu, claramente, a informação, ainda na quarta-feira?

Aliás, nem era preciso que a CCS fizesse isso. O próprio Guedes, com a ajuda de seus assessores, poderia ter ligado para as redações dos jornais – ou, ao menos, atendido os telefonemas dos jornalistas – e dito, positivamente: “Nunca pedi exoneração, isso é boato. Continuo no governo enquanto a governadora entender que deve ser assim”.

Mesmo Ana Júlia, quando perguntada sobre isso, na quarta-feira, respondeu com um simples “não”, irritadíssimo. Se era mentira melhor que tivesse dito: “Isso não aconteceu. O Guedes não pediu exoneração e continua no governo”. Aliás, muito provavelmente, se tudo fosse especulação, a governadora, ao invés de responder com irritação, teria era dado uma boa gargalhada...

Quer dizer, o sapateado de catita da nota da Ascom da Sepof – nota que foi lida e aprovada pela própria Ana Júlia – acaba autorizando o prosseguimento das especulações.


V

Com tudo isso, a bolsa de apostas continua agitadíssima, em torno da permanência ou não de Guedes, na Sepof.

Fonte da Perereca conta que Guedes disse, no final de semana, que só permanecerá no cargo até que se encontre um substituto – o que deve demorar, talvez, dez dias. “É uma decisão pessoal”, afirmou – “E ele estava decidido”.

A mesma fonte garante que ainda não há nome em vista para a substituição de Carlos Guedes. Mas, que o substituto sairá, certamente, dos quadros da DS.

Outra fonte diz que Guedes só definirá se fica ou não no cargo, em meados de junho. O secretário viaja para o Rio Grande do Sul, para rever a família, nesta terça ou quarta-feira, e só deve retornar a Belém no dia 3. Vai aproveitar a folga para aliviar o estresse.

“A permanência dele está sendo construída e ele vai continuar a discussão da LDO”, completa.

Outra pessoa também próxima de Guedes garante que ele só permanecerá no cargo até a conclusão dos debates da LDO. “Ele deve sair no final de junho”, afirma.

Um terceiro informante reforça a informação. Para ele, simplesmente, não há clima para a permanência do secretário, depois que o cabo de guerra com outros integrantes do governo se tornou público. E depois que a crise começou a passar a sensação de uma disputa com a própria Ana Júlia.

VI

Entre as pessoas ouvidas pela Perereca há um consenso ainda maior: o enfraquecimento de Guedes, caso resolva permanecer no cargo.

“Essa questão não podia ter extrapolado o campo da tendência” – observa um parlamentar petista, ao apontar o desgaste de Guedes, dentro da própria DS, que é ainda mais “secreta” que o restante do PT, no trato das divergências internas.

Para esse parlamentar, há, na verdade, uma boa dose de “ciumeira” em toda a disputa que culminou com o enfraquecimento do secretário: “Ele é um quadro de fora, que demonstrou competência”.

“Mas, como é do Rio Grande do Sul, não vivenciou a experiência traumática do Orçamento Participativo, quando o PT estava à frente da Prefeitura de Belém”, observa, lembrando, entre outros fatores, as tristemente famosas “brigadas cabanas”.

E acrescenta: “Mas, o Planejamento Participativo, apesar da experiência negativa anterior, acabou sendo, agora, um sucesso, com a participação de deputados, prefeitos, lideranças. Todas as plenárias superaram as expectativas e eu creio que umas 30 mil pessoas participaram delas. Com isso, o Guedes cresceu aos olhos da Ana, até porque isso foi bom para ela, também”.

Ontem, segunda-feira, Guedes cumpriu extensa agenda na Sepof. Começou a trabalhar de manhã, saiu à tardinha – ao que se diz, para uma reunião com Ana Júlia – e, à noite, recebeu o secretário de Transportes, Valdir Ganzer.

Aos deputados que estiveram com ele, passou a impressão de tranqüilidade e disse que continuará na Sepof. Não tem qualquer divergência de fundo com o governo petista, nem o governo com ele - observa outro parlamentar petista. “Tudo isso não passa de disputa de poder”, resume.

VII

Integrante do governo que leu o último post do blog, concorda com as colocações acerca dos erros cometidos por Guedes, na disputa com outras correntes da DS.

Mas, diverge quanto à impossibilidade de se planejar sem a chave do cofre.

“Essa é uma questão de foco” – pondera. Recorda a organização do Estado brasileiro, especialmente a partir da década de 90, com a “onda neoliberal”. E observa: “O que aconteceu é que se destruíram todos os instrumentos de planejamento; de pensar o Estado a médio e longo prazo. E o que acabou prevalecendo foi a questão financeira”.

De acordo com a fonte, o remanejamento que se está fazendo para a Sefa, da Contabilidade e do Tesouro, objetiva, na verdade, fortalecer o planejamento. “E não, apenas, a curto prazo. Mas, a médio e longo prazo, também”.

Assinala outro fator importante, a justificar esse remanejamento: a imensidão de trabalho, o esforço, que o Planejamento Territorial Participativo exigirá da Sepof.

“Essa é uma experiência que está sendo riquíssima. Até agora, fizemos plenárias nos pólos, mas teremos plenárias, também, nos 143 municípios. Depois, teremos uma nova rodada de plenárias nos pólos, para votar o planejamento, dessa feita com os delegados escolhidos nas municipais. E o que a Ana está fazendo é permitir que a Sepof dê conta de tudo isso”, argumenta.

A mesma fonte jura não saber se Guedes permanecerá ou não no cargo: “Se é uma decisão dele, ele não expressa isso explicitamente”.

Observa que, se ele de fato deixar o governo, “será uma perda muito grande, porque é um quadro muito competente”.

No entanto, admite, a situação de Guedes acabou se tornando, de fato, bastante delicada.


VIII

A Perereca mantém tudo o que disse no post anterior (“Para Carlos Guedes”). Continua achando mais lógico manter a chave do cofre junto com o planejamento. Mas, é claro, respeita quem pensa o contrário e agradece a atenção do contraditório – que é, sempre, muitíssimo bem vindo, a toda e qualquer colocação que faz.

Quanto a DS, quero fazer algumas observações, especialmente quanto a essa mania de esconder, o mais possível, as divergências “internas”.

Para mim essa postura nada tem de democrática e cheira, até, à arrogância.

Divergência é sempre muito boa, porque educa, ajuda a pensar. E é bacana quando todos podem se manifestar, livremente, em relação a questões pertinentes ao conjunto da sociedade.

Aliás, que essa coisa de interna, de secreta, só cabe em clube de namorados, alcoólicos pra lá de anônimos e por aí vai. Ou seja, ao que envolva, tão somente, a esfera privada.

Qualquer agrupamento que pretenda a conquista do Poder tem, sim, de escancarar não apenas as decisões em bloco, mas as eventuais diferenças existentes.

E isso não é favor. É obrigação. É dever democrático.

Mais ainda quando conquistou o Poder. Porque aí mesmo é que as diferenças que possui, em torno de projetos de Governo e de Estado, dizem respeito não à meia dúzia, mas, ao conjunto dos cidadãos.

Afinal, a DS, hoje, conduz não um projeto de DS, mas, de Pará. E não apenas porque tem a governadora. Mas porque é uma força expressiva na administração estadual, na qual ocupa outras áreas fundamentais, além do cume, que é a Governadoria.

Tem sim, portanto, de explicar tim-tim por tim-tim as disputas que existem dentro dela. Não pode, simplesmente, agir como uma seita, um conjunto de iluminados.

O que a DS pensa e faz diz respeito, hoje, a cada cidadão paraense.

E isso eu disse, várias vezes, a amigos, quando tentava obter informações de partidos que classificavam essa ou aquela questão como “interna corporis”.

Partido político não tem questão, simplesmente, “interna corporis”. Se objetiva o Poder societário – e essa é nota essencial, definidora das agremiações políticas – tudo o que pensa ou faz tem caráter público.

O resto é lári-lári.

Quanto às especulações em torno do poder que deteriam os irmãos Maurílio e Marcílio, para mim isso não passa de rematado machismo. Coisa de uga-buga que não sabe de que árvore despencou.

Ao que eu sei, Maurílio e Marcílio militam a “trozentos” anos na política. Têm, talvez, mais estrada que Ana.

Se namoraram, casaram, treparam com a mulher Ana Júlia, isso é questão que só diz respeito a eles – aliás, detesto essa macaquice de ficar especulando quem trepa com quem. A mim, parece mera sublimação de gente mal resolvida. De gente que só sabe gozar no orgasmo alheio...

Já escrevi sobre todo esse preconceito em torno de Ana Júlia. Aliás, não me recordo de tanta baixaria, quanto essa que se levanta em torno da vida privada dela.

Mas, isso tem até um lado positivo. Afinal, se é só isso o que a oposição consegue fazer para acusá-la; se a oposição tem de apelar à baixaria para tentar queimá-la, é porque, maninho, o governo dela não vai tão mal assim...

domingo, 27 de maio de 2007

Guedes

Para Carlos Guedes

I

O grande dilema da semana foi a dúvida Hamletiana de Carlos Guedes: permanecer ou não secretário, eis a questão...Não sei se ele continuará ou não na Sepof. Mas, creio que é improvável, pelo abismo que cavou com os próprios pés.

Para alguém que lida com planejamento, Guedes jogou muito mal. Lá pelas tantas, começou a parecer um menino birrento, a teimar com a própria mãe. E em plena noite de sábado, no maior shopping da cidade!...

Cumprade Juvêncio já disse, do alto de enorme lucidez, que Ana Júlia, se pudesse, daria umas boas bengaladas em Guedes. Outras mães – eu, por exemplo - fariam pior. Dariam uns tapões no garoto e ordenariam: alevanta, animal!

Imagino o que Guedes deve sentir, porque já joguei assim. É o rompante, a raiva; é o predomínio da emoção sobre a razão. A certeza de que se está a fazer o que é melhor. Mas, a cegueira de imaginar que o mínimo movimento não é percebido – e minuciosamente analisado – nos salões da Corte.

Nessas horas, sempre me vem o exemplo de Amaro Klautau. Ex-titular da poderosa Setran, Amaro foi minguando. Até ser jogado na macrodrenagem, num período em que se imaginava que só havia problemas e nada mais a explorar. Seria, a bem dizer, a pá de cal.

Mas, Amaro não se fez de rogado, nem se fingiu de morto - muito pelo contrário. Criou uma infinidade de projetos, todos remetendo a pássaros – quiçá, in memoriam dos tucanos...

Um belo dia veio uma eleição. E ele, sabe-se lá como, “amarelou” enormes áreas de Belém. Quase sem dinheiro, soube aproveitar – e criar – oportunidades, a partir do enorme talento que Deus lhe deu.

Guedes não percebeu que estavam a lhe tirar o dinheiro, mas não o ar. Pra mais que permaneceria sob seu comando uma jóia caríssima ao PT e à sociedade: a participação popular no planejamento das políticas públicas.

Mesmo que para lá remanejassem um sujeito com as fascistas brigadas cabanas, ou o dinheiro mal pingasse para a efetivação desse sonho, Guedes poderia buscar a solidariedade societária.

Jogo de cintura, para isso, não lhe falta - e essa é qualidade dificílima de encontrar no PT. Com um sapateado de catita aqui e ali – que ele tem todas as condições de fazer – poderia compensar a falta de dinheiro oficial, através de outros apoios. Das mais diversas correntes de pensamento social.

Poderia se transformar no grande vendedor do sonho, devidamente imunizado a quaisquer ataques, de um lado e outro da imprensa. Poderia ser a paixão da dona Maria e do seu José, o conciliador adorado da classe média, o empreendedor visionário do empresariado.

O planejamento participativo, se tocado por um político – o que, pelos vistos, Guedes pensa ser, mas não é – é um trampolim privilegiado para o Palácio dos Despachos. Principalmente, se não tiver muito dinheiro público, mas dispuser de farta criatividade.

Provavelmente, os adversários dele não viram isso, até pela incompetência que demonstram – e até exibem como bacana – em relação ao marketing político. Mas, custo a crer que a nossa Capitu não tenha enxergado isso...

De minha parte, recomendo, vivamente, que Carlos Guedes telefone ao Amaro. E, pra modo de quem não quer nada, pergunte o que ele faria se jogassem no colo dele o planejamento participativo...


II


Não quero comentar a desculpa que é dada para o esvaziamento da Sepof – pois, que é, sim, um esvaziamento, embora que financeiro.

Não entendo muito disso. Mas, cá com os meus botões, me parece lógico que, quem planeje, tenha domínio sobre o dinheiro de que dispõe para planejar.

Para mim, a coisa funciona mais ou menos assim: estou fumada com um aluguel e um condomínio que já não posso pagar. Preciso, portanto, arranjar um lugar mais barato, que caiba na minha capacidade financeira.

Mas, a mudança para o novo Apê só funcionará – na perspectiva de melhoria de vida - se eu tiver, ao menos, noção do dinheiro de que disporei. E se puder, vez por outra, fechar as torneiras que insistem em pingar, a fim de evitar o desperdício.

Esse modelo “concentrador” , como dizem alguns, é extremamente lógico. E, para mim, o que contraria a lógica, a razão, nem pode ser considerado como hipótese.

Quem atua na universidade, entre os intelectuais, sabe disso. Ou, pelo menos, deveria saber.

Cá para mim, é como ser obrigada a retornar ao Caminho da Verdade, do célebre Parmênides, idolatrado por Platão – e que eu troquei por Heráclito, mas, por motivos outros.

É ter de remoer tatibitati. É desconsiderar o extraordinário dos pré-socráticos e toda a discussão do Ser e do Parecer – que é deles e não, apenas, de Platão – e mergulhar em espécie de Caos.

É imaginar que tudo é senso comum e que coisa alguma, no mundo, foi devidamente provada. Que nada é regra, existe, apesar de mim e da interpretação que se lhe dê.

A lógica se impõe sobre todo o resto. E é assim que eu retorno ao planejamento sem dinheiro. Óbvio que fica difícil a Sepof planejar o que quer que seja, se não tiver a chave do cofre.

Porque o aluguel e o condomínio, por mais baixos que pareçam, continuarão extremamente altos, se eu não souber de quanto disponho para gastar. E se não tiver o poder de, ao menos, desligar o interruptor das lâmpadas em excesso.

Cansei de escrever. FUUUUIIIIIIII
!

terça-feira, 22 de maio de 2007

A César

A César o que é de César



Acho engraçado quando as pessoas elogiam as matérias investigativas que fiz.

É bem verdade, que, humanamente, tenho vontade de me apropriar desses louros.

Mas, esse é o tipo de apropriação indébita que não está em mim.

Sempre penso em como teria sido se tivesse trabalhado em outro jornal, que não o DIÀRIO.

Se, em tais investigações, não tivesse tido a ajuda decisiva de três senhores admiráveis, que eu amo de paixão – e os três sabem que é a eles que me refiro...

São três jornalistas extraordinários. Nenhum possui diploma ou registro. Mas têm um amor pela notícia, que é raríssimo hoje em dia, pra mais nas posições que ocupam.

Esses três senhores, aos quais tive a honra de conquistar o respeito, a confiança e a amizade, foram imprescindíveis em cada etapa das investigações que fiz.

Ranzinzas, exigentes, poderosos, mal humorados, por vezes – e eu, com essa minha paciência infinita, oh, Senhor Deus!...(eh, eh, eh).

Nunca vi uma química como a que existe entre esses três senhores. Eles nem percebem, mas, quando jogam juntos, não tem nada pra ninguém. Todo mundo come poeira.

Um adora investigar. O outro enlouquece com a notícia. O terceiro pondera tudo isso e chama todos à razão...

Mas, apesar de toda a inteligência, da sagacidade, eles nem percebem que possuem qualidades complementares – que ajudam, aliás, a dissimular os enormes defeitos que possuem, eh, eh, eh...

Mas, essa química é que fez do Diário do Pará o que é. Os três foram determinantes para isso. Os três.

Quem tenta descartar um deles, ouviu o galo cantar, mas não sabe onde.

Quem tem compromisso, de fato, com o jornal, não atiça eventuais intrigas. Porque cada um deles, ao seu modo, tem papel decisivo nessa trajetória.

Os três são uns meninos bem bacanas. E eu me sinto enternecida com a amizade de cada um deles.

Amizade que só é possível, diga-se de passagem, por eu ser uma alma franca e meiga e profundamente compreensiva – eh, eh, eh...

Mas, o fato é que não me imagino sem algum deles. Não só o meu trabalho, mas, o meu mundo, ficaria mais pobre. E o jornalismo, certamente, não seria mais o mesmo...

Mexida

A Mexida na PMB



A ser verdade o que diz Mauro Neto, o jornalista perdeu de vista o principal.

Se Sílvia Randel foi embora, abrindo vaga para Helô Mota, tudo indica que Jatene ou será candidato à Prefeitura ou, ao menos, comandará a próxima campanha pela coligação tucana, com o candidato que “abençoar”.

Helô não é apenas mulher de Paulo Mota: é ex-cunhada de Jatene. Mais que isso, é braço direito, pitbull do ex-governador.

É pecinha que Jatene só utiliza quando necessário, para colocar no lugar e no momento certos.

Ou seja: Jatene não mexeria, assim, em uma peça como Helô, de absoluta confiança, pau para toda obra, se não pretendesse nada da Prefeitura de Belém.

Quanto aos papéis levados por Sílvia Randel, assessor é para isso mesmo: para livrar a cara do chefe...

Na arquibancada

A impaciência da arquibancada



Os tucanos estão batendo um bolão. Desde o primeiro momento, com esse ar virginal que cultivam, nos apontam o dedão acusador.

Ando meio cansada para debater com eles. Tão cansada que tenho tido, até, lapsos de memória, na hora de escrever um texto.

Preciso ficar na arquibancada, uns dez, vinte dias, só apreciando o jogo.

Chamando todo mundo de perna de pau e xingando o cachorro, o periquito e o papagaio do juiz.

Nós, sei lá porque, resolvemos jogar na retranca. Só temos goleiro e zagueiro. Atacante que é bom, necas de pitibiriba.

Mas os tucanos – e eles estão certíssimos – aposentaram o goleiro, deram férias aos zagueiros e colocaram todo mundo para jogar no ataque. E até recorrem – vejam só – à mesma indignada torcida de recorremos, lá das bandas do MP...

Até agora, é verdade, só conseguiram desencavar catitas. Mas, têm tido a competência de transformá-las em leões.

Ao passo que nós já nem conseguimos usar os leões que desencavamos.

O problema é essa dança do PT com o PMDB – que ninguém sabe aonde vai dar e até quando se estenderá.

O que nos deixa, a todos, inseguros.

Afinal, eles dançam espécie de tango da “Festa do Apê”: sempre de olho no que o parceiro fará a seguir. O Barão, o lorde Sudão e a Beijoca que podem, simplesmente, rearrumar o tabuleiro...

Embora dependam de nós, eles detêm o Poder. O jogo - este e o próximo - será o que eles decidirem.

A nós, galera, resta, portanto, esperar.

Mas, nada nos impede de sonhar.

E de fazer a festa que tanto quisemos...


Festa


Festa no Gueto, pode vir, pode chegar
Misturando o mundo inteiro, vamos ver no que é que dà
Hoje tem festa no gueto, pode vir pode chegar
Misturando o mundo inteiro, vamos ver no que é que dà
Vem gente de toda cor, tem raça de toda fé
Guitarras de Rock 'n Roll, batuque de candomblé, vai là
Pra ver a tribo se balançar, o chão da terra tremer
Mãe preta de là mandou chamar
Avisou, avisou, avisou, avisou
Que vai rolar a festa, vai rolar
O povo do gueto mandou avisar

(Ivete Sangalo)

segunda-feira, 21 de maio de 2007

Mocajuba

A excitante dialética de Mocajuba



A Perereca não costuma publicar a produção literária alheia. Mas, como a-doooooo-ra uma libidinagem, não resiste: reproduz, abaixo, o pedagógico artigo do sociólogo mocajubense Eduardo Lauande.

Cujo endereço(
http://arquivosdolauande.blogspot.com) é, desde já, passagem obrigatória para todas as pererecas do pedaço. Por motivos óbvios...

Ao ler tal artigo, a Perereca sentiu-se, como direi, algo sôfrega.


Daí que já pense em convidar o ilustre professor para demonstrar, na prática, tão picaresca teoria...

Aliás, já decidiu o que quer fazer da vida: vai se mudar, de mala e cuia, para a molhadíssima Mocajuba...




ARTE FASCINANTE DE CHUPAR UMA BUCETA

(Publicado no Jornal do Centro Acadêmico de Psicologia da UFPA, em 1989.)


Eduardo Lauande (24/06/1989)


Hoje vou fazer minha réplica ao meu amigo Rogério Andrade.

O tema é sexo oral.

Queria dizer primeiramente o que vou dizer aqui neste texto é apenas uma posição minha e isso não quer dizer muita coisa. Ou também que seja algo de modelo absoluto pra todos. Isso nunca foi e nem será minha intenção.

Porque cada mulher é uma coisa ímpar.

E isso que é deslumbrante.

Não se pode, de maneira nenhuma, generalizar as mulheres e seus comportamentos. Logo, o ato de fazer o sexo depende de mutáveis variáveis e várias circunstâncias.

E quando se fala sobre sexo oral é aí que as coisas ficam ainda mais emblemáticas. Muitos homens não gostam de chupar buceta.

O que eu penso que é um grave erro!

Portanto, não se tem uma regra ou apenas um estilo como fazer sexo oral com as mulheres. O que se tem ou pode-se ter é uma preferência de cada um ou de seus parceiros.

Eu tenho 24 anos e posso dizer que hoje eu tenho uma preferência, ou melhor, uma técnica que desenvolvi em anos de forma empírica e vou tentar dissecá-la aqui.

Antes, mais uma vez, devo dizer que a minha técnica é boa prá mim e necessariamente não seja boa para todos. Embora eu saiba também que não é só a técnica, pois tem que ter a tal química, a emoção, e aí que entra igualmente o conhecimento da mulher com quem você fará o sexo, sobretudo, no caso: o oral.

Começo dizendo que o ANTES é fundamental.

Prepare bem o ambiente, com flores, músicas (clássica ou bossa nova), vinho, incensos ou algo que possa relaxar e criar êxtase.

O ANTES também pode ser enumerado com poesia (nelsonrodriguiana ou não) que você deve mandar antes do encontro ou com palavras sex e carinhosas pelo telefone ou algo do tipo. Fale sempre da beleza da sua amada e da alegria de tê-la na sua companhia.

Ah!, antes também mande flores. Vermelhas, é claro!

No ato em si, comece sempre com parcimônia.

Ou seja, já no começo do ato sexual, ou melhor, da trepada, pegue a fêmea e dê muitos beijos sexuais para dar início ao ato libidinoso. Beije com parcimônia, delicadeza e sexualidade. Tem que fazer um misto disso.

A partir daí, então, vá deslizando em direção ao baixo ventre da fêmea sempre dando delicados beijinhos durante o percurso. Não fique afobado. Jamais fiquei agoniado porque o ANTES pra mulher, ao contrário do homem, é qualquer coisa tão essencial quanto o DURANTE no ato sexual.

Lembre-se que a caminhada do beijo ao baixo ventre cria um maravilhoso suspense.

Esse suspense deixa-a mais seduzida. Dedique especial atenção ao pescoço e a parte situada entre o umbigo e o início da flora pentelhística. Em todos os momentos fale da maravilha de beijá-la e da beleza da própria fêmea.

Lembre-se, sempre, que milenarmente a mulher gosta de elogios.

Novamente com toda parcimônia e destreza do mundo, abra as pernas do nosso objeto amado e beije/lamba a doce perseguida delicadamente por cima da calcinha.

Faça mais: cheire! Cheire novamente! Mais uma vez!

E diga: “...que coisa extasiante!”. Ou um elogio análogo para a única e melhor inhaca que o macho deve adorar.

Aí adiante vá levando a boca suavemente para o lado e beije as virilhas na parte interna. Sempre com toda calma do mundo.

Arrede a calcinha beeeeeeeeeeem pouquinho de modo a enxergar somente um pedaço daquela abertura fascinante.

Nesse momento olhe para o rosto da sua amada e faça um agradecimento: “Obrigado, minha deusa, por ficar lado a lado com essa buceta que é mais bonita do mundo”.

Seja nesse momento nelsonrodriguiano, ou seja, diga a palavra buceta porque nesse momento a fêmea quer uma mistura de elegância e cafajestagem.

Com andamento dessa mistura, vá e lamba e beije esse pequeno pedaço do céu que ficou exposto na sua cara. Novamente, pare por um instante para olhar para cima e ver a fêmea revirando os olhos.

Algumas chegam até ao cume de quase matar com asfixia porque colocam as mãos na cabeça do macho forçando demasiadamente. É claro que não é uma intenção dolosa, é apenas o vigor do êxtase que a fêmea sente ao ser chupada, mas diga e peça calma prá ela porque você não vai sair dali.

Retome a atividade agora afastando um pouco mais a calcinha de modo a ficar com uma visão panorâmica do belo alvo e captar o adorável cheiro exalado pela abertura do paraíso feminino, agora já incalculável.

Não caía logo na tentação de enfiar a cara toda ali dentro, vá com calma.

Lembre-se que ela já se encontra quase todinha arretada. Prefira primeiramente concentrar-se na metade superior da buceta, não colocando ainda a língua na parte interna.

Continue beijando.

Sempre devagar.

A eletricidade dos movimentos vai depender do requerimento da fêmea. Depois da percepção da volúpia da fêmea, vá colocando a língua na parte interna.

O famoso e adorável pinguelo.

Faça movimentos leves e verticais, preferencialmente.

Aí com a língua já trabalhando cautelosamente dê especial atenção à parte da divisão que tem o próprio pinguelo. Aí nesse movimento tente dividir as maravilhosas partes do pinguelo com sua língua. Em seguida, coloque os seus lábios e mordisque-a intercalando este movimento com breves lambidas.

Sempre, repito, com muita cautela.

Paralelamente, ponha nessa hora em ação seus dedos.

Coloque bem devagarzinho um dedo de sua mão na buceta dela e faça começar uma calmosa siririca.

Ainda paralelamente, com outro dedo de sua outra mão, coloque num dos seios dela. Precisamente: pegue com delicadeza aureola num dos seios para excitá-la ainda mais.

É conveniente que você faça uma boa sincronia entre o seu trabalho lingüístico no pinguelo e seu dedo dentro da buceta e num dos seios.

Isso cria uma cadência que pode avantajar o fascino do gozo da fêmea

Nesse grande movimento com a língua no pinguelo e os dedos dentro da buceta e o outro num dos seios, pare por alguns instantes e diga prá ela que aquela buceta é a melhor e mais bonita buceta do mundo.

Já está provado que a mulher adora (mil vezes adora!) palavras elogiosas nomeadamente na hora de fazer sexo. Portanto, as palavras carinhosas e sexy vão deixá-la ainda mais seduzida.

Depois dos elogios volte com o trabalho lingüístico no cativante pinguelo. Nesse momento, tente avançar com mais, digamos assim, eletricidade nos movimentos dos dedos dentro da buceta.

Porque na medida em que a proprietária do órgão mais gostoso do mundo for aumentando o número de corcoveamentos, aumente mais até o ponto em que ela vai estar tentando assassiná-lo com a buceta.

Repito: vai chegar num ponto que ela vai querer, sem querer, é claro, matá-lo de asfixia de tanto amar o seu trabalho lingüístico no extasiante pinguelo dela e de seus dedos na buceta e num dos seus seios.

Lembre de esquecer que você tem pica nessa hora.

Por quê?

Ela que tem que lembrar que você tem pica, ou seja, continue chupando, sempre chupando, ou melhor, fazendo a minha técnica na fêmea.

Segundo as sexólogas, uma mulher agüenta ao máximo 35 minutos de trabalhos lingüísticos e depois ela padece de tanto orgasmo e seguida ela mesma sugere a palavra mágica: PICA!

- Põe, amor, a tua pica que eu não agüento mais.

Não desobedeça às ordens dela.

Aí entre com toda amabilidade do mundo, porque ela vai estar tão excitada que bastarão meia-dúzia de estocadas para que ela chegue ao orgasmo através da penetração e assim ela vai achar que você é o melhor amante do mundo.

É isso aí.

Viva a buceta!!!”

quinta-feira, 17 de maio de 2007

Carta II

Uma Carta de Amor II


Se o teu corpo mergulha no meu
Mergulham no ventre da terra
Cometas e constelações!...

E o tempo e o mundo
Se deixam levar
Nas asas dos passarinhos
Embriagados de manhã!...

Se teus olhos repousam nos meus
O pensamento enlaça o pensamento
E o teu espírito é o meu espírito
E o teu corpo é o meu!...

Como se fôssemos um do outro,
Desde o começo dos tempos,
Se os teus olhos encontram os meus
A alma se dissolve na eternidade!...

E eu parto em teu encalço.
A escalar montanhas
Derrubar muralhas
Transpor desertos
Vencer batalhas
Para buscar a alma
Que se perdeu de mim!...

É o teu rosto que se levanta no horizonte
É o teu cheiro que me traz o vento
É a tua voz... à procura da minha voz!...

Se o teu corpo mergulha no meu
Abrem-se os portões dos céus!...

E os anjos acolhem o peregrino
Que de muito, muito longe...
Vem para alcançar... o coração de Deus!

Belém, 17 de maio de 2007

terça-feira, 15 de maio de 2007

A carta

A Carta de Chico Ferreira


Depois dessa noite, a Perereca pensa, seriamente, em convidar Chico Ferreira para, eventualmente, a substituir, nas tentativas de enveredar pelo teatro ou pelo romance...

O enredo da carta de Chico Ferreira é um primor de criatividade. Daria, com certeza, um best-seller, com direito a roteiro de superprodução cinematográfica. Ou, no mínimo, um remake do clássico “Amnésia”...

Em suma, o empresário diz que Sebastião Cardias, espécie de líder de um grupo de extermínio, seria o único responsável pelos assassinatos dos irmãos Novelino.

E é interessante notar como Cardias é quase “sem querer” elevado à condição de um Robin Hood no tucupi: por diversas vezes, teria repetido, ao longo da matança e sabe-se lá por que, que lugar de empresário ou agiota é ou na cadeia, ou debaixo da terra. Um vingador social. Perverso, covarde, mas um vingador social...

Repleta de erros gramaticais, quase sem pontuação, aliás – os pontos e vírgulas foram colocados, na maioria, pelo DIÁRIO, para tornar a leitura inteligível – a carta é quase um clássico do surrealismo.

Exemplo: jogado no chão, algemado, amordaçado e, sobretudo, encapuzado, Chico Ferreira teria se “borrado” ao testemunhar o estrangulamento de um dos Novelino. Como viu, só Deus sabe...É a essência da Fé: ou se tem ou não se tem...

Aliás, invocação do Altíssimo é o que não falta na dita cuja. Os Novelino, segundo Chico Ferreira, não morreram: ou foram arrebatados, ou, simplesmente, passaram para a vida eterna. Tão bons eram, que estão, hoje, bem do ladinho de Nosso Senhor Jesus Cristo... Chico Ferreira, aliás, tem certeza de que os encontrará em tal recanto. E a Perereca se sente tentada a convidar Nosso Senhor para um megacapítulo da Festa no Apê...

Mas, a suposta fragmentação psicológica, digamos assim, atinge o ápice quando Chico Ferreira se compara a um personagem bíblico. Ninguém mais, ninguém menos, que o antológico Jô - no pó, na terra, coberto de chagas e de cinzas.

Jó, que, como se sabe, foi sujeito a todas as provações possíveis – perdeu dezenas de filhos, as propriedades, a saúde, os amigos, que se compraziam em criticá-lo – porque um melífluo Satanás jurou que, dessa forma, o coitado renegaria a Deus.

E Deus – vaidoso, sujeito às tentações de Satanás, vejam só – resolveu, orgulhosamente, apostar as fichinhas no pobre coitado.

É claro que Jó dá um post inteiro – o Homem como joguete das forças que desconhece e o dominam. O Homem, exangue, nas mãos do imponderável. Mas o que nos interessa não é isso. É, tão somente, Chico Ferreira.

A carta, também, está cheia de recados, razoavelmente disfarçados. Por exemplo, quando recorda, assim, pra modo de quem não quer nada, que o autor procurou os Novelino, também, porque um deles foi citado no “organograma” Chico Ferreira, apreendido pela Polícia Federal, durante a Operação Rêmora, em novembro passado.

A lembrança, aliás, é repisada uma segunda vez – e ele, é claro, depois de citar o fato, sustenta que, longe dele, acreditar em tal coisa...

Faz sentido. Primeiro, porque, se os Novelino estiverem incluídos, de fato, no dito organograma, vão querer diminuir o tom da revolta, nem que a mantenham de público, mas, ao menos, na persistência pela punição. É a tal coisa: quem morreu, morreu; é preciso assegurar a sobrevivência dos que ainda não “passaram para a vida eterna”.

Segundo, por uma questão que diz respeito a todo e qualquer ser humano: todos queremos preservar, o mais possível, a memória dos que se foram. A morte, de certa forma, “santifica”. E não há quem queira ver a história de um ente querido jogada na lama.

Outro recado atinge empresários, partidos e políticos, que teriam sido igualmente incluídos no tal “organograma”. Chico exibe o poder de fogo que detém. É como se dissesse: tais e tais peões me pertencem. E fazê-los falar – ou calar – depende de mim, assim como a modulação do que estou disposto a dizer.

Entre os citados nominalmente por Chico Ferreira, na sua franca e meiga cartinha, sobrou para o coitado do Botelho, consultor do Estado, para os pastores Josué Bengtson e Martinho Carmona e para o ex-deputado Wilmar Freire, herdeiro do “famosíssimo” Wirland.

Quanto aos funcionários da Service Brasil, igualmente citados, o chefe deve saber onde amarra o burro. Idem, para o “jornalista e radialista” Luiz Araújo, do qual, na carta, Chico Ferreira tenta se distanciar – como se o conhecimento entre ambos se devesse, principalmente, às atividades profissionais que aquele desenvolve, ou à piedade pelo AVC de um pai, mas, jamais, pela constituição societária de empresas como a Promev e a Mediserv, das quais Araújo já figurou como “proprietário”...

Pensada, arquitetada, a carta cometida por Chico Ferreira só peca pela profusão de erros de português. Afiadíssimo, ele chega a dizer ao deputado Alessandro Novelino e a um irmão dele, que é preciso reunir, para conversar sobre assuntos de interesse da família. E pede que Carmona ou Josué sirvam de testemunhas...

É possível que Chico Ferreira esteja, de fato, desesperado. Afinal, para quem curtiu a vida como ele, a cana dura é a cana dura, especialmente se a perspectiva é de longa duração.

Mas, não há dúvida quanto à premeditação: o apelo à religiosidade, em vários níveis, que cala fundo ao imaginário popular, é prova disso. O apelo ao arquétipo do herói, capaz de sacrificar-se e expor-se a todos os perigos, para atender ao Sublime – no caso, o pedido desesperado de um irmão das vítimas e a realização da Justiça. Os recados aos que detêm poder para acordar as massas, facilmente tangidas pela emoção...

Chico até revela que a reunião no MPF, na segunda-feira da semana passada, se deu a pedido dele, em busca de proteção, inclusão num programa de testemunhas – ou seja, na delação premiada. Em outras palavras, para a insônia de muitos, ele se transformou na própria esfinge: decifra-me ou te devoro...

À noitinha, depois de desenredar-se do DIÀRIO e de tomar mais umas de vodka, a Perereca retorna, com outros comentários sobre a explosiva cartinha.

sexta-feira, 4 de maio de 2007

Os Novelino

Um caso complexo




Há coisas muito esquisitas nessa história sórdida que envolve o assassinato dos irmãos Novelino.

A própria cena do crime é intrigante: como é possível que dois estrangulamentos tenham produzido tanto sangue, a ponto de obrigar a que o lugar fosse, não apenas lavado, mas, também, tivesse até as paredes raspadas?

Como os Novelino, que também não eram santos, puderam ir ao encontro de Chico Ferreira, da forma como foram, desarmados e sem qualquer segurança, e até atendendo ao suspeitíssimo “pedido” de utilizarem um carro que não fosse reconhecido? E, pra mais, levando os originais de cheques em quantias tão elevadas?

A título de que “emprestaram” esses R$ 4 milhões a Chico Ferreira, que, de há muito, era conhecido, nos meios políticos e empresariais, pelos rolos em que se metia?

De onde veio o dinheiro dos Novelino e em que Chico Ferreira o utilizou?

Tratou-se, de fato, de um empréstimo? E, se foi assim, como e por que os dois empresários conseguiam atuar, tão livremente, num ramo que é exclusivo de instituições financeiras?

Como Chico Ferreira, um sujeito conhecido por sua “esperteza”, pôde planejar operação tão desastrada?

Por que não contratou, pelos mesmos R$ 30 mil, assassinos profissionais – desses que passam de moto e dão um tiro na cabeça da vítima – e que poderiam, por um trocado a mais, simular um assalto ou provocar um incêndio na casa dos Novelino?

Quais as ligações e do que sobreviveu, nos últimos dez anos, o possível executor, Sebastião Cardias, afastado da Polícia Civil, por envolvimento, se não estou enganada, no tráfico de drogas?

Por que Cardias pediu, à polícia, colete à prova de balas e prisão em separado? A quem teme, se Chico Ferreira e, aparentemente, as pessoas mais perigosas envolvidas na “operação” já estão presas e a família Novelino jura que não quer vingança?

E o colete é que é mais intrigante: que forças se arriscariam a apagá-lo, mesmo com toda a polícia e a imprensa em volta, numa coletiva, ao vivo e em cores?

Como Cardias pôde preparar, sem ser visto, em um ponto de bicho, os “caixões” onde as vítimas seriam colocadas? Como e quando ocorreu o incêndio nesse mesmo ponto? A quem pertence a “casa de jogatina”? E o dono (ou donos), ao ver (ou saber) da preparação, sequer desconfiou do que se tratava? Que lugar ocupava Cardias na organização dele, para ter tão livre trânsito?

Como um “empresário” que faturou, provavelmente, bem mais de R$ 100 milhões junto ao Governo do Estado, estava tão liso a ponto de precisar tomar emprestado e – e se apertar para pagar – “míseros” R$ 4 milhões? Ou, até, as “módicas” prestações em que o empréstimo foi dividido? Ou, ainda, os “levíssimos” juros de R$ 400 mil?

Ora, só o último contrato com o antigo Ipasep, rendeu a Service Brasil, entre 2002 e 2006, ou seja, em quatro anos, mais de R$ 10 milhões em pagamentos ilegais, conforme constatou a Auditoria Geral do Estado (AGE). Fora, portanto, o que pode ser considerado “legal”. E fora o que ela recebeu, do mesmo Ipasep, entre 1996 e 2002. E fora o que recebeu de outros organismos estaduais. E fora o que receberam as demais empresas, do mesmíssimo grupo, que mantinham contratos com 27 organismos estaduais. E fora o que o grupo ganhou de prefeituras paraenses. E fora o que ganhou nos outros seis ou sete estados em que operava, como já constatou a Polícia Federal.

Em outras palavras: onde é que foi parar tanta “bufunfa”? Ou será que esse dinheiro jamais entrou, integralmente, nos caixas dessas empresas? Se não, a quem beneficiou?

Mais: por que era necessário um quantitativo tão vasto de empresas – já foram identificadas 27 e há mais cinco na “agulha” – e uma profusão de laranjas, se a “quadrilha”, como classifica a PF, possuía quase que uma linha de crédito com o Governo do Pará e prefeituras paraenses, e quem sabe, com os governos de outros estados?

Principalmente se, como me contaram – mas ainda não tive condições de checar – os contratos de terceirização dessas empresas, com o Governo do Estado, previam o pagamento, pelo erário, de eventuais dívidas previdenciárias e trabalhistas que elas não tratassem de honrar?

Quer dizer: por que, tendo em vista os valores envolvidos e as condições camaradas dessa “linha de crédito”, a quadrilha se arriscaria a ser apanhada, pela polícia, receita e ministério público federais, por um rombo de R$ 9 milhões na previdência?

E por que Chico Ferreira, um de seus principais chefões – se era, mesmo – mandaria matar, às 20 horas, no centro de Belém (atrás, aliás, do maior shopping center da cidade), na sede de uma de suas empresas, dois irmãos de um deputado estadual, por causa de R$ 4 milhões? Mania de banditismo? Certeza de impunidade? Desespero? Por quê?

Como viviam Chico Ferreira e os vários parentes dele, usados como “laranjas”, nas constituições societárias dessas empresas?

E, como indaga um promotor de Justiça, de onde saiu Chico Ferreira, como, onde e com que iniciou seus “negócios”? De onde veio a teia de relações que lhe permitiu chegar ao filho do governador? E, sobretudo, por que e para quem Chico Ferreira é necessário?

Quando - e em que bases - Chico Ferreira estabeleceu relações tão “íntimas” com os tucanos, a ponto de suas empresas terem obtido contratos com o Governo Estadual, em licitações realizadas ainda em 1995, ou seja, ainda no primeiro ano do tucanato?

Mas, para além de tudo isso, há uma questão até mais intrigante: como o crime organizado, conforme investiga o Gemproc, pôde se estabelecer dessa forma, no coração do Poder, sem ser minimamente incomodado, ao longo de 12 longos anos?

Ninguém desconfiou? Nenhum senador, deputado, vereador, prefeito, técnico, secretário de Estado? Nenhum promotor ou procurador de Justiça? Nenhum desembargador ou juiz de Direito? Nenhum auditor ou conselheiro dos tribunais de contas? Nenhum policial? Nenhum advogado, nenhuma entidade? Nenhum jornal ou jornalista? Nem, pra mais não fosse, um mero clube de mães? Nem mesmo um “mísero” cidadão?

De onde adveio esse silêncio acachapante, pelo qual, todos, somos responsáveis? Da sensação de impotência? Da lassidão moral? Da cumplicidade? Do medo? De quê? Do aparentemente oculto? Daquilo que não quisemos ver e que, até hoje, nos aterroriza, dado o risco – de morte - que isso envolve?

Quem ou o quê está por trás desse esquema que, “somente hoje”, começamos a enxergar?

São muitas e profundas as questões.

Tomara que, um dia, consigamos, de fato, respondê-las.

terça-feira, 1 de maio de 2007

Divagando!

Confissões


Desculpem, leitores, mas essa é uma confissão. Creio que não consigo temer os chicos ferreiras da vida - e nem a nada – porque a música abaixo me persegue.

Como algo que tem de estar sempre presente, no horizonte de quem luta.

Mesmo que nos imaginemos invencíveis, ao cavalo, nas espadas, nos canhões, a vida nos abaterá!

E essa é uma coisa que tem de ser. Para que venha o novo. E, com ele, se renove o mundo!

Recebi a honra que tanto reclamei. E, agora, qual Aquiles, ferido no calcanhar, tenho de recuar.

Que venham outros, tão destemidos como eu!

E eu os olharei com a mesma admiração.

E, quem sabe, os verei com os olhos da menina!... Encantada... Sim, encantada!

Sou jornalista, há 28 anos.

Quando comecei na profissão, havia um curso tão vagabundo, que nem reconhecido era.

Mas, até hoje, não sou jornalista reconhecida pelos meus pares. Embora tenha feito pelo jornalismo mais do que todos eles, em gerações...

Poderia, hoje, ser jornalista reconhecida por todos eles, mesmo sem diploma.

Bastaria que tivesse entrado em negociatas, em negócios escusos, como muitos fizeram, para conseguir o registro profissional.

Mas, não está em mim fazer tal coisa.

Pago o preço – e sei que tem de ser assim.

Quero conservar, até o fim, essa impossibilidade de me apontarem o dedão acusador.

Gosto de me olhar ao espelho e de ver que nunca fui complacente, nem comigo mesma.

É esse o pior ônus: a solidão...

Mas, alguém tem de fazer algo assim, não é mesmo?

Ao contrário do Lúcio, eu jogo. Não me recuso a jogar.

Por isso, ele passa dez anos gritando. E eu grito quatro semanas e consigo muito mais do que ele.

Jamais serei melhor ou maior do que ele – quem me dera! Quem me dera ter lido tudo o que sonhei! Quem me dera, o saber livresco que ele tem!

Ele leu. Eu, mulher, sobrevivi. E olhem que, a mim, mulher, saber jogar, já é espécie de maldição.

Avaliem se tivesse lido como ele, Lúcio! Não me restaria ninguém – quem sabe, nem eu mesma!...

Vi gente indignada com o dinheiro que recebo.

Mas, nunca vi ninguém indignado com o dinheiro recebido por um homem, mesmo que não valesse um décimo de mim! E que todos, afinal, soubessem disso!

É a vida... Nasci no tempo errado. Fazer o quê?

Nasci num tempo – e eu não consigo me ver neste tempo – em que mulheres são coisas.

Não são, exatamente, seres inteligentes. São, apenas, coisas...

Mas, eu jamais me vi “coisa” – jamais me verei!

Pago o ônus. É a opção que fiz!

Deixo o campo de batalha, porque sou mulher. E mulheres, num campo de batalha, têm de gritar – e não abater, como eu faço. Principalmente, se forem bem pagas, não é mesmo?

Definitivamente, vou me sentar na arquibancada e assistir o jogo. A ver se encontro “príncipe encantado” que lute melhor do que eu...Para ver se adquiro, enfim, respeitabilidade social...

E, agora, de novo, Carmina Burana....



Carmina Burana

(Fortuna e Fortuna plango vulnera)

I

O Fortuna
Velut luna
Semper statu variabilis,

Semper crescis
Aut decrescis;
Vita detestabilis
Nunc obdurat
Et tunc curat
Ludo mentis aciem,
Egestatem,
Potestatem
Dissolvit ut glaciem.


Sors immanis
Et inanis,
Rota tu volubilis,
Status malus,
Vana salus
Semper dissolubilis,
Obumbrata
Et velata
Michi quoque niteris;
Nunc per ludum
Dorsum nudum
Fero tui sceleris.


Sors salutis
Et virtutis
Michi nunc contraria,
Est affectus
Et defectus
Semper in angaria.
Hac in hora
Sine mora
Corde pulsum tangite;
Quod per sortem
Sternit fortem,
Mecum omnes plangite!

II

Fortune plango vulnera
Stillantibus ocellis
Quod sua michi munera
Subtrahit rebellis.

Verum est, quod legitur,
Fronte capillata,
Sed plerumque sequitur
Occasio calvata.

In Fortune solio
Sederam elatus,
Prosperitatis vario
Flore coronatus;

Quicquid enim florui
Felix et beatus,
Nunc a summo corrui
Gloria privatus.

Fortune rota volvitur:
Descendo minoratus;
Alter in altum tollitur;
Nimis exaltatus

Rex sedet in vertice
Caveat ruinam!
Nam sub axe legimus
Hecubam reginam

Mais uma bacana!

João e Maria



Agora eu era o herói
E o meu cavalo só falava inglês
A noiva do cowboy era você além das outras três
Eu enfrentava os batalhões, os alemães e seus canhões
Guardava o meu bodoque e ensaiava o rock para as matinês
Agora eu era o rei
Era o bedel e era também juiz
E pela minha lei a gente era obrigado a ser feliz
E você era a princesa que eu fiz coroar
E era tão linda de se admirar
Que andava nua pelo meu país
Não, não fuja não
Finja que agora eu era o seu brinquedo
Eu era o seu pião, o seu bicho preferido
Vem, me dê a mão, a gente agora já não tinha medo
No tempo da maldade acho que a gente nem tinha nascido
Agora era fatal que o faz-de-conta terminasse assim
Pra lá desse quintal era uma noite que não tem mais fim
Pois você sumiu no mundo sem me avisar
E agora eu era um louco a perguntar
O que é que a vida vai fazer de mim?


(Chico Buarque/ Sivuca)