domingo, 11 de junho de 2006

Para uma semana especial

Os Brasis


Brasil

Não me convidaram

Pra essa festa pobre

Que os homens armaram pra me convencer

A pagar sem ver

Toda essa droga

Que já vem malhada antes de eu nascer

Não me ofereceram

Nem um cigarro

Fiquei na porta estacionando os carros

Não me elegeram

Chefe de nada

O meu cartão de crédito é uma navalha

Brasil

Mostra tua cara

Quero ver quem paga

Pra gente ficar assim

Brasil

Qual é o teu negócio?

O nome do teu sócio?

Confia em mim

Não me sortearam

A garota do Fantástico

Não me subornaram

Será que é o meu fim?

Ver TV a cores

Na taba de um índio

Programada pra só dizer "sim"

Brasil

Mostra a tua cara

Quero ver quem paga

Pra gente ficar assim

Brasil

Qual é o teu negócio?

O nome do teu sócio?

Confia em mim

Grande pátria desimportante

Em nenhum instante

Eu vou te trair

(Não vou te trair)

(Cazuza / Nilo Romero / George Israel)


Macunaíma

Vou-me embora, vou-me embora

Eu aqui volto mais não

Vou morar no infinito

E virar constelação

Portela apresenta

Portela apresenta do folclore tradições

Milagres do sertão à mata virgem

Assombrada com mil tentações

Cy, a rainha mãe do mato

Macunaíma fascinou

E ao luar se fez poema

Mas ao filho encarnado

Toda maldição legou

Macunaíma índio, branco, catimbeiro

Negro, sonso, feiticeiro

Mata a cobra e dá um nó

Cy em forma de estrela

A Macunaíma dá

Um talismã que ele perde e sai a vagar

Canta o uirapuru e encanta

Liberta a magoa do seu triste coração

Negrinho do Pastoreio foi a sua salvação

E derrotando o gigante

Era uma vez piaimã

Macunaíma volta com a muiraquitã

Marupiara na luta e no amor

Quando sua pedra para sempre o monstro levou

O nosso herói assim cantou:

Vou-me embora, vou-me embora

Eu aqui volto mais não

Vou morar no infinito

E virar constelação

( David Correa / Norival Reis)



O Samba do Crioulo Doido


(Este é o samba do crioulo doido. A história de um compositor que, durante muitos anos, obedeceu ao regulamento, e só fez samba sobre a história do Brasil. E tome-lhe Inconfidência, Abolição, Proclamação, Xica da Silva. E o coitado do crioulo tendo de aprender tudo isso, para o enredo da escola. Até que, no ano passado, escolheram um tema complicado: Atual Conjuntura. Aí o crioulo endoidou de vez. E saiu este samba:)


Foi em Diamantina

Onde nasceu JK

Que a princesa Leopoldina

Arresolveu se casá

Mas Xica da Silva

Tinha outros pretendentes

E obrigou a princesa

A se casar com Tiradentes

Lá iá lá iá lá ia

O bode que deu vou te contar

Lá iá lá iá lá iá

O bode que deu vou te contar

Joaquim José

Que também é

Da Silva Xavier

Queria ser dono do mundo

E se elegeu Pedro II

Das estradas de Minas

Seguiu pra São Paulo

E falou com Anchieta

O vigário dos índios

Aliou-se a Dom Pedro

E acabou com a falseta

Da união deles dois

Ficou resolvida a questão

E foi proclamada a escravidão

E foi proclamada a escravidão

Assim se conta essa história

Que é dos dois a maior glória

Da. Leopoldina virou trem

E D. Pedro é uma estação também

O, ô , ô, ô, ô, ô

O trem tá atrasado ou já passou


(Stanislaw Ponte Preta)

2 comentários:

Kafé Roceiro disse...

Adorei o blog. Excelente! Um forte abraço e espero você lá na roça com café e pão-de-queijo.
abraços.
Kafé Roceiro.

Ana Célia Pinheiro disse...

Obrigadão, kafé roceiro. Volte sempre. E pode ter certeza de que vou dar um pulo na roça, para saborear um pão de queijo bem quentinho. Bjs, Ana Célia